A época de Gil Vicente
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A época de Gil Vicente
Madalena FernandesAEQB – 2015/16
Gil Vicente viveu em plena época da Expansão, fenómeno de cariz económico, social e político que deixou profundas marcas na sociedade portuguesa quinhentista. Com efeito, tratou-se de uma época de transição de ideais e de costumes medievais para um tempo moderno, em que se assiste a uma valorização do Homem (antropocentrismo). Além disso, o poder real começa a sobrepor-se ao poder instituído da Igreja e da Nobreza, e, simultaneamente, emerge uma nova classe social, cuja fonte de riqueza provinha do comércio — a burguesia.A pequena Lisboa de então transforma-se numa grande metrópole, pois aí confluíam gentes de todo o mundo.
• A vida de Gil Vicente conheceu quatro reinados: D. Afonso V, D. João II, D. Manuel l e D. João III.
• Viveu no período de maior esplendor e prosperidade da Nação Portuguesa.
Afonso V
João II
Manuel I
João III
«Nascido no reinado de D. Afonso V, Gil Vicente testemunhou as lutas políticas do reinado de D. João II, a descoberta da costa africana, a chegada de Vasco da Gama à Índia, as conquistas de Afonso de Albuquerque, Francisco de Almeida e outros, a transformação de Lisboa no cais mundial da pimenta, o fausto do reinado de D. Manuel, a construção dos Jerónimos, do convento de Tomar e de outros monumentos, as perseguições sangrentas aos cristãos-novos e, finalmente, os começos da crise do reinado de D. João III, que trouxe a Inquisição, a Companhia de Jesus e o ambiente simultaneamente austero e hipócrita que ele próprio personifica na figura de Frei Paço, e que Camões definirá como uma "austera, apagada e vil tristeza". António José Saraiva, na obra intitulada Teatro de Gil Vicente,
Portugal nos sec. XV e XVI
No reinado de D. João I, Portugal era independente e vivia em paz.
Problemas que se faziam sentir na sociedade Portuguesa:
Falta de cereais e de ouro;Necessidade de alargar a área de pescas;Desejo da Nobreza de realizar feitos
guerreiros;Desejo da Burguesia de expandir o
comércio;Desejo do Clero de espalhar a fé cristã.
• A necessidade de encontrar noutras terras a riqueza que faltava a Portugal, levou os Portugueses à Expansão Marítima.
• Com a conquista de Ceuta em 1415 no Norte de África, inicia-se a expansão.
O desenvolvimento náutico e a descoberta da costa africana
• Depois da conquista de Ceuta, o Infante D. Henrique foi o organizador das primeiras viagens de descoberta (conhecido também pelo “Navegador”).
• A navegação em mares desconhecidos fez surgir:
• * Novos barcos: a caravela que pode bolinar (navegar com ventos contrários), passa a substituir a barca.
Caravela
Barca
Novos processos de orientação (navegação astronómica)
astrolábio; quadrante; bússola; balestilha...
Cartas e Mapas mais rigorosos.
• Os Portugueses desenvolveram a cartografia, astronomia e a matemática.
• D. João II (filho de D. Afonso V) desejava chegar à Índia para obter o comércio das especiarias.
O facto de Cristóvão Colombo em 1492 ter descoberto algumas ilhas da América Central, provoca um conflito entre Portugal e Espanha, resolvendo-se somente em 1494, com a assinatura do Tratado de Tordesilhas entre D. Fernando e D. Isabel de Espanha e D. João II de Portugal. Por este Tratado, o mundo ficou dividido em duas partes, por um meridiano.As terras a Oriente seriam para Portugal, as descobertas a Ocidente para a Espanha.
• D. João II morre sem conseguir realizar o seu sonho (descobrir o caminho marítimo para a Índia). Sem filho legítimo (Afonso seu filho, morre antes), sucedeu-lhe seu primo, D. Manuel I.
• D. Manuel I continua o empreendimento.
• Utiliza outro tipo de embarcação, a nau.
Vasco da Gama: - chega à Índia, a Calecute em 1498 (com as naus: S. Gabriel; S. Rafael; Bério).
• Gil Vicente viveu numa época dominada pelos Descobrimentos e suas consequências a nível social.
• Havia uma massa de gente corrompida pelo luxo. A imoralidade invadia todos os estratos sociais.
• Gil Vicente observou, compreendeu e analisou toda essa sociedade comprometida pelo luxo, pela riqueza e pela ociosidade. A ninguém poupou nas sua críticas, conferindo-lhes sempre um toque caricatural, irónico e risível.
A obra de Gil Vicente foi gerada numa sociedade em transformação.
Medievalismo Importância da Igreja; A realidade aparente
como mera ilusão; Busca de temas e figuras
alegóricas do teatro religioso medieval;
Teocentrismo.
(p.49)
Renascimento• Entusiasmo nacionalista;• Compreensão dos problemas
sociais;• Crítica à materialidade da época;• Sátira irreverente, mas
moralizadora;• Quadros vivos de costumes e dos
tipos sociais;• Liberdade de escolha
(individualismo);• Antropocentrismo.
No reinado de D. Manuel, Gil Vicente, genial dramaturgo íntimo da Corte, e os seus amigos representaram os autos que escrevia, chegando mesmo a ser organizador das festas palacianas. No reinado de D. João III, com a entrada da Inquisição, os divertimentos começaram a ser mal vistos, algumas das peças de Gil Vicente foram proíbidas.