Casa Serra das Meadas

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Casa Serra das MeadasAmoreiras | Almacave | Lamego

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“Um sítio vale pelo que é, e pelo que pode ou deseja ser” (Álvaro Siza)O terreno, objecto da intervenção, banhado pelo sol de nascente a poente e sobranceiro da cidade de Lamego, apresenta-se como um acidentado manto verde de carácter montanhoso.Com vista a tirar o máximo partido da vista sobranceira sobre a cidade de Lamego, e um maior proveito da exposição solar, definiu-se, na primeira leitura do terreno, a localização da implantação na parte superior deste, no limite do arruamento público existente.Numa primeira e breve abordagem desta zona do terreno, sob o ponto de vista morfológico, verifica-se que este apresenta duas zonas topograficamente distintas. Uma no extremo poente - dentro do contexto montanhoso - mais plana, e outra no extremo nascente mais acidentada. Estas premissas, presentes no lugar, foram elementos geradores do desenvolvimento do projecto.Estas características morfológicas, com a vontade de manter algumas árvores existentes, e a presença de um pequeno maciço rochoso, que era interessante incorporar no projecto, definiram a articulação volumétrica.Desta forma o projecto exprime dois princípios distintos. No extremo nascente, a vontade de se encaixar e fundir de forma orgânica no terreno, onde a cobertura surge como uma continuidade do terreno natural, por onde se pode caminhar e aceder à casa. No extremo poente o gesto é diferente, o objecto arquitectónico pousa no terreno, partindo dele, para posteriormente se soltar e levitar sobre ele, como que pousado sobre a paisagem. Esta duplicidade de princípios deveria reflectir o próprio programa, de forma a dar uma clara legibilidade à solução arquitectónica. Assim o volume encaixado, escavado, mais interior, quase que envolvido pelo terreno, acolhe a parte mais íntima do programa, e o volume mais solto e hierarquicamente superior, contém o acesso e as áreas de cariz mais social.O desenho da articulação entre estes dois volumes é determinante para a legibilidade das duas unidades formais.Como dizia Mies “Deus está nos detalhes” parafraseando Gustave Flaubert “le bom Dieu est dans le détail , mais recentemente Souto Moura afirma, “o detalhe é a pontuação, o elemento que permite a leitura desejada. O detalhe reforça a ideia que se quer sublinhar, mas tem de ser um meio, e não um fim”2Esta articulação funciona como uma pontuação, que reforça uma ideia e não constitui um fim em si mesmo.“A geometria é o meio que nos propiciamos para perceber à nossa volta e para nos exprimir.

A geometria é a base. É também o suporte material dos símbolos que significam a perfeição, o divino.” 3 (Le Corbusier)Após a definição da articulação dos volumes com os elementos pré-existentes que determinaram a sua implantação, a geometria funcionou como a base do desenho, no qual foram vertidas todas as ideias, e todas as intenções de projecto. Ela gerou a métrica, a cadência e o ritmo, deu ordem e rigor a uma solução diante de um contexto perfeitamente orgânico. Em síntese poderíamos descrever a casa da seguinte forma:O sol e a vista sobre a cidade de Lamego orientam-se no mesmo sentido, manifestando de forma clara para onde a casa deveria olhar. Faltava encontrar o gesto, que teria de partir do lugar, sem se confundir com ele. E o projecto surge naturalmente, como uma vontade deliberada de encaixe e levitação.

O edifício projectado além de se adequar à utilização pretendida resulta do seguinte programa requerido pelo cliente:Uma habitação unifamiliar de tipologia T4, com as áreas sociais num espaço fluído, áreas de serviço formadas pela cozinha e lavandaria, garagem para duas viaturas, escritório/biblioteca de carácter semi-privado, zona íntima constituída por quatro quartos, dois deles com sanitário e vestiário privado e áreas de estar exteriores com uma forte ligação ao interior e à paisagem.Partindo de todas as premissas anteriormente enumeradas, e do programa definido pelo cliente, o projecto desenvolveu-se naturalmente. No volume suspenso traçou-se o acesso, no qual se articulam a entrada, a garagem e a cozinha. Estes três espaços são desenhados com pequenos elementos, como uma pequena instalação sanitária de apoio e um armário de arrumos, que permitem organizar o espaço garantindo uma desejada fluidez. Após percorrer esta área, chegamos a um espaço de transição, no qual somos sugados para a sala de jantar e as diferentes zonas de estar. Neste ponto de transição e charneira, recebemos a informação, não só, da organização destas áreas sociais, como do prolongamento da habitação para um piso inferior, enunciado pela presença da escada. Esta cria uma tensão que acentua a transição do público para o privado, que é pautada pelo escritório/biblioteca, de carácter semi-privado, situado no volume escavado. Neste volume, somos inicialmente banhados pelo sol e pela paisagem - tal como acontece no volume superior – para posteriormente, na zona de cariz claramente íntimo, recebermos a doce luz de norte, proveniente de um pátio no espaço de circulação.

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Os quartos – tal como toda a casa – prolongam-se para o espaço exterior, voltando-se para o sol e a paisagem, pois foram eles que determinaram a vontade de se construir naquele lugar. A envolvente onde se insere o local de intervenção é composta por pequenos aglomerados constituídos essencialmente por habitações unifamiliares de dois pisos acima da cota da soleira. A estrutura dos aglomerados é linear, acompanhando o desenho dos arruamentos que vão serpenteado as encostas da Serra das Meadas.Na evolvente mais próxima da área de intervenção, esta é composta por um pequeno aglomerado constituído por três habitações unifamiliares de dois pisos acima da cota da soleira. A edificação propostas segue os alinhamentos das edificações existentes na sua relação com o arruamento de acesso, gerando uma frente urbana com alguma regularidade.

Áreas

Área do terreno – 2 937,00 m2Área de construção – 387,00 m2Volumetria – 1 283,00 m3Área de implantação – 333,00 m2Cércea – 5,60 mN.º de Pisos acima da cota da soleira – 1N.º de Pisos Abaixo da cota da soleira – 1N.º de fogos – 1Tipologia – T4

Solução Construtiva

EstruturaA estrutura será em betão, nas lajes, paredes e cobertura.

Paredes exterioresAs paredes exteriores serão de dois tipos:Estrutura em betão isolada exteriormente e constituídas por uma fachada ventilada em madeira com as seguintes camadas: painéis de madeira, caixa-de-ar, polipropileno extrudido com espessura de 3 cm, ceresite e reboco na face interior.Estrutura em betão isolada exteriormente e constituídas por uma fachada ventilada

em blocos pedra com as seguintes camadas: blocos de pedra com espessura de 15cm, caixa-de-ar, polipropileno extrudido com espessura de 3 cm, ceresite e reboco na face interior.

PavimentosOs pavimentos aéreos serão em madeira macheada assente em barrotes de forma trapezoidal sobre betonilha.O pavimento térreo será realizado com as seguintes camadas: Caixa de brita, camada de betão com armadura de malhasol, filme de polietileno, impermeabilização, Placas com encaixe tipo macho-fêmea em polipropileno extrudido com espessura de 3 cm, betonilha, barrotes de assentamento em forma trapezoidal e madeira macheada.

CoberturaA cobertura do corpo encaixado será plana constituída por: camada de forma em betão leve (com granulado de argila expandida) com inclinação de 1,5%, duas telas betuminosas elastómeras de 4 Kg/m2 com armadura em fibra de vidro, isolamento térmico em placas com encaixe tipo macho-fêmea em polipropileno extrudido com espessura de 5 cm e revestimento em terra vegetal com espessura de 20 cm, na qual será plantada relva.A cobertura do corpo suspenso será plana constituída por: duas telas betuminosas elastómeras de 4 Kg/m2 com armadura em fibra de vidro, isolamento térmico em placas com encaixe tipo macho-fêmea em polipropileno extrudido com espessura de 5 cm e revestimento em chapa camarinha em zinco.

CaixilhariasAs caixilharias serão em alumínio com vidro duplo de 18mm

Referências bibliográficas1 Siza, Álvaro; “Álvaro Siza obras e projectos”; Electa; 1996

2 Souto Moura, Eduardo; revista Nu, Abril 2002, em entrevista a Ana Dourado, Pedro Jordão & Susana

Faria: “Souto Moura: a transparência dos gestos”.

3 Corbusier, Le; - Urbanisme - Martins Fontes Editora Lda - 1992

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