2-Carta 13 (Mai-Jun-Jul) - Texto · 2018. 10. 1. · modo diferente. Mas o que transparecia para...

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1 ESTE ANO QUE PASSOU O ano acaba com o fim da reflexªo so- bre o tema proposto pelo Movimento, Ser Pessoa Humana, primeira parte do tema mais abrangente Ser Casal Cristªo Hoje na Igreja e no Mundo. A segunda parte sairÆ depois das fØrias, em Setembro. É tempo de balanço ... Que ganhÆmos nós ao longo do ano com esta reflexªo? Como foi que crescemos, jÆ que Ø esse o objectivo? Quem tirou proveito das ocasiıes de diÆlogo em casal e em equipa reconheceu, certamente, que toda a pedagogia do tema se dirigiu para uma maior conscienciali- zaçªo da realidade que nos rodeia e da nossa realidade de cristªos comprometi- dos com Deus e com os outros, vivendo neste mundo, hoje e aqui. A nossa sociedade Ø uma sociedade de características mutantes que interpe- lam o nosso comportamento, pedindo res- postas rÆpidas e coerentes. Nªo podemos nem devemos distanciar-nos, pelo con- trÆrio. Somos cidadªos iguais aos outros e solidÆrios com eles, igualmente respon- sÆveis no viver o presente e fazer aconte- cer o futuro. Reconhecemos, à nossa volta, atitu- des tantas vezes agressivas e desestabili- zadoras, outras tantas vezes reveladoras duma grande carŒncia, duma enorme fome de normas morais, valores seguros, fac- tores de crescimento espiritual, testemu- nhos de vida articulada no dia a dia mas projectada para lÆ do imediato e nªo no egoísmo individualista que nos anda a ameaçar a todos, antes para mais alto, an- tes para mais longe. Sªo nossas, tambØm, as inquietaçıes que fervilham na sociedade em angœstias Deixemo-nos de boas intençıes sem amanhªs e arrisquemo-nos a tornar-nos vulnerÆveis aos apelos que nos chegam. Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial

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    ESTE ANO

    QUE PASSOU

    O ano acaba com o fim da reflexão so-bre o tema proposto pelo Movimento, SerPessoa Humana, primeira parte do temamais abrangente Ser Casal Cristão Hoje

    na Igreja e no Mundo. A segunda partesairá depois das férias, em Setembro.

    É tempo de balanço ... Que ganhámosnós ao longo do ano com esta reflexão?Como foi que crescemos, já que é esse oobjectivo?

    Quem tirou proveito das ocasiões dediálogo em casal e em equipa reconheceu,certamente, que toda a pedagogia do temase dirigiu para uma maior conscienciali-zação da realidade que nos rodeia e danossa realidade de cristãos comprometi-dos com Deus e com os outros, vivendoneste mundo, hoje e aqui.

    A nossa sociedade é uma sociedadede características mutantes que interpe-

    lam o nosso comportamento, pedindo res-postas rápidas e coerentes. Não podemosnem devemos distanciar-nos, pelo con-trário. Somos cidadãos iguais aos outros

    e solidários com eles, igualmente respon-sáveis no viver o presente e fazer aconte-cer o futuro.

    Reconhecemos, à nossa volta, atitu-des tantas vezes agressivas e desestabili-zadoras, outras tantas vezes reveladorasduma grande carência, duma enorme fomede normas morais, valores seguros, fac-tores de crescimento espiritual, testemu-nhos de vida articulada no dia a dia masprojectada para lá do imediato e não noegoísmo individualista que nos anda aameaçar a todos, antes para mais alto, an-tes para mais longe.

    São nossas, também, as inquietaçõesque fervilham na sociedade em angústias

    Deixemo-nos de boas intenções sem amanhãse arrisquemo-nos a tornar-nos vulneráveis

    aos apelos que nos chegam.

    EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

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    mal disfarçadas e que conduzem as pes-soas a sentimentos de insegurança, aovazio e ao medo. O nosso estilo de vida,porventura, não se reconhece muito bemdentro do sistemade coordenadas noqual se definem ou-tros mas isso nãonos dá o direito denos colocarmos àparte. Somos pequenas células do mes-mo Corpo. Células eventualmente deten-toras de possibilidades de alívio, de fac-tores de transformação para os males deque nos apercebemos, modestos agentesde cura para sofrimentos sem outros re-médios.

    A nossa reflexão ajudou-nos a des-pertar para uma maior responsabilizaçãopor nós, como pessoas, por todos cujosilêncio brada e por aqueles que cami-nham no escuro ou na dor, ao lado danossa indiferença.

    Deixemo-nos de boas intenções semamanhãs e arrisquemo-nos a tornar-nos

    vulneráveis aos apelos que nos chegam.Permitamos que a nossa consciência nosincomode e que o desassossego venha.Não pretendamos paz a um preço dema-

    siadamente baixo. Como diz o Padre Va-rillon, citado numa das páginas do nossoTema, a fé é um compromisso, não umaopinião.

    O nosso Baptismo e a nossa Confir-mação estabelecem-nos uma missão à qualdevemos fidelidade. As Bem aventurançasindicam-nos o caminho e o andamento dopasso. Sobre tudo isto reflectimos. Os quefomos capazes de entender, que tenha-mos entendido!

    Boas férias!

    HELENA E JORGE FONTAÍNHAS

    O nosso Baptismo e a nossa Confirmaçãoestabelecem-nos uma missão

    à qual devemos fidelidade.

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    Somos John e Elaine Cogavin e vive-mos na Irlanda com os nossos três filhos,de 25, 23 e 17 anos. Somos membros dasEquipas de Nossa-Senhora há 16 anos epertencemos à Equipa Responsável Inter-nacional desde o passado mês de Julho.Esperamos e rezamos para cumprir bem anossa tarefa ao serviço das Equipas, emespírito de amor e de verdade, dando omelhor de nós mesmos, deixando-nosconduzir pelo Espírito Santo.

    Esta nossa primeira carta endereçadaa todos vós no mundo inteiro inspira-seno tema de estudo actual «Ser casal cris-tão hoje no mundo». Este tema encoraja-nos a interrogarmo-nos sobre a maneirade ser pessoa humana e cristã. Pensamosque é importante reflectir no facto de que,pessoalmente, em certas ocasiões, nossentimos menos pessoa, enquanto nou-tras sentimos, experimentámos, o sofri-

    Caros amigos das Equipas,

    mento da exclusão, da solidão, do medoou de ser feridos.

    Voltando a esses momentos, lem-bramo-nos da ajuda, do apoio e do en-corajamento que nos foram dados por al-guém, atento, que foi capaz de nos envol-ver com a sua ternura e a seu carinhoquando nós mais necessitávamos. Tal ati-tude pôde manifestar-se sob a forma deum delicado contacto físico, de um olharde incentivo ou de um sorriso, de um ges-to de solidariedade em tempos de solidão.Tal compaixão tocou-nos e libertou-nosdo isolamento que sofríamos.

    Pensamos que essas pessoas foramimportantes nas nossas vidas. Transfor-maram os nossos temores, a nossa soli-dão, o nosso sentimento de estar perdi-dos num espaço de liberdade, de espe-rança, de reconhecimento pessoal. Tomá-mos então consciência do quanto cada

    Membros da Equipa Internacional

    Correio da ERICorreio da ERICorreio da ERICorreio da ERICorreio da ERI

    Carta de John e Elaine Cogavin

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    um de nós é chamado a realizar umamissão enquanto pessoa.

    O NOSSO DESAFIO

    Muito frequentemente, neste nossomundo perturbado, é por demais fácil nãoestar atento às rupturas, às feridas, à soli-dão que existem em volta de nós. O nossoprimeiro desafio é repararmos naquelesque mais necessidade têm de apoio. Estanecessidade pode estar muito perto denós, no nosso meio de relações, na nossafamília, no nosso local de trabalho, na nos-sa comunidade. Hoje, cada vez mais pes-soas sofrem de:

    - falta de confiança em si mesmas,

    - rupturas de relação e de divisão,

    - temor de perderem o seu trabalho oua sua situação,

    - doenças que as separam do viver emsociedade,

    - afastamento da Igreja, da Comunida-de, ou mesmo da sociedade.

    Jesus disse-nos no Sermão da Mon-tanha:

    «Fazei sempre aos outros o que gostaríeisque vos fizessem a vós » (Mt 7, 12)

    A NOSSA RESPOSTA

    Como poderemos responder a estassituações?

    Antes de mais, tomando consciênciadelas. Para tanto, temos que nos libertardas nossas preocupações do mundo, tor-

    nar-nos disponíveis para responder às ne-cessidades que descobrimos à nossa vol-ta, com doçura sentida e imaginativa. Comespírito de humildade, devemos apoiar eencorajar os outros a inventar a sua pró-pria liberdade e, ao mesmo tempo, cuidarde lhes deixar o espaço necessário paraque possam progredir nessa liberdade. Eraneste espírito que o Padre Caffarel evoca-va o dever de hospitalidade.

    O NOSSO GUIA

    Temos muitos modelos para este es-pírito de hospitalidade mas o maior é Je-sus ele mesmo, que no-lo ensina ao nívelmais alto. Jesus passou muito do seu tem-po na terra a ensinar-nos e a mostrar-nosa melhor maneira de tocar aqueles que en-contramos. Entre os exemplos contam-se:

    · Zaqueu, que queria pertencer-Lhe emodificar-se.

    A resposta de Jesus foi para ele umatomada de consciência, uma abertura, umchamamento, um convite e uma entrega.«O Filho do homem veio para procurare salvar aquele que estava perdido»(Lc 19, 10).

    · A mulher adúltera, culpada e ex-cluída.

    A resposta de Jesus foi criativa, ob-jectiva, sem condenar, de perdão e de re-conciliação.

    «Eu também não te condeno, vai empaz e não voltes a pecar» (Jo 8, 11).

    · Os leprosos, que por causa da doen-ça, eram marginalizados.

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    Jesus respondeu ao rejeitado comabertura e ao estrangeiro com disponibili-dade, atenção, força e afirmação.

    «Levanta-te e caminha, a tua fé tesalvou» (Lc 17, 19).

    · Maria e Marta, por ocasião da mortede seu irmão Lázaro.

    A resposta de Jesus foi tomada deconsciência, encorajamento, partilha, hu-manidade, atenção, esperança e profun-da compaixão.

    «Jesus chorou» (Jo 11, 36)

    Jesus respondeu a cada um de ummodo diferente. Mas o que transpareciapara todos era a sua tomada de consciên-cia, a abertura, o perdão, o espaço que eledeixava a cada um para se curar, o seuamor.

    A NOSSA MISSÃO

    Ao modo de Jesus, também nós pode-mos responder ao mundo em que vivemos.

    Como diz Henri Nouwen no seu livro«Nous atteindre»:

    « Do ponto de vista da espiritualidadecristã, é importante ter presente que cadahomem é chamado a ser remédio para osoutros».

    As Equipas de Nossa Senhora ajuda-ram-nos muito a desenvolver a nossaespiritualidade cristã ao longo dos anos.Hoje, a nossa equipa e o nosso tema «Serpessoa» e «Casal cristão no mundo» po-dem inspirar-nos no sentido de ir ao en-contro dos outros num espírito de amorrenovado. Deste modo poderemos vivera nossa missão de ser pessoa como diziano Antigo Testamento o inspirado pro-feta Miqueias:

    «O que Yaveh te pede é nada maisnada menos do que realizar a Justiça,amar a Bondade e caminhar humilde-mente com Deus » (Mi 6, 8).

    Que Deus vos abençoe.

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    Carta do Conselheiro Espiritual das ENS

    O nosso correio da ERI articula-se emtorno de assuntos que constituem o temaSer casal na Igreja e no mundo, cuja re-dacção se aproxima do fim.

    Centrado nesta perspectiva, escolhe-mos hoje o casal, sinal e presença con-creta do amor de Deus no mundo. Não éverdade que no centro da vocação  ouda missão  dos casais cristãos está o tes-temunho do amor de Deus?

    Ou será isto irrealista? Podemos inter-rogar-nos: neste nosso mundo inquieto,

    como reconhecer que Deus nos ama quan-do tantos hesitam ou vacilam na fé? Seráque Deus está presente? Estará Ele próxi-mo ou afastado? Ou, será que, pelo me-nos, Ele nos dá um sinal?

    No seu precioso livrinho Prier 15 joursavec Henri Caffarel, (cujas traduções nasvossas diferentes línguas se esperam para

    CASAIS, SINAL PARA O MUNDO

    Caros amigos das Equipas,

    breve), Jean Allemand reproduziu umapassagem maravilhosa em que o nossofundador, ao jeito do poeta francês Péguy,faz Deus falar sobre o sentido que deu àcriação do casal. Deus disse: «Então des-pertou em mim a necessidade de revelaro melhor de mim mesmo Eu te criei,casal humano, à minha imagem e seme-lhança surgindo o amor para reve-lar o meu Amor. Casal humano, minhatestemunha privilegiada» (Roma, 5 deMaio de 1970).

    Casais, no vosso amor, sois a imagemdo Deus que é Amor, revelais o Deus queé Ele mesmo dom mútuo, intercâmbio per-feito entre as Pessoas divinas.

    Imagem de Deus? Sinal de Deus? Tal-vez, quando tudo corre bem; e quandocorre mesmo mal? E quando o amor secansa, quando o amor está ferido? A ima-

    Tanto na felicidade como na provação,os casais são chamados a permanecer na Aliança,

    habitados pela presença fraternal de Cristo Salvador.

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    gem fica desfigurada, o sinal torna-seindecifrável. E o amor de Deus, será quedeixa de estar presente?

    Deixo responder a liturgia que se diri-ge a Deus, Pai santo, criador: «Como [ohomem] tinha perdido a tua amizade ...Tu vieste em ajuda de todos os homens ...multiplicaste as alianças com eles ... Tuamaste de tal maneira o mundo que nosenviaste o teu próprio Filho » (Oraçãoeucarística IV).

    E nós sabemos que o Filho se fez se-melhante a nós, não hesitou em fazer-seservo dos homens; aceitou a condição doservo que sofre, com a face desfigurada.Próximo de todos os feridos do amor e davida, não cessa de reconciliar, de oferecera Aliança de Deus com os homens. Mes-mo no sofrimento, mesmo nos momentosem que o pecado nos atinge, o casal con-tinua a ser chamado a viver esta Aliançade amor na qual Cristo se dá fielmente.

    Tanto na felicidade como na prova-ção, os casais são chamados a permane-cer na Aliança, habitados pela presençafraternal de Cristo Salvador. De facto, sãotanto mais sinais da Sua presença quantomais perseveram num amor fiel e fecundo,o amor de dois corações unidos no cora-ção de Deus.

    Nas nossas sociedades, às quais fal-tam tantas vezes as referências, ou, me-lhor, a esperança, vós, casais, tendes avocação de ser testemunhos das fontessempre vivificantes do vosso amor, de sersinais preciosos da imagem e da presençade Deus. Testemunhos dAquele que ape-la a que se dê a vida por aqueles que ama-mos, a amar como Ele nos ama. E isso épossível, porque o amor de Deus é desempre para sempre para os que guar-dam a sua Aliança (Salmo 103/102, 17).

    PADRE FRANÇOIS FLEISCHMANN

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    O Colégio Internacional de Houstonde Julho passado decidiu constituir, emtorno da equipa responsável internacio-nal, equipas encarregadas de trabalhar umponto particular da vida do nosso movi-mento a fim de melhor corresponder àspreocupações dos membros das equipase de fazer propostas de avaliação sobretemas escolhidos pela ERI em acordo como Colégio.

    Estas equipas, em número de 5, orien-tam a sua atenção sobre:

    * A pedagogia e a ética das equipas;

    * A formação;

    * A investigação e a reflexãosobre o casamento ea espiritualidade con-jugal;

    * A missão das equi-pas no mundo e a suadifusão;

    * A comunicação.

    As quatro primeiras equipas são coor-denadas por Carlo e Maria Carla Volpini,

    EQUIPAS SATÉLITES

    EQUIPAS NA POLÓNIA

    No decurso do último Verão, aquandode uma sessão em que participaram Gérarde Marie Christine de ROBERTY, respon-

    membros da ERI e a equipa comunicaçãoé coordenada pelo Secretariado Geral In-ternacional.

    Cada equipa é pilotada por um casalresponsável que pertença a um país nãorepresentado actualmente na equipa in-ternacional (Austrália, EUA, Espanha,Portugal e França para a comunicação).As equipas são constituídas por membrosdas diferentes Supra-Regiões, o que as-segura uma verdadeira internacionalidadenesta iniciativa.

    Todas estas equipasestão, desde 23 de Janeiro, data da reu-nião dos responsáveis, em condições detrabalhar sobre os assuntos que lhes fo-ram confiados.

    Notícias Internacionais

    sáveis da ERI, um grupo de casais pola-cos, interessados em desenvolver a espiri-tualidade conjugal no âmbito de um mo-

    SATÉLIT

    ESEQ

    UIP

    AS

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    vimento de leigos, encarou a possibilida-de de criar as Equipas de Nossa Senhorana Polónia. Neste país já existe o movi-

    mento «IgrejaDoméstica», largamenteinspirado na pedagogia e na Carta dasENS, mas cuja recente evolução deixoutotalmente de corresponder às intençõesdos seus fundadores. A seguir, reuni-

    ram-se mais de 150 pessoas num fim-de--semana de formação e daí nasceram 12equipas.

    No mês de Maio, Jean-Louis e Pris-cilla Simonis, membros da ERI, respon-sáveis da zona da Europa Central vão àPolónia para participar na animação daprimeira sessão de formação sobre otema da pilotagem das equipas.

    Saudamos muito particularmente o di-namismo dos nossos irmãos e irmãs po-lacos que actuam num contexto difícil.

    Rezamos pelos bons resultados dasua iniciativa.

    O seu endereço internet é:

    www.end.win.pl

    MARIE-CHRISTINE E GÉRARD DE ROBERTY

    POLÓNIA

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    Quando o Amor misericordioso nosinstrui, descobrimos, não apenas a ver-dade do nada da criatura, mas também oencanto dessa pobreza, e começamos asaborear a doçura de não ser nada: «É tãobom, diz Teresa de Lisieux, sentirmo-nosfracos e pequenos». É o nossovazio que nos torna capazes desermos invadidos pela torrentedo amor divino.

    Trata-se de uma linguagemtradicional na Igreja e sobretu-do em S. Paulo, que nos fala da«ciência que nos ensina a ale-grarmo-nos nas nossas enfermi-dades».

    Estamos também em plenocoração da mensagem evan-gélica das Bem-aventuranças:«Bem-aventurados os pobresde espirito porque deles é o Rei-no dos Céus». Está tudo noEvangelho: a humildade, a po-breza, a mansidão e o espiritode infância.

    Poucos homens aceitam en-carar a sua miséria como uma pé-rola preciosa difícil de encontrare digna de ser apaixonadamen-te procurada. A nossa tendência natural éa de fugir dessa miséria ou desculpá-la,

    fuga essa que não implica o desejo de delanos libertarmos, mas antes a recusa obs-cura e feroz de dela tomar consciência ede com ela nos confrontarmos.

    Na vida espiritual, uma só coisa é detemer: a falta de confiança em Deus. Fica-

    Arco-írisArco-írisArco-írisArco-írisArco-íris A CONFIANÇAE NADA MAIS

    DO QUE A CONFIANÇA

    mos tantas vezes desolados com as nos-sas fraquezas, que nos humilham. Há fra-

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    quezas que fazem Deus sorrir e que não Oofendem. São misérias para a misericór-dia de Deus como o grão é feito para omoinho.

    Queremos saber o que vale a nossaconfiança? Perguntemos a nós mesmos:se uma manhã acordássemos com o co-ração carregado comtodos os pecados pos-síveis, teríamos con-fiança bastante para ir-mos lançar-nos aos pésde Jesus e pedir-Lhe hu-mildemente perdão?

    É a confiança e nadamais que a confiança que deve levar-nosa Deus. É próprio da confiança não se apoi-ar em mais nada senão no amor e na mise-ricórdia. Enquanto procurarmos a Deuspor outra coisa que não seja só a confian-ça, deixamos de fazer dEle o nosso únicoapoio. Em certos dias, em vez de fazermosactos de confiança, seria muito melhor fa-zermos actos de não-confiança e de não-amor: «Meu Deus, não tenho bastanteconfiança em vós, não Vos amo. Aumentaia minha fé e o meu amor!»

    O homem que tem confiança parece-se com a Virgem Maria. Ela não compre-ende (Lc 1, 34), mas sabe que «a Deusnada é impossível» (Lc 1, 37). Então, Eladeixa de olhar para si mesma para fixar oseu olhar apenas em Deus. Ela pertenceverdadeiramente a essa grande grupo detestemunhas da fé descrito nos capítulos11 e 12 da epístola aos Hebreus: eles dei-xam uma pátria bem conhecida para se

    dirigirem para uma terra desconhecida,porque têm os olhos sempre fixos em Je-sus, a testemunha da fé (Hb 12, 2). A suaúnica bússola é a Palavra de Deus.

    Pode ser «evidente» para Maria queestão fechadas e bloqueadas todas assaídas humanas, mas Ela confiará sempre

    Assim a nossa confiançadeve abandonar

    todos os seus apoios humanospara se enraizar em Jesus,

    nosso único rochedo.

    na «evidência» de Deus, Senhor do im-possível. Por isso é que Ela pode avan-çar, mesmo por um caminho humanamen-te bloqueado: tudo é possível para aqueleque crê, dirá Jesus ao pai do menino pos-sesso (cf. Mc 9, 23).

    Assim a nossa confiança deve aban-donar todos os seus apoios humanos parase enraizar em Jesus, nosso único roche-do. Todas os males espirituais provêm denos apoiarmos em qualquer outra coisa. Eé por isso que o Espirito Santo nos tira,um a um, todos os apoios humanos e asnossas seguranças, para nos ensinar averdadeira confiança. O homem apoia-seinstintivamente naquilo que vê ou sente,e Deus, então, entra em acção para nosensinar a ciência do «Nada». Não tendomais nada a que nos agarrar, somos obri-gados a mergulhar apenas em Deus.

    Esta doutrina da confiança vale so-bretudo para a nossa busca de Deus. Que-

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    remos provar-Lhe o nosso amor e entãotomamos, como S. Pedro, grandes resolu-ções ditadas pela generosidade. Prome-temos a Deus dar a vida por Ele. Sem osabermos, damos uma oportunidade a Sa-tanás (cf. Lc 22, 31), porque contamos ain-da muito com as nossas forças. QuandoJesus diz a Pedro: «Eu orei para que a tuafé não desfaleça», é exactamente isso quelhe quer dar a entender: não se devem fa-zer promessas baseadas apenas na ge-nerosidade.

    No dia em que compreendermos istodescobriremos a ciência e o poder da ora-ção e, em vez de tomarmos resoluções,transformá-las-emos em oração. Em vezde dizermos: «Meu Deus, quero fazer»,diremos: «Meu Deus, ensina-me a fazer».

    Se, em vez de dizer vou dar a vida porTi, o pobre Pedro tivesse dito a Cristo:Tu bem sabes que sou incapaz de dar aminha vida, vem em minha ajuda, teriacertamente vencido aquela tentação. De-veríamos poder dizer: «A confiança, nada

    mais que a confiança, nos conduzirá aoAmor».

    Tudo se decide para nós, diz o PadreMolinié, no jogo entre a Misericórdia e aConfiança. Não há mais problemas, difi-culdades, ou erros na nossa vida. Abso-lutamente mais nenhuns.

    Temos de aprender a exercitar-nos noamor e na confiança. Não há nada de maissimples do que termos confiança, pois tra-ta-se apenas de nos abandonarmos aDeus tal como uma criança se abandona,mas é, ao mesmo tempo, muito complica-do e difícil, por ausência de hábito. Falta-nos capacidade de adesão permanente aopensamento de Deus.

    Não me admiro nada de que a práticada familiaridade com Jesus pareça umpouco difícil de realizar. Mas tenho a cer-teza que, como Santo Agostinho, direis:«O amor é a força que me conduz».

    PADRE NUNO WESTWOOD

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    INTRODUÇÃO

    Pedimo-vos que aceitem reflectir unsminutos, connosco, sobre o quê e quemfaz andar o nosso Movimento e como éque o processo se desenvolve. Claro quetodos temos ideias sobre este assunto. Oproblema é que poucos nos debruçamossobre ele e ainda menos temos tempo oupachorra para o fazer. O corre-corre do diaa dia não nos deixa, normalmente, oca-sião para grandes reflexões. É por isso queestes encontros são importantes. Para-mos, descontraímos, esticamos as pernas,pensamos um pouco.

    Como é que o Movimento se mexe,cresce e resiste? Automaticamente, nãoé. Vamos todos os meses à nossa reuniãode equipa. Mais contentes ou menos con-tentes, saímos de lá enriquecidos. Senãoporque é que continuamos a ir? Alguémimaginou o esquema, alguém o testou paraque dele tirássemos benefício, alguém nosarranjou uns temas para conversarmos emcasal, alguém andou ajudando esta equi-pa e outras a que não se sentissem isola-das, perdidas ou enfraquecidas, alguémreuniu informação sobre a vida das equi-pas que caminham, melhor ou pior, paraajudar outras a crescer, alguém juntou

    QUE FAZ ANDARO MOVIMENTO?

    Digam Vocês

    ...

    casais interessados em formar novas equi-pas, alguém os acompanhou enquantoderam os primeiros passos e mais unsalguéns podíamos encontrar se o nossofim fosse esse.

    Chega para percebermos que muita emuita gente faz o que pode para que aminha equipa funcione, a minha pessoacresça humanamente, o meu casal adqui-ra uma dimensão espiritual que o ampareno caminho da salvação, a minha famíliaseja mais feliz e os meus amigos se entu-siasmem. Evidentemente que há falhas.Muitas falhas. Só não falha quem não fazcoisa nenhuma.

    Nenhum de nós é profissional destascoisas e todos nada sabemos até ao diaem que temos que fazer alguma coisa.Eventualmente até ao dia seguinte e mes-mo até ao dia seguinte ao seguinte. Háuns que aceitam desinstalar-se, abrandarou eliminar afazeres e lazeres, assumiremcompromissos bem fatigantes, por vezesignorados, por vezes mal compreendidos,por vezes criticados. Dão gratuitamente,num gesto bom. E eu? Não posso?..., nãofoi razão para eles; Não sei?..., tambémnão; Aborrece-me ir?..., também não foi e,

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    às vezes, até aborrece mesmo. Mas vão,porque respeitam o esforço dos outros.Embirro com compromissos? Eles também.Hoje em dia, que será que se passa, quemnão embirra com compromissos?

    Deu-me para procurar santificar-me emcasal. Podia ter decicido doutra maneira.Onde fui buscar o direito de me instalarcomo espectador do labor dos outros?

    A lei do menor esforço persegue-nosa todos. É uma lei universal. Amai osoutros como a vós mesmos é que aindanão é, infelizmente, uma lei universal. En-quanto uma é fácil mas nos puxa, diga-mos, para baixo, a outra é difícil, muitodifícil, mas puxa-nos, digamos, para cima.Foi isso que Cristo nos ordenou. É nissoque nós, cristãos, temos que trabalhar.Trabalhar e ser bons.

    Parecemos a gota de água impedidade libertar o seu conteúdo à custa de ten-sões interiores. Uma grande estabilidade

    impede esta gota de se abrir para o exteri-or, tornando-a num mini mundo sem ca-lor. Experimentar medo perante a vida e osoutros, faz contrair a gota, desaparecer aespontaneidade, a sua energia autênticae as suas riquezas.

    Só o amor, e sempre o amor, nos liber-ta. Mas o amor não é, muitas vezes, maisdo que um pseudo amor, devido a pseudopersonalidades. O amor que não age, quenão se compromete, não passa dum sen-timento epidérmico, talvez bonito, talvezinútil. Que têm eles para disponibilizar queeu não tenho? Porque é que eu não sei,não posso, não participo, aborrece-mecomparecer e não me comprometo?

    Aqui está o desafio. Vamos lá ver se,juntos, descobrimos. Vamos examinarquatro das virtudes que nos obrigam ouajudam a conhecermo-nos, a agradecer, aagir e a dar.

    A primeira virtude será a

    Virtude pequenina, que não sabe di-zer mais nada de si senão que ela mesmaduvida de que seja uma virtude. Foi Deusque nos deu a maior lição de humildadeEle, que sendo tudo fez-se nada, sendo omaior se fez o mais pequeno, sendo Se-nhor quis nascer servo.

    A humildade permite-me que eu tenhaconsciência dos meus limites sem me le-var a desprezar-me. Permite-me enfrentara minha verdade. Em vez de ignorância doque eu sou, é conhecimento e aceitaçãodo que não sou. Torna-me capaz de meaceitar, o que precisa do coragem e dis-

    CONHECER-ME

    HUMILDADE

    I

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    pensa tristezas e depressões. É mais amorda verdade acerca de mim mesmo do queamor de mim mesmo. A humildade é umsaber que não legitima a falsa humildadeque falta ao dever de respeitar em mim adignidade do homem.

    Dizia Santo Agostinho que onde háhumildade há caridade, certamente por-que ela conduz ao amor, evitando que euocupe todo o espaço disponível. É o es-forço do eu que tenta libertar-se de simesmo reconhecendo objectivamente quese não é capaz de tudo é capaz de muitascoisas. É um libertar-se para o que é preci-so sem cobrar nada por isso. O que leva àcaridade e também à gratuidade.

    A humildade não tem jeito de expor-se. É uma virtude escondida. É um se eupuder antes de um não sou capaz,murmurado no íntimo de mim mesmo. Éum gesto em direcção ao outro antes de

    ser uma recusa. Tudo o que eu puder, sepuder o que revela generosidade, antesde um não pensem, eu não posso, oque revela medo ou falta de confiança,comodismo, mau feitio ou egoísmo, e éuma mentira. Eu posso e sei alguma coisa.Recebi talentos. Todos nós os recebemos.Que fiz eu aos meus talentos? Enterrei-oscom medo do rigor do senhor? E que vaiele fazer quando regressar e me pedir con-tas? Será que não penso nisso? Será quenão me assusta, isto?

    Porventura nego-me muitas vezes,pura e simplesmente, quando me pedemque preste um serviço ao Movimento.Porquê? Será por humildade mal compre-endida ou por incapacidade de me afirmare de fazer seja o que for?... Digam-me lávocês, por favor...

    Agora a segunda virtude, a que per-mite o reconhecimento:

    A gratidão é uma virtude agradávelembora não tenha nada de fácil. Se fossefácil faltar-lhe-íamos tantas vezes? Todosgostamos de receber. Isso lisonjeia-nos.Para muitos, a resposta de gratidão é ime-diata e espontânea. Para outros, vem tra-balhada com o passar do tempo e adqui-re, por vezes, um sabor mais profundo.

    A gratidão traduz-se por um gesto ouuma acção em favor de quem a suscita.Agradecer é dar em troca, recusando guar-dar para mim o prazer ou o benefício quete devo. Sou ingrato se recuso ao outroesse eco, esse amor de volta, que guardopara minha satisfação. Retenho-o e, porisso, sou egoísta. O ingrato é egoísta e o

    RECONHECIMENTO

    GRATIDÃO

    II

  • 16

    egoísta é ingrato porque não gosta de dar,não porque não goste de receber. Não soucapaz de reconhecer o que devo ao outroe não gosto de partilhar a alegria do domque me foi feito. A ingratidão atesta a mi-nha mediocridade.

    Há humildade na gratidão e, porque ahumildade é difícil, a gratidão é difícil tam-bém. Ninguém, quando dá, tem o direitode exigir gratidão. Mas há a alegria de dara quem me deu, o que alimenta a minhagenerosidade que, por sua vez, alimenta agratidão que vê no outro a causa da mi-nha alegria. É reconhecimento do amor dooutro e não amor de mim, como acontecese for orgulhoso e egoísta (A ingratidão émá e a gratidão é boa e torna-me bom).

    A gratidão é o segredo da amizade.Não porque eu seja um devedor crónico

    em relação ao meu amigo. O que é meu édele e vice-versa; não lhe posso dar nada.A amizade reside na abundância da ale-gria comum, na alegria recíproca, na ale-gria partilhada. É o empréstimo que faz adívida, não o dom. O dom não exige nada,nem gratidão. Não sou causa de mim mes-mo. A minha vida é um dom. Seria eu, al-guma vez, capaz de pagar uma dívida des-tas? A gratidão não paga dívidas. A grati-dão retribui amor, por muito pouco queeu seja capaz de o sentir e de o manifestar.Amor com amor se paga.

    Dou algo ao Movimento em troca detanto que ele me dá? Ou nunca posso, nãoouso, não reconheço ... e quedo-me na me-diocridade? Digam-me vocês, por favor ...

    A terceira virtude é a que me permiteousar

    De todas as virtudes a coragem é, secalhar, a mais admirada. O seu prestígionão depende das sociedades, nem dasépocas, nem das modas. Depende ape-nas dos indivíduos.

    Tem ainda a particularidade de poderser comum aos bandidos e aos grandeshomens. Quem nega que há coragem noterrorista que sacrifica a sua vida por umaideia de felicidade neste mundo ou nooutro, enquanto sacrifica, com a sua, cen-

    OUSAR

    CORAGEM

    tenas de vidas inocentes? Ou naquelesque assaltam um banco, o que envolvemedo e perigo? Não deixam de ser assas-sinos e ladrões, interesseiros e egoístas.Coragem egoísta é egoísmo. Coragem de-sinteressada é heroísmo.

    A coragem supõe sempre o medo ecorajoso é aquele que, por muito medoque sinta, é capaz de o ultrapassar poruma vontade mais forte e mais generosa.O perigo a enfrentar não reside no traba-

    III

  • 17

    lho, no contratempo ou no risco, nem nomedo, nem na fadiga. O perigo reside nadificuldade em vencer «o impulso primá-rio do animal que eu sou e que prefere orepouso, o prazer e a ignorância, ao esfor-ço necessário para durar e para suportar,para viver e para morrer, para resistir, parasaber, para combater, para perseverar».

    A coragem só se torna uma virtudequando está ao serviço duma causa ge-nerosa. Coragem pela coragem é vaidade,ou loucura, ou temeridade e, não poucasvezes, uma infantilidade. Nesse caso nãoé uma virtude e pode fazer bastante mal.

    Exige o conhecimento de que o desa-fio que vou enfrentar é difícil. Senão, paraque precisaria de coragem? Viver a minhavida exige coragem na medida em que meesforço por romper esta tensão que sou.Tem a ver com o presente que eu faço,com a vontade que faz com que ele acon-teça, e não com o ficar comodamente àespera de que, finalmente um dia, acon-teça. O esperar que toda a gente tenha umemprego não faz acabar com o desempre-

    go. Só os moles, os preguiçosos e os co-bardes se contentam em esperar.

    O contrário da coragem é, na verdade,a cobardia, a preguiça e a moleza. Acobardia não está apenas na fuga ao pe-rigo. Está também no deixa andar, noMaria não te rales, no ficar na esperan-ça de que haja alguém que resolva o pro-blema sem mim e sem me maçar muito.

    A coragem é uma força de alma queobriga ao respeito. O justo não seria ca-paz de combater a injustiça se não tivesseprudência. Mas, sem coragem, não ousa-ria nem tentá-lo. Sem prudência as virtu-des seriam cegas mas, sem coragem, se-riam vãs.

    Este meu jeito de não saber, não po-der, não aparecer, não me comprometer,não servir, é o quê? Comodismo? Falta decoragem? E se todos os outros fossemassim? Francamente, não sei ... Digam-melá vocês, por favor ...

    Agora a generosidade que é, com oamor de quem ela é prima direita, a estrelade todas as virtudes

    A generosidade é a virtude do dom.Não consiste em dar o seu a seu dono,nem em atribuir a cada um o que lhe édevido. Isso é justiça, não é generosidade.

    Consiste em lhe oferecer o que não é delemas é meu e lhe faz falta. É agir de acordocom as exigências do amor, da moral e dasolidariedade.

    AMAR

    GENEROSID

    ADE

    IV

  • 18

    Solidariedade é pertencer a um mes-mo grupo e partilhar uma mesma história.Pode motivar e reforçar a generosidademas só é verdadeiramente generosa se forcapaz de ir para lá do interesse. Combatera fome para salvar a paz é também o nos-so interesse e somos hipócritas se pre-tendemos o contrário. Muitos gestos apa-rentemente generosos são apenas o pre-ço que estamos dispostos a pagar pelonosso conforto moral ou pela nossa limi-tada boa consciência. Só sou verdadeira-mente generoso quando amo e traduzoesse amor por actos concretos. Quandoconsigo calar o eu egoista e me distan-cio de mim.

    A generosidade nasce onde o amorfaz defeito. Amar sem dar é praticamenteimpossível mas só sou capaz de dar semamar se for verdadeiramente generoso. Nafalta de amor é a generosidade que meconvida a dar, mesmo àqueles que eu nãoamo. Eu não amo quem quero. Amo quemsou capaz de amar. Não mando, portanto,no amor mas na generosidade mando:basta querer. Por isso ela é uma virtude.

    Dar, quando se ama, é prova de gene-rosidade ou de amor? Cristo era genero-so? É essa a palavra que convém? O quefaço pelos meus filhos, faço-o por gene-rosidade ou por amor?. É egoísmo, gene-rosidade ou amor? A felicidade deles é aminha felicidade mas não deixa de ser adeles também. O bem deles é o meu bem.Será egoísmo, generosidade ou amor?Será que isso interessa?. Quando há amor,o amor basta.

    Dar não é quantificável nem pretendeser. O dom vive de si mesmo sem exigirnada em troca. É amor em pura perda, umganhar em perder. Não tem preço, não nosentido de que é demasiado valioso paralho ser atribuído, mas no sentido de quequalquer retribuição está totalmente forade questão. É gratuito e por isso é dom,gesto puro e desinteressado. Se for re-munerado, seja qual for a remuneração,não é dom, é transacção. Tem ainda a vercom a liberdade e é domínio de si. Porqueeu só posso dar aquilo que tenho, com acondição de não me deixar possuir porisso.

    Se o amor estivesse presente, comba-teria o ódio, a cólera, o desprezo, a inveja,a doença, o desânimo, a dificuldade. Nãoestando, a generosidade fá-lo-á. Por issotemos necessidade de generosidade. Naverdade, eu amo o amor mas não sei amar.Amo recuando, evitando, defendendo-me,negando, cobrando. Se pudesse amar opróximo como a mim mesmo, que necessi-dade teria eu de generosidade? Se amas-se como a mim mesmo este estrangeiroque sofre ou este miserável que tem fome,recusar-lhe-ia o socorro que ele me pede?Se o amasse como a mim mesmo, que fa-ria eu?

    O Senhor chama-me através do Movi-mento. Se o meu ouvido desatento O ti-vesse ouvido sempre que Ele me chamou,alguma vez lhe teria respondido simplese prontamente como Samuel Aqui es-tou, Senhor?... Ora digam-me vocês, porfavor ...

  • 19

    CONCLUSÃO

    Este Movimento que é o nosso, tratade amor e vive de amor. Amor em casal,amor em família, amor ao próximo, porquenão amor ao inimigo, amor a Deus. Dá-medo amor com que todos o amamos. Parachegar em bem ao seu destino, como sefosse um comboio em que embarcámos,consome do combustível que eu ajudei aamontoar. Como me atrevo a ir sentado,comodamente observando a paisagem, senão amontoo nada e faço a todos correr orisco de ficarem pelo caminho? Não terei,realmente, nada para dar? No fim destapequena reflexão não há humildade queme deixe acreditar nisso. Com alguma coi-sa hei-de poder contribuir para que o com-boio ande. Não tenho para dar o mesmoque outros têm. Mas tanta falta faz o pou-co que eu não dou como o pouco que éda conta doutros dar.

    A minha vida só tem sentido quandoposta ao serviço doutra coisa ou doutroalguém, uma causa, uma verdade, um pro-jecto, as pessoas que amo. Não é um enig-ma que preciso de resolver ou uma corri-da que tenho que ganhar. É uma aventu-ra, um risco, um esforço. Só o amor lhe dásentido. Mas o amor é um sentimento queestabelece um compromisso entre mim eaquilo ou aquele que amo. Ou então é umestado de alma, muito bonito, muito tran-quilo, muito inútil e mais nada.

    «O homem é um ser extraordinário masnão é imortal, nem todo-poderoso, nãocriou o mundo, não se criou a si mesmo,não conhece o princípio nem o fim das

    coisas, não é infinito e raramente será ca-paz dum amor verdadeiramente desinte-ressado. Pode ser grandioso mas não éDeus». Criado à Sua imagem, marcadopelo ferro do Criador, tende a amar al-guém ou alguma coisa. E corre. Pode cor-rer atrás do dinheiro, ou do poder, ou dasabedoria, ou da glória, ou do sexo, ou dajuventude, ou da beleza, mas corre e nãocorreria se não amasse coisa nenhuma. Anossa felicidade depende daquilo atrás deque corremos.

    Quanto mais próximo estou da máqui-na, embrulhado na ideologia que me do-mina, apanhado nos condicionalismossociais que me asfixiam, dedicado a correre a não pensar, sem me preocupar em in-terromper este ciclo, menos surpreendo,menos entro em comunicação com os ou-tros, menos disponível me acho, mais a fa-diga me governa, menos liberdade tenho.

    Obviamente, o Movimento, que exis-te para nós, não vive sem nós. Não quei-ramos tirar dele aquilo que nos recusá-mos a dar-lhe. A vida entregue daquelesque o vão fazendo viver e crescer, precisade outros horizontes onde se irá renovar.Quem fica? Ficamos nós: é agora a nossavez.

    Pertencer ao Movimento, como vi-mos, exige

    GENEROSIDADE que é a de-cisão de nos darmos gratuitamente,

    CORAGEM que nos convida aousar,

  • 20

    GRATIDÃO que nos desafia aretribuir o amor que nos dá,

    HUMILDADE para reconhecer-mos que, por muito pouco que seja, te-mos sempre algo para dar.

    Interrogamo-nos sobre o que é preci-so fazer? Perguntemo-nos antes o quefaríamos se agíssemos só por amor e seeste amor envolvesse todos os outros.Agir exige esforço mas é a lei. Não pode-mos viver tranquilamente na paz da nos-sa reunião de equipa enquanto outros tra-balham. Donde me vem o direito de exigir,de refilar, ou mesmo de esperar seja o que

    for, se me situo no Movimento apenaspara olhar, para receber, quando não parame queixar?

    Vamos todos fazer o comboio andar?...Digam-me vocês!

    Coimbra, Abril 2002.

    Fontes:

    A Igreja voltada para o homem - Joaquim G. Piepke.

    Psycologie et liberté intérieur - Pierre Daco.

    La sagesse des modernes - A. C. S. et Luc Ferry.

    Petit traité des grandes vertus - A. Comte-Sponville.

    HELENA E JORGE FONTAÍNHAS

    Digam Vocês

    ...

  • 21

    Jaipur é uma cidade belíssima, capitaldo Rajistão, um dos maiores estados daÍndia. É a cidade cor de rosa, num extremoduma enorme planície, árida e quente.Rosa porque a cidade velha, traçada arégua e esquadro, é pintada a ocre rosado,tanto as muralhas que a cercam como asgrandes ruas que a cruzam. Os Marajásque a governaram vêm de uma dinastiainiciada no século XII. Deram-lhe poder,defenderam-na do islamismo, desde osMamelucos aos Mogóis, fizeram dela umacidade hindu tradicional, aberta, livre,artística, comerciante e até rica numa terrade quase deserto.

    Na moderna Índia, os marajás perde-ram o poder, ficaram os palácios e as tra-dições. Palácios soberbos, com salas aber-tas à brisa, fresquinhas de saber bem, commármores e murais fantásticos. Tradiçõesde festas, de vestir, de conviver, de comer-

    ciar, de trabalhar o mármore e os metais,de ser hindu. Sobretudo, ficou a cidaderosa, onde todas as ruas e ruelas são umbazar, o movimento só pára pela noite, abarulheira das vozes e das buzinas é en-surdecedora, os cheiros são fortes e semisturam, as cores dos saris, das kur-das, das camisas, dos lenços, dos tur-bantes se quadram com o verde das árvo-res e o rosa das casas. Todas as portassão lojas, todas as janelas são rendilhadasem pedra ou estuque, para ver e não servisto.

    Em qualquer das avenidas passa umtrânsito frenético que, a certas horas, qua-se não move. Os passeios não são paracaminhar mas para comerciar, vender oucomprar, reparar seja o que for. Vai tudo

    JAIPUR

    INTERPELAÇÕESDO LUGAR

  • 22

    pela rua, onde mal cabem dois carros, emcompetição quase feroz. Um jeep com boabuzina e atrevimento consegue empurrartudo o resto. Os automóveis manobrambuzinando e furando por entre o que en-

    contram. As motorizadas e lambretas es-gueiram-se como podem para ocupar oespaço dos carros ou para retirar espaçoaos outros. Os táxis triciclos escapam-sesaracoteando com ligeireza. As bicicletasprocuram espaços e, sobretudo, que osoutros os não derrubem. Os riquexós apedal lutam por levar a bom porto os clien-tes, mas só raramente conseguem campoaberto para correr. As carroças ocupam oúltimo espaço da rua, umas puxadas porcavalo, em trote curto quando há espaço,outras a dorso de camelo, em passo certoe altaneiro, outras ainda puxadas por va-cas, essas pachorrentas e vagarosas mes-mo. E no meio de tudo, mais para a berma,claro, os peões. Nas horas de maior movi-mento, ai de quem seja velho ou estropia-do e queira atravessar a rua!. E isto tudofaz-se sem insultos, sem gestos desagra-dáveis, só com barulho e agitação.

    Que contraste entre esta cidade, exó-tica e bela, e as nossas! Esta balbúrdiadesapareceu, tudo tende a ser organizado,nas ruas comerciais não vai havendo

    trânsito, já não há burros nem carroças,substituímos mercados e feiras por cen-tros comerciais onde tudo, tudo, é orga-nizado. Só temos os engarrafamentos eestes resolvem-se, para além da paciência,

    com uma boa dose de agressividade, api-tadelas e insultos. Não, não é disto queestamos a falar.

    Se repararmos bem, a rua de Jaipur fun-ciona, organiza-se como a sociedade, no-meadamente a nossa. Quem tem poder,seja de que tipo for, exerce-o como pode,se necessário contra os outros que lhesejam mais fracos. Quem tem algum po-der, procura mais espaço, até o espaçodos outros que são mais poderosos e, senão consegue, recua mas retorna. Quemnão tem meios para vencer os que lhe es-tão acima vai-se mantendo e espreitaoportunidades mas não deixa que os ou-tros lhe roubem o espaço que tem. Os quenão podem, não sabem, ou não querem,deixam-se ir como os das carroças. Os maisfracos, como os peões, seguem por ondeos deixam ir. E os fracos, mesmo fracos, láse resignam a ser marginais. Não há baru-lho, mas há agressividade, salve-se quempuder, primeiro eu e depois ainda eu!

    E, naquele tráfego desordenado masque segue a ordem das coisas, onde es-

    Será que o bom samaritanoé só aquele que encontra o ferido à beira do caminho

    e não é também aquele que procura uma ordem mais justapara a sociedade, restrita ou alargada, em que se insere?

  • 23

    tão as mulheres? Primeiro como peões,dando cor à policromia da rua mas sofren-do os empurrões de quem lhes passa aolado. Depois, transportadas nos riquexósou nos triciclos a motor. Não sofrem oesforço de conquistar o espaço, mas par-tilham o risco dos encontrões mais fortes.Muitas vezes, como passageiras das mo-torizadas, sentadas de lado, à amazona,expostas aos choques e às quedas. Algu-mas vezes, abandonando a tradição, ves-tidas à ocidental, jeans e blusa, umas tan-tas moças novas lá se vão esgueirandonas suas motorizadas. Outras vezes, se avida lhes sorri, lá são passageiras dosautomóveis e jeeps, partilhando o poderde quem as conduz.

    Também, de certo modo, é assim quea mulher se situa na sociedade, tambémna nossa e certamente em muitas outras.A mulher que é reduzida a ser fraca, a serdominada, a ser guiada, a ser acompanha-da, a ser acompanhante. Quantas vezesnão consegue afirmar-se senão rejeitandoos costumes, tornando-se agressiva,quase masculina, porque os quadros queas sociedades lhe reservam não são feitospara ela ter um papel mais activamenteimportante e responsável apesar de lhes

    exigir desempenhos com quanta impor-tância e responsabilidade!

    Pois é, será que nos apercebemos daforma como funciona a sociedade queintegramos? Não é assim tão mau, dirãoalguns, que a democracia e a justiça so-cial até vão indo bem, ou, pelo menos,melhor do que antigamente. A mulher atéé igual ao homem, mesmo com as dife-renças que têm que existir, dirão outros.Mas será que nos apercebemos que há,de facto, um respeito limitado pelos direi-tos dos outros? Será que nós mesmos nãoentramos no jogo do empurrão e do em-purra? Será que não podemos fazer nadapar tornar a sociedade mais justa, menosagressiva, menos marginalizante? Será queo bom samaritano é só aquele que en-contra o ferido à beira do caminho e não étambém aquele que procura uma ordemmais justa para a sociedade, restrita oualargada, em que se insere?

    E em casa, na família, como é? Ninguémempurra ninguém? Ninguém empurra tra-balho para os outros? Não há peões nemquem espere na berma?

    LUÍSA E LUÍS SANTOS PEREIRA

  • 24

    A Igreja é peregrina no tempo históri-co, vai a caminho do Reino de que é, parao Mundo, sacramento, sinal ou instru-mento (LG 1), na fidelidade à Boa Nova deJesus e à inspiração do seu Espírito.

    Vai a caminho, isto é, a meta da Igrejaé o Reino de Deus. Por isso, nada nela édefinitivo, ela própria Igreja o não é poisque é apenas um sinal e instrumento doReino. Alcançado este, deixa de ser ne-cessário o instrumento da sua constru-ção, a Igreja, tal como, quando a casa estáacabada e pronta, se desmonta a cofragemque foi necessária para a levantar.

    Em duas fases, uma mão cheia de ima-gens ou figuras da igreja, também de ca-tegorias teológicas, que o Vaticano II in-clui na Lumen Gentium.

    Em vez de definir, o Concílio tentou irlá por aproximações, por metáforas da nos-sa cultura e da nossa antropologia. A Igrejaé peregrina, um povo a caminho no tempoe na história, sempre em processo, nãodescurando a sua tradição acumulada masperseguindo sempre a sua utopia.

    Por tudo isto, a Igreja caracteriza-sepor uma profunda relatividade e umagrande relacionalidade; ela tem a ver come não se entende sem Cristo, o Reino e oMundo.

    Por outro lado, a Igreja é um Povo.Esta imagem foi a grande novidade conci-liar. O recuperado conceito de povo deve-mo-lo aos românticos. A antiguidade jáfalava dele. Mesmo assim entendo-o demodo muito diferente daquele que, na se-quência da Revolução Francesa e seusdireitos, os românticos começaram a liber-tar. Ao longo de toda a Idade Média emesmo Moderna, a sociedade europeiatinha sido integrada por desiguais: clero,nobreza e povo. Também se diziam osoratores (os que rezavam), os bellatores(os que faziam a guerra) e os laboratores(os que assumiam o trabalho). Onde esta-va o povo, quem era o povo? Povo eraapenas a plebs, oposta aos superiores.

    O romantismo começou repito aperceber que não podia continuar a serassim. Povo eram todos, não diferentesmas iguais, e subsidiários, como se for-mularia mais tarde. Exactamente porquenão eram iguais, social, política e econo-micamente, acontecera a Revolução Fran-cesa. Mas com o romantismo começou air-se muito mais fundo: Povo é sobretudoum organismo vivo, que tem vida, queproduz cultura.

    «O povo, em qualquer momento ouem qualquer lugar, equivale ao produto eprocesso dos indivíduos que constituem

    TemasTemasTemasTemasTemas

    SOMO

    S UM P

    OVO A

    CAMIN

    HO

    DESAFIOSÀ IGREJA DE HOJE

    À LUZ DO VATICANO II

  • 25

    a população ou a gente nas interacçõesassociativas individuais e nas interacçõesentre o seu meio regional e físico e o seudesenvolvimento cultural. Assim, comosuporte da cultura, o povo representa umtermo geral que se aplica à maneira de es-tar no mundo de urna população em qual-quer hora e em qualquer momento, manei-ra de estar no mundo esta que não deixade condicionar a evolução da mesma cul-tura».

    Não vou agora fazer a história desteconceito. Começou então o interesse portudo o que é popular: a etnografia, a an-tropologia, as festas e os costumes, a culi-nária e o adagiário, as lendas, os roman-ces, os ritos mais ou menos religiosos ouaté supersticiosos, a música e a dança, etodo um conjunto de manifestações a quepoderia chamar folclóricas, Almeida Gar-ret e o seu Romanceiro, etc. E aquilo queao Povo, isto é, a todos se pegava come-çou a ser conquistado taco a taco, foi aconquista.

    Passou isto para a eclesiologia? Foitudo muito difícil. Até então, a principalimagem que servia para dizer a Igreja erade rebanho. Jesus era o Bom Pastor quetinha seus delegados (Papa, Bispos ePresbíteros) e a Igreja o seu rebanho.Isto tem um perfume bíblico, é verdade.Só que, a tudo isto, se deu uma interpre-tação não bíblica. A imagem do Bom Pas-tor de S. João tem o seu acento no cuida-do do pastor pelas ovelhas; não diz queos seguidores de Jesus são ovelhas, mui-to menos um rebanho. Porque um reba-nho é sempre uma grande carneirada! De

    resto, nem o Pastor faz parte do rebanho,em-bora o rebanho não possa andar poraí sem pastor, tresmalhava-se tudo. Hou-ve portanto uma conclusão mal tirada daafirmação que apenas dizia que Jesus era(como) um Bom Pastor. Na igreja, os quenão são pastores não são uma carnei-rada, por muito que isso se tenha dito epensado.

    Em 1906, Pio X ainda escreveu assimna encíclica Veliementer, dirigida aos bis-pos de França:

    «A Igreja é por essência uma socie-dade que abrange duas categoriasde pessoas, os Pastores e o reba-nho, os que ocupam uma posiçãonos diferentes graus da hierarquiae a multidão dos fiéis. E essas ca-tegorias são tão distintas entre si,que só no corpo pastoral residemo direito e a autoridade necessáriapara promover e dirigir todos osmembros ao fim da sociedade; quan-to à multidão, essa não tem outrodever senão o de se deixar condu-zir e, rebanho dócil seguir os seuspastores».

    Muito antes disto, em pleno períodoromântico, alguns teólogos alemães, logoseguidos pela escola dita romana, tive-ram a intuição de que, muito mais que aideia de rebanho, era a de Povo que con-vinha sobremaneira à igreja. Mas não fo-ram escutados. O Concílio Vaticano I igno-ra ignorá-los-ia por completo. É verdadeque, logo a seguir, o Papa Leão XIII, o daRerum Novarum, tentou reabilitar o pen-

  • 26

    samento desses teólogos com duas encí-clicas célebres na história da Eclesiologia.Mas, no seu percurso eclesiológico, a ideiade povo havia ainda, antes disso, de ce-der o passo a uma outra, de maior fortunae mais fundamentada no Novo Testamen-to, a de Corpo a Igreja é o Corpo Místi-co de Cristo que, de resto, salientavaoptimamente a organicidade e funcionali-dade da igreja.

    Mas, com o Vaticano II e inesperada-mente, a noção de povo irromperia na aulaconciliar por sobre todas as mais, por de-sejo teológico claríssimo afirmado naassembleia. E porque o Povo é quem maisordena, ela entraria na Lumen Gentium,provocando uma revolução eclesiológicacoperniana, como celebremente diria o Car-deal Suenens. De facto assim foi. O Con-cílio não abandonou nenhuma das anti-gas imagens que, ao longo dos séculos,tinham servido à Tradição para dizer aIgreja: elas estão mesmo todas na LumenGentium. Mas salientou particularmentea de Povo para, de urna maneira nova, aabordar nos tempos modernos.

    A Igreja é um Povo de Deus. E nestePovo todos os seus membros são iguaisem dignidade e capacidade de actuaçãoem favor da edificação do Corpo de Cris-to, todos têm a mesma vocação à santida-de e todos têm uma lei comum, a do amorfraterno ou da caridade. É o famoso n.º 32da Lumen Gentium. Trata-se agora, a Igre-ja, de um Povo de iguais, não de desi-guais como dizia Pio X. Povo de iguaisdiferenciados na vocação, no carisma ou

    no ministério, cuja condição fundamentalassenta nos três sacramentos do Baptis-mo, da Confirmação e da Eucaristia.

    «Um só é, pois, o Povo de Deus. É co-mum a dignidade dos seus membros,comum a graça de (serem) filhos (de Deus),e comum ainda a vocação à perfeição. Nãohá, portanto, nenhuma desigualdade, emCristo e na Igreja, por motivo de raça oude nação, de condição social ou de sexo.E ainda que, na Igreja, nem todos sigampelo mesmo caminho, todos são, contu-do, chamados à santidade. Reina, porisso, igualdade entre todos quanto à dig-nidade e quanto à (capacidade de) actua-ção, que é comum a todos os fiéis, emfavor da edificação do Corpo de Cristo.Assim, na variedade, todos testemunhama admirável unidade do Corpo místico deCristo: a própria diversidade de graças,mistérios e actividades, congrega em uni-dade os filhos de Deus, porque um só e omesmo é o Espírito que opera todas estascoisas (1 Cor 12, 11)».

    É preciso, entretanto, perceber que asduas grandes, e de algum modo novas,imagens utilizadas pelo Vaticano II paradizer a Igreja que ela é o Povo de Deus eque é «sacramento, sinal ou instrumen-to» se completam e harmonizam mutua-mente. Uma a do Povo privilegia o seulado exterior e societário, a sua funciona-lidade e organicidade (como de resto à docorpo) a sua vida e a sua capacidade decriar cultura a dons celestes (LG 8).

    O que acabo de dizer traves mestrasda eclesiologia do Vaticano II tem de ter

  • 27

    consequências práticas na maneira de serda igreja. Refiro-me à sua concretização(ser deste modo ou daquele), comportar--se desta ou daquela maneira, e, sobretu-do, agir assim ou assado. Uma Igreja dedesiguais não é exactamente a mesmacoisa que uma outra que se entende deiguais. Uma Igreja que se sabe a caminhodo Reino peregrina comporta-se dummodo muito diferente daquela outra quese pretende ser já o Reino definitivo. UmaIgreja que é «sacramento, sinal ou instru-mento de Cristo e do seu Espírito tem de,continuamente, rever-se no Senhor que éa sua cabeça (LG 7, 5) e no Espírito que avivifica (LG 8). Uma Igreja que é «sacra-mento universal de salvação» (LG 48, 2)para o Mundo não é a mesma coisa queuma Igreja que é senhora do Mundo. Des-tas afirmações é preciso saber tirar algu-mas conclusões.

    1. Ao apontarem à Igreja uma profun-da relacionalidade a Cristo, ao Reino e aoMundo, as Constituições Lumen Gentiume Gaudium et Spes exigem-lhe que conti-nuamente se confronte como mistério deCristo, de quem é sacramento, como Rei-no, de que é instrumento, e com o Mundoconcreto a quem é enviada como sinal.

    Ela caracteriza-se, portanto, por umaprofunda relatividade e uma grande re-lacionalidade: não se entende sem Cris-to, sem o Reino e sem o Mundo. Foi isto vocação de serviço a outras realida-des que o Vaticano II percebeu, a partirda noção de sacramento, recolhendo osfrutos de reflexões que lhe foram anterio-

    res. Depois de uma eclesiologia centrí-peta voltada para o próprio ser da Igreja,o Concílio optou por uma outra centrí-fuga na qual a Igreja se entende a partirdas realidades que serve.

    2. «Cristo é a Luz do Mundo ... luz queresplandece no rosto da Igreja» (LG 1).

    Explicando à luz do mistério de Cristoeste outro da Igreja com seus elementoshumano e divino (sem confusão nem se-paração, como dizia Calcedónia das duasnaturezas de Cristo). O Concílio disse quea Igreja continua e reproduz no Tempo,analogicamente (LG 8) e não por identifi-cação, o mistério do mesmo Cristo. Foipor isso necessário introduzir na ecle-siologia um elemento corrector que assi-nalasse a diferença entre a Igreja e Cristomas ao mesmo tempo sustentasse a pro-funda unidade dos dois mistérios. Esseelemento foi a categoria de Sacramento: aIgreja não é Cristo, é sacramento de Cris-to. A humanidade de Cristo é um sacra-mento do encontro com Deus; e a Igrejaentende-se como continuidade dessa hu-manidade. Por ela, entra hoje na história aacção salvífica de Deus. Por esta razão,mais que por quaisquer outras de carizmisticista, se pode chamar à Igreja comprioridade «Corpo Místico de Cristo».

    Quem, em última análise, explica a con-tinuidade e a descontinuidade, a união ea diferença entre Cristo e a Igreja, é o Es-pírito Santo vivificador que, numa pneu-matologia mais apontada que desenvolvi-da, o Vaticano II afirma garante da unidade

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    e protagonista da distinção entre Cristo ea Igreja.

    3. Assim sendo, a acção da Igreja nãoé uma acção própria mas derivada, temdirectamente a ver com o Senhor Jesus dequem depende uma continuidade de mis-são. A Igreja não é senhora do seu agirnem digamos é autónoma na hora de odecidir: Não é tão pouco à decisão da mai-oria dos seus membros que cabe escolhero caminho.

    A Igreja sente-se o novo Corpo de Cris-to, pelo qual Deus se faz presente e actuano meio dos homens. Mas quem tornapossível esta nova incarnação é o Espí-rito do Ressuscitado que, como fruto dasua Páscoa, enche as realidades eclesiaise as utiliza para continuar a obra salvífica.

    4. Se a Igreja não é o Cristo, não seconfunde também com o Reino para quecaminha. Por isso é peregrina. o caminhoque tem ainda a percorrer indica-lhe per-manentemente a sua condição de inaca-bada, no seu ser e na sua missão. «Somosum Povo (de Deus) a caminho» é umaexpressão que refere esta condição pere-grinante da Igreja rumo a uma terra prome-tida, o Reino de Deus que de alguma ma-neira está já presente em Cristo e na Igrejamas cuja consumação é escatológica.

    5. É precisamente esta tensão Igreja--Reino que marca o carácter peregrinanteda Igreja que não permite que se abso-lutize nada do que é próprio de uma qual-quer etapa deste caminho. Daí que, eccle-

    sia sempre reformanda, a Igreja sempre emcontínua conversão.

    Por isso ainda, em todo e qualquer mo-mento histórico, a Igreja tem de se realizare rever numa referência contínua ao Rei-no que anuncia pela sua sacramentalmen-te dentro da história.

    Tudo isto nos leva à consideração dealgumas questões de ponta, deixadas emaberto, pelo Vaticano II: o lugar da Mu-lher na Igreja, a Eucaristia, o binómioparóquia/comunidade, a relação perife-ria/centro, a escolha e eleição dos pasto-res, bispos inclusive.

    6. Finalmente, a Igreja não se entendesem homens e sem mundo. Eles são o ter-mo da missão, os destinatários da evange-lização, nem estranhos à Igreja, nem seusadversários. A Igreja está no mundo emesmo os que a integram são deste mun-do. As suas estruturas e elementos visí-veis igualmente e, na sua realização his-tórica, ela comparte com os homens «asalegrias e esperanças, as tristezas e asangústias».

    Mais uma vez, no entanto a Igreja nãoé o mundo; a diferença estabelece-se porreferência ao Reino anunciado e instaura-do por Cristo que a Igreja traz ao mundocomo novidade salvífica. O Reino é parao Mundo e a igreja serve o Reino e oMundo para que o Mundo caminhe parao Reino. A salvação já historicamente rea-lizada é oferecida pela Igreja ao mundoquem aponta alternativas evangélicas paraos valores e atitudes mundanos. Aqui

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    radica a relação entre a igreja e o Mundo,que origina a acção pastoral, a concreti-zar em missão, incarnação e diálogo.

    7. Como corolário sétimo esta novaauto-consciência da Igreja supõe um en-contro dela mesma com a humanidadeneste caminhar para o mesmo Reino: aIgreja encontra-se com o Mundo em tare-fas reais e concretas, assumindo ao mes-mo tempo o papel de servidora da Huma-nidade e do Reino. Dizendo doutro modo:também os não-cristãos caminham parao Reino, por outros caminhos muitas ve-zes, embora eles se cruzem e encontrem.«Constituído Senhor pela sua ressurrei-ção, Cristo, a quem foi dado o poder nocéu e sobre a terra, actua já pela força doEspírito Santo nos corações dos homens;não suscita neles apenas o desejo da vidafutura, mas, por isso mesmo, anima purifi-ca e fortalece também aquelas generosasaspirações que levam a humanidade a ten-tar tornar a vida mais humana e a subme-ter para esse fim toda a terra. Sem dúvida,os dons do Espírito são diversos: enquan-to chama alguns a darem claro testemunhodo desejo da pátria celeste e a conserva-

    ram-no vivo no seio da família humana,chama outros a dedicarem-se ao serviçoterreno dos homens, preparando com estasua actividade como que a matéria do rei-no dos céus.

    Liberta, porém, a todos, para que dei-xando o amor-próprio e empregando emfavor da vida humana todas as energiasterrenas, se lancem para o futuro em que ahumanidade se tornará oblação agradá-vel a Deus» (GS 38, 1).

    A Igreja não é pois, nunca, uma cons-trução acabada, é uma contínua «cons-trução de Deus» (LG 6). Como escreveuPaulo VI na Ecclesiam Suam, «domina-nosa ambição de termos melhor realizada aIgreja de Deus tal qual Jesus a idealizou:una, santa, toda encaminhada à perfeiçãoa que Ele a chamou e de que a tornoucapaz. Perfeita no seu conceito ideal, nodesígnio de Deus, a Igreja deve-se ir aper-feiçoando sempre na expressão real, nasua existência terrestre. É este o grandeproblema moral que domina a sua vida».

    PADRE ARLINDO RIBEIRO DA CUNHA

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    Depois de se descobrir no estudo des-te ano o valor e a dignidade da PessoaHumana, reconhecendo que o homem épessoa amada e desejada por Deus, queao trilhar os caminhos do relacionamentocom os seus semelhantes pode estabele-cer com eles um convívio harmonioso efraterno, amplia-se agora o nosso horizon-te para focalizar o casal na profundidadedo seu mistério.

    Se há sombras que recaem sobre o SerCasal há muito mais luzes a iluminar oprojecto de Deus a respeito do amor hu-mano entre um homem e uma mulher. Hásinais de alegria e imensas razões para sermantida a nossa esperança.

    * O outro tema é: Viver em Ca-sal, extraído e adaptado do livro comigual título do Padre Manuel Iceta,Conselheiro Espiritual de várias Equi-pas de Nossa Senhora de Espanha.

    Depois de prévia autorização, a Equi-pa Supra-Regional decidiu traduzi-lo eadaptá-lo a um tema de estudo para serreflectido de preferência por equipas queterminaram a pilotagem e por todas as quetiveram dificuldades no tratamento doSer Pessoa.

    Este tema escrito numa linguagem mui-to simples e muito real entrosa perfeita-

    O tema de es-tudo é um dosmeios que oMovimentopõe à nossadisposiçãocom a fina-lidade de re-forçar e apro-fundar os nossos conhecimentos da fé.

    Muito mais do que uma actividade in-telectual, o tema deve servir-nos como re-flexão espiritual, no estudo pessoal, nodiálogo em casal, antes da reunião, na tro-ca de impressões e debate de ideias emequipa. O tema provoca na reunião, umconfronto de reflexões que deve ajudarno aprofundamento da fé e repercutir-sena vida de cada um e duma forma especialna vivência do casal.

    Para o próximo ano pastoral, duas op-ções podem ser tomadas:

    * O tema adoptado pelo Movi-mento, depois do Encontro de Santi-ago Ser Casal Cristão, hoje, na Igre-ja e no Mundo.

    Vencida a primeira etapa Ser Pessoa,coloca-se à vossa disposição o tema SerCasal.

    TEMAS DE ESTUDO PARA 2002/2003

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    amor por ti, uno-me ao amor de Deus, quepede emprestado o meu coração paraamar. (Henri Caffarel A Missão do Ca-sal Cristão).

    Esperamos que ambos os temas vãoao encontro das vossas necessidades eexpectativas, cabendo-lhes a escolha ...

    Se não haver qualquer indicação parao Secretariado até 31 de Agosto de 2002,através do casal responsável da equipa,de que pretendem tratar especificamenteo tema Viver em Casal, ser-lhes-á envia-do em princípios de Setembro o tema doano Ser Casal.

    Para as equipas que terminaram a pi-lotagem no corrente ano, ser-lhes-á en-viado o Viver em Casal, tema mais adap-tado à fase da vida de equipa em que seencontram.

    mente na vida do casal e da equipa e trataos seguintes assuntos:

    . Amor Conjugal: Impulsos e compo-nentes;

    . Amar o que o outro ama;

    . O Matrimónio: Sacramento-Vocação-Celebração;

    . Psicologia do homem e da mulherno interior do casal;

    . Sexualidade em casal. Importância,funções e princípios.

    Qualquer dos temas será especialmen-te aliciante e especifico para nós, que fa-zemos parte de um Movimento que temcomo carisma a espiritualidade conjugal,na vivência de uma mística própria, quebusca em Deus não só a sua razão de sermas também a sua realização plena.

    No teu amor por mim, vejo o amor deDeus que vem ao meu encontro; no meu TÓ E ZÉ MOURA SOARES

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    Somos a Eunice e o Luís Vouga, ResponsáveisRegionais do Porto! Chegou a vez de vos falar umpouco sobre a Região Porto e de dar a conhecer osnossos rostos e a actividade que desenvolvemos.

    REGIÃO PORTO

    As nossas saudações!

    A história remota da Região Porto con-funde-se com o início do Movimento emPortugal. Não pretendendo fazer um le-vantamento exaustivo dessa época, queserá, por certo, levado a cabo por quemviveu e vibrou com esses momentos, acha-mos oportuno apresentar alguns dadosrelevantes para se compreender a evolu-ção do Movimento na nossa Região.

    A primeira equipa do Norte formou-seno Porto em Março de 1957, pela mão do

    Casal Maria Emília e Manuel Cunha que,após ter tido conhecimento da existênciado Movimento em França, através de ami-gos, foi directamente à fonte, o PadreCaffarel, colher as sementes que decidiusemear na Cidade Invicta. O Bispo daDiocese, D. António Ferreira Gomes, mos-trou-se favorável à implantação do Movi-mento, solicitando aos Casais que lanças-sem, também, na Diocese, os Cursos dePreparação para o Matrimónio (CPM).

    Rostos do MovimentoRostos do MovimentoRostos do MovimentoRostos do MovimentoRostos do Movimento

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    Assim se formou a Porto 1, que rapida-mente lançou raízes, de tal modo que, emDezembro do mesmo ano, se formou umanova equipa, a Porto 2. Esta jovem equi-pa, igualmente entusiasmada pelo Mo-vimento e correspondendo ao compro-misso assumido, destacou três dos seusCasais para a criação dos CPM e outrostrês para colaborar com a Porto 1 na ex-pansão das ENS. Graças ao entusiasmo eespírito apostólico destes Casais, novasequipas foram surgindo, na cidade e emvariados locais do país: Póvoa, Vila Real,Aveiro, Coimbra ... e até nos Açores e naMadeira, sendo a Ponta Delgada 1 e aFunchal 1 pilotadas a partir do Porto, porcorrespondência. Igual entusiasmo ani-mava os Casais do Sul, pelo que o Movi-mento se foi estendendo um pouco portodo o país, a partir das cidades de Lis-boa e Porto. Falava-se, então, de RegiãoSul e Região Norte.

    A expansão do Movimento, quer emtermos geográficos, quer em número deequipas, levou a que, na década de 60, osresponsáveis da Região Portugal, oCasal Sousa Guedes (Porto 1), decidissemorganizar o Movimento em três regiões:Norte, Centro e Sul.

    Os Casais continuaram a ser fermen-to ... E, tanto assim que em 1986, foi deci-dido desdobrar a Região Norte, criando--se, deste modo, a Região Porto! O Casalentão Responsável pela Região Norte, M.ªConceição e Luís Marinho, passou a sero primeiro Casal Responsável pela RegiãoPorto!

    À data da sua criação, a Região Portoenglobava uma vasta área a sul do Douroque incluía os concelhos de Vila Nova deGaia, Feira, Ovar, S. João da Madeira, Oli-veira de Azeméis, Arouca e Vale de Cambra.O fermento continuou a levedar a massa... e o aumento do número de Equipas nes-tes concelhos veio a justificar a criaçãoda Região Douro Sul em 1991. A partir deentão, a Região Porto ficou restringida àCidade e concelhos limítrofes a norte Matosinhos, Maia e Gondomar in-cluíndo, também, o concelho de Paredes.

    ORGANIZAÇÃO

    A Região Porto compreende nestemomento 10 sectores: A, B, C, E, F, G, H, I,Maia e Matosinhos, este o sector maisjovem. As Equipas do sector D foram, tem-porariamente, distribuídas por outros sec-tores, até à total resolução de alguns pro-blemas logísticos.

    As 116 equipas estão distribuídas daseguinte forma:

    Sector A - 12 equipas (1 em pilotagem);Sector B - 12 equipas (1 em pilotagem);Sector C - 11 equipas;Sector E - 11 equipas (1 em pilotagem);Sector F - 11 equipas;Sector G - 11 equipas;Sector H - 12 equipas (1 em pilotagem);Sector I - 12 equipas (1 em pilotagem);Sector Maia - 16 equipas (5 em pilotagem);Sector Matosinhos - 8 equipas (1 em pi-lotagem).

    Existem ainda 3 equipas em vias deformação.

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    A nossa Equipa da Região tem actualmente a seguinte composição:

    EQUIPA DE REGIÃO

    CASAIS RESPONSÁVEIS DE SECTOR

    Sofia e José Carlos dos Santos

    Sector A

    Sector C

    Maria José e José Carlos Cunha

    Sector H

    Margarida e José Maria de Azevedo

    Maria Amélia e Dionísio Cerqueira Correia

    Sector G

    Maria João e António Archer

    Sector F

    Margarida

    e João Paulo Saraiva

    Sector B

    Maria Guilhermina e Homero Abrunhosa de Brito

    Sector E

    Maria Helena (Xú) e João Girão

    Sector I

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    OUTRAS RESPONSABILIDADES

    Formação I Em substituição

    Redacção das Páginas do Movimento

    Temporariamente, assegurada pelo CR da Região

    Orlanda e Américo Silva

    Sector Maia

    Maria Odete e José Reis

    Sector Matosinhos

    Maria Fernanda e Pedro Alhinho

    ECIPCelebrações

    Maria Helena e José Faria

    Retiros

    Maria Isabel e Francisco Serpa Brandão

    Pastoral Familiar

    Zélia e Miguel Teixeira

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    12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234

    Deixámos propositadamente para o fim(last but not least ...) ... o nosso Conse-lheiro Espiritual, o Frei Bernardo Domin-gues, que acompanhou o Movimento dasENS em Portugal desde o início e que, cominexcedível dedicação, se vem desdobran-

    te, pelos mais velhos como pelos maisnovos ... é assim o nosso ConselheiroEspiritual!

    ACTIVIDADES

    A Região é pouco extensa, e apenasos Sectores periféricos Matosinhos eMaia agrupam equipas de áreas geo-gráficas distintas. Nestas circunstâncias,as actividades tendem a ser centralizadas,sem prejuízo das iniciativas de qualquerSector, particularmente dos periféricos.

    A Casa Diocesana de Vilar oferece ex-celentes condições para a maioria dasnossas actividades. Construída por bene-ficiação e ampliação do Seminário de Vilar,graças à notável visão de D. Júlio TavaresRebimbas, acolhe numerosas Organiza-ções e Movimentos. Dispõe de um exce-lente auditório, numerosas salas para en-contros, reuniões e trabalho e de umabonita capela, para além de uma capacida-de hoteleira de uma centena de quartos.

    Nela tiveram lugar este ano:

    Eucaristias dos 1.os Sábados de Outubro a Junho; organizadas e animadasrotativamente pelos Sectores, em que se incluíram a apresentação, no início do ano, dasEquipas da Região e dos Sectores, passagens de testemunhos e outros acontecimentosmarcantes da Região.

    Celebração de Reis/ Ceia partilhada momento de confraternização eimprovisação por equipas formadas aleatoriamente.

    Celebração Quaresmal eucaristia do Domingo de Ramos, com leitura dra-matizada do Evangelho e notável participação da assistência.

    Formação de Casais Piloto em 23 e 24 de Fevereiro passado, para Casaisdas Regiões Norte, Douro Sul e Porto, no âmbito do Novo Esquema de Pilotagem.

    Jornadas da Região em 25 de Maio passado, subordinadas ao tema SerPessoa em Casal num Mundo Global: Violência? Conflito? Harmonia? Ética?

    do ao longo de mais de quarenta anos, emmúltiplas actividades: Conselheiro Es-piritual de 6 equipas (incluindo a Porto 2),orientador de numerosas sessões de For-mação I e de numerosíssimos Retiros, pre-sente nas nossas celebrações e encon-tros, sempre atento, sempre disponível,sempre actual, tão próximo, e tão bem acei-

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    A Equipa dos Retiros deu o seu me-lhor na organização de vários Retiros,que foram largamente participados.

    Houve, também, a exemplo dos anosanteriores, uma Formação I, em Aves-sadas, com participação de Casais dasRegiões Norte, Douro Sul e Porto, de quedamos, pessoalmente, excelente teste-munho!

    Os Rostos da Região não ficariamcompletos sem uma referência especial àsEquipas de Jovens de Nossa Se-nhora. Para além das suas actividadespróprias, os Jovens são uma presençaconstante nas nossas celebrações, queanimam com as suas vozes e instrumen-tos e revelam-se sempre disponíveis quan-do a eles recorremos. Temos por eles umaternura especial, inteiramente merecida.

    PROJECTOS PARAO FUTURO ... JÁ PRESENTE!

    Esperamos, sinceramente, que o Mo-vimento cresça na Região, não só em nú-

    mero de Equipas, mas também na profun-didade da vivência e no comprometimen-to dos Casais. Importa aumentar a coesãoentre esta grande Família e garantir que,nos momentos de partilha todos, sem ex-cepção, se sentem chamados e acolhidos.

    Muitos Casais se entregaram, de mo-do notável, à causa do Movimento: teste-munhos extraordinários de pioneirismo, dedisponibilidade e de tenacidade, cujo co-nhecimento nos estimulará e enriquecerá.Esperamos ter a oportunidade de os ou-vir e de confrontar gerações diferentes,que, com igual entusiasmo, percorrem ale-gremente o mesmo Caminho.

    É tempo, também, de dar testemunho.Acreditamos que os Casais das ENS, comoCristãos verdadeiramente activos, exer-cerão, cada vez mais, uma acção evange-lizadora no exterior do Movimento, dan-do assim um pouco do muito que járeceberam.

    EUNICE E LUÍS GOUVEIA

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    A resposta tem sido bastanteanimadora. Através do sistema decontagem de visitantes que foi ac-tivado no final de Maio, tem-se no-

    tado um aumento sig-nificativo de acessos.Durante as primeiras5 semanas tivemos

    cerca de 1700 visitantes, o que é aprova de que existe uma clientela

    interessada.

    O visitantes do Site ainda hesitam emenviar os seus Comentários e notícias.Responderam apenas uma dúzia e algunsdo Brasil e dos Açores.

    Lutamos, porém, com escassez de No-tícias e de informações para a Agenda.Para que o Site se possa manter actualdependemos muito da vossa colaboração.Fazem-nos falta as vossa críticas, suges-tões e notícias. Gostariam de ver aborda-dos alguns assuntos ou temas especiais?Estão disponíveis para uma colaboraçãoregular para uma secção existente ou acriar (por ex. novos livros publicados)?

    Aos Casais Responsáveis de Sector ede Região apelamos de modo particularpara que nos enviem as notícias do quese passou e vai passar nas suas zonas.Mandem as Agendas das realizaçoes pre-vistas (Encontros, Celebrações, Retiros,etc.) e relatos que aconteceu.

    Só com um trabalho de todos e paratodos poderemos avançar.

    Este é o endereço do nosso Site naInternet.

    Aqueles de entre vós que o têm visi-tado sabem que ainda estamos na Versão1.0 isto é, a versão que foi originalmenteinstalada e que, devido às habituais difi-culdades de tempo esteve muito temposem ser actualizada.

    Uma Equipa de voluntários deitoumãos à obra para desenvolver a próximaversão que terá muito mais funcionalida-des. Este trabalho vai andando dentro dasdisponibilidades dos especialistas e es-peramos que haja resultados dentro depouco tempo.

    Entretanto não se podia deixar morrero que foi feito e, por isso, resolvemos darum pouco de vida ao Site existente. Foramactualizados alguns textos, introduziu-seum formulário para Comentários dosvisitantes, pôs-se a Agenda em dia, dis-ponibilizaram-se os Índices das Cartasassim como o texto completo da últimaCarta e, ainda, se procurou dar Notíciasactuais e de interesse para os Casais. A EQUIPA DA CARTA

    www.ensportugal.orgwww.ensportugal.org

  • 39

    ANOTEMJÁ A DATA

    NA AGENDA ...

    PROGRAMASÁBADO, 23 NOV:

    10H00 Acolhimento e instalação nos hotéis11H00 Celebração de Abertura12H00 A voz do Movimento15H00 Painel: Ser Casal Cristão Hoje19H00 Terço na Capelinha21H30 Reunião de Equipas Mistas

    DOMINGO, 24 NOV:09H30 Oração da Manhã10H00 Comunicações sobre:

    Deixaram tudo e seguiram-No12H00 Celebração Eucarística13H30 Almoço

    ENCONTRO NACIONAL DAS ENSCONVITE A TODOS OS CASAISE CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

    LOCAL: FÁTIMA

    DATA: 23 e 24 NOVEMBRO 2002

    TEMA: SER CASAL CRISTÃO HOJE

    PARTICIPAÇÃO NO MÍNIMO DE UM CASAL POR EQUIPA,

    MAS PODEM PARTICIPAR TODOS ...

    CUSTO: 100 EUROS POR CASAL

    Notícias do MovimentoNotícias do MovimentoNotícias do MovimentoNotícias do MovimentoNotícias do Movimento

  • 40

    As Equipas de Caldas da Rainha fes-tejaram, a 2 de Junho, o dia do Sector.

    Foi organizada uma reunião ao ar li-vre, dentro do pinhal e, das 13 equipasque integram o Sector, estiveram presen-tes cerca de 70 pessoas, incluindo os fi-lhos de alguns dos casais. Esteve tam-bém presente o Casal Responsável daRegião.

    A reunião começou de manhã com ora-ção e uma apresentação pelo casal Fontaí-

    As Jorna-das da Re-gião CentroLitoral reali-zaram-se esteano na cidadede Coimbra.

    A EquipaRegional che-gou à conclu-

    são que muitos casais vivem fechadosna sua equipa. Esta postura empobrece epor vezes distorce de tal forma o modo de

    JORNADAS

    DIA DO SECTOR

    nhas sobre aCarta e outraspublicaçõesdo Movimen-to. Estendeu--se pela tarde até à celebração da Eucaris-tia. O programa foi cumprido sem rigideznem atrasos. A parte lúdica incluiu váriosjogos e uma apresentação pela equipa deAlfeizerão, casais e filhos, de uma versãomuito divertida da história da Carochinha.

    estarem no Movimento que correm o ris-co, em alguns casos, de se afastarem dasua pedagogia e do seu Espírito.

    Com base nesta constatação foi esco-lhido como tema de reflexão para as Jor-nadas: O que faz andar o Movi-mento? Digam vocês? que foi de-liciosamente exposto pelo casal Lena eJorge Fontaínhas.

    Durante as equipas mistas os cercade 70 casais presentes puderam apro-fundar alguns pontos desta questão; lan-çaram propostas concretas para viverem

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    Dia 24 de Maio, Sexta--Feira, dia de chuva con-tínua, véspera das JOR-NADAS da Região Norte.O Programa foi cuidado-samente elaborado e o apoiologístico estava preparado.Era indispensável bom tem-po para que tudo funcionas-se como desejado. Que fazer, pois, paraque a nossa esperança vencesse a amea-ça? Confiantes, aguardamos o dia se-guinte. E o milagre aconteceu.

    O dia 25 amanheceu com sol. A espe-rança tornou-se certeza. O almoço podiaser servido debaixo das árvores, num es-paço maravilhoso em contacto com amãe natureza. E assim aconteceu, efec-tivamente.

    Éramos 306 pessoas com um sorrisode boa disposição, dando ao conjunto agraça e a empatia que só uma multidão

    em plenitude a condição de membros dasENS e deixaram mensagens para os ca-sais que atravessam um momento deisolamento na equipa e não comungamda vida do Movimento.

    Como não poderia deixar de ser, hou-ve também tempo para o convívio e para aoração que teve o seu momento alto naCelebração Eucarística preparada com es-

    merado cuidado e atenção, sublinhandomais uma vez o tema das Jornadas. Ascrianças e Jovens mantiveram actividadesparalelas orientadas por um grupo de fi-lhos de equipistas contribuindo para oêxito deste dia de encontro e comunhãoda Região Centro Litoral.

    de cristãos de cara lavada pode pro-porcionar.

    Estavam bem representados todos osSectores da nossa Região. Unidos pelomesmo ideal, todos se sentiam movidospelo mesmo espírito de partilha, comunhãoe desejo de encontro com os outros.

    Foram muitos os pontos altos, mere-cendo especial referência a reflexão sobreO casamento: Um Desafio de Felicida-de, proporcionada pelos casais Cristi-na/Joe Ribeiro e Leonor/Pedro Pacheco,ambos da Porto 141. Estes jovens casais

    ECOS

    DUMAS JORNADAS

    EDUARDA E ÁLVARO GOUVEIA E MELO

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    Decorreram no dia 25 de Maio, naCasa Diocesana de Vilar, as Jornadas daRegião Porto.

    A exemplo de edições anteriores,convidámos uma das nossas Equipas, aPorto 140, para a sua concepção e orga-nização; e foi para nós extremamente

    conseguiram, com saber e arte, mobilizara assembleia em interacção permanente.Cada momento da exposição era enrique-cido com o testemunho espontâneo dediversos casais da assembleia, tornandoa reflexão viva e autêntica, proporcionan-do a todos a liberdade de sentir de acordocom a sua perspectiva e experiência.

    O Egoísmo e a Infidelidade foramexplorados de uma forma viva e prática,com aplicação aos acontecimentos maiscomezinhos e simples do dia a dia, osquais, apesar de vulgares e aparentemen-te insignificantes, podem constituir-se emgrandes causas do desentendimento e dodesamor.

    Não podemos esquecer ainda a ale-gria no convívio durante o almoço, e mo-mentos seguintes, e a riqueza das reu-niões mistas.

    A Eucaristia, presidida pelo Sr. PadreMaciel, Conselheiro Espiritual do Sector DONZÍLIA E FELISBERTO EIRA

    da Trofa, e animada por um Grupo de Jo-vens, serviu de encerramento das Jorna-das e teve o brilho de uma celebração-encontro connosco e com Deus, em ac-ção de graças pelas maravilhas que vaioperando em cada um de nós.

    Fomos entusiastas e alegramos o am-biente, no dizer das Irmãs, maravilhadascom tanto calor humano.

    Para o Sector da Trofa vai o reconhe-cimento de toda a Região pela generosi-dade, espírito de serviço e alegria que sou-beram colocar em todo o trabalho. Tudoestava programado e previsto.

    O Espírito Santo e a nossa Padroeiraforam uma presença permanente. Todoso sentimos e por isso, no final, nos des-pedimos mais enriquecidos.

    Por tudo seja o Senhor louvado.

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    gratificante ver a meticulosidade, o entu-siasmo e o carinho com que se dedicaramà tarefa.

    O tema escolhido, Ser Pessoaem Casal num Mundo Global:Violência? Conflito? Harmonia?Ética? tão actual como sensível, e per-feitamente enquadrado nas orientaçõespara o ano em curso, foi tratado por umpainel de palestrantes, com formação debase diferente, que nos proporcionaramuma visão multidisciplinar particular-mente rica.

    O 11.º Mandamento- a dimensãoética e moral da violência doméstica foio título escolhido pela Dr.ª Teresa Ros-maninho, Psicóloga, do Projecto Inovar(MAI). Com grande clareza e desassom-bro, confrontou a assistência com a durarealidade dos números de uma violênciadoméstica crescente, tantas vezes nãorevelada ou mesmo ocultada, e incenti-vou os presentes a não ignorar atitudesque caem actualmente no foro criminal.

    Casamento e conflictualidade- as-sim chamou o Dr. Manuel Bartilotti Ma-tos, Psiquiatra, à sua intervenção, ba-seada na vasta experiência clínica queacumulou neste campo, e que confron-tou animadamente com a assistência e aprelectora anterior.

    DesEncontros em harmonia otestemunho do Casal Zélia e Miguel Tei-xeira (Porto 47) sobre as suas profundasdiferenças de temperamento, persona-lidade e gostos e a sua integração harmo-niosa na vida do casal e de toda a família

    conquistou a assistência, pelo conteúdoe pelo humor da exposição, e trouxe novaesperança aos Casais que ainda não fi-zeram das suas diferenças oportunidadesde enriquecimento ...

    A Moral Conjugal e Familiar: projectode realização humana- Coube ao PadreDr. João Ribeiro encerrar o tema com umaintervenção de grande interesse e pro-fundidade, que esperamos poder oferecerem breve.

    Seguiu-se um animado debate, preju-dicado apenas pela necessidade de cum-prir o horário.

    O Casal Guilhermina e Homero Abru-nhosa de Brito deram ainda um pequeno,mas convincente testemunho sobre oTempo de Esperança.

    Após a Celebração Eucarística, tiveramlugar as Reuniões Mistas, que, uma vezmais, não desiludiram os Casais que delastinham boas recordações e foram umaexperiência surpreendente para os Casaisestreantes.

    As Jornadas valeram a pena, na opi-nião de todos os presentes. Pensamosque os ausentes, se lá tivessem estado,teriam opinião concordante. Sentimos asua falta ... mas esperamo-los para aspróximas!

    Parabéns e obrigado aos palestrantes!

    Parabéns, Porto 140! Sois Mestres emOrganização!

    EUNICE E LUÍS VOUGA

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    Esta é uma pequena nota deregozijo, um olhar envolventede carinho por todos e de lou-vor ao Senhor.

    Foi com imensa alegria querealizámos a festa de encerra-mento da Região Sul, em Quar-teira no passado dia 25 de Maio; alimen-távamos o desejo de receber com um olharfraterno e um sorriso mensageiro da von-

    participação de todos, ondeverdadeiramente todos to-cássemos melhor o Deuspresente em cada outro e Osaboreássemos tão per-to, tão simples, tão com-panheiro na barca.

    Tivemos a bênção de ter connosco aolongo do dia o nosso Bispo, pastor eamigo, a quem agradecemos a disponi-

    bilidade.

    Pensamos que, nes-te dia, a aragem maríti-ma foi uma brisa suavecom que a Mãe do céuacariciou cada um aoSeu jeito, como só Elasabe.

    Gostávamos de te-cer um louvor pela von-tade de sair do como-dismo e da vida bemprogramada, para en-trarmos na mesma bar-

    ca, ousando, traçar objectivos comuns,estar em equipa e semear o Reino!

    A todos abraçamos recordando comoé bom estar na mesma barca e tentar naforma como vivemos, como rezamos oucomemos, como bebemos, cantamos eamamos, como nos distraímos e trabalha-mos, tornar O Amor visível!

    LÍGIA E LUÍS ROMÃO

    Amigos,

    tade de partilhar a vida, todos os visi-tantes; graças a Deus vieram muitos ca-sais: é a diversidade que nos enriquece!(estiveram presentes 72 casais e 5 indi-viduais)

    O mote para o dia foi É bom estar namesma barca: a barca da equipa, da Igre-ja