A Caverna de Platão e o cinema

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Cinema e Gnosticismo Da caverna de Platão a Hollywood

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Cinema e GnosticismoDa caverna de Platão a Hollywood

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Cinema e Platão

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O que é Gnosticismo? Conjunto de seitas sincréticas combinando ideias cristãs,neoplatonismo e as religiões de mistérios pagãs que florescem nos primeiros tempos da difusão do Cristianismo

Floresceram em Babilônia, Egito, Síria e Grécia e procuraram se amalgamar posteriormente ao ensino de Cristo

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Uma Cosmogonia 1. O universo manifesto da matéria e do espírito não foi criado pela unidade espiritual original, mas

por seres espirituais que possuem poderes inferiores.2. Um dos objetivos destes criadores é a separação eterna dos seres humanos da unidade original

(Deus).3. O ser humano é um composto: o aspecto exterior é obra das criaturas inferiores, enquanto o

aspecto interior é o da partícula de luz que decaiu da unidade divina original.

4. As sagradas partículas de luz estão aprisionadas na sonolência da prisão física e material, submetidas pelas forças materiais e mentais

5. As partículas de luz adormecidas não foram abandonadas pela unidade original, mas há um esforço a partir dessa unidade para que ocorra o despertar e a libertação.

6. O despertar da essência divina imersa nos seres humanos vem através do conhecimento salvífico, chamado de "gnose”.

7. A Gnose não é provocada pela crença ou pelo desempenho de ações virtuosas ou por obediência aos mandamentos.

8. A emanação feminina da unidade original, Sophia (Sabedoria) auxilia as partículas de luz adormecidas. Ela estava envolvida na criação do mundo e, desde então, manteve-se como o guia de suas órfãs crianças humanas. Desde os primeiros tempos da história, mensageiros da Luz foram enviados da unidade originária com o propósito de fazer avançar a gnose na alma dos seres humanos.

9. A maior destes mensageiros em nossa matriz histórica e geográfica foi o Logos que desceu de Deus manifestado em Jesus Cristo.

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Uma Filosofia

Imanência de Deus no homem e em toda a criação

Ecumenismo: Deus se revela diretamente ao homem, em seu coração, neste sentido todas as religiões são uma expressão parcial da verdade, as diferenças dogmáticas são causadas pela tentativa do homem em traduzir em palavras a experiência divina, deformando-a.

Filosofia analógica: correspondência entre o Macrocosmos (Deus e o universo) e o microcosmos (o homem).

Valorização da mística: pois Deus, revela-se ao coração de cada homem, independente de quais sejam suas crenças.

Narrativa sobre a Queda: concepção de que houve uma idade de ouro e que a história se processa em ciclos de atividade e de inatividade, de evolução e de involução.

Auto-realização: reintegração do homem na sua perfeição original, reintegração do homem com sua divindade interior.

Renúncia da vontade individual, egoística, para alcançar uma autêntica autonomia e liberdade interior.

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Uma Atitude

"Consiste em uma certa atitude da mente, uma ambiência psicológica (...) um certo tipo de alma é, por sua própria natureza, gnóstica. Qualquer que seja o seu ambiente geográfico, cultural ou espiritual esta gravita inevitavelmente para uma visão de mundo gnóstica. Quando aquela predisposição ideológica encontra o estímulo de algum elemento de transmissão gnóstica, está fadado a surgir um renascimento" (HOELLER, Stephan A., Gnosticismo: tradição oculta. Rio de Janeiro: Nova Era, 2005, p. 155-156).

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Quatro mitos básicosMito do Demiurgo

O Mito da Alma Decaída

O Mito do Salvador

O Mito do Feminino Divino

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Basilides: A linguagem induz ao erro porque Deus é o Nada, está além daquilo que é possível ser nomeado. As coisas devem ser apreendidas sem a linguagem (arretos). Basilides sugere a suspensão, um estado de silêncio melancólico. Personagem: o Viajante.

Valentim: Se o iniciado começa a suspeitar de que os objetos ao redor são ilusórios, como, então, poderá discernir entre a sanidade das suas percepções e a insanidade que o mundo pretende rotulá-lo? Como separar o desejo do medo? Através da paranoia. Personagem: o Detetive

Mani: A chave para libertar-se da conspiração das forças do mal é a melancolia. A partir dessa “falha da racionalidade”, o homem recusa os códigos de uma sociedade inautêntica por meio do desdém, depressão e tristeza. Personagem: o Estrangeiro

A Gnose

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Gnosticismo e Modernidade

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Gnosticismo nas ciencias?

Raymond Ruyer – A Gnose de Princeton (1974)

Victor Ferkiss – Gnosticismo Tecnológico (1980)

Hermínio Martins – Ultrapassagem Tecnológica na Contemporaneidade (1993)

Erick Davis – Techgnose (1994)

Theodore Roszak – From Satori to Silicon Valley (1986)

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Tecnognosticismo Theodore Roszak encontra na

história da ciberutopia do Vale do Silício na Califórnia elementos gnósticos mesclados com a contracultura dos anos 60 e tecnologia computacional.

LSD, Computadores pessoais e cibercultura: a aliança entre Revisionários e Tecnófilos

Corpo como biocomputador: razão descorporificada e o vôo para a imortalidade.

A santíssima trindade: Corpo, Alma e Modelo.

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Da Ciência à Cultura

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Gnosticismo e “pós-modernismo” nas Ciências Sociais

Daniel Boorstin e os “pseudoeventos”

Umberto Eco e os “eventos-encenação”

Jean Baudrillard e os “não-acontecimentos”

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A primeira cidade pós-moderna

Las Vegas

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A primeira cidade pós-modernaa “hiper-realidade”

Las Vegas

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A segunda cidade pós-moderna

Disneylândia

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Disneyficação da realidade: a hiper-realidade

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O conceito de parque temático abandona a esfera da ficção para se fundir com a realidade – o hiper-realismo de Cancun (México)

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Teorias Pós-ModernasJean Baudrillard

Simulacro é o principal conceito em Baudrillard. Para ele, o mundo atual é uma simulação elaborada sobre representações de representações, ou seja, uma cópia sem existir um original. Todo o desenvolvimento tecnológico e a mídia levariam as pessoas a acreditar que essas simulações são a própria realidade identificável quando, na verdade, ela seria formada por imagens falsas em que o signo se torna mais importante que aquilo que ele representa

As sucessivas fases do desenvolvimento das imagens acabaram por aniquilar a própria idéia do signo como valor, ou seja, a negação da própria idéia da representação (a utopia do princípio de equilavência entre o signo e a realidade)

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A morte do signo

o signo é um reflexo de uma realidade profunda

o signo mascara e deforma uma realidade profunda - ideologia, mentira, dissimular, etc.

o signo mascara a ausência de uma realidade profunda - simulação

o signo não tem mais relação com qualquer realidade: ela é o seu próprio simulacro puro

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O “assassinato do real” ou os “não-acontecimentos”

“a mais alta pressão da informação corresponde à mais baixa pressão do acontecimento e do real.”

Revolução Romena (1989)

Guerra do Golfo (1992)

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“O 09/11 não aconteceu”

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