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AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE MÁQUINAS E DE FATORES RELACIONADOS A APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Claudio Leones Bazzi1, Kelyn Schenatto2, Pedro Luiz de Paula Filho1, Alan Gavioli1, Nelson Miguel Betzek1
1Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Medianeira. Professor Assistente do departamento de Ciência da Computação; 2Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Câmpus Cascavel, Mestranda em Engenharia Agrícola. [email protected]
Resumo:A produção agrícola realizada de forma irracional faz com que se degrade o meio
ambiente e é considerada a maior fonte poluidora das águas. Se faz necessário a
aplicação correta e precisa de insumos e fertilizantes para que se tenha o mínimo de
impacto ambiental. Neste sentido, o presente trabalho objetivou a avaliação do
desempenho de máquinas de pulverização e dos procedimentos envolvidos no
município de Serranópolis do Iguaçu/Pr no ano de 2005. Verificou-se um alto índice de
descaso com cuidados no processo de aplicação, bem como com as máquinas
utilizadas para tal.
Palavras-chave: agrotóxicos, impacto ambiental, Pulverizadores.
IntroduçãoA globalização da economia mundial exige que a agricultura brasileira desenvolva
tecnologias que possibilitem a competição de seus produtos no mercado mundial por meio do
aumento da produtividade. Entretanto, segundo USEPA (1990), citado por
BAKHSH et al. (1997), o uso de insumos químicos agrícolas tem sido identificado como o
principal fator de contaminação da água e do solo. Infere-se, portanto, que estes insumos, ao
mesmo tempo em que auxiliam no aumento da produtividade agrícola, apresentam grande risco
de impactos para o solo e mananciais de água.
Para SCORZA (2006), o uso de agrotóxicos sem afetar a qualidade dos recursos
hídricos é um grande desafio, ainda mais quando se têm escassez de água potável. Segundo
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VEIGA (2006), os agrotóxicos ainda podem ser persistentes, móveis e tóxicos no solo, na água
e no ar. Desta forma, devido aos riscos de utilização, é importante que sejam realizadas
aplicações de forma otimizada, sem desperdícios, nas quantidades adequadas e com
segurança ao aplicador, visando o mínimo de impactos ao meio ambiente e a saúde humana.
Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de máquinas
de aplicação de defensivos agrícolas em um município do estado do Paraná e
identificar procedimentos e dispositivos de segurança utilizados na aplicação de
agrotóxicos para produção agrícola.
Material e MétodosOs dados foram coletados no município de Serranópolis do Iguaçu/Pr, no ano de
2005, em cerca de 20% do total de máquinas destinadas a aplicação de agrotóxicos no
município, selecionadas de forma aleatória. Foram realizadas medições de vazão de
bicos, identificados vazamentos em mangueiras, bicos e demais dispositivos da
máquina e quantificados as quantidades desperdiçadas. Realizou-se a medição da
distância entre bicos e determinou-se de forma visual a presença/ausência de
dispositivos de aplicação que verifica-se como fundamentais para que se tenha uma
aplicação de qualidade, tais com o manômetro, marcador de barras, depósito de água
limpa, entre outros.
Aspectos relacionados ao tipo de equipamento e a segurança do aplicador
também foram levantadas, visando identificar a falta de cuidado na etapa de realização
de pulverização.
Resultados e Discussão Foram identificadas máquinas de três categorias (arrasto, auto propelido e
montado), sendo que representaram respectivamente 18%, 2% e 80%. Do total, 22%
das máquinas utilizadas não continham dispositivo marcador de volume do tanque e
apenas 28% do total possuíam depósito de água limpa que estivesse em plenas
condições de uso. Neste sentido, verifica-se que durante a aplicação, caso o operador
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entre em contato com o produto químico, não teria condições de realizar a retirada
imediata do produto em pelo menos 70% das máquinas. Este dado torna-se ainda mais
preocupante quando verificou-se que em 60% dos casos, há necessidade de abertura
manual das barras e que 90% dos tratores não possuem cabine, indicando que o
operador fica vulnerável ao contato com o produto químico.
Apesar do problema, poderia se concluir que este fato está diretamente ligado a
falta de incentivos ao produtores, mas conforme levantamento de dados referentes aos
cuidados necessários no processo de aplicação de agrotóxicos, percebeu-se que 15%
dos produtores não usa sequer máscaras de proteção, 21% não fazem uso de luvas e
roupa adequada e 25% não utilizam botas, reforçando a hipótese de descaso ao perigo
de contaminação.
Outro fator importante para que a aplicação do defensivo seja realizado de forma
satisfatória corresponde a não sobreposição da aplicação. Para isso, o ideal é que
sejam utilizados marcadores de barra visando a orientação do operador em campo. Dos
equipamentos avaliados, apenas 40% apresentaram este acessório em pleno
funcionamento.
Na avaliação do espaçamento entre bicos, em 46% dos pulverizadores
avaliados, pelo menos um bico estava fora da posição a qual deveria estar. Aliado a
isso, verificou-se que 10% das máquinas vistoriadas possui vazamentos em
mangueiras e em 32% ocorreu a transposição delas.
O manômetro, dispositivo essencial para a aplicação de dosagens corretas,
apresentou-se em funcionamento apenas em 28% das máquinas avaliadas, sendo que
em 54% dos casos, apesar de presente, o manômetro não apresentava-se em
funcionamento (Figura 1). Essenciais para pulverização, os bicos de aplicação também
apresentaram resultados alarmantes, sendo que em 96% das máquinas avaliadas, a
taxa de aplicação foi desuniforme, sendo que em 39% dos bicos avaliados, ocorre
vazamento (Figura 2).
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Figura 1 - Manômetro disponível mas fora de funcionamento em máquina vistoriada.
Figura 2 - Condições do Bico de aplicação em máquina vistoriada.
Conclusões A aplicação de agrotóxicos na atividade agrícola apresenta problemas
relacionados a falta de investimentos e a falta de conscientização dos produtores;
Com os problemas apresentados, além do desperdício econômico, verifica-se um problema ambiental.
AgradecimentosUniversidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Medianeira; Universidade do Oeste do Paraná – Câmpus Cascavel.
ReferênciasBAKHSH, A.; COLVIN T. S.; JAYNES D. B.; KANWAR, R. S.; TIM, U.S. Spatial distribution of soil attributes affecting crop yield. St. Joseph: ASAE, 1997. 16 p. (Paper 97-1032).
SCORZA JÚNIOR, R. P. Pesticidas, agricultura e recursos hídricos. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2006. 9 p. Circular Técnica, 12.
VEIGA, M. M.; SILVA, D. M.; VEIGA, L. B. E; FARIA, M. V. C. Análise da contaminação dos sistemas hídricos por agrotóxicos numa pequena comunidade rural do Sudeste do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 11, p. 2391-2399, 2006.
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