Post on 30-Jun-2015
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Autocuidado Apoiado
Renata Cris1ne de Oliveira Consultora do Centro Integrado de Referência Secundária Viva Vida Hiperdia/Fundação de Saúde/Santo Antônio do Monte -‐ MG Docente e Supervisora de Estágios do Curso de Psicologia da Faculdade de Educação de Bom Despacho -‐ MG Especialista em Saúde Pública e Mestra em Educação, Cultura e Organizações Sociais (Linha de Pesquisa em Saúde Cole1va)
Definição e Indicação ü É uma tecnologia que visa ampliar a habilidade e a confiança do usuário em gerenciar suas condições de saúde. Baseia-‐se em intervenções educacionais e de apoio efetuadas pela equipe inter e mul1disciplinar. ü Indicada ao usuário com fatores de risco ou condições crônicas e que apresente habilidade e interesse para mudar os seus hábitos de vida.
Jus1fica1va ü O usuário do serviço de saúde, tendo em vista o seu processo de cura ou controle da condição crônica, deixará de ser passivo e será agente a1vo por meio de adesão às mudanças necessárias ao seu es1lo de vida, favorecida por essa tecnologia.
Obje1vos
ü Preparar e empoderar o usuário para autogerenciar sua saúde e a atenção que lhe é prestada; ü Gerar conhecimentos e habilidades para que o usuário conheça seus problemas, decida e escolha seu tratamento; ü Instrumentalizar o usuário para u1lização dos recursos necessários à mudança de comportamento e à superação das barreiras existentes.
Etapas fundamentais do Autocuidado Apoiado A Técnica dos 5 A’s A-‐ Avalie Avaliação do conhecimento que o usuário possui sobre o seu estado de saúde. Avaliação do processo de mo1vação para mudança (estágios). Aplicação da abordagem mo1vacional ao usuário, também, com o obje1vo de avaliar a pron1dão para a mudança. Apoio à resolução da ambivalência do usuário. Fortalecimento da responsabilização e do compromisso com a mudança e a prevenção de recaídas.
Etapas fundamentais do Autocuidado Apoiado A Técnica dos 5 A’s ü Aconselhe Aconselhamento e orientação do usuário, considerando o conhecimento que possui sobre sua condição de saúde, por meio das técnicas de abordagem mo1vacional e educação autodirigida. ü Acorde Elaboração com o usuário de um acordo efe1vado por meio de um plano de ação com metas mensuráveis e de curto prazo, tendo em vista o estágio de mo1vação. Nos demais itens os responsáveis são os profissionais da equipe de assistência à saúde. Neste item (acordo) o usuário entre em cena (a responsabilidade é par1lhada).
Etapas fundamentais do Autocuidado Apoiado A Técnica dos 5 A’s ü Assista ü Acompanhe
Assistência e acompanhamento periódico do processo de mudança, contribuindo significa1vamente na aquisição de habilidades para o reconhecimento e resolução dos problemas, readequações e redefinição de metas do plano de ação, automonitoramento e prevenção de recaídas.
Estágios de mo1vação para a mudança ü Pré-‐contemplação/Pré-‐Ponderação O usuário não pensa de forma sistemá1ca na mudança e não está pronto para mudar. Seu comportamento não é entendido como um problema ou um risco, mesmo quando os outros percebem como tal. ü Contemplação/Ponderação Ao mesmo tempo em que existe consciência dos riscos e problemas advindos do comportamento, há o desejo de mudar, mas não neste momento. O usuário devido à ambivalência, tornar-‐se um “contemplador crônico”.
ü Preparação/Determinação A ambivalência reduz e tanto o desejo de mudar neste momento como
o comportamento para tal estão visíveis. O usuário denota estar pronto para comprometer-‐se com a ação, mas isso não significa que toda a ambivalência esteja resolvida.
ü Ação O usuário engaja-‐se na mudança de comportamento e assume a1tudes
específicas para alcançá-‐la. Este processo é muitas vezes reconhecido pelos familiares e amigos.
Estágios de mo1vação para a mudança
Estágios de mo1vação para a mudança ü Manutenção Seis meses após a adoção do novo comportamento, pode-‐se considerar o usuário em manutenção. O desafio é o de persis1r no novo comportamento e evitar ou aprender com eventuais deslizes ou recaídas. ü Deslizes e recaídas Revelam-‐se como eventos esperados quando o usuário busca a mudança de qualquer comportamento de longa duração. Revelam-‐se, também, como oportunidades de aprendizagem em se tratando do reconhecimento de situações-‐problema e do exercício de elaboração de novos planos de ação mais eficazes.
Abordagem mo1vacional ü O que você sabe sobre a sua condição de saúde? ü Você possui algum comportamento que gostaria de mudar visando obter melhores condições de saúde? ü Parabéns! Você tomou a decisão certa. Você é capaz de mudar esse comportamento e receberá o apoio da equipe. Por qual mo1vo você gostaria de mudar esse comportamento? ü Qual é o seu nível de interesse/mo1vação para mudar? De 0 a 10? Conforme a resposta efetuada pelo usuário entrevistado, convida-‐o a realizar o plano de autocuidado.
Periodicidade ü O autocuidado apoiado deve ser efe1vado por todo o período em que o usuário cursar com o fator de risco ou com a condição crônica de saúde. O plano de autocuidado apoiado deverá ser elaborado assim que as fases de avaliação e aconselhamento forem concluídas, o que deverá ocorrer de forma qualificada e o mais breve possível. ü A periodicidade das fases de assistência e acompanhamento deverá observar as necessidades em saúde do usuário, o que variará com a estra1ficação do risco desse usuário e a programação do cuidado pela equipe inter e mul1disciplinar.
PLANO DE CUIDADOS INDIVIDUALIZADO
Nome:
Data de nascimento: / / Idade: Data: / /
Ocupação
Responsável:
Endereço: Município:
UAPS de origem: ACS:
DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO CLÍNICA (incluindo aspectos psicossociais) Assinatura e Carimbo
SETO
R
SETO
R
SETO
R
SETO
R
SETO
R
SETO
R
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Hipertensão Arterial Sistêmica: ( ) Baixo ( ) Moderado ( ) Alto ( ) Muito Alto
Diabetes Mellitus: ( ) Baixo ( ) Moderado ( ) Alto ( ) Muito Alto
Criança: ( ) Baixo ( ) Moderado ( ) Alto ( ) Muito Alto
Gestante ( ) Baixo ( ) Moderado ( ) Alto ( ) Muito Alto
METAS/OBJETIVOS TERAPÊUTICOS Assinatura e Carimbo
Cond
ição
crônica
Cond
ição
RECOMENDAÇÕES Assinatura e Carimbo
SETO
R
CONSIDERAÇÕES SOBRE LETRAMENTO EM SAÚDE Assinatura e Carimbo
SETO
R
RECOMENDAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Assinatura e Carimbo
SETO
R
Laboratório de Inovação das Condições Crônicas LIACC Santo Antônio do Monte
PLANO DE AUTOCUIDADO
Nome:
Ocupação:______________ Quantas horas diárias de trabalho:___________
Equipe de Saúde da família:
Profissionais que apoiarão:
O que é importante para mim (como quero estar nos próximos anos)
COMPORTAMENTOS NECESSÁRIOS
Marque um X ou escreva, nas linhas em branco, os comportamentos que você precisa assumir neste momento Qual (X) Interesse
Melhorar a alimentação
Aumentar a prá_ca de a_vidade `sica semanal
Parar de fumar
Tomar medicamentos conforme orientação da equipe de saúde
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e/ou outras drogas
PACTUAÇÕES
DATA Comportamento (a_vidade)
O que fará
Quanto
Quantas vezes por semana
Quando e Onde
Confiança (0 a 10)
DATA Comportamento (a_vidade)
O que fará
Quanto
Quantas vezes por semana
Quando e Onde
Confiança (0 a 10)
DATA Comportamento (a_vidade)
O que fará
Quanto
Quantas vezes por semana
Quando e Onde
Confiança (0 a 10)
SÁBADO5 SÁBADO SÁBADO
SEXTA SEXTA SEXTA
QUINTA QUINTA QUINTA
QUARTA QUARTA QUARTA
TERÇA TERÇA TERÇA
SEGUNDA SEGUNDA SEGUNDA
DOMINGO DOMINGO DOMINGO
PACTUAÇÃO PACTUAÇÃO PACTUAÇÃO
ü O autocuidado apoiado é u1lizado na Atenção Primária, em todas as Unidades Básicas de Saúde. Na Atenção Secundária, a tecnologia está presente no Centro Integrado de Referência Secundária Viva Vida e Hiperdia.
Ofic ina com Dra . Ana M. Cavalcan1 Profissionais da SES/MG e do Centro Integrado de Referência Secundária Viva Vida Hiperdia Agosto de 2014
ü O autocuidado apoiado é u1lizado na Atenção Primária, em todas as Unidades Básicas de Saúde. Na Atenção Secundária, a tecnologia está presente no Centro Integrado de Referência Secundária Viva Vida e Hiperdia.
Reunião do Grupo de Apoiadores com a presença das Gerentes da Atenção Primária. Suporte Técnico: Anna Luísa e Renata Julho de 2014
Unidades Básicas de Saúde Ponte Nova e São José dos Rosas Profissionais e Apoiadores Julho de 2014
Unidade Básica de Saúde Dom Bosco Profissionais e Apoiadores Março de 2014
Unidade Básica de Saúde Centro Profissionais e Apoiadores Março de 2014
Unidade Básica de Saúde São Lucas Profissionais e Apoiadores Março de 2014
Unidade Básica de Saúde Maria Angélica de Castro Profissionais e Apoiadores Julho de 2014
Unidade Básica de Saúde São Vicente Profissionais e Apoiadores Março de 2014
Unidade Básica de Saúde Nossa Senhora de Fá1ma Profissionais e Apoiadores Julho de 2014
ü O usuário, em casa, con1nua sendo acompanhado pelos agentes comunitários de saúde, que verificam se o plano pactuado com a equipe inter e mul1disciplinar está sendo cumprido.
ü O comprome1mento com as metas é estabelecido por meio de uma parceria: os profissionais de saúde dividem com o usuário a responsabilidade pelo sucesso do tratamento.
Unidade Básica de Saúde Ponte Nova Profissionais e Apoiadores Julho de 2014
ü O usuário, periodicamente, par1cipa de a1vidades cole1vas, com a presença de familiares e da equipe inter e mul1disciplinar.
ü No autocuidado apoiado, grupo de pares, grupo opera1vo e na atenção compar1lhada em grupo: o usuário e a equipe inter e mul1disciplinar fazem parte de um único 1me, com o mesmo obje1vo: enfrentar as condições crônicas de maneira inovadora.
Junho de 2014
“Assim como as flores do jardim, através dos atendimentos especializados quero tornar-‐me cheio de vida e saúde. Quero viver a simplicidade das flores. Quero simplesmente ser feliz ao lado das pessoas que fazem de minha vida um momento único”.
-‐Sr. Ildeu-‐
Gradua lmente , a autoes1ma fo i recuperada e o desejo de viver se tornou presente. Sr. Ildeu encontrou apoio na equipe inter e mul1disciplinar para fazer o tratamento e conseguiu curar a lesão no pé. O diabetes está sob controle. Ele foi contratado como porteiro, por meio do projeto De Volta ao Trabalho.
Referências BRASIL.SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS/PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO ANTÔNIO DO MONTE. Apos%la da Oficina sobre Tecnologias de Prevenção de Condições Crônicas: Abordagem mo%vacional, resolução de problemas, prevenção de recaídas, plano de autocuidado e cuidado compar%lhado. Consultora: Dra. Ana Maria Cavalcan1. 29 p. BRASIL. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CURITIBA. Autocuidado Apoiado: Manual do Profissional de Saúde. Organização: Ana Maria Cavalcan1 e Ângela Cris1na Lucas de Oliveira. Curi1ba: 2012, 92p.
Referências BRASIL. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CURITIBA. Autocuidado Apoiado: Cadernos de Exercícios. Organização: Ana Maria Cavalcan1 e Ângela Cris1na Lucas de Oliveira. Curi1ba: 2012, 36 p. MENDES, Eugênio Vilaça. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o impera%vo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília: Organização Pan-‐Americana da Saúde, 2012. 512 p.
Obrigada pela atenção! renata.cris1ne@yahoo.com.br
“O problema da semente é fazer brotar uma árvore” -‐Pierre Lévy-‐