Cursos de Pós, MBA, Licenciatura e Extensão ...• Pode, se for possível, colocar grupos de...
Transcript of Cursos de Pós, MBA, Licenciatura e Extensão ...• Pode, se for possível, colocar grupos de...
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO GESTOR NA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS
Por: Fernanda Martins Pelosi Machado
Orientador
Prof. Aleksandra Sliwowska
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO GESTOR NA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão em
Recursos Humanos.
Por:. Fernanda Martins Pelosi Machado
3
AGRADECIMENTOS
...., Um agradecimento especial para
meu marido Marcio, pois sem ele não
seria possível realizar esse objetivo e
agradeço às mestres da Pós
graduação pela dedicação e apoio que
contribuíram para o meu crescimento
pessoal.....
4
DEDICATÓRIA
....Dedico a todos os profissionais da área
de Recursos Humanos. Que este trabalho
possa contribuir um pouquinho para o
conhecimento de todos, não só da área
como os profissionais em geral.
5
RESUMO
Para um entendimento mais preciso sobre a dinâmica dos conflitos,
devemos ter uma visão mais abrangente de suas inúmeras possibilidades,
pois, para algumas pessoas o termo conflito pode ocasionar um medo intenso,
no entanto, se faz necessário reconhecer que existe um modo destrutivo e um
modo construtivo de proceder. Na diferença em se tratar o conflito pode estar o
sinal do saudável, podendo se fazer representar por duas possibilidades para
uma ação mais efetiva, uma negativista, que percebe o conflito como algo
prejudicial, devendo ser evitado a todo custo, e a segunda alternativa é
trabalhá-lo, procurando os benefícios que as diferenças de opiniões e os
posicionamentos contrários podem gerar a nível de aprendizagem pessoal e
profissional.
6
METODOLOGIA
Foram utilizados para pesquisa de campo a leitura de livros e pesquisa
na internet que abordaram de maneira clara e objetiva o assunto chamado
conflito. Esse assunto é de interesse de todos, principalmente das
organizações, pois precisam buscar maneiras de resolver os conflitos
existentes para otimizar os processos de produção das empresas.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAÍTULO I 11
Entendo o conflito
CAPÍTULO II 15
Uma visão positiva do conflito
CAPÍTULO III 18
Possíveis causas dos conflitos dentro das
organizações
CAPÍTULO IV 22
Tipos de conflitos e suas áreas
CAPÍTULO V 24
Conflitos interpessoais nas organizações e
suas consequências
CAPÍTULO VI 27 Como administrar os conflitos
CONCLUSÃO 32
Considerações finais
ANEXO 33
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 37
ÍNDICE 38
9
INTRODUÇÃO
O que vamos apresentar neste trabalho é um pouco sobre o conflito nas
organizações e antes de tudo devemos entender o que é conflito, que sob a
ótica do antigo paradigma, nada mais é que percepções e interpretações
divergentes das partes sobre um determinado assunto. É sempre visto como
algo negativo, um rompimento, um fim. Pela nova ordem sistêmica, o conflito é
um meio, uma oportunidade de reconstrução de realidades e motor gerador de
energia criativa.
Os conflitos existem desde o início da humanidade, fazem parte do
processo de evolução dos seres humanos e são necessários para o
desenvolvimento e o crescimento de qualquer sistema familiar, social, político e
organizacional.
É possível pensar inúmeras alternativas para indivíduos e grupos lidarem
com os conflitos. Estes podem ser ignorados ou abafados, ou sanados e
transformados num elemento auxiliar na evolução de uma sociedade ou
organização.
Se observarmos a história, até há pouco tempo a ausência de conflito
era encarada como expressão de bom ambiente, boas relações e, no caso das
organizações, como sinal de competência.
Alguns profissionais viam o conflito de forma negativa, como resultante
da ação e do comportamento de pessoas indesejáveis, associado à
agressividade, ao confronto físico e verbal e a sentimentos negativos, os quais
eram considerados prejudiciais ao bom relacionamento entre as pessoas e,
consequentemente, ao bom funcionamento das organizações.
10
A partir do surgimento de inúmeras transformações políticas, culturais e
sociais percebidas no decorre deste século, nasceu entre as organizações a
necessidade de tornarem-se cada vez mais produtivas e competitivas, visando
sua vitalidade num mercado muitas vezes delas restrito. Sabendo desta
necessidade, muitos lideres passaram a analisar, avaliar e identificar os
problemas enfrentados pela equipe na aceitação e adaptação de mudanças,
para então, perceber as dificuldades, e necessidades individuais de cada
colaborador e partir para a pratica tentando entusiasmá-los com o quesito
mudanças em seus afazeres.
11
CAPÍTULO I
ENTENDENDO O CONFLITO
Como já foi estudado por alguns escritores e mestres da administração
como Chiavenato e Robbins, bem como se as pessoas olharem para as suas
próprias experiências, tanto profissionais quanto pessoais, vão perceber que o
conflito está presente em suas vidas, inevitavelmente.
Isso se dá porque as pessoas sempre têm interesses e objetivos
diferentes e essas diferenças sempre produzem uma espécie de conflito.
A palavra conflito está ligada ao desacordo, discórdia divergência, que
constitui o lado oposto do acordo, da cooperação r da colaboração. Nesse
estudo vamos ver os dois lados do conflito, pois hoje em dia o conflito já é visto
com outros olhos pelas organizações, porém para que este conflito seja
positivo o administrador precisa percebe-lo e promover ações para ajudar a
transformar esse conflitos em resultados positivos às organizações.
O conflito acontece quando as partes – seja indivíduo ou grupo - não
conseguem se entender, ou seja, quando uma parte tem interesses, ou metas,
diferentes da outra.
“O conflito é muito mais que um simples desacordo ou
divergência: constitui uma interferência ativa ou passiva, mas
deliberada para impor um bloqueio sobra a tentativa de outra
parte de alcançar os seus objetivos.”
Rubbins, Stenphen - 2005.
O conflito precisa ser percebido pelas partes envolvidas, ou seja, a
existência ou não do conflito é uma questão de percepção.
12
“Se ninguém tiver percebido a existência do conflito, entende-se que ele
não existe. Outros aspectos comuns de conflitos são a oposição ou
incompatibilidade de alguma forma de interação.”
Chiavenato, Adalberto - 2005
A administração moderna entende que o mínimo de conflito é
absolutamente necessário para o desempenho eficaz de um grupo. Os conflitos
construtivos quando aumentam a qualidade das decisões podem estimular a
criatividade e a inovação aguçando o interesse e a curiosidade das partes.
Dessa forma oferecem um canal para esclarecer os problemas e liberar as
tensões, e cria um ambiente de auto-avaliação e de mudança.
O conflito estimula a criação de novas ideias, promove a reavaliação das
metas e das atividades do grupo, aumentando a probabilidade de que este
responda às mudanças. Ele evita que o grupo concorde passivamente com
decisões que podem estar baseadas em cima de premissas fracas.
Já os conflitos destrutivos sobre o desempenho de um grupo são bastante
conhecidos e sabe-se que este, ao contrário do conflito construtivo, pode
reduzir a eficácia do grupo, isso porque essa energia que é criada pelo conflito
de forma negativa prejudica a energia que poderia ser utilizada no trabalho
produtivo. Algumas consequências indesejadas por esse tipo de conflito são
uma comunicação inadequada, a redução da harmonia do grupo e o desvio das
prioridades das metas em função dos próprio interesses, gerando sentimentos
de frustração, hostilidade e tensão. Isso acaba prejudicando tanto o
desempenho das tarefas quanto o bem estar das pessoas.
Sabemos então que o conflito pode trazer resultados positivos ou
negativos para as pessoas e grupos, e sobretudo para a organização. A
questão é como devemos administrar melhor esses conflitos, de forma a
aumentar os efeitos positivos e a minimizar os efeitos negativos. Por isso essa
tarefa cabe ao gestor. Embora por muitas vezes o gestor estar envolvido nos
conflitos, este deve sempre buscar uma solução construtiva para todos e
principalmente para a organização.
13
Existe o conflito interno – de ordem pessoal – e o externo – gerado por
fatores do ambiente de convívio, seja ele no trabalho ou fora dele.
Identificamos a ocorrência do conflito de três formas:
• Quando é percebido e compreendido pelas pessoas que o conflito
existe porque sentem que tem objetivos e interesses diferentes. Alguns
autores chamam este tipo de conflito como conflito latente ou conflito
percebido.
• Quando existe entre as pessoas um sentimento de hostilidade, raiva,
medo ou existe falta de credibilidade. Esse conflito é oculto e não se
manifesta com clareza, é chamado de conflito velado.
• Quando uma pessoa começa a manifestar um comportamento de
interferência ativa (através de ações provocadas por obstáculos ou
impedimentos) ou passiva (através da omissão) é chamado de conflito
aberto, que se manifesta com clareza.
O conflito é inevitável e por isso o administrador precisa saber o
que fazer nessas horas, precisa conhecer possíveis soluções, pois um
dos papeis importantes do administrador é saber administrar da melhor
maneira esses conflitos.
Algumas medidas podem ser tomadas de acordo com o
problema:
• Pode-se minimizar as diferenças entre os grupos ou pessoas
compartilhando objetivos entre eles, o gestor pode mostrar alguns
interesses em comum.
• Pode ser feito um sistemas de recompensas e de incentivos para
recompensar o desempenho em conjunto dos grupos.
• Diminuir a dependência das atividades entre as partes, ou seja, tornar
os indivíduos mais independentes para criar ou executar uma tarefa.
• Pode, se for possível, colocar grupos de áreas distintas e conflitantes
para trabalharem juntos e conhecerem o processo de trabalho uns dos
outros e suas dificuldades.
14
• Caso alguém precise interferir num conflito, esse processo pode ser
feito por alguém de fora, uma pessoa neutra, como um consultor, um
administrador neutro, ou até um diretor.
• O administrador pode influenciar um comportamento de cooperação
entre os funcionários para desarmar o conflito. Se uma pessoa age de
forma cooperativa desarma a outra pessoa que está agindo de forma
agressiva.
• Pode ser feito reuniões entre as pessoas envolvidas no conflito para
que haja um dialogo aberto e direto. Assim será possível exteriorizar
suas emoções, discutir e identificar as áreas de conflito. Desse modo
pode-se achar soluções do tipo ganha-ganha ser for o caso, onde as
duas pessoas ou os dois grupos podem ceder um pouquinho e os dois
podem sair ganhando.
Para que a solução seja eficiente é importante que as duas
partes envolvidas procurem seus superiores e sejam francos com
relação aos problemas previstos. Enquanto o gestor tem a
responsabilidade de ouvir, avaliar e ajudar a resolver o problema. Essa
atitude pode até gerar uma compreensão mútua entre todos.
A maneira pela qual as pessoas reagem ao conflito e a forma
pela qual o conflito é solucionado produzem uma forte influencia sobre
as percepções, sentimentos e comportamentos que se seguem, bem
como a qualidade da comunicação entre os grupos.
15
CAPÍTULO II
UMA VISÃO POSITIVA DO CONFLITO
O conflito é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas
sobre determinados assuntos, o que se revela positivo, pois permite a
expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores.
A administração de conflitos consiste exatamente
na escolha e implementação das estratégias mais
adequadas para se lidar com cada tipo de situação.
Em alguns momentos, e em determinados níveis, o conflito pode ser
considerado necessário se não se quiser entrar num processo de estagnação.
Assim, os conflitos não são necessariamente negativos; a maneira como
lidamos com eles é que pode gerar algumas reações.
A administração de conflitos consiste exatamente na escolha e
implementação das estratégias mais adequadas para se lidar com cada tipo de
situação.
Para entender um pouco mais a visão positiva de conflito iremos
conceituá-lo aqui como um processo onde uma das partes envolvidas percebe
que a outra parte frustrou ou irá frustrar os seus interesses. Isto quer dizer que
no dia-a-dia vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as
pessoas não atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo impedindo o
atingimento de nossos objetivos? Assim, o conflito não deve ser visto apenas
como impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um
processo que começa na nossa percepção e termina com a adoção de uma
ação adequada e positiva.
16
2.1 – Transições na conceituação de conflitos
Seria totalmente apropriado dizer que há “conflitos” com relação ao papel
do conflito nos grupos e organizações. Uma escola de pensamento argumenta
que o conflito de ser evitado – ele seria a indicação de que alguma coisa não
está funcionando direito dentro do grupo. Esta é a chamada visão tradicional.
Outra escola, a visão de relações humanas, argumenta que o conflito é uma
consequência natural e inevitável em que qualquer grupo, não sendo
necessariamente ruim, podendo mesmo ter potencial de ser uma força positiva
na determinação do desempenho do grupo. A terceira e mais recente
perspectiva propõe não apenas que o conflito pode ser uma força positiva,
como defende abertamente a tese de que um mínimo de conflito é
absolutamente necessário para o desempenho eficaz de um grupo. Chamamos
esta terceira escola de abordagem interacionista. Vamos examinar
detalhadamente cada uma dessas abordagens.
A Visão tradicional
A abordagem mais antiga sobre o conflito parte do princípio de que todo
conflito é ruim. Ele é visto como contraproducente e usado como sinônimo de
violência, destruição e irracionalidade para reforçar seu aspecto negativo. O
conflito, por definição, é danoso e deve ser evitado, segundo esta visão.
A visão tradicional é consistente com as atitudes sobre comportamento
de grupo que prevaleciam nas décadas de 1930 e 1940. O conflito era visto
nesse contexto como uma disfunção resultante de falhas de comunicação, falta
de abertura e de confiança entre as pessoas e fracasso dos executivos em
atender às necessidades e aspirações dos seus funcionários.
Essa conceituação de que todo conflito é ruim certamente oferece uma
abordagem para analisar o comportamento das pessoas que criam o conflito.
Como todo deve ser evitado, precisamos apenas prestar atenção às suas
causas e corrigir o mau funcionamento para melhorar o desempenho do grupo
17
e da organização. Embora as pesquisas recentes refutem a ideia de que a
redução dos conflitos resulta em melhor desempenho dos grupos, muitos de
nós ainda avaliamos as situações de conflito utilizando esse modelo
ultrapassado.
A visão de relações humanas
A conceituação de relações humanas argumenta que o conflito é uma
ocorrência natural nos grupos e organizações. Por ser inevitável, essa escola
defende a sua aceitação. Seus seguidores racionalizam a existência do
conflito: ele não pode ser eliminado e há ocasiões em que ele pode ser até
benéfico para o desempenho do grupo. A visão de relações humanas dominou
a teoria sobre conflitos do final dos anos 40 até a metade da década de 1970.
A visão interacionista
Enquanto a abordagem de relações humanas aceita o conflito, a visão
interacionista o encoraja, no sentido de que um grupo harmonioso, pacífico,
tranquilo e cooperativo está na iminência de tornar-se estático, apático e
insensível à necessidade de mudança e inovação. A principal contribuição
desta abordagem, portanto, é encorajar os líderes de grupos a manter
constantemente um nível mínimo de conflito – o suficiente para fazer com que
o grupo continue viável, autocritico e criativo.
Em função dessa visão interacionista – que é a que adotaremos – fica
evidente que dizer que todos os conflitos são bons ou ruins é ingênuo e
inapropriado. O que torna um conflito bom ou ruim é a sua natureza.
18
CAPÍTULO III
POSSÍVEIS CAUSAS DOS CONFLITOS DENTRO DAS
ORGANIZAÇÕES
Os conflitos surgem por razões tipo competição entre as pessoas, por
recursos disponíveis, mas escassos; pela divergência de alvos entre as partes;
e pelas tentativas de autonomia ou libertação de uma pessoa em relação a
outra, assim como podem ser atendidos como fontes de conflito: direitos não
atendidos ou não conquistados; mudanças externas acompanhadas por
tensões, ansiedades e medo; luta pelo poder; necessidade de status, desejo de
êxito econômico; exploração de terceiros (manipulação); necessidades
individuais não atendidas; expectativas não atendidas; carências de
informação, tempo e tecnologia; escassez de recursos; marcadas diferenças
culturais e individuais; divergência e metas; tentativa de autonomia; emoções
não expressas/ inadequadas; obrigatoriedade de consenso; meio-ambiente
adverso e preconceitos.
No dia-a-dia das organizações e até mesmo de nossas vidas pessoal
vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas não
atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo impedindo o atingimento de
nossos objetivos? Assim, o conflito não deve ser visto apenas como
impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um
processo que começa na nossa percepção e termina com a adoção de uma
ação adequada e positiva, os conflitos surgem e nosso dever é estar situado
quanto às causas dos mesmos normalmente estes se dão, por muitos
aspectos, logo abaixo estaremos citando alguns:
19
• Pela experiência de frustração de uma ou ambas as partes, ou seja, a
incapacidade de atingir uma ou mais metas ou realizar os seus desejos, por
algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental;
• Diferenças de personalidades, que são invocadas como explicação para
as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e
reveladas no relacionamento diário através de algumas características
indesejáveis na outra parte envolvida;
• Metas diferentes, pois é comum estabelecermos ou recebermos metas a
serem atingidas e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de
outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de
seu alcance;
• Diferenças em termos de informações e percepções, costumeiramente
tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos
e referenciais, sem levar em conta que isto ocorre também com o outro lado
com quem temos de conversar ou apresentar nossas ideias, e que este
outro lado pode ter uma forma diferente de ver as coisas.
3.1 – É possível acompanhar a evolução dos conflitos e suas
características:
Nível 1 - Discussão:
É o estágio inicial do conflito e caracteriza-se normalmente por ser racional,
aberta e objetiva;
Nível 2 – Debate:
Neste estágio, as pessoas fazem generalizações e buscam demonstrar alguns
padrões de comportamento. O grau de objetividade existente no nível 1começa
a diminuir;
20
Nível 3 – Façanhas:
As partes envolvidas no conflito começam a mostrar grande falta de confiança
no caminho ou alternativa escolhidos pela outra parte envolvida;
Nível 4 – Imagens fixas:
São estabelecidas imagens preconcebidas com relação à outra parte, fruto de
experiências anteriores ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que as
pessoas assumam posições fixas e rígidas;
Nível 5 - Loss of face (ficar com a cara no chão):
Trata-se da postura de “continuo neste conflito custe o que custar e lutarei até
o fim”, o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes envolvidas
se retire;
Nível 6 - Estratégias: neste nível começam a surgir ameaças e as punições
ficam mais evidentes. O processo de comunicação, uma das peças
fundamentais para a solução de conflitos, fica cada vez mais restrito;
Nível 7 - Falta de humanidade: no nível anterior evidenciam-se as ameaças e
punições. Neste, aparecem com muita frequência os primeiros
comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se sentir cada vez mais
desprovidas de sentimentos;
Nível 8 - Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se auto preservar e
se proteger passam a ser a única preocupação. A principal motivação é a
preparação para atacar e ser atacado;
Nível 9 - Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de fato e não há
alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de
um deles.
21
O modelo apresentado aplica-se a qualquer tipo de conflito. Dependendo
da importância que se dá ao conflito – ignorando-o ou reprimindo-o – ele tende
a crescer e a se agravar. Porém, quando é reconhecido e as ações corretivas
são aplicadas imediatamente, poderá ser resolvido e transformar-se numa
força positiva, capaz de mudar hábitos e nos estimular a buscar resultados
mais positivos.
22
CAPITULO IV
TIPOS DE CONFLITOS E SUAS ÁREAS
O conflito é um elemento importante. Seja na dinâmica pessoal ou
organizacional, é um fator inevitável. Por mais que se desenvolvam esforços no
sentido de eliminá-lo, não poderemos contê-lo. Observam-se, hoje, inúmeros
profissionais disseminando fórmulas e estratégias para trabalhar com os
conflitos. No entanto, o que se faz necessário é conhecê-los, saber qual é sua
amplitude e como estamos preparados para trabalhar com eles.
Para lidar com conflitos, é
importante reconhecê-los, saber
qual é a sua amplitude e como
estamos preparados para
trabalhar com eles.
Existem vários tipos de conflito e sua identificação pode auxiliar a
detectar a estratégia mais adequada para administrá-lo:
• Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos
elementos envolvidos, uma clara consciência de sua existência.
Eventualmente não precisam ser trabalhados;
• Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, racionalmente,
a existência do conflito, embora não haja ainda manifestações abertas
do mesmo;
• Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, e em que há
emoção e forma consciente;
23
• Conflito manifesto: trata-se do conflito que já atingiu ambas as partes, já
é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização.
4.1 – Áreas dos conflitos:
Os conflitos podem ser divididos nas seguintes áreas:
• Conflito social: surge em decorrência do grau de complexidade e
implicação social. Não podemos esquecer que vivemos numa
sociedade altamente evoluída do ponto de vista social e tecnológico,
mas bastante precária em termos de habilidade para negociações.
Além disso a violência tem sido, no decorrer da história, um dos
instrumentos mais utilizados na tentativa de sanar conflitos. Talvez a
fantasia de todo ser humano seja eliminar uma idéia adversa à sua, em
vez de ter que questionar sua própria posição;
• Conflitos tradicionais: pertencem à história e são aqueles que reúnem
indivíduos ao redor dos mesmos interesses, fortalecendo sua
solidariedade. Os conflitos aparecem por três razões principais: pela
competição entre as pessoas, por recursos disponíveis mas escassos;
pela divergência de alvos entre as partes; e pelas tentativas de
autonomia ou libertação de uma pessoa em relação a outra.
Podem ser entendidos como fontes de conflito: direitos não atendidos
ou não conquistados; mudanças externas acompanhadas por tensões,
ansiedades e medo; luta pelo poder; necessidade de status; desejo de êxito
econômico; exploração de terceiros (manipulação); necessidades individuais
não atendidas; expectativas não atendidas; carências de informação, tempo
e tecnologia; escassez de recursos; marcadas diferenças culturais e
individuais; divergência de metas; tentativa de autonomia; emoções não
expressas/inadequadas; obrigatoriedade de consenso; meio-ambiente adverso
e preconceitos.
24
CAPITULO V CONFLITOS INTERPESSOAIS NAS ORGANIZAÇÕES E
SUAS CONSEQUÊNCIAS
Tais conflitos se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por
vários motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de
recursos materiais, financeiros, por diferenças de papéis, podendo ser divididos
em dois tipos:
• Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade existente.
Ocorre quando a pessoa é responsável por algum grupo, não
encontrando apoio junto ao seus subordinados e vice-versa. Neste
caso, as dificuldades encontradas no dia-a-dia deixam a maior parte
das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão a ser tomada.
• Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar
e tomar decisões. As “rixas pessoais” fazem com que as pessoas não
se entendam e, portanto, não se falem. Em geral esses conflitos
surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca abordadas
entre os interessados. O resultado é um confronto tácito que reduz em
muito a eficiência das relações.
5.1 - Consequências do conflito:
Entre os vários aspectos do conflito, alguns podem ser considerados
como negativos e aparecem com frequência dentro das organizações. Os mais
visíveis podem ser identificados nas seguintes situações:
25
• Quando desviam a atenção dos reais objetivos, colocando em
perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos no conflito e
mobilizando os recursos e os esforços para a sua solução;
• Quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos de
perdedores habituais”, interferindo na sua percepção e na socialização
daqueles que entram na organização;
• Quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos
envolvidos, como ocorre frequentemente em organizações. Se por um
lado existem os estereótipos genéricos referentes às categorias
profissionais, dentro de cada organização, além dos tipos que fazem
parte de sua cultura individual, como seus heróis, mitos, tipos ideais,
começam a surgir seus “perdedores”, “ganhadores”, “culpados” e
“inimigos”. “
Esses aspectos podem ser observados em todas as organizações e são
considerados negativos (salvo diante de alguns objetivos menos confessáveis).
No entanto, existem potenciais efeitos benéficos dos conflitos a saber:
• São bons elementos de socialização, pois oferecem aos novos
participantes de um grupo a sensação de envolvimento com alguma
causa;
• Ajudam a equilibrar as relações de poder dentro da organização, pois
em qualquer episódio de conflito pode haver diferentes ganhadores
(independentemente das percepções anteriores);
• Propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar num
conflito específico mas também de garantir mais poder.
Lidar com o conflito implica em trabalhar
com grupos e tentar romper alguns dos
estereótipos vigentes na organização.
26
Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser considerados
úteis pelo papel que desempenham na vida das pessoas. O chamado
comportamento político na organização”, também inevitável, tem uma forte
vinculação com o conflito pois sua relação é direta, ou seja, quanto mais
conflito mais comportamento político. Assim, quando há dúvidas sobre a
sobrevivência da organização, sobre sua resposta às necessidades
organizacionais, sobre aspectos sucessórios, mais voltada para a formação de
alianças e para negociações será a atuação de seus membros.
Lidar com o conflito implica trabalhar com grupos e tentar romper alguns
dos estereótipos vigentes na organização, sabendo que essas mesmas
estratégias deverão ser repetidas periodicamente.
Criar tarefas a serem executadas em conjunto por grupos diferentes é
uma forma de garantir que seu cumprimento seja reconhecido pela
potencialização do trabalho dos grupos. Quaisquer estratégias de confronto
podem ser utilizadas caso o conflito já seja franco, desde que exista entre as
partes alguém que desempenhe um papel moderador.
27
CAPÍTULO VI
COMO ADMINISTRAR CONFLITOS
Para uma eficaz resolução dos conflitos é preciso compatibilizar alguns
passos a serem seguidos, conhecer e aplicar alguns “saberes” e, também,
definir o estilo a ser adotado.
Os seguintes passos são considerados de suma importância:
a) criar uma atmosfera afetiva;
b) esclarecer as percepções;
c) focalizar em necessidades individuais e compartilhadas;
d) construir um poder positivo e compartilhado;
e) olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado;
f) gerar opções de ganhos mútuos;
g) desenvolver passos para a ação a ser efetivada;
h) estabelecer acordos de benefícios mútuos.
Para que a negociação possa ocorrer, é necessário que ambas as partes
tenham as seguintes capacidades:
Saber comunicar
• Sem diálogo não há comunicação nem solução possível para os
problemas;
• A maioria dos erros, omissões, irritações, atrasos e conflitos é
causada por uma comunicação inadequada.
Saber ouvir
• Ouvir ativamente, pois metas e intenções não compreendidas levam
sempre a uma resolução sem sucesso;
28
• Demonstrar interesse genuíno pela pessoa que fala e pelo assunto;
• Evitar criticar ou tentar dirigir a conversa;
• Adotar uma posição afirmativa, mostrando respeito pela outra pessoa.
Saber perguntar
• Saber perguntar é uma outra faceta do ouvir ativamente, pois quem
pergunta conduz a conversa.
• Quanto ao estilo a ser adotado, é recomendável adotar um estilo que
leve à solução do conflito da forma mais pacífica possível. O que vai definir
seu atual estilo de administrar conflitos está diretamente ligado a duas
importantes características de comportamento: assertividade e cooperação.
6.1 – Conhecendo as intenções para administrar melhor os
conflitos:
As intenções ficam entre as percepções e emoções e o comportamento
explícito das pessoas. Elas são decisões de agir de uma determinada maneira.
Precisamos inferir as intenções dos outros para sabermos como
responder ao seu comportamento. Muitos conflitos são provocados
simplesmente porque uma das partes infere erroneamente as intenções da
outra. Além disso, costuma haver um certo lapso entre intenções e
comportamento, de maneira que o comportamento nem sempre reflete
fielmente as intenções de uma pessoa.
A seguir, as intenções geram alguns desses estilos de conflitos e suas
características:
Competir
• Busca satisfação dos interesses, independentemente do impacto
que isto possa causar na outra parte envolvida;
• Tenta convencer a outra parte de que sua conclusão está correta e
29
a dela está equivocada;
• Leva a outra parte a aceitar a culpa por um problema qualquer.
Colaborar
• Contempla os interesses das partes envolvidas no conflito;
• Busca um resultado benéfico para todas as partes envolvidas;
• Busca de uma solução ganha-ganha, que permite que ambas as partes
alcancem suas metas.
Evitar
• Trata-se de estilo considerado não-assertivo e não-cooperativo;
• Evita todo e qualquer envolvimento com o conflito, chegando a negar
sua existência e o contato com as pessoas que podem causá-lo.
Acomodar-se
• Trata-se de estilo considerado não-assertivo e cooperativo;
• A parte que utiliza este estilo tende a apaziguar a situação, chegando a
colocar as necessidades e interesses da outra parte acima dos seus;
• Uma das partes pode se sacrificar para que o relacionamento se
mantenha.
Comprometer-se
• Este estilo encontra-se no padrão médio de assertividade e cooperação,
em que uma das partes envolvidas no conflito desiste de alguns pontos
ou itens, levando a distribuir os resultados entre ambas as partes;
• Nessa intenção de conceder, não há exatamente vencedores e
vencidos. O que há é uma disposição de fracionar o objeto do conflito e
aceitar uma solução que satisfaça parcialmente os interesses de ambas
as partes.
As intenções das pessoas não são imutáveis. Durante um conflito, as
intenções podem mudar, seja por uma reconceituação, seja pela reação
30
emocional ao comportamento da outra parte. Entretanto, as pesquisas indicam
que as pessoas têm uma disposição básica para administrar conflitos de uma
determinada maneira. Mais especificamente, elas têm preferências entre os
cinco tipos de intenções para administração de conflitos aqui descritos.
Podemos confiar nessas preferências com bastante segurança, e, assim, as
intenções de uma pessoa podem ser razoavelmente previstas a partir de uma
combinação entre características intelectuais e de personalidade. Seria,
portanto, mais adequado encarar as cinco intenções para administração de
conflitos como razoavelmente fixas, e não como um conjunto de alternativas
que as pessoas escolhem para atender a situação específica.
Isso quer dizer que, quando confrontadas com uma situação de conflito,
algumas pessoas sempre querem ganhar a qualquer preço, outras procuram
uma solução ótima, algumas tentam fugir do conflito, outras tentam se
acomodar e há as que procuram “repartir a diferença”.
Para entender melhor como devemos administrar um conflito, vou levar
para prática do nosso dia-a-dia de trabalho.
Imaginamos que estamos numa instituição financeira e que existe duas
funcionárias, as duas trabalham na área de crédito, sendo que Kátia trabalha
junto ao público, na agencia, emprestando dinheiro e Elisa trabalha
internamente num departamento separado da agencia, aprovando ou não
esses empréstimos. As duas se conhecem a um bom tempo e se não
trabalhassem na mesma empresa, talvez pudessem ser até amigas. Kátia é
excelente em emprestar, mas como a função de Elisa é minimizar as possíveis
perdas da empresa, frequentemente ela recusa os pedidos de crédito dos
clientes de Kátia. Não tem nada de pessoal nessa disputa, porém as
exigências dos cargos é que são fontes causadoras de conflitos. Esse tipo de
conflito, segundo a visão de Chiavenato, é estrutural porque a fonte causadora
do conflito vem de uma estrutura organizacional, vêm das condições inerentes
á natureza da organização, que nesse exemplo são os cargos que causam
uma ambiguidade de papel e quanto maior a ambiguidade na definição das
31
responsabilidades, maior o potencial de conflito. Além disso, existe nesse
exemplo, uma interdependência de atividade, pois as funcionárias dependem
uma da outra para alcançar o objetivo da empresa, o que é comum numa
organização, pois é difícil encontrar um cargo ou função independente. E como
o gestor deve proceder nesse problema? Primeiro ele deve ser imparcial e
profissional, segundo devem ser colocadas metas atingíveis, possíveis de
serem alcançadas, para que a funcionária não se desespere e saia dando
crédito sem critérios, terceiro que sejam criados critérios ou regras do negócio
viáveis e flexíveis porém seguras, que devem ser seguidos pelas duas
funcionárias. Essas regras podem ser uma forma de torna-las um pouco menos
dependentes uma da outra - que é um fator também considerado gerador de
conflito - pois é só seguir a regra do negócio que o crédito será aprovado e se a
regra é segura não tem porque não ser aprovado. Deve ser feito reuniões em
conjunto com as funcionárias, onde elas possam se abrir e expor suas
dificuldades de maneira clara e objetiva, e fiquem cientes de suas cobranças e
obrigações. Dessa forma o gestor minimiza as diferenças entre as funcionárias,
e consequentemente aproxima os objetivos e cria um ambiente de cooperação
e colaboração.
Nesse exemplo acima mencionado ficou claro como é importante o papel
do gestor na administração de conflitos. Para que haja colaboração entre os
funcionários, um ambiente de trabalho harmonioso e uma produtividade
positiva, deve partir do gestor um comportamento saudável e imparcial, deve
saber ouvir e estar pré-disposto a resolver o problema e deve saber desativar
os conflitos á tempo de evitar um problema maior. È difícil, não deve ser fácil
ser um “super gestor”, também cabe às organizações treinar esses gestores e
prepara-los para serem líderes de verdade.
Outra coisa muito curiosa foi que um estudo de Chiavenato sinalizou que
“A fonte da maioria dos conflitos não é a falta de comunicação”. Ele diz que
problemas no processo de comunicação certamente agem como obstáculos
para a colaboração, estimulam os desentendimentos e geram conflitos, mas
32
uma revisão na literatura sugere que, nas organizações, os fatores estruturais e
as diferenças individuais de valores são as maiores fontes de conflito.
Chiavenato citou um exemplo de problema estrutural, onde na indústria
do cinema os conflitos entre diretores e produtores são sempre derivados das
metas diferentes. Os diretores querem criar filmes artísticos, apesar dos custos.
Já os produtores querem realizar filmes rentáveis, pensando em minimizar os
custos. Esse tipo de conflito acontece geralmente quando as pessoas precisam
trabalhar em conjunto, mas buscam metas diferentes. Segundo ele, da mesma
forma que, o tamanho crescente das organizações, a rotinização, a
especialização do trabalho e os sistemas de recompensa de soma-zero são
exemplos de fatores estruturais que podem conduzir a conflitos.
Quando foi examinado melhor conflitos atribuídos a falha de
comunicação, percebeu-se que muitos deles são causados por diferenças de
valores. Outro exemplo é o preconceito, que é uma fonte de conflito baseada
em valores individuais e quando esse tipo de conflito é tratado pelos
funcionários como se fosse causado por falha de comunicação, fica mais difícil
elimina-lo. E os esforços para melhorar a comunicação podem até reforçar as
diferenças, pois nessa situação fica mais claro as opiniões e valores das
pessoas.
“As falhas na comunicação podem ser uma fonte de conflitos. Mas os
executivos devem procurar primeiro identificar explicações estruturais ou
baseadas em diferenças de valores, já que elas costumam ser predominantes
nas organizações.
Chiavenato. Adalberto - 2005
Fica cada vez mais claro que para que o gestor obtenha sucesso nas
resoluções de problemas ocasionados por conflitos é preciso primeiro
identificar o seu tipo. Dessa forma fica mais fácil de resolve-lo. Por isso é
preciso que os gestores conheçam cada um deles.
33
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas e as
organizações como fonte geradora de mudanças, pois das tensões conflitivas,
dos diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades
de crescimento mútuo.
Inúmeros fatores podem influenciar o surgimento do conflito, não ficando
restrito às questões relacionadas ao trabalho ou à estrutura organizacional. Os
mais comuns são as diferenças individuais, os diversos níveis de competência
interpessoal, as diferentes visões de mundo, entre outros.
Não devemos esquecer que somos seres com capacidade e habilidade
para ouvir e entender melhor nossos semelhantes. Com esta postura,
silenciamos nossa voz interna e deixamos crescer a voz do outro, permitindo
que soe clara dentro de nós. O desejo mais profundo do coração humano é o
de ser compreendido, e perceber isto é possibilitar um processo eficaz de
comunicação.
34
ANEXO
Saiba como realizar e receber um feedback sem
constrangimento.
Carlos Alecrim, coach executivo e CEO do ICCoaching, revela ao Portal
Administradores alguns segredos para uma interação eficiente dentro das
empresas.
Por Fábio Bandeira de Mello , Administradores.com.br
Divulgação
Carlos Alecrim é coach executivo e CEO do ICCoaching
35
Como você recebe uma sugestão, crítica ou comentário no trabalho?
Tenta aprender com o que é dito ou ignora a opinião recebida?
Caso você esteja no "time" que absorve críticas e transforma em algo
construtivo, parabéns! No trabalho, quem recebe bem o feedback tem a
oportunidade de alinhar-se aos objetivos e metas da empresa ou melhorar seu
desempenho pessoal de forma mais rápida e eficiente.
Porém, nem sempre é fácil adaptar as pessoas. É comum encontrarmos
o "time" que não é muito chegado a criticas e sugestões. São aqueles
profissionais geralmente "turrões" ou que não têm o famoso "semancol" e,
muitas vezes, atrapalham o desempenho de toda uma equipe.
Nesse momento, algumas ações podem facilitar a interação franca entre
profissionais e evitar constrangimentos. Como forma de colaborar com o dilema
dessa interação, o Portal Administradores conversou com Carlos Alecrim,
coach executivo, palestrante e CEO do ICCoaching (International Corporate
Coaching). Alecrim revelou alguns detalhes sobre a melhor forma realizar e
receber o feedback. Confira!
Por que, às vezes, se torna tão difícil passar algum conselho ou crítica
aos colegas de trabalho? Falta coragem para falar com o outro
profissional e humildade para as pessoas receberem comentários sobre
seu serviço?
Algumas pessoas realmente têm dificuldade e não conseguem dar o
feedback porque têm também limitações para ser um líder. Além disso, há a
tendência equivocada de alguns executivos de só passarem feedback para
contornar conflitos e isso não é bom. A pessoa também deve recebê-lo quando
está tudo indo bem, quando consegue superar um desafio.
O líder deve ter a capacidade e a sensibilidade de transmiti-lo de acordo
com o perfil da pessoa e no tempo certo, porque é mais complicado quando o
conflito já está gerado. A dificuldade em receber o feedback talvez seja pela
forma e conteúdo que ele está sendo dado. É indicado que os comentários
sejam substituídos por feedbacks construtivos. E isso se aprende com técnicas
36
de coaching que contribuem para identificar cada perfil de comportamento, por
exemplo.
Que dicas você daria para que essa abordagem com um colega seja
transparente e não cause constrangimento?
Para começar, a pessoa só deve começar o processo de feedback
quando ela tiver certeza de que ele é necessário. Deve ser baseado no que
está dificultando o resultado e nunca no que está incomodando. A mensagem
para ser eficaz deve ser focada em quem irá recebê-la. Então, é necessário
que quem vá dar o feedback se coloque no lugar do outro, pensando em suas
características. Outro ponto é não passar atitude de desamparo, porque o
verdadeiro feedback integra todos os cuidados que comentei anteriormente e
também o apoio e o compromisso após a mensagem.
É preciso saber se a pessoa concorda, se discorda, como você pode ajudá-la e
o que será feito. Jamais dê um feedback para quem não está preparado.
Busque prepará-lo, sempre. Vale destacar que não existe fórmula pronta, mas
há sutilezas a serem observadas. Se a pessoa for objetiva, você deve apoiar o
feedback em dados diretos, com a informação nua e crua. Porém, para a
maioria das pessoas, é mais bem adequado que ele venha com uma
abordagem inicial, com sutileza e inteligência emocional. O principal cuidado é
não passar uma punição verbal. O feedback deve ser palatável para o receptor,
por isso, é tão imprescindível a preparação.
Existe algum momento mais apropriado para passar essa crítica ou
sugestão no ambiente de trabalho? Tem que ser logo em seguida ao fato
que gerou esse feedback?
O momento apropriado depende da associação de duas dimensões:
receptor preparado e o fator que o motiva esteja minimamente morno. Não há
um tempo exato como "fórmula mágica", mas é importante que não se passe
muito tempo. É óbvio que se a pessoa receber o feedback três meses depois
do que o fato ocorreu irá encará-lo negativamente, porque nem irá mais
lembrar dos detalhes. Especialmente, se foi por conta de uma mentira de
conveniência.
37
Por exemplo: uma pessoa falta ao trabalho e fala para o líder da equipe que
estava resfriada e ele fica sabendo por outra pessoa que na verdade o motivo
da falta foi uma briga com o marido ou a mulher. Em casos assim, não se pode
perder tempo. É preciso chegar para ela pessoalmente e buscar saber por que
ela não se sentiu à vontade para contar a verdade. Até porque é preciso
perceber que o líder não está sendo visto como líder, mas como chefe. Em
outro problema mais grave, ele pode não contar com essa pessoa, então, é
preciso passar o feedback o quanto antes.
É lógico que não pode perder tempo com citações de nomes de quem contou.
É para só focar no fato, deixando claro que você compreende o real motivo da
falta. Demonstre que ela pode confiar em você porque você também quer
confiar nela e explique que não quer ouvir nenhuma outra mentira, mesmo que
seja uma mentira de conveniência. É essencial que a sua equipe sinta
confiança em você. Perceba que o líder precisa desenvolver a sensibilidade de
avaliar o tempo adequado, a situação e o perfil de comportamento do receptor.
Ainda vale a máxima de "elogios em público e crítica em particular"?
Sempre deve ser assim! Essa é a atitude dos líderes. A mensagem
positiva em público demonstra o quanto a pessoa é observada. Desde a
infância, é inerente ao ser humano querer aparecer de alguma forma. Basta a
gente lembrar do tempo da escola, em que alguns buscavam aparecer com
atitude brincalhona e outros com o empenho nos estudos, por exemplo.
O líder deve ter essa sensibilidade para estimular as atitudes positivas
dos seus liderados, porque carregamos esse comportamento pela vida e
repetimos no trabalho. As críticas positivas devem ser dadas em público, como
estímulo. Entretanto, quando o que foi apresentado foi negativo ou não tão
positivo assim, é necessário ser feito a sós. Também não vale passar uma
crítica positiva em público que não condiz com a realidade. Você corre o risco
de cair em descrédito. A atitude coach transmite mensagens de elevação, que
contribuem de fato para o aperfeiçoamento dos processos da equipe.
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Chiavenato, Adalberto
Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações.
3. edição – Rio de Janeiro: Elsever, 2008.
Robbins, Stenphen P. 1943
Comportamento Organizacional.
11. edição – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
Portal Administradores.com.br
Conflitos Organizacionais
Portal linhadireta.com.br
Gerenciando Conflitos
Laila Aninger
39
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 11
ENTENDENDO O CONFLITO
CAPÍTULO II 15
UMA VISÃO POSITIVA DO CONFLITO
2.1 – Transições na conceituação de conflito 16
CAPITULO III 18
POSSIVEIS CAUSAS DOS CONFLITOS DENTRO DAS
ORGANIZAÇÕES
3.1 – É possível acompanhar a evolução dos conflitos 19
e suas características
CAPITULO IV 22
TIPOS DE CONFLITOS E SUAS AREAS
4.1 – Áreas dos conflitos 23
CAPÍTULO V 24
CONFLITOS INTERPESSOAIS NAS ORGANIZAÇÕES
E SUAS CONSEQUÊNCIAS
5.1 – Consequências dos conflitos 24
CAPITULO VI 27
COMO ADMINISTRAR CONFLITOS
6.1 – Conhecendo as intenções para administrar 28
melhor os conflitos