Amâzônia antes dos europeus GEO

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AMÂZÔNIA ANTES DOS EUROPEUS PROFº GEÓGRAFO ESP. ED. AMBIENTAL LUIZ CARVALHEIRA JUNIOR DISCIPLINA ESTUDOS AMAZÔNICOS E.E.E.F.M. PROFª ONEIDE DE SOUZA TAVARES 7ª SÉRIE/8ºANO

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AMAZÔNIA ANTES DA COLONIZAÇÃO EUROPÉIA

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AMÂZÔNIA ANTES DOS EUROPEUS

PROFº GEÓGRAFO ESP. ED. AMBIENTAL LUIZ CARVALHEIRA JUNIOR

DISCIPLINA ESTUDOS AMAZÔNICOSE.E.E.F.M. PROFª ONEIDE DE SOUZA TAVARES

7ª SÉRIE/8ºANO

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I - A Amazônia Pré-histórica A longa história do povoamento humano na Amazônia começa

praticamente junto com a formação da floresta que conhecemos hoje. Apesar de ainda não terem sido encontrados vestígios

concretos da presença humana na Amazônia durante o período compreendido entre 20.000 e 12.000 a.p. (antes do presente) foi, provavelmente, neste período que os primeiros grupos humanos provenientes da Ásia chegaram de sua longa migração até a América do Sul. Eram grupos nômades de caçadores-coletores que perseguiam as grandes manadas de animais.

OBS: Existem diferentes teorias acerca da ocupação pré-histórica da América. As datas da presença humana variam conforme a teoria, as mais recentes pretendem recuar a antiguidade do homem americano entre 30.000 a 50.000 anos. A origem também vem sendo revista, provavelmente a migração teve somente procedências mais diversas do que da Ásia.

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O ambiente inicial e suas formas de vida

A Amazônia era então uma ampla extensão de savanas, com apenas algumas manchas de floresta ao longo dos rios.

Nesse ambiente proliferavam grandes animais como o mastodonte, a preguiça gigante, o toxodonte, o tigre-dentes-de-sabre e diversos outros exemplares de megafauna, os quais se supõe, serviam de base alimentar para os bandos de caçadores gregários.

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II - Ocupação dos povos pré-Colombianos

a) Período Paleoindígena (11.200 a 8.500 a.C.) Os povos paleoindígenas coletavam

moluscos, plantas e caçavam animais de pequeno porte. Utilizavam pontas de lança feitas de pedra para facilitar o abate desses animais.

Não há atualmente indícios que revelam a existência de habitações mais elaboradas, o que sugere (segundo arqueólogos e cientistas sociais) que esse grupo humano habitava grutas e cavernas.

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b) Período Arcaico (7.500 a 1000 a.C.)

Nesse período ocorreu o desenvolvimento da produção agrícola, especialmente na várzea e depois em terra firme (causou a sedentarização do homem amazônico), com o cultivo do feijão, do milho e da abóbora.

Hoje são comprovados com a existência de sambaquis (sítios arqueológicos recobertos com camadas de concha e vegetação fluvial), que comprovam sua existência na região do delta do rio Amazonas (Ilha do Marajó, nas Guianas e no rio Orenoco).

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A Cultura da Floresta Tropical

Com o desenvolvimento de novas práticas socioculturais, surgiu a chamada Cultura de Floresta Tropical, caracterizada por grupos que praticavam uma agricultura ainda incipiente, complementada pela caça, pesca e coleta de frutos e sementes da floresta.

Com isso, os grupos pré-históricos amazônicos passaram também a fabricar cerâmica e a ocupar alguns locais por períodos mais prolongados, o que formou mais tarde grandes sítios arqueológicos que testemunham seu florescimento por toda a Amazônia.

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c) Período Formativo ou Pré História Tardia (1000 a.C. a ±1540 d.C.)

Surgiram os Cacicados Complexos, uma cultura com um grau de complexidade significativo em vários campos, tais como a produção de alimentos, a organização social do trabalho, a jornada de trabalho reduzida, o sistema de organização religiosa, as organizações festivas, etc.

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Os cacicados complexos

- Essas sociedades tornaram-se bastante hierarquizadas (provavelmente contendo nobres, "plebeus" e servos cativos);

- Constituíram chefias centralizadas na figura do cacique, e adotaram posturas belicosas e expansionistas. Ocacique, além de dominar amplos territórios, organizava continuamente seus guerreiros visando conquistar novos territórios;

- A cerâmica dessas sociedades era altamente elaborada, demonstrando um domínio de técnicas complexas de produção;

- A dissolução dessas organizações sociais normalmente é relacionada à conquista, que teria abalado sua estrutura demográfica.

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Antes da chegada dos portugueses ao Estado do Pará, habitavam em nossa região diversos grupos indígenas. Para a área do atual território amazônico, os indígenas estavam agrupados em três grandes troncos: tupi-guarani, aruaque e caribe.

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Os Tupinambás

Dentre os índios tupi-guarani na região, os mais conhecidos são os Tupinambá.

O primeiro grupo indígena que os portugueses entraram em contato ao chegar ao Pará foram os índios Tupinambá, cujo “morubixaua” (“principal” ou “cacique”) se chamava Guaimiaba, apelidado pelos portugueses de Cabelo-de-Velha.

Os Tupinambá eram extremamente belicosos, isto é, guerreiros. As guerras entre os Tupinambá tinham o objetivo de capturar prisioneiros para a execução e a antropofagia ritual. Os mortos e feridos durante o combate eram devorados no campo de batalha ou durante a retirada; os prisioneiros seguiam com seus algozes, para que as mulheres também os vissem, e pudessem ser mortos. A vingança, assim, era socializada: era necessário que todos se vingassem. A execução ritual, contudo, poderia demorar vários meses.

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Os belicosos Tupinambás. Gravura de Theodore De Bry, Grandes Viagens, 1592.

Antropofagia ou canibalismo Tupinambá. A representação do ritual associa-se às imagens do purgatório e a ação

demoníaca, no âmbito do imaginário religioso europeu. Gravura de Theodore De Bry, Grandes Viagens, 1592.

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O objetivo da antropofagia ritual era o desejo de vingar a morte de seus parentes próximos ou os amigos em batalhas. Também há a crença entre os Tupinambás de que comendo o corpo de um guerreiro, adquiririam a sua força e habilidades nas batalhas. Tal ritual chocava profundamente os europeus que o presenciaram; tal choque fora registrado em relatos de viajantes e gravuras da época.

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Marajoaras As primeiras populações que habitaram a Ilha do Marajó viviam de forma

simples, com organização social baseada no trabalho doméstico e familiar. Dedicavam-se à caça, à pesca, à coleta de produtos da floresta e à horticultura. Cerâmica, tecidos e outros objetos eram produzidos para a família e para eventuais trocas com outros grupos.

Os povos que viveram na Ilha do Marajó entre 1.500 anos a.C. até o século XVIII produziam cerâmica em estilos diversos. A cerâmica marajoara demonstrava grande valor como objeto artístico e veículo de comunicação social e cultural. Desenhos geométricos e figuras humanas e de animais podem ser observados na decoração.

A produção da cerâmica se concentrava no trabalho das mulheres das tribos, responsáveis por todo o processo, da escolha da argila à modelagem, da queima das peças à pintura dos objetos.

Dentre as peças cerâmicas mais famosas estão as igaçabas, urnas destinadas à guarda de ossos dos mortos em cerimônias funerárias. Há ainda as estatuetas, muitas utilizadas pelos pajés em rituais como maracás, e as tangas de cerâmica, usadas por mulheres em cerimônias e ritos de passagem.

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Igaçaba Marajoara. Museu do Encontro, Forte do Presépio. Belém-PA.

Tanga de cerâmica. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém-PA.

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Tapajônicos

O principal grupo indígena que habitava a região do rio Tapajós, no Estado do Pará, chamava-se Tapajó, habitando a região pelo menos desde o século X até o XVII. Sua principal aldeia estava situada na foz do rio Tapajós, local atual do bairro de Aldeia, na cidade de Santarém.

Os relatos históricos informam que os Tapajó estavam organizados em aldeias com 20 a 30 famílias, vivendo juntas em casas coletivas. Os grupos familiares possuíam lideres (chefes), a quem deviam obediência.A cerâmica indígena tipicamente de Santarém da cultura tapajônica apresentam regularmente a representação de figuras humanas e animais. Os objetos mais significativos da cerâmica de Santarém são os vasos de cariátides, os vasos de gargalo, estatuetas e cachimbos.

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Vaso de Cariátide. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém-PA.

Vaso de Gargalo. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém-PA.

Estatueta de cerâmica representando uma figura humana. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém-PA.

Muiraquitã. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém-PA.