MATERIAL E MÉTODOS

1
As florestas de terra firme da Amazônia caracterizam-se como florestas de platô, vertente, campinarana e baixio. Estudos florísticos realizados na região mostram que elas apresentam alta diversidade. Contudo, nota-se que a maioria dos estudos enfatizam as florestas de platô e de vertentes relegando os demais tipos. Por conseguinte, este estudo tem por objetivo determinar as espécies vegetais da floresta-de-baixio, assim como avaliar os parâmetros de diversidade e riqueza de espécies. FLORESTA DE BAIXIO: DIVERSIDADE E RIQUEZA DE ESPÉCIES - ZF2, RESERVA DO RIO CUIEIRAS, MANAUS, AMAZONAS - BRASIL O estudo foi realizado em ambiente florestal de baixio situado na Estação Experimental ZF-2 do INPA, Reserva do Cuieiras, à noroeste da cidade de Manaus, AM, tendo como limites a Rodovia BR-174 (Manaus - Boa Vista) e a bacia do Rio Cuieiras, área de estudos do Projeto LBA. MATERIAL E MÉTODOS FORMIGA , K. M. 1 ; AMARAL, I. L. 2 & OLIVEIRA, A. N. 3 ¹ Bolsista PIBIC-CNPq-INPA, INPA. Av. André Araújo, 2936. C.P.478. CEP 69083-000, Manaus-Am, Brasil ([email protected]), ²Pesquisadora, CPBO-INPA; 3 Estudante de Pós-Graduação da Universidade Federal do Amazonas - UFAM Avaliaram-se dois transectos: um de 10 x 300 m e outro de 10 x 700 m, perpendiculares entre si; divididos em 20 parcelas primárias de 10 x 50 m, mensurando-se os espécimes arbóreos, palmeiras e lianas com DAP maior ou igual a 10 cm. Foram coletadas amostras botânicas, férteis ou não, para identificação das espécies. A diversidade florística foi avaliada pelos índices de Riqueza de Espécie e Equitabilidade (uniformidade). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram levantados 781 indivíduos, distribuídos em 41 famílias, 100 gêneros e 195 espécies. Destas espécies 44,1% são localmente raras, ocorrendo com um indivíduo na amostragem. Das 10 famílias que apresentaram maior riqueza específica destaca-se Sapotaceae com 30, como a família mais rica em espécie (Figura 1). Tabela 1. Ordenação, segundo os Ìndices de Valor de Importância (IVI), das 10 espécies que mais se destacaram quanto ao parâmetro ecológico no ambiente florestal estudado. As 10 espécies com maior abundância representam 42,25% do total de indivíduos registrados. Dentre estas destaca-se a Oenocarpus bataua como a espécie mais abundante, pois somente ela deteve 15,62% dos indivíduos registrados, (Figura 3). Figura 3. Número de indivíduos por espécies registrada no ambiente florestal de baixio da ZF2, Manaus, Amazonas, Brasil. Quanto aos IVIs, das 10 espécies que mais se destacaram para este índice, observou-se que O. bataua, além de obter o maior IVI, esta espécie deteve a maior área basal e esteve distribuída de maneira uniforme em toda a área amostrada. Figura 4. Similaridades entre parcelas obtidas pelo coeficiente de Sorense no ambiente florestal de baixio, na ZF2, Manaus, Amazonas, Brasil. A floresta estudada pode ser considera verdadeiramente de baixo, pois das 10 espécies com maior IVI, mais de 50% são desse ambiente, das quais destaca-se Oenocarpus bataua, Eperua glabriflora, Micrandra sprucena, Caraipa costata, Manicaria martiana e Hevea guianensis. Apresentou grande diversidade florística, destacando-se a família Sapotaceae com a mais rica em espécies. A espécie Tovomita tenuiflora foi a única com ocorrência exclusiva no baixio. Para o coeficiente qualitativo de Sorensen, foi de 24,0 a 50, com maior similaridade entre as parcelas 3 e 7. As espécies comuns entre as parcelas foram Chrysophyllum guynensi, Chrysophyllum prieurii, Eperua glabriflora, Guateria megalophylla, Oenocarpus bataua e Scleronema micranthum. Observou-se que a similaridade representou 50% entre estas duas parcelas (Figura 4). CONCLUSÃO INTRODUÇÃO curva espécie x área 0 50 100 150 200 área x 100m 2 n° de espécie Figura 2. Curva espécie área do ambiente da floresta de baixio da ZF2 Manaus, Amazonas, Brasil . A curva espécie x área permitiu estimar a suficiência da amostragem, na área estudada, indicou que é uma floresta com alta diversidade florística, (Figura 4). A curva espécie x área permitiu estimar a suficiência da amostragem, na área estudada, indicou que é uma floresta com alta diversidade florística, (Figura 2). N úm ero de epécies /fam ília 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 outras espécies S apotaceae C hrysobalanaceae Fabaceae C aesalpiniaceae Myristicaceae E uphorbiaceae B urseraceae C lusiaceae R ubiaceae Lecythidaceae Famílias espécies Figura 1. Riqueza de espécies registrada no ambiente da floresta de baixio da ZF2, Manaus, Amazonas, Brasil. núm ero de indivíduos /espécie 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Outras espécies Oenocarpus bataua E perua glabriflora T apura amazonica Protium decandrum Micrandra s pruceana S cleronema micranthum C hrysophyllum guynense C araipa cos tata Manicaria martiana Hevea guianens is espécies i ndivíduos núm ero de indivíduos /espécie 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Outras espécies Oenocarpus bataua E perua glabriflora T apura amazonica Protium decandrum Micrandra s pruceana S cleronema micranthum C hrysophyllum guynense C araipa cos tata Manicaria martiana Hevea guianens is espécies i ndivíduos 5,36 1,86 0,63 1,84 45 1,66 13 0,63 9 13 Hevea guyanensis Aubl. 6,82 1,93 0,66 2,45 60 2,43 19 0,66 12 19 Manicaria martiana Burret 6,93 1,63 0,56 1,84 45 3,46 27 0,56 9 27 C araipa costata Spru ce ex B en th 8,97 2,60 0,89 2,65 65 3,71 29 0,89 13 29 C hrysophyllumguyanense Klotzch ex M iq. 9,33 5,83 1,99 1,84 45 1,66 13 1,99 9 13 Scleronema micranthum Ducke 9,43 3,68 1,25 3,06 75 2,69 21 1,25 15 21 Micrandra spruceana (B aillon)R .E.Schults 11,17 7,88 2,69 1,63 40 1,66 13 2,69 8 13 Protiumdecandrum (Aubl.)M arch. 13,32 7,14 2,44 2,86 70 3,33 26 2,44 14 26 T apura amazonica Poepp.ex Endl 14,30 5,91 2,02 3,27 80 5,12 40 2,02 16 40 E perua glabriflora (D ucke.)R .S.C ow an 8,99 3,07 4,08 100 15,62 122 20 122 Oenocarpus bataua M art. IVI DOR DOA FR FA DR DA AB TAJ N Espécies 5,36 1,86 0,63 1,84 45 1,66 13 0,63 9 13 Hevea guyanensis Aubl. 6,82 1,93 0,66 2,45 60 2,43 19 0,66 12 19 Manicaria martiana Burret 6,93 1,63 0,56 1,84 45 3,46 27 0,56 9 27 C araipa costata Spru ce ex B en th 8,97 2,60 0,89 2,65 65 3,71 29 0,89 13 29 C hrysophyllumguyanense Klotzch ex M iq. 9,33 5,83 1,99 1,84 45 1,66 13 1,99 9 13 Scleronema micranthum Ducke 9,43 3,68 1,25 3,06 75 2,69 21 1,25 15 21 Micrandra spruceana (B aillon)R .E.Schults 11,17 7,88 2,69 1,63 40 1,66 13 2,69 8 13 Protiumdecandrum (Aubl.)M arch. 13,32 7,14 2,44 2,86 70 3,33 26 2,44 14 26 T apura amazonica Poepp.ex Endl 14,30 5,91 2,02 3,27 80 5,12 40 2,02 16 40 E perua glabriflora (D ucke.)R .S.C ow an 28,70 8,99 3,07 4,08 100 15,62 122 3,07 20 122 Oenocarpus bataua M art. IVI DOR DOA FR FA DR DA AB TAJ N Espécies

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FLORESTA DE BAIXIO: DIVERSIDADE E RIQUEZA DE ESPÉCIES - ZF2, RESERVA DO RIO CUIEIRAS, MANAUS, AMAZONAS - BRASIL. FORMIGA , K. M. 1 ; AMARAL, I. L. 2 & OLIVEIRA, A. N. 3 - PowerPoint PPT Presentation

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As florestas de terra firme da Amazônia caracterizam-se como florestas de platô, vertente, campinarana e baixio. Estudos florísticos realizados na região mostram que elas apresentam alta diversidade. Contudo, nota-se que a maioria dos estudos enfatizam as florestas de platô e de vertentes relegando os demais tipos. Por conseguinte, este estudo tem por objetivo determinar as espécies vegetais da floresta-de-baixio, assim como avaliar os parâmetros de diversidade e riqueza de espécies.

FLORESTA DE BAIXIO: DIVERSIDADE E RIQUEZA DE ESPÉCIES - ZF2, RESERVA DO RIO CUIEIRAS, MANAUS, AMAZONAS - BRASIL

O estudo foi realizado em ambiente florestal de baixio situado na Estação Experimental ZF-2 do INPA, Reserva do Cuieiras, à noroeste da cidade de Manaus, AM, tendo como limites a Rodovia BR-174 (Manaus - Boa Vista) e a bacia do Rio Cuieiras, área de estudos do Projeto LBA.

MATERIAL E MÉTODOS

FORMIGA, K. M.1; AMARAL, I. L.2 & OLIVEIRA, A. N.3

¹ Bolsista PIBIC-CNPq-INPA, INPA. Av. André Araújo, 2936. C.P.478. CEP 69083-000, Manaus-Am, Brasil ([email protected]), ²Pesquisadora, CPBO-INPA; 3Estudante de Pós-Graduação da Universidade Federal do Amazonas - UFAM

Avaliaram-se dois transectos: um de 10 x 300 m e outro de 10 x 700 m, perpendiculares entre si; divididos em 20 parcelas primárias de 10 x 50 m, mensurando-se os espécimes arbóreos, palmeiras e lianas com DAP maior ou igual a 10 cm. Foram coletadas amostras botânicas, férteis ou não, para identificação das espécies. A diversidade florística foi avaliada pelos índices de Riqueza de Espécie e Equitabilidade (uniformidade).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram levantados 781 indivíduos, distribuídos em 41 famílias, 100 gêneros e 195 espécies. Destas espécies 44,1% são localmente raras, ocorrendo com um indivíduo na amostragem.

Das 10 famílias que apresentaram maior riqueza específica destaca-se Sapotaceae com 30, como a família mais rica em espécie (Figura 1).

Tabela 1. Ordenação, segundo os Ìndices de Valor de Importância (IVI), das 10 espécies que mais se destacaram quanto ao parâmetro ecológico no ambiente florestal estudado.

As 10 espécies com maior abundância representam 42,25% do total de indivíduos registrados. Dentre estas destaca-se a Oenocarpus bataua como a espécie mais abundante, pois somente ela deteve 15,62% dos indivíduos registrados, (Figura 3).

Figura 3. Número de indivíduos por espécies registrada no ambiente florestal de baixio da ZF2, Manaus, Amazonas, Brasil.

Quanto aos IVIs, das 10 espécies que mais se destacaram para este índice, observou-se que O. bataua, além de obter o maior IVI, esta espécie deteve a maior área basal e esteve distribuída de maneira uniforme em toda a área amostrada.

Figura 4. Similaridades entre parcelas obtidas pelo coeficiente de Sorense no ambiente florestal de baixio, na ZF2, Manaus, Amazonas, Brasil.

A floresta estudada pode ser considera verdadeiramente de baixo, pois das 10 espécies com maior IVI, mais de 50% são desse ambiente, das quais destaca-se Oenocarpus bataua, Eperua glabriflora, Micrandra sprucena, Caraipa costata, Manicaria martiana e Hevea guianensis. Apresentou grande diversidade florística, destacando-se a família Sapotaceae com a mais rica em espécies. A espécie Tovomita tenuiflora foi a única com ocorrência exclusiva no baixio.

Para o coeficiente qualitativo de Sorensen, foi de 24,0 a 50, com maior similaridade entre as parcelas 3 e 7. As espécies comuns entre as parcelas foram Chrysophyllum guynensi, Chrysophyllum prieurii, Eperua glabriflora, Guateria megalophylla, Oenocarpus bataua e Scleronema micranthum. Observou-se que a similaridade representou 50% entre estas duas parcelas (Figura 4).

CONCLUSÃO

INTRODUÇÃO

curva espécie x área

0

50

100

150

200

área x 100m2

de e

spécie

s

Figura 2. Curva espécie área do ambiente da floresta de baixio da ZF2 Manaus, Amazonas, Brasil .

A curva espécie x área permitiu estimar a suficiência da amostragem, na área estudada, indicou que é uma floresta com alta diversidade florística, (Figura 4). A curva espécie x área permitiu estimar a suficiência da amostragem, na área estudada, indicou que é uma floresta com alta diversidade florística, (Figura 2).

Número de epécies / família

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

outras espécies

Sapotaceae

Chrysobalanaceae

Fabaceae

Caesalpiniaceae

Myristicaceae

Euphorbiaceae

Burseraceae

Clusiaceae

Rubiaceae

Lecythidaceae

Fam

ílias

espécies

Figura 1. Riqueza de espécies registrada no ambiente da floresta de baixio da ZF2, Manaus, Amazonas, Brasil.

número de indivíduos / espécie

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Outras espécies

Oenocarpus bataua

Eperua glabriflora

Tapura amazonica

Protium decandrum

Micrandra spruceana

Scleronema micranthum

Chrysophyllum guynense

Caraipa costata

Manicaria martiana

Hevea guianensis

esp

écie

s

indivíduos

número de indivíduos / espécie

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Outras espécies

Oenocarpus bataua

Eperua glabriflora

Tapura amazonica

Protium decandrum

Micrandra spruceana

Scleronema micranthum

Chrysophyllum guynense

Caraipa costata

Manicaria martiana

Hevea guianensis

esp

écie

s

indivíduos

5,361,860,631,84451,66130,63913Hevea guyanensis Aubl.

6,821,930,662,45602,43190,661219Manicaria martiana Burret

6,931,630,561,84453,46270,56927Caraipa costata Spruce ex Benth

8,972,600,892,65653,71290,891329Chrysophyllum guyanense Klotzch ex Miq.

9,335,831,991,84451,66131,99913Scleronema micranthum Ducke

9,433,681,253,06752,69211,251521Micrandra spruceana (Baillon) R.E. Schults

11,177,882,691,63401,66132,69813Protium decandrum (Aubl.) March.

13,327,142,442,86703,33262,441426Tapura amazonica Poepp. ex Endl

14,305,912,023,27805,12402,021640Eperua glabriflora (Ducke.) R.S.Cowan

28,708,993,074,0810015,621223,0720122Oenocarpus bataua Mart.

IVIDORDOAFRFADRDAABTAJNEspécies

5,361,860,631,84451,66130,63913Hevea guyanensis Aubl.

6,821,930,662,45602,43190,661219Manicaria martiana Burret

6,931,630,561,84453,46270,56927Caraipa costata Spruce ex Benth

8,972,600,892,65653,71290,891329Chrysophyllum guyanense Klotzch ex Miq.

9,335,831,991,84451,66131,99913Scleronema micranthum Ducke

9,433,681,253,06752,69211,251521Micrandra spruceana (Baillon) R.E. Schults

11,177,882,691,63401,66132,69813Protium decandrum (Aubl.) March.

13,327,142,442,86703,33262,441426Tapura amazonica Poepp. ex Endl

14,305,912,023,27805,12402,021640Eperua glabriflora (Ducke.) R.S.Cowan

28,708,993,074,0810015,621223,0720122Oenocarpus bataua Mart.

IVIDORDOAFRFADRDAABTAJNEspécies