Post on 31-Dec-2015
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A vida quotidiana nas grandes cidades na segunda metade do
século XIXHistória e Geografia de Portugal
A modernização das cidades
Na segunda metade do século XIX, a criação de indústrias, a evolução dos meios de transporte e comunicação e o aumento dos habitantes “ajudaram” no crescimento das cidades.
Lisboa e Porto foram as cidades que mais cresceram e se modernizaram:
Abriram-se avenidas, pavimentaram-se ruas, fizeram-se passeios e arranjaram-se jardins.
A modernização das cidades
Construíram-se edifícios públicos (mercados, tribunais, teatros, escolas, hotéis, estações de comboio e pavilhões de exposições).
É nesta época que são criados (Lisboa e Porto) alguns importantes serviços públicos.
A higiene e a saúde melhoraram com:› Recolha de lixo, instalação de esgotos e de
água canalizada.
A modernização das cidades
Nas ruas começou a haver iluminação pública, primeiro a gás e depois a electricidade.
Para a segurança das pessoas criou-se o 1.º corpo de bombeiros e iniciou-se o policiamento de ruas.
Apareceram os transportes públicos, carros de quatro rodas puxados por cavalos, que transportavam várias pessoas.
Com isto, a vida nas cidades passou a ser mais agradável, segura e saudável.
A modernização das cidades
“Começou a iluminação a gás nesta capital. (…) Tem sido a concorrência nas ruas quase que de uma feira, tantos são os curiosos a ver e a observar os maravilhosos resultados de tão útil achado…”
Comunicado, “Diário do Governo”, 3 de Agosto de 1848
A modernização das cidades
A modernização das cidades na
segunda metade do século XIX
Novas construções:• Avenidas;• Ruas;
• Passeios;• Jardins;• Mercados;• Tribunais;• Teatros;• Escolas;• Hotéis;
• Estações de comboio;
• Pavilhões de exposição.
Razões que contribuíram para o
desenvolvimento das cidades:
• Criação de muitas indústrias;• Aumento da população;• Evolução dos meios de
transportes.
Serviços públicos:
• Recolha de lixo;• Instalação de redes
de esgotos;• Instalação de água
canalizada;• Iluminação pública;• Criado o 1.º corpo de
bombeiros;• Iniciado o
policiamento de ruas;• Apareceram
transportes públicos colectivos.
O dia-a-dia nas cidades
Como viviam os burgueses e os nobres?
Os burgueses eram o grupo social mais destacado da cidade:› Pela sua riqueza e pelos cargos e profissões que
tinham : industriais, banqueiros, comerciantes, militares, membros
do Governo, professores, médicos, advogados, funcionários públicos.
Aos mais ricos o Rei deu-lhes títulos nobres:› Visconde, Conde, Barão.
O dia-a-dia nas cidades
Surgiu, entre a alta Burguesia, uma “mania de títulos”, que era motivo de crítica popular. Com o tempo, desinteressaram-se dos títulos e mostraram que as pessoas valiam pela inteligência e sucesso no trabalho e não pelo que herdavam.
A alta Burguesia morava em ricas e luxuosas moradias, com jardins e situadas nos arredores da cidade. Havia burgueses menos endinheirados, que habitava nos novos bairros em cómodos andares.
O dia-a-dia nas cidades
Estas casas, com grande conforto, tinham imensas divisões. Aí convivia, diariamente, toda a família burguesa e muita criadagem:
amas, cozinheira, criadas de sala e de quarto, costureira, jardineiro.
A alimentação da Burguesia e da Nobreza era abundante e variada. Qualquer família burguesa ou nobre fazia 4 refeições diárias:› Pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar (servido cedo).
O dia-a-dia nas cidades
Apreciavam carne e doces (compotas, pudins, bolachas). Nas pastelarias e cafés consumiam chá, café, refrescos e gelados.
Os burgueses tinham uma vida característica. Gostavam de política, instrução, música e moda.
O dia-a-dia nas cidades
O vestuário da Nobreza e da Burguesia era igual. Vestiam-se segundo a moda francesa; apareceram palavras francesas relacionadas com a moda: toilette, tule, chique, etc..
O dia-a-dia nas cidades
Os seus divertimentos eram próprios. Passeavam em jardins, iam ao teatro, à ópera e frequentavam cafés.
O Passeio Público era um parque com jardins limitado por um gradeamento. As pessoas encontravam-se aí para ouvir música tocada nos coretos ou apenas para conversar e passear.
No Verão, faziam piqueniques, passeavam em bicicleta e “iam a banhos” ou termas.
O futebol veio de Inglaterra, trazido pelos filhos dos burgueses. Os desportos mais praticados continuavam a ser a vela, a equitação e a esgrima.
O dia-a-dia nas cidades
Como viviam as classes populares?As condições de vida eram más e para sobreviver trabalhavam desde pequenos em actividades duras e mal pagas. Desempenham muitas profissões:
› vendedores ambulantes, trabalhadores de oficinas, operários fabris, escriturários, criadas.
Algumas profissões surgiram com o crescimento e modernização das cidades.
As classes populares viviam em bairros miseráveis, nas zonas pobres da cidade e sem segurança nem higiene.
O dia-a-dia nas cidades
As casas eram velhas e apertadas, sem água potável nem esgotos e quase sem mobiliário. Eram os “pátios” em Lisboa e as “ilhas” no Porto.
A alimentação era pobre. Era à base de pão, toucinho, batatas e às vezes bacalhau ou sardinha. Encontravam-se na rua velhos e crianças a pedir.
Havia “pregoeiros” a “apregoar” os seus produtos.
O dia-a-dia nas cidades
O povo era pobre para se adaptar à moda. Vestiam coisas simples e adaptadas à profissão.
O tempo em que se divertiam era pouco. Durante a noite e ao fim do dia, cansados do trabalho, com as mulheres a tratar dos filhos em casa, os homens iam à taberna ou à tasca do bairro, para beber e conversar.
Os locais de convívio eram as romarias, as feiras, as festas religiosas ou apenas a rua.
O início da luta do operariado
Os trabalhadores das fábricas em Lisboa e no Porto tinham uma vida dura, uma vez que trabalhavam mais de 12 horas diárias, incluindo as mulheres e crianças, e o pouco que recebiam era gasto na renda da casa e na alimentação. O salário das mulheres não chagava a metade do salário dos homens.
Na segunda metade do século XIX, os operários constituíram uma nova classe social: o operariado. Organizaram as primeiras associações e as primeiras greves. Durante esta concentravam-se nas ruas, como protesto contra os baixos salários e as más condições de trabalho.
Com isto, a população percebeu que podia lutar pelos seus direitos.
Trabalho realizado por:
Ana Catarina Pinheiro; Mariana Alegria; Mário Teixeira; Rafaela Oliveira.
Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes