A crise do século XIV

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A crise do século XIv

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A crise do século XIVA crise do século XIV

Indicadores de Indicadores de aprendizagemaprendizagem

Caracteriza a recessão económica do séc Caracteriza a recessão económica do séc XIV.XIV.

Explica as suas consequênciasExplica as suas consequências Explica as razões da crise do séc XIV em Explica as razões da crise do séc XIV em

PortugalPortugal Analisa as medidas que pretenderam dar-Analisa as medidas que pretenderam dar-

lhe soluçãolhe solução Avalia de que forma a Crise de 1383-85 Avalia de que forma a Crise de 1383-85

contribuiu para a formação da identidade contribuiu para a formação da identidade nacional.nacional.

CompetênciasCompetências

Compreensão histórica –contextualização):

Os alunos serão orientados no sentido de distinguirem os aspectos de ordem demográfica,

económica, social e política que resultaram

da crise do século XIV

Nome da Rosa ( excerto)Nome da Rosa ( excerto)

Da Fome da peste e da guerra

Livrai-nos Senhor

Questão introdutória ao textoQuestão introdutória ao texto

Que razões motivaram a crise Que razões motivaram a crise económica do século XIV ?económica do século XIV ?

Em 1315, o tempo foi muito mau: nas zonas Em 1315, o tempo foi muito mau: nas zonas de clima oceânico as terras foram inundadas de clima oceânico as terras foram inundadas de chuva. Uma parte dos trigos de Inverno de chuva. Uma parte dos trigos de Inverno apodreceu na terra, as colheitas foram apodreceu na terra, as colheitas foram fracas e muito difíceis as lavras do Outono. fracas e muito difíceis as lavras do Outono. Mal trabalhado, o solo deu em 1316 um Mal trabalhado, o solo deu em 1316 um rendimento muito inferior ao normal. Em rendimento muito inferior ao normal. Em Inglaterra, o preço do trigo quadruplicou em Inglaterra, o preço do trigo quadruplicou em 1315 e multiplicou-se por oito em 1316. Esta 1315 e multiplicou-se por oito em 1316. Esta fome, pela sua extensão geográfica, fome, pela sua extensão geográfica, provocou epidemias sérias e uma forte provocou epidemias sérias e uma forte subida de mortalidade.subida de mortalidade.

Pierre Léon (dir) História Económica e social do Pierre Léon (dir) História Económica e social do mundo (adaptado)mundo (adaptado)

Questão introdutória ao Questão introdutória ao textotexto

Que medidas eram postas em prática Que medidas eram postas em prática para combater a peste ?para combater a peste ?

No ano do Senhor de 1347, três galeras No ano do Senhor de 1347, três galeras carregadas de especiarias chegavam ao carregadas de especiarias chegavam ao porto de Génova, vindas à pressa do porto de Génova, vindas à pressa do Oriente mas horrivelmente infectadas. Estes Oriente mas horrivelmente infectadas. Estes navios como estavam contaminados foram navios como estavam contaminados foram retirados do porto com ajuda de flechas retirados do porto com ajuda de flechas inflamadas e outros engenhos. Empurrados inflamadas e outros engenhos. Empurrados de porto em porto, um dos três navios de porto em porto, um dos três navios chegou a Marselha. Aqui foram fechadas as chegou a Marselha. Aqui foram fechadas as portas da cidade, com excepção de duas portas da cidade, com excepção de duas pequenas pelo que morreram quatro pequenas pelo que morreram quatro quintos da população.quintos da população.

Carta de Inês de Boering, 1348Carta de Inês de Boering, 1348

A Peste Negra, ou peste bubónica, veio da Àsia A Peste Negra, ou peste bubónica, veio da Àsia Central e alastrou-se à Europa em 1347. Três anos Central e alastrou-se à Europa em 1347. Três anos depois já tinha matado milhões de pessoas em toda a depois já tinha matado milhões de pessoas em toda a Europa. Pelo menos, um terço da população morreu. Europa. Pelo menos, um terço da população morreu. A doença era transmitida aos seres humanos por A doença era transmitida aos seres humanos por bactérias mortíferas: primeiro uma picada de pulga de bactérias mortíferas: primeiro uma picada de pulga de um rato infectado e depois a pulga transmitia as um rato infectado e depois a pulga transmitia as bactérias quando mordia um indivíduo. As pessoas na bactérias quando mordia um indivíduo. As pessoas na idade Média não faziam a mínima ideia de como a idade Média não faziam a mínima ideia de como a peste se espalhava e isso causou grande temor e peste se espalhava e isso causou grande temor e pânico.pânico.

Atlas do Mundo Medieval (séculos IV-XVAtlas do Mundo Medieval (séculos IV-XV), C. Leitores, p, 30), C. Leitores, p, 30

O triunfo da morte, Quadro de Peter Brueghel, 1582 Museu do Prado

Síntese: Síntese:

Crise do século XIV

Campos abandonados

Fome

Peste e epidemias

Impostos e rendas altas

Condições de vida difíceis

Vilas despovoadas

Guerra

Revoltas sociais

Depressão económica

No século XIV, a Europa foi afectada por No século XIV, a Europa foi afectada por uma grave crise económica e social:uma grave crise económica e social:

- fomes- fomes

- pestes- pestes

- guerras- guerras

Afectaram a população que em Afectaram a população que em consequência diminuiu e deixou muitos consequência diminuiu e deixou muitos campos por cultivar.campos por cultivar.

Os preços e os salários subiram.Os preços e os salários subiram.

Os senhores elevaram os impostosOs senhores elevaram os impostos

Por toda a Europa surgiram revoltasPor toda a Europa surgiram revoltas

http://www.fundacao-aljubarrota.pt/?idc=186

trailer – Batalha de Aljubarrota – trailer – Batalha de Aljubarrota – A A Batalha num minutoBatalha num minuto

INDICADORES DE INDICADORES DE APRENDIZAGEMAPRENDIZAGEM

Caracteriza a revolução de 1383-85Caracteriza a revolução de 1383-85

COMPETÊNCIASCOMPETÊNCIAS

Tratamento da informaçãoTratamento da informação Contextualização históricaContextualização histórica Comunicação em históriaComunicação em história

1383-13851383-1385

Situação problema:Situação problema:“UM TEMPO“UM TEMPO

DEDEREVOLUÇÃO”REVOLUÇÃO”

Que problemas explicam a crise de Que problemas explicam a crise de 1383-85?1383-85?

Em 1383, D. Fernando morre, Em 1383, D. Fernando morre, surgindo, então, o problema da surgindo, então, o problema da sucessão ao trono de Portugal.sucessão ao trono de Portugal.

Quem deve suceder ao rei?Quem deve suceder ao rei?

Pretendentes ao trono de Pretendentes ao trono de PortugalPortugal

D. Beatriz Mestre de Avis

João e Dinis

Filha de D. Filha de D. Fernando e Fernando e Leonor Teles e Leonor Teles e casada com D. casada com D. João de CastelaJoão de Castela

Filho bastardo de D. Pedro e de uma dama galega, D. Teresa Lourenço

Filhos de D. Pedro e de D. Inês de Castro

O povo de Lisboa manifesta o O povo de Lisboa manifesta o seu descontentamento pela seu descontentamento pela

aclamação de D. Beatriz como aclamação de D. Beatriz como rainha de Portugal:rainha de Portugal:

«Agora se vende Portugal, que tantas cabeças e sangue custou a ganhar, quando foi tomado aos Mouros!»

O rei de Castela, a pedido de sua O rei de Castela, a pedido de sua sogra, D. Leonor Teles invade sogra, D. Leonor Teles invade Portugal, iniciando a guerra.Portugal, iniciando a guerra.

O rei de Castela invade Portugal O rei de Castela invade Portugal dando-se a batalha de Aljubarrotadando-se a batalha de Aljubarrota

(14 de Agosto de 1385)(14 de Agosto de 1385)

Nesta batalha, o exército espanhol composto por 32.000 homens, foi derrotado por 10.000 homens portugueses.

A Batalha de AljubarrotaA Batalha de Aljubarrota

Debate:

Imagina que eras nobre e vivias na época da revolução de 1383/85.

De que lado te colocarias: tomarias partido por D. Beatriz ou por D. João, Mestre de Avis?

O que pensar? O que fazer?

Tens que pensar bem!

Defendendo D. Beatriz, estarias a defender a legítima sucessora de D. Fernando. Virias a beneficiar de mais alguns privilégios. Mas... poderias estar a «vender Portugal, que tantas cabeças e sangue custou a ganhar (...)».

Se te colocasses do lado de D. João, Mestre de Avis, poderias colocar em risco os teus privilégios, mas... estarias a defender a independência de Portugal.

Consideras que quem apoia um dos lados de um conflito, deve fazê-lo para defender princípios (neste caso, a independência de Portugal), ou apenas porque espera receber benefícios?

Então, já decidiste que posição tomar? Escreve um pequeno texto em que justifiques a tua opção.

Esta situação de confronto leva à Esta situação de confronto leva à divisão dos portugueses em dois divisão dos portugueses em dois

grupos:grupos: Clero + NobrezaClero + Nobreza

D. Beatriz casada D. Beatriz casada com D. João de com D. João de CastelaCastela

Povo + BurguesiaPovo + Burguesia

D. João, Mestre de D. João, Mestre de AvisAvis

O cerco de LisboaO cerco de Lisboa

Os habitantes Os habitantes

do Porto tomaram do Porto tomaram

partido pelo partido pelo

mestre, mestre,

defendendo a sua defendendo a sua

eleição como rei.eleição como rei.

O povo, chefiado pelo Condestável O povo, chefiado pelo Condestável consegue travar os avanços do rei consegue travar os avanços do rei espanhol mas era urgente eleger espanhol mas era urgente eleger

um Rei.um Rei.

CORTES DE COIMBRA

(6 de Abril de 1385)

Graças à hábil argumentação do Graças à hábil argumentação do Dr. João das Regras (legista), as Dr. João das Regras (legista), as Cortes aclamaram o Mestre de Cortes aclamaram o Mestre de Avis como D. João I.Avis como D. João I.

Estudos e maquette para o mural no Palácio de Justiça de Lisboa (1970

D. João I, para se precaver D. João I, para se precaver de novos ataques de novos ataques castelhanos e garantir castelhanos e garantir auxílio, faz «um tratado de auxílio, faz «um tratado de amizade» com a Inglaterra.amizade» com a Inglaterra.

Esta aliança foi reforçada pelo casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre, em 1387.

Azulejos na Estação de São Bento, lembram a Azulejos na Estação de São Bento, lembram a entrada de D. João I na cidade do Porto para celebrar entrada de D. João I na cidade do Porto para celebrar o seu casamento com Filipa de Lencastre. o seu casamento com Filipa de Lencastre.

Finalmente a Paz…Finalmente a Paz…

Casa do InfanteCasa do Infante

Edifício onde, segundo Edifício onde, segundo a tradição, terá nascido a tradição, terá nascido o Infante D. Henrique. o Infante D. Henrique. Construído em 1325, Construído em 1325, para Alfândega e para Alfândega e habitação dos oficiais habitação dos oficiais régios, foi-lhe anexada régios, foi-lhe anexada em finais dos séc. XIV a em finais dos séc. XIV a Casa da Moeda. Sofreu Casa da Moeda. Sofreu grandes grandes transformações em transformações em 1677, tendo-se mantido 1677, tendo-se mantido em funções como posto em funções como posto aduaneiro até ao séc. aduaneiro até ao séc. XIX, quando foi XIX, quando foi construída a Alfândega construída a Alfândega Nova. Nova.

De tempos que já De tempos que já passarampassaram

Venho aqui contar a Venho aqui contar a históriahistória

De Filipa a inglesaDe Filipa a inglesaE de João, de boa memóriaE de João, de boa memória

Foi quando vieram ao PortoFoi quando vieram ao PortoO empenho agradecerO empenho agradecerEm capitais e homensEm capitais e homens

Por os espanhóis vencerPor os espanhóis vencer

Que dos vários filhos que tiveramQue dos vários filhos que tiveramda chama do seu amorda chama do seu amor

nasceu o pequeno Henriquenasceu o pequeno HenriqueMais tarde Mais tarde o navegadoro navegador

D. João I, inicia a dinastia D. João I, inicia a dinastia de Avis e uma «nova de Avis e uma «nova

sociedade» surge:sociedade» surge:

Questão introdutória ao textoQuestão introdutória ao texto

Que medidas tomaram os reis para Que medidas tomaram os reis para resolver os problemas económicos e resolver os problemas económicos e sociais que afetavam Portugal?sociais que afetavam Portugal?

El-Rei nosso senhor (D. Fernando) El-Rei nosso senhor (D. Fernando) considerando que todas as partes de seu reino considerando que todas as partes de seu reino há grande falta de trigo e cevada e outros há grande falta de trigo e cevada e outros mantimentos (…) mandou que todos os que mantimentos (…) mandou que todos os que tivessem herdades suas fossem constrangidos tivessem herdades suas fossem constrangidos para se lavrar, que as lavrasse por si as que para se lavrar, que as lavrasse por si as que mais aprouvesse e as outras fizesse lavrar por mais aprouvesse e as outras fizesse lavrar por outrem ou desse a lavrador (…)outrem ou desse a lavrador (…)

E quando os donos das herdades as não E quando os donos das herdades as não aproveitassem nem dessem a aproveitar, a aproveitassem nem dessem a aproveitar, a justiça as entregasse a quem as lavrasse.E justiça as entregasse a quem as lavrasse.E todos os que eram ou costumavam ser todos os que eram ou costumavam ser lavradores, que usassem de um ofício que não lavradores, que usassem de um ofício que não fosse tão proveitoso ao bem comum como era fosse tão proveitoso ao bem comum como era o ofício de lavrador, que fossem constrangidos o ofício de lavrador, que fossem constrangidos a lavrar (…)a lavrar (…)

Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando (adaptado)Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando (adaptado)

Para resolver a crise os reis tomaram Para resolver a crise os reis tomaram diversas medidas como:diversas medidas como:

Lei das SesmariasLei das Sesmarias

Desvalorização da moedaDesvalorização da moeda

Em meados do século XIV Portugal Em meados do século XIV Portugal também vivia um período de crise.também vivia um período de crise.

PROBLEMAS

ECONÓMICOS• Campos abandonados

• Falta de mão-de-obra

• Impostos e rendas muito altas

• Preços altos

POLÍTICOS

• O rei D. Fernando casa sua filha D. Beatriz com o rei D. João I de Castela

SOCIAIS

• Fome• Peste• Mortes•Revoltas

Síntese:Síntese:

CONCLUSÃO: CONCLUSÃO:

A crise económica e social do séc. XIV foi A crise económica e social do séc. XIV foi agravada em Portugal por uma crise políticaagravada em Portugal por uma crise política

- Em 1369 e 1382, o rei D. Fernando Em 1369 e 1382, o rei D. Fernando envolveu-se em guerras com Castela de que envolveu-se em guerras com Castela de que saiu derrotado.saiu derrotado.

- Em 1383 assinou o Tratado de Salvaterra de Em 1383 assinou o Tratado de Salvaterra de Magos pelo qual prometia casar a sua filha Magos pelo qual prometia casar a sua filha D. Beatriz com o rei de Castela.D. Beatriz com o rei de Castela.

- Após a morte de D. Fernando o povo Após a morte de D. Fernando o povo revoltou-se e aclamou d. João Mestre de revoltou-se e aclamou d. João Mestre de Aviz como “Regedor e Defensor do Reino”Aviz como “Regedor e Defensor do Reino”

- O rei de Portugal invadiu Portugal mas foi O rei de Portugal invadiu Portugal mas foi derrotado sobretudo em Aljubarrota. Este derrotado sobretudo em Aljubarrota. Este acontecimento cimentou a coesão social.acontecimento cimentou a coesão social.

lomba.blogs.sapo.plomba.blogs.sapo.pt t

Podes consultarPodes consultar

http://www.fundacao-aljubarrota.pt/?http://www.fundacao-aljubarrota.pt/?idc=21idc=21