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Paulo Proença de MouraPaulo Proença de Moura
1º Congresso Nacional dos Economistas1º Congresso Nacional dos Economistas
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tendência nas organizações
Tendência nas organizações:Tendência nas organizações:Preferir o argumento da força à força dos argumentos.
MasMashoje em dia os colaboradores são, regra geral, mais críticos, mais exigentes face à maneira de gerir do seu superior imediato e mesmo dos dirigentes.
Os elementos da organização precisam cada vez mais de compreender o bem fundado das directrizes que recebem.
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mudança como processo argumentativo
Processos de mudança nas organizações:Processos de mudança nas organizações:
• Componentes técnicas e objectivas
• Componentes sociais - subjectivas, interpessoais
Processos argumentativosProcessos argumentativos
... como as técnicas de negociação, os sistemas de suporte à decisão ou quaisquer outras interacções no contexto organizacional.
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persuasão e falácias
Falácias:Falácias:
armadilhas da argumentação colocadas pelos elementos da organização que resistem à mudança.
Imposição vs. persuasãopersuasão
Adesão dos elementos da organização
persuasãopersuasão
argumentação racionalargumentação racional
precaução contra faláciasfalácias
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vertentes da argumentação
Vertentes a ter em conta na argumentação:
• linguagem – significados | organização como arena linguística
• comunicação – ambiguidades | circular (vital a interacção)
• pensamento crítico – pôr em questão dados adquiridos, senso comum e estereótipos | busca de soluções
• lógica formal – garantia da verdade da conclusão se as premissas forem verdadeiras
• lógica informal - direccionada para a discussão de falácias
• retórica – arte da persuasão racional | apelos às emoções
• falácias - estruturais | de conteúdo | violações das regras da discussão racional
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a mudança nunca acontece «porque sim»
Processos de mudança - argumentaçãoargumentação sempre presente:
1) percepção, pelo agente de mudança, da necessidade de mudança
2) persuasão do(s) decisor(es) pelo agente de mudança
3) tomada de decisão
4) persuasão dos seguidores
5) implementação
6) seguimento (acompanhamento, controle e eventual tomada de medidas correctivas)
7) avaliação de resultados
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vantagens e perigo
Análise dos argumentos -ao detectar erros e imprecisões, contribui para:
• a resolução racional de conflitos,
• a tomada racional de decisões
• a implementação mais ajustada e racional de quaisquer acções no âmbito organizacional, nomeadamente processos de mudança.
PerigoPerigo – argumentação pode ser «pau de dois bicos» se não se dominarem as suas regras.
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o ensino da argumentação em Portugal
Argumentação nas escolas de gestão em Argumentação nas escolas de gestão em PortugalPortugal - ao contrário de outros países, não existe uma abordagem sobre esta temática.
A disciplina de filosofia do ensino secundário, não tem qualquer continuidade até à entrada na «vida real» dos economistas e gestores.
É pena, porque há grandes vantagens em usar mais que o instinto e a intuição para a tomada de decisões nas organizações.
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a nível europeu
A nível europeu:A nível europeu:
• produzem-se trabalhos na área da argumentação
• existem instituições, áreas de estudo e revistas científicas que resultam do cruzamento de saberes entre a economia/gestão e a filosofia
• há diversos estabelecimentos de ensino (como o IESE, em Barcelona, a British Academy of Management, e a Business School, em Copenhaga) onde é estudada a ligação entre filosofia e gestão.
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ensino nos EUA
Entretanto, nos E. U. A.Entretanto, nos E. U. A.
o ensino da retórica há cerca de 60 anos organizou-se em departamentos especializados como técnica da comunicação e do discurso persuasivo. Nesse país, nunca deixaram de ser ministrados os cursos de speech communication e, actualmente, de critical thinking.
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crónica Laurinda Alves
Laurinda Alves na sua crónica «À luz do dia»
na revista XIS
“O sistema de ensino português tem lacunas graves e não são apenas aquelas que nos habituámos a enunciar. (...) Existem alguns vazios por preencher e um deles é seguramente o da comunicação. Ao contrário do que é comum nas escolas inglesa, francesa e alemã (para dar apenas três exemplos próximos) onde há disciplinas de recitation, treino e improviso retórico, o sistema escolar português não aposta na capacidade de comunicação dos seus alunos.”
Público de 19 de Março de 2005
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conclusões
Conclusões:• comunicação interpessoal - «calcanhar de Aquiles» de um grande número de gestores - carácter intangível, multiforme, ambíguo e subjectivo
• formação onde a objectividade e a lógica quantitativa são de rigor - dificuldades em lidar com problemas de gestão ambíguos, pouco estruturados e que se inscrevem numa lógica qualitativa
• hoje em dia os colaboradores são, regra geral, mais críticos - exigência face à maneira de gerir do superior imediato e dos dirigentes | necessidade de compreender o bem fundado das directrizes
• espera-se dos decisores que saibam justificar as suas decisões, fundamentar os seus pontos de vista e explicá-los aos seus subordinados, superiores e colegas - persuadir e estarem receptivos para serem persuadidos
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questão
Não deveria haver formação em argumentação nas licenciaturas de economia e de gestão?