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    Sergio A. de A. Coutinhoo Movimento Comunista no Brasil - MCB - semprefoi a projeção no pas de um empreendimento maioridenti!"ado "omo Movimento Comunista Interna"ional -

    MCI. #or isto$ tam%&m retratou e ainda retrata o espe"trodo "omunismo mundial' re(etiu as suas "rises e repetiuas suas divis)es$ dissid*n"ias e "ontradiç)es. +uando"aiu o Muro de Berlim ,/0 e a 1nião Sovi&ti"a ruiu,0$ pare"eu para muitas pessoas 2ue o "omunismohavia desapare"ido em todo o mundo e$ "onse23entemente$no Brasil. 4sta apressada "on"lusão da opiniãop5%li"a veio %em a "alhar para os mar6istas$ na2uele "rti"omomento do "omunismo interna"ional e na"ional$ epassou a ser uma palavra-de-ordem de "onveni*n"ia ede operação polti"a dos #artidos mar6ista-Ieninistas.7a verdade$ nem o MCI$ nem o MCB desapare"eram8muito menos o "omunismo morreu.9 9 9

    o movimento "omunista passou a ter presençano Brasil 2uando um grupo de nove pessoas fundou o

    #artido Comunista:Seção Brasileira da Interna"ional Comunista- #C:SBIC - em ;< de março de ;; ,a0. =esdeentão$ a hist>ria do MCB & a do pr>prio #artido ComunistaBrasileiro ,pelo menos at& ??0$ tendo sido %ali@adapelos a"onte"imentos 2ue mar"aram tr*s tentativas "on"retasde tomada do poder$ todas malogradas pela resist*n"iainstitu"ional e orgni"a da so"iedade %rasileira' - < - A Intentona Comunista- ?:? - D Eentame de ?- ??:F< - D Eerrorismo e a GuerrilhaAs duas primeiras tentativas se devem H ini"iativado #CB8 a ter"eira j & "onse23*n"ia da dissid*n"ia dosgrupos mar6ista-Ieninistas 2ue optaram pela viol*n"ia revolu"ionriade modelo "hin*s ,maostas0 e "u%ano,fo2uistas0.

    4m J$ o Bureau Sul-Ameri"ano da Interna"ionalComunista impKs ao #CB uma linha radi"al' a revoluçãoimediata. 7esta o"asião$ Lui@ Carlos #restes$ jini"iado no mar6ismo-Ieninismo$ re"usa-se a parti"ipar daRevolução de J e pu%li"a em Buenos Aires um manifestoe6pondo id&ias nitidamente "omunistas. 4m $foi para a 1nião Sovi&ti"a "om o apoio do omintern.A "hegada de #restes ao Brasil em maio de

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    eleiç)es da2uele ano "om um "andidato H #resid*n"iada Rep5%li"a. A e6ist*n"ia legal do #artido foi "urta$ poisem maio de F o E ri%unal Superior 4leitoral "assou oseu registro por suas not>rias ligaç)es interna"ionalistase pela nature@a ditatorial do seu programa. D #artido voltouH "landestinidade.D PP Congresso do #C1S "onvo"ado por rus"hev

    em

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    posse 2uando "ontestada pelos ministros militares.D #artidão agiu "oerentemente. 4ntretanto$ asdemais organi@aç)es mar6istas-Ieninistas e as es2uerdasna"ionalista-populistas !@eram opção pela viol*n"iaarmada. 4sta es"olha as levou a uma radi"ali@ação insensata,grevismo e tumultos0 o 2ue a"a%ou provo"andoe justi!"ando a apreensão da so"iedade %rasileira e areação polti"o-militar de ?$ uma "ontra-revolução restauradora.

    Com isto$ o projeto do #CB foi interrompido justamente 2uando se mostrava tão promissor.D 2ue se passou nas es2uerdas no Brasil na2uelesanos de ? a ? foi a "onverg*n"ia de interesses$am%iç)es e o%jetivos de lideranças populistas de umlado "om os de um movimento "omunista revolu"ionriodo outro. A2uelas eram %arulhentas e ostensivas8 esteera "onsistente$ o%jetivo e "om uma estrat&gia de tomadado poder %em montada$ agindo perseverante e dis"retamente.4m%ora a indis"iplina ino"ulada em setores inferioresdas Qorças Armadas e a ameaça de ruptura da hierar2uiatenham sido o fator de unanimidade dos militarese a ra@ão 2ue os moveu em de março de ?$ narealidade mais do 2ue defendendo valores institu"ionais$estavam reali@ando uma "ontra-revolução.Ap>s a "ontundente derrota$ a auto"rti"a da es2uerdafoi imediata$ a"re e simplista. D #CB$ 2ue saiu doa"onte"imento prati"amente ileso$ a"usou a intromissãode Cu%a$ o radi"alismo das Ligas Camponesas e o e6a"er%adomovimento na"ionalista-populista do e6-Governadordo Rio Grande do Sul Leonel Bri@ola de terem pre"ipitadoo pro"esso revolu"ionrio e provo"ado a reaçãopol ti"o-militar.

    As outras organi@aç)es e dissid*n"ias do #artidoa"usaram$ por sua ve@$ o #CB e sua via pa"!"a dein"apa@es de reali@ar a revolução.

     Eerminada a perple6idade da derrota em ?$%em ou mal resolvidas as "ontrov&rsias internas$ 2uenun"a dei6ariam de dividir as es2uerdas$ e assumidas asrespe"tivas opç)es revolu"ionrias$ o MCB em

    ??!"ou

    "onstitudo por dois partidos ,o #CB ortodo6o e o#CdoB revolu"ionrio0 e um grande e "res"ente n5merode organi@aç)es polti"o-militares ,D#M0$ de estruturafo2uista ou militarista$ de inspiração "u%ana.7o perodo de ?/ a F$ podiam ser "ontadas2uase tr*s de@enas delas$ al&m de umas pou"as organi@aç)estrotsistas. D"orreu a atomi@ação das es2uerdas.4n2uanto o #CB se estruturava para retomar o tra%alhode massa$ a es2uerda revolu"ionria fa@ia a opçãopela viol*n"ia armada. Eodos os mar6istas-Ieninistase mesmo os trotsistas aderiram H id&ia do fo"o guerrilheiro8menos o #artido Comunista do Brasil ,#C do B02ue !"ou "om o modelo stalinista-maosta da RevoluçãoChinesa.

    #or falta de ade2uada a"umulação de forças$as organi@aç)es militaristas 2ue$ por "on"epção$ deveriamimplantar o fo"o guerrilheiro rural$ nun"a "onseguiramsair do terrorismo ur%ano.Repassando os atos de viol*n"ia prati"ados em oitoanos de terrorismo ,?? - F0$ pode-se %em medir asua %rutalidade' assaltos$ atentados ao patrimKnio$ e6plos)es$rou%os$ rapto de diplomatas$ se23estros de avi)es"omer"iais$ assassinatos e justi"iamentos. D mais trgi"o$as perdas de vidas humanas' a morte de mais deuma "entena de agentes da lei e de outro tanto dos pr>priosterroristas$ morrendo sem ra@ão. A isto tudo somamseas vtimas ino"entes$ pessoas "omuns alheias ao "onfronto$feridas$ mutiladas e mortas na mira errante dos insensatos.Realmente$ foram anos de "hum%o.

    A derrota polti"a e militar da viol*n"ia revolu"ionria$terrorista e guerrilheira$ d a medida da sua inutilidade.

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    A viol*n"ia não derru%ou a ditadura militar nem implantoua nova ordem so"ialista. D grande desserviço 2uea luta revolu"ionria insensatamente prestou ao Brasil foio de ter retardado a redemo"rati@ação do pas.A auto"rti"a das es2uerdas "omunistas "omeçoulogo depois dos primeiros reveses da viol*n"ia armada.4m #ortugal$ F uma não se integrou ao#artido dos Era%alhadores' o MR-/ ,Movimento Revolu"ionrio/ de Dutu%ro0 2ue guardou a sigla e atua independentee sem pretender registro eleitoral.D ano de F tam%&m mar"ou a "onsolidaçãoda denominada Igreja #rogressista 2ue$ tomando a Eeologiada Li%ertação e o mar6ismo "omo suportes ideol>gi"os$"ada ve@ mais se afastou da su%missão H hierar2uiada Igreja Cat>li"a Romana$ sem no entanto$ e por"onveni*n"ia$ romper "om ela.4ste fato$ a "riação do #artido dos Era%alhadorese a so%reviv*n"ia do #CB e do #C do B propor"ionariamos pontos de refer*n"ia para a reorgani@ação das es2uerdas

    no perodo 2ue se seguiu.A anistia de F propor"ionou o imediato retornoao Brasil de todos a2ueles 2ue foram voluntariamente parao e6terior e da2ueles pou"os 2ue foram %anidos. Ao "hegarem$

     juntaram-se aos 2ue$ pela mesma nova "ir"unstn"ia$emergiam da "landestinidade. D am%iente polti"oera favorvel para a retomada dos projetos revolu"ionriosinterrompidos em F.As e s 2 uerdas voltaram$ imediatamente$ Hmilitn"ia polti"a$ nas organi@aç)es de massa e in!ltradasnos partidos polti"os de oposição e nos partidos de es2uerda

     j e6istentes ou re"&m-"riados.A partir de F a es2uerda mar6ista-Ieninista retomaraa a"umulação de forças para nova tentativa detomada do poder. 4ntretanto$ o pr>prio MCI "omeçou atra@er um ingrediente pertur%ador. A #erestroia e aGlasnost de Gor%at"hev in2uietaram as es2uerdas e as

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