A ESCRITA Da Historia Da Arte (PPT)

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A ESCRITA DA HISTÓRIA DA ARTE

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A ESCRITA DA HISTÓRIA DA

ARTE

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PRIMEIROS PASSOS

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DO MUNDO ANTIGO À IDADE MÉDIA

• O mundo antigo concebia a história como progresso, a exemplo do compêndio de 37 volumes Naturalis, do autor romano Plínio, o velho (a. 77 d.C.)

• Na Idade Média prospera a literatura topográfica, a hagiografia, a erudição e, principalmente, os textos-guias de natureza filosófica e teológica, desde os anátemas de S. Bernardo à Súmula contra os gentios, de S. Tomás (1259).

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RENASCIMENTO E HUMANISMO

• Na época do Humanismo predomina uma literatura ligada ao artista criador e ao desenvolvimento das teorias:

- Leon Battista Alberti: De pictura (1434), De Statua (1435), De Re Aedificatoria (1452

- Piero della Francesca: De Divina Proportione (1480)

- Leonardo Da Vinci: Trattato della Pintura (1651)

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VITE, DE GIORGIO VASARI (1550-68)

Síntese das idéias desenvolvidas desde a antiguidade até o Humanismo

O argumento principal relaciona o desenvolvimento das artes às fases da vida (nascimento, crescimento, envelhecimento e morte) e aos estágios da sua evolução (infância, juventude e maturidade)

O método analítico assenta-se em sistemas cômodos que permaneceu sem revisão crítica até a recente historiografia que, em linhas gerais, dividia as artes em “maiores” e “menores”, considerava a Idade Média uma época de caos e concentrava-se na produção artística do eixo Roma-Florença.

“Em suma: uma visão distorcida e por vezes facciosa: Vasari é o primeiro exemplo autorizado de uma metodologia que chega a retorcer os acontecimentos para chegar a uma demonstração pessoal (o que hoje se chama “crítica operativa”)” (Faciolo, p. 88)

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SÉCULO XVII: A SUPREMACIA DA ERUDIÇÃO• No séc. XVII, a maioria dos historiadores já

não era mais constituída por artistas, mas sim por “entendidos” diletantes cujas preocupações centrais voltavam-se antes para a demonstração de erudição do que para o contato com a obra: “é levado até o limite o discurso que preconiza a supremacia do conteúdo, com descrições intermináveis das obras, quase para rivalizar literariamente com a pintura” (Fagiolo, p. 89)

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SÉCULO XVIII: DOIS MOVIMENTOS

• No século XVIII, o campo da arte apresenta um movimento duplo: de um lado, na arte, encontra-se o conceito de autonomia da arte e novas categorias artísticas como “sentimento”, “gênio” e “fantasia”; de outro, na filosofia, o culto ao passado e o desenvolvimento de uma teoria da beleza objetiva.

• Esse processo dialético entre a teoria do gosto e o neoclassicismo incipiente originou uma nova ciência.

• Obra fundamental: Aesthetica, de Baumgarten (1750-58)• Disciplina autônoma: Pensieri sull’imitazione dell’arte greca

(1755) e Storia dell’arte antica (1764), de Johann Joachim Winckelmann

• “Arte da visão”: Laocoonte, de Lessing (1766)• Estética idealista: Herder, Schelling e Hegel

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DESTAQUE PARA A OBRA

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MARCO DIVISOR

• Storia Pittorica dell’Italia, de Luigi Lanzi (1789)• delimita uma linha divisória entre a tratadística ou

pseudo-histórica e a nova concepção de “história da arte”

• substitui as “doutas construções mentais” por um contato físico com a obra

“Saída pela primeira vez no ano da Revolução, é elaborada sobre um critério individualista mas revela-se sempre mais atenta à evolução dos diferentes ‘estilos’: é, além disso, a catalogação dos artistas em escolas e a primeira análise das relações e antagonismos entre as diversas posições pictóricas” (Fagiolo, p. 89-90)

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SÉCULO XIX: O NASCIMENTO DO PERITO

• Clima cultural: progresso científico e tecnológico, organização de museus e exposições, ensino de artes nas universidades, predomínio das idéias positivistas

• Principais peritos: Giovani Morelli (auxílio da fotografia, confronto documental) e Giambattista Cavalcaselle (utilização de gráficos, notas precisas)

“figura, capaz de distinguir autores e escolas no interior do vasto campo das artes, assume o cariz de mago: durante muito tempo, o papel do historiador de arte identificou-se com o seu” (Fagiolo, p. 90)

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A IMPORTÂNCIA DO PERITO

Um dia, estando eu arrebatado em frente do misterioso quadro, interrogando-o, o meu espírito encontrou o do artista, que daqueles traços femininos olhava cá para fora, e eis que naquele contacto recíproco se acendeu de improviso uma centelha e eu exclamei com alegria: “És mesmo tudo, amigo Giorgione” e o quadro respondeu: “Sim, sou eu”. (Apud Faciolo, p. 94)

Comentário de Morelli, acerca do quadro n. 143, da Galeria Borguese

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O MÉTODO FORMALISTA

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A ESCOLA DE VIENA E O MÉTODO FORMALISTA

“A arte não é ‘poesia muda’, mas linguagem de cores e de formas” (Fagiolo, p. 91)

• Princípios: Supremacia da forma e desenvolvimento da “pura-visualidade”; oposição ao positivismo e ao predomínio do conteúdo; a história da arte como disciplina autônoma

• Expoentes: Konrad Fidler (reflexão teórica); Adolf von Hildebrand; Alois Riegl; Heirich Wölfflin (aplicação histórica); Max Dovorák (história da cultura e da civilização); Franz Wickhoff; Julius von Schlosser; E. Kris e E. H. Gombrich (método psicanalítico)

• Objeto de pesquisa: os aspectos formais das imagens artísticas

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ALOIS RIEGL (1858-1905)

• propõe uma história da arte como história universal• transita entre artes “menores” e “maiores”• parte dos princípios da “vontade da arte” (Kunstwollen) e do

“espírito de um povo” (Volksgeist) que se referem à capacidade de um artista ou de um período de exprimir ideias através da arte

• elabora categorias de análise do fenômeno artístico como táctil e óptica, forma estática e forma dinâmica e assim por diante

“Como até um povo mais primitivo tem uma filosofia, uma cosmologia e uma psicologia próprias, não existe nenhum povo que faça arte pouco importante. E se a arte é uma linguagem expressiva, não se pode certamente decidir que uma linguagem é menos “bela” do que outra” (Fagiolo, p. 92)

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HEINRICH WÖLFFLIN (1864-1945)

• Autonomia das formas (desconsidera interpretação, conteúdo e contexto)

• Definição de estilos (individual, nacional, de uma época)• Principal obra:Princípios Fundamentais da História da Arte

(1915)• Definição de 5 pares de conceitos para distinguir o

classicismo do séc. XVI do barroco do séc. XVII:- O classicismo é linear, o barroco, pictórico;- O classicismo utiliza planos, o barroco, profundidade;- O classicismo possui uma forma fechada, o barroco,

aberta;- O classicismo é pluralidade, o barroco, unidade;- O classicismo possui uma luz absoluta, o barroco, relativa.

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ASPECTOS POSITIVOS DAS CATEGORIAS DE WÖLFFLIN

“Suas precauções no utilizar as categorias são exemplares. Em primeiro lugar, elas não precedem as obras mas são deduzidas de um corpus concreto; em segundo, ele não perde de vista a história, pois, longe de serem universais, suas categorias aplicam-se exclusivamente a dois períodos precisos, o da Renascença e o do Barroco. Em terceiro, elas não são nem absolutamente necessárias nem absolutamente suficientes” (Coli, p. 52)

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ASPECTOS NEGATIVOS DAS CATEGORIAS DE WÖLFFLIN

“A teoria de Wölfflin deu lugar a muitos mal-entendidos da parte de discípulos superficiais. Os perigos são evidentes: a história das estruturas visuais (em si abstracta) arrisca-se a vir a ser história da arte em geral; nasce uma arte fantasiosa sem artistas, mas ligada apenas aos processos de visão” (Fagiolo, p. 92)

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UNIFORMIZAÇÃO DAS CATEGORIAS DE WÖLFFLIN

“Por outro lado, as categorias clássicas poderiam ser aplicadas a David, ao seu Rapto das Sabinas de 1799, por exemplo, mas seria impossível confundir esse quadro com uma produção da Renascença” (Coli, p. 53)

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Jacques-Louis David. O rapto das Sabinas, 1799

“O tipo de gesticulação empregada, trabalhada em si mesma, como poses de ateliê, a sua recomposição no conjunto – que dá uma impressão de desorganização astuciosa, teatralmente organizada -, a vontade de citação arqueológica, são fatores essenciais que o distinguem indubitavelmente do classicismo da Renascença” (Coli, p. 53)

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ANÁLISE FORMALISTA

• Despreocupação com o tema, o sentimento, as emoções

• Harmonia das formas• Princípios geométricos• Volume sólido• Vazio do fundo• Contornos atípicos• Volumes arredondados• Preocupação com as

proporcionalidades

Rafael Sanzio. Madonna del Cardellino, 14?

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Sandro Botticelli. O nascimento de Vênus, 1485

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O SIGNIFICADO DA FORMA NO MÉTODO FORMALISTA

“Estas características formais não se encontram somente naquele quadro, nem em todas as Madonnas de Rafael, mas também noutras obras do mesmo período, qualquer que seja o assunto, e aparecem já desenvolvidas em obras cronologicamente mais tardias. Existem, pois, modelos formais próprios de Rafael que não servem para comunicar os vários temas, mas algo de mais geral e profundo, uma concepção do mundo e do espaço e aquilo que se desenvolve no curso da arte do mestre é justamente aquele sistema de representação global da realidade. As formas têm, em resumo, um conteúdo significativo próprio” (Argan, p. 34)

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O MÉTODO SOCIOLÓGICO

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MÉTODO SOCIOLÓGICO

• Princípio: Mais do que uma história da arte concentrada no aspecto formal, é uma história da sociedade através do artefato artístico

“O princípio é que não existe contradição entre considerar um quadro como obra de arte e simultaneamente como documento do seu tempo

• Precursores: Max Dvorák• Expoentes: H. Taine, Francis Klingender, Frederick Antal,

Arnold Hauser e Nicos Hadjinicolau- Objeto de pesquisa: Mecanismos de encomenda, da

avaliação e da remuneração do artista; movimentos do mercado, do mecenato e da crítica artística; formação do gosto do público

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ANÁLISE SOCIOLÓGICA PORFREDERICK ANTAL

Gentile da Fabriano. Adoração dos Magos, 1423

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ANÁLISE SOCIOLÓGICA PORFREDERICK ANTAL

Masaccio. A Adoração dos Reis Magos, 1426

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≠ ENTRE GENTILE E MASACCIO

• Gentile (1370-1427): preferência das cortes feudais, uma realidade histórica em declínio, sua obra pictórica é refinada e elegante

• Masaccio (1401-1428): expoente da emergente cultura burguesa, uma realidade histórica em ascensão; sua obra pictórica exprimi seriedade, densidade de pensamento, consciência histórica, essencialidade despojada de qualquer ornamento

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ARNOLD HAUSER (1892-1978)

• Surge da conjugação entre a “pura-visualidade” (Dvorák), o pensamento marxista (Lukács) e a pesquisa sociológica (Weber)

• Transformações estilísticas + mudanças de gosto de uma classe social + contexto sócio-histórico

• Aspecto positivo/negativo: Abriu novas perspectivas de análise da obra, embora a as manifestações artísticas não se ligam às mutações da sociedade de maneira mecânica

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História Social da Arte e da Literatura (1951)

“Passa-se do artista pré-histórico ‘feiticeiro’ para a organização do trabalho artístico no Egito; o arcaísmo grego corresponde à época dos Tiranos, enquanto o Classicismo está ligado à Democracia; os períodos da arte medieval são divididos segundo o destinatário da mensagem artística (o convento, os fiéis, os cortesãos); o período gótico pode ser estudado olhando para a organização dos estaleiros; no Renascimento existe um público de corte e um público burguês (enquanto o artista é um humanista privilegiado); a crise das religiões marca a passagem do Classicismo para o Maneirismo; o Barroco diferencia-se entre cortes católicas (a Academia) e protestantes (o mercado), e assim por diante. Por esta breve resenha entende-se como a Storia sociale dell’arte é um instrumento complementar para qualquer estudo mais correctamente histórico” (Faciolo, p. 101)

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ALCANCES E LIMITES DO MÉTODO SOCIOLÓGICO

• “Não é, pois, correcto dizer-se que a crítica de orientação sociológica considera a obra de arte apenas como documento e descura-lhe a qualidade. Porém, é verdade que essa crítica não tem dado todos os resultados que podia dar. Quando muito operou em campos já trabalhados, sem se aventurar a novas direcções de pesquisas mais condizentes com as suas premissas e com os seus objectivos: a relação entre a actividade artística e o mundo da produção e do trabalho; a sua organização no quadro de actividades sociais; a fruição artística a diversos níveis sociais e os seus meios (decalques, gravuras, reproduções mecânicas, etc.)” (Argan, p. 37)

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O MÉTODO ICONOLÓGICO

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O INSTITUTO WARBURG E O MÉTODO ICONOLÓGICO

• Princípios: A atividade artística tem impulsos profundos, ao nível do inconsciente individual e coletivo; portanto, a história da arte sob perspectiva iconológica é a história da transmissão, da transmutação das imagens.

• Expoentes: método instaurado por A. Warburg, prosseguido por Fritz Saxl e desenvolvido por E. Panofsky para as artes figurativas e R. Wittkower para a arquitetura. Além deles, podemos citar: E. Wind, E. H. Gombrich e F. A. Yates.

• Objetos de pesquisa: cultura da imagens, processos de associação e transmissão

• Áreas auxiliares: psicanálise

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ABY WARBURG (1866-1929)

• Precursor dos estudos da história da cultura

• Responsável pela organização de uma biblioteca especializada com material iconográfico

• Inspira a criação de um instituto de pesquisa

• Mantenedor de um centro cultural para a comunidade de estudiosos

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ERWIN PANOFSKY (1892-1968)

• Oposição ao formalismo• Universo ideológico• Valores simbólicos• O papel da cultura• 3 níveis de interpretação da obra: 1) descrições pré-

iconográficas e interpretações formalistas, 2) campo da iconografia e da convenção das imagens e 3) campo da iconologia, dos valores simbólicos, dos significados intrínsecos, dos princípios sujacentes

• Aplicação: O método da iconologia aplica-se bem à interpretação da cultura antiga, medieval, renascentista e barroca; porém, não responde aos problemas das pesquisas sobre arte moderna e contemporânea

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SIGNIFICADOS

“Numa obra de arte, a ‘forma’ não pode ser dissociada do ‘conteúdo’: a disposição dos traços e das cores, da luz e da sombra, dos volumes e dos planos, por muito encantadora que seja como espetáculo, deve ser também entendida como portadora de um significado que ultrapassa o valor visual” (Panofsky apud Faciolo,p. 96)

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“Muita gente, ao longo de séculos subseqüentes, hauriu força e consolo de tal representação do Salvador. O sentimento ali expresso é tão poderoso e tão claro que reproduções dessa obra podem ser encontradas em capelas de beira de estrada e em remotas casas camponesas cujos moradores nada entendem de ‘Arte’” (Gombrich, p. 23)

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RELAÇÃO ARTE-CULTURA

“A redução a esquemas formais, estáticos e precisos como em Wölfflin, universais como em d’Ors, dinâmicos como em Focillon, deixa a descoberto, como Panofsky testemunha, um setor importante do objeto artístico: o seu aspecto semântico. Mais grave ainda, elas excluem a problemática da relação arte-cultura, a compreensão do objeto artístico passando pela compreensão da cultura que o produziu” (Coli, p. 61)

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ALCANCES E LIMITES DO MÉTODO ICONOLÓGICO

• Aspectos positivos: o método iconológico permite uma extensa análise dos processos de fruição/recuperação

• Aspectos negativos: o método iconológico recolhe extenso material, porém não se preocupa com a qualidade das imagens

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CULTURA DA IMAGEM

“Não é correcto dizer-se, como se tem dito, que o método iconológico não é um método histórico: exactamente como método histórico é que ele estuda e descreve processos peculiares da cultura artística como cultura da imagem, que explicam a sua maneira específica de evoluir e difundir-se” (Argan, p. 40)

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REPETIÇÕES, MUTAÇÕES E ASSOCIAÇÕES

“É verdade que não se definiu um valor de qualidade inerente às imagens; mas não é verdade que o método iconológico considere apenas as repetições do tipo de imagem: pelo contrário, ele ocupa-se sobretudo das mutações, das diversas associações de imagens para tomar novos significados. Por outras palavras, se a iconografia é o estudo da conformidade com uma imagem-tipo, a iconologia é o estudo das infracções ao modelo, do percurso muitas vezes misterioso da imagem na imaginação, dos motivos para as suas reaparições por vezes muito distanciadas no tempo” (Argan, p. 39)

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O MÉTODO SEMIOLÓGICO

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MÉTODO SEMIOLÓGICO OU ESTRUTURALISTA

• Princípios: A arte é comunicação e, portanto, está ligada à linguagem

• Expoentes: Umberto Eco (1932- ), C. Brandi, C. Maltese, R. De Fusco

• Objeto de pesquisa: o fator comum das manifestações artísticas, ou seja, fatores como o lugar, o tempo, a cultura em que se produziu o ato artístico

• Áreas auxiliares: antropologia• Aplicação: estudo da arte contemporânea• Aspecto positivo: o espectador como criador, o público como

co-autor• Aspecto negativo: a “desinterpretação” histórica do fato

artístico e a confluência com outros métodos como a “pura-visualidade”

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O CONCEITO DOS SIGNOS

“Para além do conceito de forma, cuja validade se limita às culturas que vêem a arte como representações interpretativas da realidade e depois como acção de conhecimento; para além do conceito de imagem, que limita a actividade artística à esfera da imaginação, o conceito de sinal surge hoje como o único válido indistintamente para todos os fenómenos artísticos e que por isso consente uma delimitação da área fenomenal da arte” (Argan, p. 40)

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O ESTUDO DOS SIGNOS

“O estudo do sinal (semiologia) parece ter tendência para subtrair o estudo da arte às metodologias históricas, para o instituir como ciência absoluta, substituindo a mutabilidade das interpretações pela decifração rigorosa dos sinais, mediante a determinação dos códigos correctos. Justamente por isto se atribui ao estudioso da arte a função específica da descodificação das mensagens por sinais. Uma vez que os sinais são significantes, o problema da arte está incluído no da comunicação: e mais do que nunca fica aberto o debate acerca da possibilidade ou da legitimidade de distinguir a mensagem estética da mensagem puramente informativa” (Argan, p. 40)

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NOVOS RUMOS

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL

“Hoje sabemos que é importante proteger também o ambiente em que a igreja franciscana surge, para passar depois a proteger o ambiente urbano, até ao território inteiro de Florença. Em suma, a ideia da conservação do património artístico é antes de tudo um problema de valorização, e anda por isso a par e passo com a nova ‘história da arte’” (Fagiolo, p. 102)

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Quinta del Sordo

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Diagrama com a situação original das Pinturas Negras da Quinta del Sordo, 1820-3

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Quinta del Sordo, 1930

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Quinta del Sordo (ES)

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Francisco de Goya. As pinturas negras, 1820-3, Museu Nacional del Prado (ES)

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BIBLIOGRAFIAARGAN, Giulio Carlo. A história da arte. In: História da arte como história da cidade. São

Paulo: Martins Fontes, 1992.

ARGAN, Giulio Carlo; FAGIOLO, Maurizio. Guia de história da arte. Lisboa: Estampa, 1994.

COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 1984.

FREITAS, Artur. História e imagem artística: por uma abordagem tríplice. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, n.34, jul-dez/2004.

GOMBRICH, Ernst. História da arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.

MACHADO, José Alberto Gomes. A história da arte na encruzilhada. Varia História, Belo Horizonte, v. 24, n. 40, p. 523-530, jul./dez. 2008.

MENEZES, Ulpiano T. Bezerra de. Fontes visuais, cultura visual, história visual. Balanço provisório, propostas cautelares. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.23, n.45, 2003.

NAPOLITANO, Marcos. História e arte, história das artes, ou simplesmente história? In: Simpósio Nacional da Associação Nacional de História / História: fronteiras / Associação Nacional de História. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP: ANPUH, 1999.

PÄTCH, Otto. Questões de método em história da arte. In: LICHTENSTEIN, Jaqueline (org.). A pintura – vol. 8: descrição e interpretação. Vol.8. São Paulo: Editora 34, 2005.

RIBEIRO, Marília Andrés. Novas abordagens na história da arte. Varia História, Belo Horizonte, n. 12, p. 128-126, dez. 1993.

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CRÉDITOS

Instituição: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)

Curso: Bacharelado em HumanidadesDisciplina: História da Arte e da CulturaDocente: Miliandre Garcia

* A maioria das imagens foram extraídas da internet (Google), outras são fotos pessoais e uma parte escaneada dos livros citados na bibliografia

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ORIGENS DA HISTÓRIA DA ARTE

• Renascimento italiano• A transformação do estatuto social

do artista• A descoberta da perspectiva• O estudo das proporcionalidades

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A HISTÓRIA DA ARTE COMO DISCIPLINA AUTÔNOMA

• Escola de Viena: • Fins do século XIX• Inclusão da história da arte no currículo

universitário• Associação com o Museu de Arte Decorativa

e com o Instituto de Pesquisas Históricas• Ponto de convergência de historiadores da

arte como Wickhoff, Riegl, Scholosser, Dvoràk e Strzygowski

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HISTORIOGRAFIA DA HISTÓRIA DA ARTE

Século XIX:• Taine: compreensão objetiva; • Heinrich Wölfflin: classificação das constantes;• Eugenio D’Ors: generalização das especifidades,

método científico;• Focillon: história das formas independente da história,

evolução das formas (etapa primitiva, clássica e barroca),

Século XX:• Emile Mâle:• Erwin Panofsky: estudo da iconologia, ciência da

significação, problema do sentido, estudo da semântica

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MARCHAN FIZ (

• A obra de arte como signo é um sistema comunicativo num contexto sócio-cultural, e um fenômeno histórico-social

• A obra de arte como “subsistema social de ação”

• Articulação entre uma perspectiva semiótica e uma perspectiva social

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• “As precauções de Wölfflin, entretanto, foram reiteradamente abandonadas, e com freqüência encontramos um formalismo categórico que se pretende absoluta chave explicadora” (Coli, p. 54)