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SUMÁRIO

01 - Introdução à Segurança Com Eletricidade........................... 03

02 - Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade........... 23

Choque Elétrico, Mecanismo e Efeitos............................... 23

Arcos Elétricos, Queimaduras e Quedas............................ 33

Campos Eletromagnéticos................................................... 38

03 - Técnicas de Análise de Risco................................................ 42

04 - Medidas de Controle de Risco Elétrico................................. 58

05 - Normas Técnicas e Legislação Complementar.................... 81

06 - Regulamentação do MTE........................................................ 85

Código Civil e Penal Brasileiros............................. 97

NR-10......................................................................... 99

07 - Equipamento de Proteção Coletiva....................................... 119

08 - Equipamento de Proteção Individual.................................... 123

09 - Rotinas de Trabalho � Procedimentos.................................. 142

10 - Responsabilidades................................................................. 146

11 - Prevenção e Combate a Princípio de Incêndio................... 156

12 - Primeiros Socorros................................................................. 174

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1 - NOÇÕES DE ELETRICIDADE

INTRODUÇÃO

A Eletricidade é a forma de energia mais usada em todo o mundo. Sem ela não há dúvida

de que o homem não teria as maravilhas que dispõe hoje. Ao acendermos uma simples

lâmpada ou ligarmos o mais complexo dos aparelhos devemos sempre estar conscientes

de que vários fenômenos elétricos estão ocorrendo naquele momento.

Podemos afirmar que a Eletricidade está presente em quase todos os instantes de nossas

vidas. Nos momentos de lazer ou de trabalho estamos, de uma forma ou de outra, utilizando a Eletricidade.

Há muitos anos o homem vem se preocupando em desvendar os segredos que envolvem esta forma de energia tão maravilhosa; as pesquisas e os estudos têm sido muitos, mas,

apesar de todos os avanços que têm sido alcançados podemos afirmar que a Eletricidade,

na sua essência, continua sendo um mistério. E é exatamente esta série de dilemas que nos faz cada vez mais ficar fascinados pelo estudo da Eletricidade.

ELETRICIDADE

1.1- ESTRUTURA DA MATÉRIA

Todos os corpos existentes na natureza são constituídos de matéria. Se pudéssemos

observar a menor parte (dividindo-a ao meio até encontrarmos esta parte) da matéria,

veríamos que ela é formada de pequenas partículas que recebem o nome de átomos.

Átomos São as Partículas Formadoras de Toda a Matéria

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Um átomo não pode ser visto a olho nu, mas, caso isso

fosse possível veríamos que ele é formado por três

partículas: prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons e

nêutrons encontram-se numa parte central do átomo

chamada de núcleo, enquanto os elétrons giram em torno

desse núcleo, constituindo a eletrosfera.

Os Átomos São Formados por Prótons, Nêutrons e Elétrons.

1.2- CARGA ELÉTRICA Verifica-se que os prótons e os elétrons são providos de

uma certa propriedade à qual se deu o nome de carga

elétrica (também chamada de quantidade de eletricidade).

Os nêutrons não apresentam essa propriedade e, por isso, são desprovidos de eletricidade. As cargas elétricas

presentes nos prótons e nos elétrons são de

características opostas e, por isso, diz-se que as primeiras são positivas (+), enquanto que as outras são negativas

(-).

As Cargas dos Prótons São Positivas (+)

As Cargas dos Elétrons São Negativas (-)

Os Nêutrons São Desprovidos de Cargas 1.3- CORRENTE ELÉTRICA

A corrente elétrica é o movimento ordenado de cargas

elétricas, mas, como sabemos que as únicas partículas que podem ser deslocadas são os elétrons e, mais facilmente os elétrons livres. Podemos então afirmar que:

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Corrente Elétrica é o Movimento Ordenado de Elétrons Livres em um Caminho Condutor.

A corrente elétrica é representada por I ou i e a sua unidade de medida é o Ampére, que se abrevia sempre por A.

O Instrumento Usado Para Medir Corrente Elétrica é o Amperímetro.

Em eletricidade existem dois tipos de corrente que se distinguem pela forma como os elétrons se deslocam no interior dos condutores. A corrente contínua e a corrente

alternada. Vejamos em linhas gerais quais as diferenças entre as duas:

Corrente Contínua é Aquela em Que os Elétrons se Deslocam Sempre no Mesmo Sentido.

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Corrente Alternada é Aquela em Que os Elétrons Períodicamente Invertem o Seu

Deslocamento e em Cada Instante Tem um Valor Diferente.

1.4- DIFERENÇA DE POTENCIAL

Vimos que a corrente elétrica é o movimento ordenado de

elétrons. Mas para que os elétrons se desloquem é

necessário que uma força atue sobre eles. Essa força

recebe o nome de diferença de potencial (ddp) e também

é conhecida por tensão (E), força eletromotriz (f.e.m) ou ainda voltagem (V). Todos estes termos servem para dar nome à força que dá origem ao movimento dos elétrons, isto

é, a corrente elétrica. A unidade de medida da tensão elétrica é o VOLT, que é se abrevia sempre por V.

O Instrumento Usado Para Medir Tensão Elétrica é o Voltímetro.

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1.5- RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Quando uma corrente elétrica atravessa um material qualquer ela encontra uma certa

dificuldade que recebe o nome de Resistência Elétrica.

Resistência Elétrica é a Dificuldade Oferecida a Passagem da Corrente Elétrica.

Todos os materiais existentes na natureza oferecem resistência à passagem da corrente

elétrica. As características do material e as condições em que ele se encontra é que

definem o valor da sua resistência elétrica. A resistência elétrica de um corpo é sempre representada pela letra R. A unidade de medida da resistência é o OHM, que se representa (Ù) .

O Instrumento Usado Para Medir Resistência Elétrica é o Ohmímetro.

1.5.1 - Fatores Que Influem na Resistência Elétrica de um Condutor:

1.5.1.1- Temperatura

Verifica-se, na prática que o valor da resistência elétrica de

um corpo varia em função da sua temperatura. Essa

afirmação pode ser constatada em laboratório ao medirmos

a resistência de um determinado corpo à temperatura

ambiente e depois de o aquecermos. Verifica-se, nesse caso, que o valor da resistência dos metais aumenta quando eles são aquecidos e diminui quando os mesmos são

resfriados. Dizemos então, que a resistência de um corpo

metálico é uma função direta da sua temperatura.

Ao Aquecermos um Corpo Metálico a Sua Resistência Elétrica Aumenta.

Ao Resfriarmos um Corpo Metálico a Sua Resistência Elétrica Diminui.

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1.5.1.2- Comprimento

Se um corpo tiver o seu comprimento cortado pela metade verificamos que a sua resistência também será reduzida à metade. Isto pode ser explicado da seguinte forma: Os

elétrons, ao atravessarem o corpo inteiro, encontrarão um determinado número de

obstáculos, o que vai caracterizar um certo valor de resistência elétrica, caso esse corpo

tenha o seu comprimento cortado pela metade o mesmo ocorrerá com o número de

obstáculos encontrados pelos elétrons no seu deslocamento, o que faz com que a

resistência tenha seu valor reduzido à metade.

A Resistência Elétrica é Diretamente Proporcional ao Comprimento do Corpo.

1.5.1.3- Seção Transversal

Um fenômeno inverso ocorre quando cortamos um corpo no sentido da sua seção

transversal. Nesse caso a passagem para os elétrons torna-se mais difícil, fazendo,

portanto, com que a sua resistência elétrica aumente.

A Resistência Elétrica é Inversamente Proporcional a Seção Transversal do Corpo.

1.5.1.4- Material

A resistência elétrica, também varia em função do material do corpo. 1.6- LEI DE OHM

George Simon Ohm foi o cientista que descobriu que a relação entre a tensão (V) e a

corrente (I) é uma constante sempre igual à resistência (R). Essa relação, em homenagem

ao seu descobridor, ficou conhecida como Lei de Ohm e é uma das mais importantes da

eletricidade. Matematicamente podemos escrever a Lei de Ohm assim:

I = V ∕ R

A Intensidade da Corrente é Diretamente Proporcional a Tensão Aplicada e Inversamente

Proporcional a Resistência do Circuito.

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Exemplos de aplicação: 1) Um resistor de 60 Ù é alimentado por um gerador que fornece tensão de 120 Volts.

Calcular a intensidade de corrente que atravessa o resistor. Dados: V = 120 Volts R = 60 Ù Solução: Pela Lei de Ohm I = V∕ R, então, podemos escrever I = 120 / 60 I = 2 Ampéres 2) Uma corrente de intensidade igual a 4 A atravessa um resistor de 30 Ù. Calcular a

tensão aplicada. Dados: I = 4 A R = 30 Ù V = ? Solução: A Lei de Ohm nos diz que I = V/R, portanto, podemos dizer que V = RI. Então: V = 30 x 4 = 120 Volts 1.7- POTÊNCIA Toda e qualquer forma de energia é usada para realizar um trabalho. Para que um trabalho seja realizado, evidentemente, é necessário um certo tempo. Podemos afirmar

que a potência é a velocidade com que a energia é usada na realização de um trabalho.

Essa definição é genérica e serve para todos os tipos de energia, seja ela elétrica,

mecânica, calorífica, luminosa ou outra forma qualquer existente na natureza. Potência elétrica é a capacidade que uma máquina elétrica possui de realizar trabalho em

um certo período de tempo.

A unidade de potência mais usual é o Watt, mas algumas pessoas, usam também o cv

(cavalo-vapor) e o HP (Horse-Power) que valem, aproximadamente 750 W.

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1 CV ou 1 HP = 750 Watts

Obs: Pelas normas ABNT não é prática o uso das grandezas HP e cv, sendo adotada a

grandeza kw. Há três fórmulas que nos permitem calcular a potência elétrica:

P = V I P = V2 / R P = R I

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Nas três formulas P representa a potência medida em Watts, V representa a tensão

medida em Volts, I representa a corrente medida em Ampéres e R é a resistência medida

em Ù. 1.7.1 - Potência Nos Circuitos Elétricos

1.7.1.1- Circuito Resistivo

Num circuito composto só por resistências tais como chuveiros, aquecedores, fornos elétricos, etc., vamos observar que a corrente permanente está em fase com a tensão. 1.7.1.2- Circuito Indutivo

No circuito composto por bobinas, características dos motores, observamos uma

defasagem de até ¼ ciclos entre a corrente e a tensão. A corrente fica atrasada em até 90º em relação à tensão.

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1.7.1.3- Circuito Capacitivo

Em um circuito composto por capacitores vamos observar que também há uma defasagem

de até 90º, só que a corrente será sempre adiantada em relação à tensão. Se um circuito for constituído só por resistência (resistivo), encontramos uma energia que

é transformada em outras formas de energia, denominada Potência Útil ou Potência Ativa. Se um circuito for constituído por Resistência e bobinas encontramos, além da Potência

Ativa as Potências Reativa e Aparente.

1.7.2 - Potência Ativa

É aquela que efetivamente é transformada, produzindo trabalho e a sua unidade é o Watt

(W), ou quilowatt (kW). È a energia faturada nos consumidores ligados em Baixa Tensão, a Concessionária

somente apresenta o valor da Energia Ativa consumida no período (mês) expressa em

kWh. 1.7.3 - Potência Reativa

É aquela que não produz trabalho, utilizada para criar fluxo magnético necessário ao

funcionamento de equipamentos como motores, transformadores, reatores, etc. A potência Reativa pode ser indutiva (causada por bobinas) ou capacitiva (causada por capacitores) e sua unidade é o Volt Ampére Reativo (VAr) ou Quilo Volt Ampére Reativo

(kVAr).

1.7.4 - Potência Aparente

Potência aparente ou Potência Total é aquela que a Concessionária realmente fornece ao

consumidor. Somando-se vetorialmente as Potências Ativa e Reativas, obteremos a Potência Aparente

que é expressa em Volt Ampére (VA) ou Quilo Volt Ampére (kVA).

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Triângulo das Potências

1.8 � FATOR DE POTÊNCIA

No triângulo das potências observamos que um ângulo é formado entre a Potência Ativa e

a Potência Aparente. A razão entre a Potência Ativa e a raiz quadrada da soma dos

quadrados das Potências Ativa e Reativa, consumidas num período especificado. Fp = Potência Ativa (kW) Potência Aparente (kVA) Fp =_______kWh_________ (kVArh)² + (kW)

1.9 - ENERGIA

As Companhias Distribuidoras de Eletricidade preocupam-se em saber não apenas

quantos Watts são consumidos, mas também o tempo durante o qual ocorre esse

consumo. É evidente que o consumidor que deixe uma lâmpada de 100 W, por exemplo,

ligada durante três horas terá que pagar mais que um outro que deixe a mesma lâmpada

ligada durante duas horas. Para isso as concessionárias multiplicam a potência consumida

pelo tempo durante o qual os aparelhos ficaram ligados. Calcula-se então, a energia

elétrica que, nesses casos, é medida em kWh (Quilo � Watt hora).

1 Kwh CORRESPONDE a 1000 WATTS CONSUMIDOS em 1 HORA

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Exemplo: Quanto se deve pagar no final de um mês de 30 dias por uma lâmpada de 100 W ligada

durante 8 horas por dia? Dados: P = 100 W = 0,1 KW Tempo = t = 8 horas x 30 dias = 240 horas Custo do KWh = R$ 0,24 (valor usado como exemplo) Solução: Custo = 0,1 x 240 x 0,24 = R$ 5,76 1.10 � SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)

A energia elétrica que alimenta as indústrias, comércio e residências, é gerada

principalmente a partir de usinas hidroelétricas, em que a energia originada pela quedas

d´água, movimenta as turbinas dos geradores, transformando energia mecânica em

energia elétrica. 1.10.1 - Geração

A energia elétrica produzida no Brasil provém de:

- Usinas hidroelétricas (80%) - Usinas termoelétricas (11%) - Outras � Eólicas, nuclear (9%)

O centro produtor de energia elétrica (usinas) é situado próximo a sua fonte de matéria

prima (hidrelétrica- rios / termoelétricas � carvão ou gás / eólica � lugar com ventos fortes e constantes) e distante do centro consumidor que são as cidades. Para que a energia gerada chegue ao centro consumidor sem perdas é necessário elevar

a energia gerada em milhares de quilovolts através de transformadores elevadores de

tensão.

1.10.2 - Transmissão

A energia elétrica gerada que foi aumentada através de transformadores elevadores de

tensão, para ser transmitida a grandes distâncias, recebe o nome de linha de transmissão. Transporte esse efetuado em corrente alternada com freqüência de 60 Hertz, através de

condutores em torres de transmissão que vai da geração até as subestações abaixadoras

situadas na periferia das cidades.

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1.10.3 - Distribuição

A energia elétrica após ter o seu valor rebaixado em transformadores abaixadores de

tensão em valores adequados é distribuída em Rede Aérea (postes condutores, estruturas de sustentação, transformadores de distribuição, equipamentos de proteção e manobra e

acessórios), Rede Subterrânea (dutos, caixas, câmara transformadoras, transformadores

de distribuição, equipamentos de proteção e manobras e acessórios). Os transformadores de distribuição, abaixam os valores da tensão a níveis adequados ao

consumo, as redes (secundárias) de baixa tensão, que serão ligadas a cada consumidor. A NR-10 estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de

medidas de controle e sistemas preventivos de forma a garantir a segurança e a saúde

dos trabalhadores que, direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e

serviços com eletricidade. É aplicada às fases de geração, transmissão, distribuição até a medição. Com o objetivo de uniformizar o entendimento, a NR-10 no Glossário define que o SEP trabalha com vários níveis de tensão, classificados em:

- Extra baixa tensão � Considera-se extra baixa tensão, a tensão não superior a 50V

em corrente alternada entre fases ou fase e terra, ou 120 V em corrente contínua.

- Baixa tensão � Considera-se baixa tensão, a tensão superior a 50V em corrente

alternada, ou 120 V em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada entre fases ou entre fase e terra, ou 1500 V em corrente contínua.

- Alta tensão � Desta forma considera-se alta tensão, a tensão superior a 1000 V em

corrente alternada entre fases ou entre fase e terra, ou 1500 V em corrente contínua.

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Sistema Elétrico de Potência - SEP

A eletricidade apesar de parecer instantânea percorre um longo caminho desde a geração até

o consumidor final. Para uma melhor visualização de onde nos situamos dentro de um sistema de fornecimento de energia elétrica, é necessário que conheçamos os componentes do mesmo.

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GERAÇÃO

Represa

Represa de rio, para produção de energia elétrica - Usina hidroelétrica. Transformação de energia mecânica em energia elétrica através do magnetismo.

Gerador

Utiliza a força da queda d�água para movimentar as

turbinas e desta forma produzir energia elétrica. Usina Hidrelétrica Utiliza-se dos recursos hídricos para a produção de

eletricidade em corrente alternada. Estação elevadora Eleva o valor da energia gerada (milhares de quilovolts) a níveis de transmissão para facilitar o

transporte da energia até os centros consumidores.

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TRANSMISSÃO

Linha de transmissão

Significa o transporte de energia elétrica gerada até os

centros consumidores. Para que seja economicamente viável a tensão gerada nos

geradores, eleva a tensão a valores padronizados em

função da potência a ser transmitida e as distâncias

entre os centros produtores e os centros consumidores. As tensões mais usuais em corrente alternada nas

linhas de transmissão são: 69 kV, 138 kV, 230 kV, 400 kV, 500 kV. A partir de 500 kV há necessidade de estudo

econômico para verificar a viabilidade. Itaipu transmite em 600 kV em corrente contínua. Obs. neste caso é necessário uma estação

retificadora para transformar a corrente alternada em corrente contínua e próximo aos centros

consumidores, uma subestação conversora para

transformar a corrente contínua em alternada. O objetivo principal da transmissão contínua será a

diminuição das perdas por efeito corona, que é

resultante da ionização do ar em torno dos condutores

com tensões alternadas muito elevadas. Subestações abaixadoras

Estão situadas nas periferias dos centros consumidores (cidades) e tem como função abaixar o

valor da tensão a níveis adequados (padronizados) de distribuição.

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DISTRIBUIÇÃO

Linhas de distribuição

São os circuitos que fazem a distribuição da energia elétrica, é

a parte do sistema dentro dos centros consumidores (cidades, bairros, indústria, etc.). A distribuição inicia-se na subestação

abaixadora onde a tensão da linha de transmissão é abaixada

para valores padronizados, ou seja: (11 kV, 11,4 kV, 13,2 kV, 13,8 kV, 15 kV, 25 kV e 34,5 kV). O valor usado na de distribuição depende da Concessionária. Das subestações, partem as redes de distribuição primárias

que através de transformadores de distribuição abaixam a

tensão (redes de distribuição secundárias) a níveis de

utilização, ou seja: (380/220 V, 220/127 V, 230/115 V, etc.). O valor usado da tensão usada na rede secundária depende da Concessionária

e do tipo de circuito (urbano ou rural). No Brasil na região sul e parte da região sudeste usa a tensão

fase-neutro em 127 V, já em Brasília e na região nordeste a

tensão fase-neutro usada é de 220 V. As redes de distribuição podem ser aéreas ou

subterrâneas nos centros urbanos.

REDE URBANA

REDE RURAL

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1.10.4 - Consumidores

Consumidor, denominado pela ANEEL, na Resolução Nº 456, de 29/11/2000 como �Pessoa

física ou jurídica, ou comunhão de fato ou de direito, legalmente representada, que solicitar a

concessionária o fornecimento de energia elétrica e assumir a responsabilidade pelo

pagamento das faturas e pelas demais obrigações fixadas em normas e regulamentos da

ANEEL, assim vinculando-se aos contratos de fornecimento, de uso e de conexão ou de

adesão, conforme cada caso�. 1.11 - Trabalhos Nos Sistemas Elétricos de Potência (SEP) Os trabalhos nos Sistemas Elétricos de Potência (SEP), podem ser divididos em três

segmentos para melhor compreensão.

- Trabalhos no setor de geração de energia elétrica; - Trabalhos no setor de transmissão de energia elétrica;

- Trabalhos no setor de distribuição de energia elétrica.

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1.11.1 - Trabalhos no Setor de Geração de Energia Elétrica

Os trabalhos no setor de geração aqui descritos são aqueles após o processo de produção de

energia elétrica, ou seja, após a fase de processamento da geração de energia elétrica, são

trabalhos comuns e similares a todo o sistema de produção de energia, com riscos inerentes à

eletricidade, e estão presentes em diversas atividades: Nesta atividade se destacam:

- Instalação e manutenção de equipamentos; - Operação de equipamentos; - Transformação e elevação de energia elétrica; - Medição da energia elétrica.

1.11.2 - Trabalhos no Setor de Transmissão de Energia Elétrica

Os trabalhos no setor de transmissão são constituídos por atividades abrangidas, da fase de

geração até as subestações abaixadoras, e são constituídas por:

- Construção de linhas de transmissão 1. Civil; 2. Elétrica.

- Manutenção de linhas de transmissão: 1. Com linha desenergizada; 2. Com linha energizada (Contato à distância e ao potencial);

- Inspeção em linhas de transmissão. Nota:

1) Nos trabalhos de construção de linhas de transmissão, como o serviço é executado com o

circuito desenergizado, faz-se necessário todo os procedimentos e medidas de segurança, tais

como:

- Desenergização; - Teste de ausência de tensão; - Aterramento temporário / equipotencialização de todos os equipamentos e cabos; - Bloqueios e impedimentos.

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2) � Os trabalhos com linha energizada (dentro da zona de risco) é restrito aos trabalhadores

autorizados e com adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho. 1.11.3 - Trabalhos No Setor De Distribuição De Energia Elétrica

O setor de distribuição de energia elétrica é segmentado e congrega um maior nº de

trabalhadores eletricitários, são atividades que vão das subestações até o ponto de entrega de

energia elétrica aos consumidores. Estão envolvidos nesta atividade os trabalhos de:

- Construção; - Manutenção;

1. Com rede desenergizada; 2. Com rede energizada:

- À distância; - Contato direto.

- Operação; - Medição;

1. Inspeção; 2. Aferição; 3. Corte; 4. Religação; 5. Recuperação de receita.

Nota:

1) Nos trabalhos de construção de linhas de distribuição, como o serviço é executado com o

circuito desenergizado, faz-se necessário todo os procedimentos e medidas de segurança, tais

como:

- Desenergização; - Teste de ausência de tensão;

- Aterramento temporário / equipotencialização de todos os equipamentos e cabos;

- Bloqueios e impedimentos.

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2) � Os trabalhos com linha energizada (dentro da zona de risco) é restrito aos

trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos

apropriados ao trabalho.

Método ao Potencial

Método ao Contato Direto

Método á Distância

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2 - RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

2.1 � O CHOQUE ELÉTRICO

Os riscos de acidentes dos empregados que trabalham com eletricidade, em qualquer das etapas de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, são partes

integrantes desta Norma Regulamentadora - Instalações e Serviços em Eletricidade - NR10 do Ministério do Trabalho e Emprego.

Choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se

manifestam no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por corrente

elétrica. As manifestações relativas ao choque elétrico dependendo das condições e

intensidades da corrente podem ser desde uma ligeira contração superficial até uma

violenta contração muscular que pode provocar a morte. Até chegar de fato a morte existe

estágios e outras conseqüências que veremos adiante. Os tipos mais prováveis de choque

elétrico são aqueles que a corrente elétrica circula da palma de uma das mãos à palma da

outra mão, ou da palma da mão até a planta do pé. Existem 3 categorias de choque

elétrico: 2.1.1- Choque produzido por contato com circuito energizado

Aqui o choque surge pelo contato direto da pessoa com a parte energizada da instalação; o choque dura enquanto

permanecer o contato e a fonte de energia estiver ligada. As conseqüências podem ser pequenas contrações ou até lesões

irreparáveis. 2.1.2- Choque produzido por contato com corpo eletrizado

Neste caso analisaremos o choque produzido por eletricidade estática, a duração desse tipo de choque é muito pequena, o

suficiente para descarregar a carga da eletricidade contida no elemento energizado. Na maioria das vezes este tipo de choque elétrico não provoca efeitos danosos ao corpo, devido à curtíssima

duração.

2.1.3- Choque produzido por raio (Descarga Atmosférica)

Aqui o choque surge quando acontece uma descarga atmosférica e esta entra em contato direto ou indireto

com uma pessoa; os efeitos desse tipo de choque são

terríveis e imediatos. Ocorre casos de queimaduras

graves e até morte imediata.

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Descargas Atmosféricas

Devido a longos períodos de estiagem, as chuvas que começam a cair são normalmente

acompanhadas de tempestades, sendo estas originadas a partir do aquecimento do solo pelos raios solares, que fazem o ar quente subir, carregando com este as partículas de vapor, ou do encontro de uma massa de ar frio com uma massa de ar quente. O raio é um fenômeno de natureza elétrica, sendo produzido por nuvens do tipo cumulus

nimbus, que tem formato parecido com uma bigorna e chega a ter quilômetros de altura e

diâmetro. As tempestades com trovoadas se verificam quando certas condições

particulares (temperatura, pressão, umidade do ar, velocidade do vento, etc.) fazem com

que determinado tipo de nuvem se torne eletricamente carregada internamente. O mecanismo de autoprodução de cargas elétricas vai aumentando de tal modo que dá

origem a uma onda elétrica (raio), que partirá da base da nuvem em direção ao solo,

buscando locais de menor potencial, definindo assim uma trajetória ramificada e aleatória.

Esta primeira onda caracteriza o choque líder que define sua posição de queda entre 20 a

100 metros do solo. A partir deste estágio, o primeiro choque do raio deixa um canal

ionizado entre a nuvem e o solo, que desta forma permitirá a passagem de uma avalanche

de cargas com corrente de pico em torno de 20.000 ampéres. Após esse segundo choque

violento das cargas elétricas passando pelo ar, há o aquecimento deste até 30.000 ºC,

provocando assim a expansão do ar (trovão). Neste processo os elétrons retirados das

moléculas de ar retornam, fazendo com que a energia seja devolvida sob forma de relâmpago. A descarga atmosférica pode ser ascendente (da terra para a nuvem) ou

descendente (da nuvem para a terra) ou ainda entre nuvens. O raio é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível tanto em relação às suas

características elétricas como em relação aos efeitos destruidores decorrentes de sua

incidência sobre as edificações, pessoas ou animais. Nada em termos práticos pode ser feito para impedir a �queda� de uma descarga em uma determinada região. Assim sendo, as soluções aplicadas buscam tão-somente minimizar os efeitos destruidores a partir de instalações adequadas de captação e de condução

segura da descarga para a terra.

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A incidência de raios é maior em solos maus condutores do que em solos condutores de eletricidade, pois nos solos maus condutores, na existência de nuvens carregadas sobre o

mesmo, criam-se por indução no terreno cargas positivas, e o ar, naturalmente úmido e às

vezes ionizado, servindo como um isolante de baixo poder dielétrico, propicia assim, a

existência de raios. Um raio ao cair na terra pode provocar grande destruição, devido ao alto valor de sua

corrente elétrica, que gera intensos campos eletromagnéticos, calor, etc. Além dos danos causados diretamente pela corrente elétrica e pelo intenso calor, o raio

pode provocar sobretensões (denominada Sobretensão Transitória) em redes de energia

elétrica, em redes de telecomunicações, de TV a cabo, antenas para parabólicas, redes de

transmissão de dados, etc. Por sua vez, as sobretensões transitórias podem chegar até as instalações elétricas

internas, de telefonia, de TV a cabo ou de qualquer unidade consumidora. Os seus efeitos, além de poderem causar danos a pessoas e animais, podem provocar a queima total ou parcial de equipamentos elétricos ou à própria instalação. 2.2 - LIMIAR

2.2.1- Limiar de Sensação (Percepção)

O corpo humano começa a perceber a passagem de corrente

elétrica a partir de 1 mA. 2.2.2- Limiar de Não Largar

Quando tocamos um objeto energizado, o cérebro emite um

impulso elétrico para a mão afim de que esta solte o objeto.

Por outro lado, a corrente alternada a partir de determinado valor, excita os nervos provocando contrações musculares

permanentes, com isso o efeito de agarramento que impede a vítima de se soltar do circuito. A intensidade de corrente para

esse limiar varia entre 9 e 23 mA para os homens e 6 a 14 mA para as mulheres. Esse valor corrente é denominado limiar de

não largar.

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2.2.3- Limiar de Fibrilação Ventricular

Ocorre para valores de correntes acima de 100mA. O choque elétrico pode variar em função de fatores que interferem na intensidade da

corrente e os efeitos provocados no organismo humano são: 2.3 � EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICO NO CORPO HUMANO

- Queimaduras; - Parada respiratória; - Fibrilação ventricular; - Morte Cerebral. 2.3.1- Queimaduras em Trabalhos com Eletricidade

Geralmente a corrente elétrica atinge o organismo humano através do revestimento

cutâneo. Por este motivo, cerca de 84% das vítimas de acidentes com eletricidade apresentam queimaduras no seu corpo. As características das queimaduras provocadas

por eletricidade apresentam diferenças em relação às queimaduras provocadas por

agentes químicos ou radiações. Quando o organismo humano é submetido a um choque elétrico, as queimaduras são geralmente menos dolorosas,

uma vez que a passagem da corrente elétrica poderá

destruir as terminações nervosas, e tende a progredir em

profundidade (com vaporização do plasma e sangue do

corpo; perda de massa muscular e atrofia da região), pois elas tendem a progredir em profundidade, mesmo depois de desfeito o contato elétrico ou a descarga. Em relação às queimaduras por efeito térmico, podemos

afirmar que a passagem da corrente elétrica através de um

condutor cria o chamado efeito jaule, ou seja, uma certa quantidade de energia elétrica é transformada em calor. Onde: W - Energia dissipada R - Resistência I - Intensidade da corrente t - Tempo

2.3.2 - Geralmente para correntes desenvolvidas em baixa tensão os efeitos são:

- Parada respiratória, se a corrente for pequena, mas de longa duração; - Fibrilação ventricular do coração e parada respiratória; ou - Queimaduras para correntes maiores com longa duração.

constante)ÉcomdtR.É(WtxÉxRW 2t

t

2

2

1

Page 27: Nr 10 curso básico

27

2.3.3- Geralmente para correntes desenvolvidas em alta tensão os efeitos são:

- Morte por queimaduras - (queima e derretimento dos ossos); - Vaporização do plasma e sangue do corpo; - Perda de massa muscular; - Atrofia da região; - Perda de coordenação motora; - Perda da sensibilidade; - Problemas mentais, etc.

Tabela 1 � Possíveis Conseqüências do Choque Elétrico no Corpo Humano.

Intensidade

(miliampér

es)

Perturbações

possíveis

Estado

possível

após o

choque

Salvament

o

Result

ado

final

prováv

el

1 limiar em sensação Nenhuma

Normal - Normal

1 a 9

Sensação cada

vez mais desagradável à

medida que a intensidade

aumenta. Cont. musculares.

Normal

Desnecessário

Normal

9 a 20

Sensação

dolorosa. Cont. violentas;

perturbações

circulatórias.

Morte aparente

Respiraçã

o artificial

Restabeleci

mento

20 a 100

Sensação

insuportável;

cont. violentas; asfixia;

perturbações

circulatórias

graves, inclusive fibrilação

ventricular.

Morte aparente

Respiraçã

o artificial

Restabeleci

mento ou

morte

Acima de 100

Asfixia imediata; fibrilação

ventricular.

Morte aparente

Muito difícil

Morte

Vários

ampéres

Asfixia imediata; queimaduras

graves.

Morte aparente

ou imediata

Praticamente

impossível

Morte

Page 28: Nr 10 curso básico

28

A morte por asfixia ocorrerá, se a intensidade da corrente elétrica for de valor elevado, normalmente acima de 30 mA e circular, pelo diafragma, por um período de tempo

relativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. A asfixia advém do fato do diafragma da respiração se contrair, cessando assim, a respiração. Se não for aplicada a respiração artificial dentro de um intervalo de tempo

inferior a seis minutos, ocorrerão sérias lesões cerebrais e possível morte.

Tabela 2 � Classificação das características da pele.

dig

o

da

Pel

e

Classific

ação

Característi

cas da Pele Aplicações e Exemplos

BB1

Elevada

Condições

secas

Circunstâncias nas quais a

pele está seca (nenhuma

umidade inclusive suor)

BB2

Normal

Condições

úmidas

Passagem da corrente elétrica

de uma mão à outra ou a um

pé, com a pele úmida (suor) e

a superfície de contato sendo

significativa (exemplo, um condutor está seguro dentro

da mão).

BB3

Fraca

Condições

molhadas

Passagem da corrente elétrica

entre duas mãos e dois pés,

estando as pessoas com os pés molhados a ponto de se

poder desprezar a resistência

da pele dos pés.

BB4

Muito fraca

Condições

imersas

Pessoas imersas na água, por

exemplo, em banheiras ou piscinas.

As chances de salvamento da vítima de choque elétrico diminuem com o passar de alguns

minutos. Pesquisas realizadas apresentam as chances de salvamento em função do

número de minutos decorridos do choque aparentemente mortal. Pela análise da tabela a

seguir esperar a chegada da assistência médica para socorrer a vítima é o mesmo

que assumir a sua morte, então não se deve esperar, o caminho é a aplicação de

técnicas de primeiros socorros pela pessoa que esteja nas proximidades. O ser humano que esteja com parada respiratória e cardíaca poderá ter morte cerebral a

partir de 5 minutos, por isso é necessário que o profissional que trabalha com eletricidade

deve estar apto a prestar os primeiros socorros a acidentados, especialmente através de

técnicas de reanimação cárdio-respiratória.

Page 29: Nr 10 curso básico

29

Tabela 3 � Chances de Salvamento.

2.4 � AS RESISTÊNCIAS DE CONTATO E DO CORPO (Rc1 e Rc2)

As resistências de contato podem variar dentro de largos limites, dependendo: 2.4.1- Do tipo de pele:

A resistência que o corpo humano oferece à passagem da corrente é quase que

exclusivamente devida à camada externa da pele. Na pele seca (BB1) e que não apresenta cortes a resistência está situada entre 100KÙ e

600KÙ e a resistência da pele também depende do seu endurecimento (calosidade). Quando a pele encontra-se úmida (BB2), esta resistência pode cair a 1KÙ. A explicação

para isto é que a água, penetrando em seus poros, melhora o contato elétrico entre as partes; cortes também oferecem baixa resistência elétrica. 2.4.2- Resistência interna do corpo (Rh)

A resistência interna do corpo humano depende do seu percurso, ou seja, dos pontos de

ligação entre o corpo e o circuito energizado. OBS:

Para trabalhadores do setor elétrico em geral, considera-se a pele em condições úmidas

devido ao suor (condição BB2 � vide tabela) com o valor recomendado para cálculo 1000

ohms. Para resistência de contato recomenda-se usar 15.000 ohms dividido pela área de contato em cm².

Exemplo explicativo

Calcular o efeito da corrente que circula em uma pessoa que toque um condutor energizado com o dedo e uma máquina com a palma da mão, estando essa energizada

com diferença de potencial de 120 volts. Considerar a área do dedo como 1 cm² e a área da palma da mão como 60 cm². Solução: R = Rc1 + Rcorpo + Rc2 Rc1 = 15.000/1 = 15.000 ohms (1 é a área do dedo) Rcorpo = 1.000 ohms

Chances de Salvamento

Tempo após o choque para iniciar

respiração artificial Chances de reanimação da vítima

1 minuto 95 % 2 minutos 90 % 3 minutos 75 % 4 minutos 50 % 5 minutos 25 % 6 minutos 1 % 8 minutos 0,5 %

Page 30: Nr 10 curso básico

30

Rc2 = 15.000/60 = 250 ohms (60 é a área da palma da mão) R= 15.000 + 1.000 + 250 = 16.250 ohms

I = 120/16.250 = 0,008 A ⇨ I = 8 mA

1) - Olhar na tabela o efeito do choque nestas condições. 2) - E se ao invés de tocar com um dedo fosse com a palma da mão ou o pé?

Exercício 1.

Calcular o efeito da corrente que circula em uma pessoa que toque um condutor energizado com o dedo e uma máquina com a palma da mão, estando essa energizada

com diferença de potencial de 220 volts. Considerar a área do dedo como 1 cm² e a área da palma da mão como 60 cm².

Exercício 2.

CASO I CASO II

Tensão 6000 V Tensão 220 V

Corrente 1 A Corrente 150 A

A N

B F 1

C F 2

F 3

2.5 � POTÊNCIAL DE TOQUE/ PASSO OU TRANSFERÊNCIA

2.5.1- Linhas Equipotenciais

Quando circula corrente no solo, aparece diferença de

potencial entre os diversos pontos da superfície do terreno, sendo que, se considerarmos a mesma distância do ponto

de entrada da corrente no solo, teremos circunferências que

apresentam o mesmo potencial e que por isso são

chamadas linhas equipotenciais.

Qual circuito é mais perigoso em caso de contato entre fases, Caso I ou Caso II?

Page 31: Nr 10 curso básico

31

2.5.2- Potencial (ou Tensão) de Toque

É a diferença de potencial a que fica submetida uma pessoa

que estando no solo, toca em equipamento ou condutor energizado. 2.5.3- Potencial (ou Tensão) de Passo

É a diferença de potencial entre os membros de apoio (pés)

pessoas ou animais (patas), considerando-se que os mesmos estejam em linhas equipotenciais diferentes. Geralmente se considera para seres humanos à distância

de 1 (um) metro entre pés. 2.5.4- Potencial de Transferência

É a diferença de potencial que aparece entre dois pontos, pela energização de um deles e um outro através de um

elemento não isolante. 2.6- ACIDENTES COM ELETRICIDADE (EXEMPLOS) Estadão Sábado, 11 de dezembro de 2004 - 21h37.

Descarga elétrica mata dois homens em Franco da Rocha

São Paulo - Dois homens morreram neste sábado em Franco da Rocha, na Grande

São Paulo, após receberem uma descarga elétrica de 13 mil volts. De acordo com o Corpo de

Bombeiros, o mestre-de-obras Djair de Paula, de 47 anos, e o ajudante Paulo Sérgio de Lima

Borges, 22, trabalhavam na construção de muro de uma residência na Vila Umberlina.

O ajudante, que carregava uma armação de ferro, encostou o material na rede primária

de energia e ficou grudado por causa do choque. O mestre-de-obras foi ajudá-lo e também foi

eletrocutado. Os bombeiros chegaram a encaminhar os dois para o hospital da cidade, mas eles não resistiram.

Ellen Fernández

Page 32: Nr 10 curso básico

32

O Dia

Quinta-feira 17/11/2005.

Inquéritos vão investigar as três mortes por descarga

elétrica

Rio - A 15ª DP (Gávea) e a 4ª DP (Praça da República) abriram inquéritos para apurar

as mortes de Antonio Silvane Pereira do Carmo e Antonia Eudália de Araújo, eletrocutados na

Favela da Rocinha, e de Nilson Rosa, que recebeu descarga elétrica na Avenida Francisco Bicalho, próximo à Rodoviária Novo Rio � em ambos os casos, ligações clandestinas de energia

causaram os acidentes, durante o temporal de segunda-feira. Antonio e Eudália foram enterrados

no Cemitério São João Batista. O corpo de Nilson continua no Instituto Médico Legal (IML).

Segundo vizinho de Nilson, o pedreiro estava no Rio há 16 anos e morava sozinho em

quarto alugado em Brás de Pina. A família, que é do interior da Bahia, não foi localizada. Já

Eudália deixou bebê de oito meses, que está sob os cuidados da avó. A família quer pedir

indenização à Light para as despesas com a criança. Antonio tinha filha de 5 anos.

A Rio Luz garantiu que o cabo responsável pela descarga elétrica que matou Nilson foi

isolado. A empresa desligou a energia, que estaria sendo furtada por camelô. Segundo a Rio Luz, o ambulante se beneficiava da luz que abastece abrigo de ônibus.

O Dia Quinta-feira 17/11/2005.

Eletrocutado no parque de diversões

Rio - O estudante Jefferson Leandro Vanzellotti da Silva, 17 anos, morreu eletrocutado no parque de diversão Solazer, no Largo da Baiana, bairro Nova Aurora, em Belford Roxo. Ele

recebeu a descarga elétrica quando andava no brinquedo Barco Pirata, no fim da noite de

domingo.

Segundo a família, Jefferson encostou-se à fiação, que estava desencapada, e perdeu

os sentidos. O adolescente ainda chegou a ser socorrido e foi levado para o Hospital da Posse, onde morreu de parada cardíaca e insuficiência respiratória.

Parentes afirmam que nenhum funcionário do parque se prontificou a levar o jovem ao hospital e acusam a direção de omissão de socorro.

O caso foi registrado como homicídio culposo na 54ª DP (Belford Roxo).

Page 33: Nr 10 curso básico

33

Jornal da Divisa

16 de Fevereiro de 2001

Descarga elétrica pode ter causado morte de rebanho

As causas da morte de 38 vacas da raça Nelore, ontem de

manhã, no Haras J. Sá, no bairro Guaraiúva, em Ourinhos,

ainda não foram esclarecidas. Aparentemente, não houve

qualquer tipo de agressão física aos animais, que morreram

num pasto, ao redor de um dos postes que sustentam uma rede elétrica que passa pelo terreno. Há suspeita que a morte

possa ter sido provocada por uma descarga elétrica. O haras

solicitou uma perícia técnica no local para analisar o caso.

�Uma coisa é certa, não se trata de raio. Não estava chovendo e não ocorreu nenhuma trovoada

por aqui. Estamos fazendo uma perícia técnica para averiguar o realmente houve, mas posso

adiantar que isso foi uma descarga de eletricidade do poste que matou o rebanho�, afirmou o

administrador do haras, Antonio de Melo. Segundo ele, a morte dos animais ocorreu entre 5h e 6h da manhã. Outro funcionário do haras, o campeiro Renato Batista de Castro, 30, disse ter visto

pelo menos uma das vacas mortas durante a noite, se alimentando no cocho do haras. �Não dá

para entender, não choveu por aqui pela manhã. Acho que raio não foi�.

2.7- ARCO ELÉTRICO

Chama-se de arco elétrico a corrente elétrica que circula através do ar ou de um material

isolante, após vencer a resistência de isolamento existente. Ou seja, ao se interromper um circuito a tensão gera um campo elétrico entre os contatos.

Este campo acelera elétrons livres no ar a tal ponto que, ao colidir com as moléculas

próximas, provoca uma ionização liberando outros elétrons que serão por sua vez

acelerados. Assim o ar deixa de ser isolante passando a conduzir a eletricidade. A descarga elétrica aquece o ar em seu redor, como o ar

quente tende a subir, a descarga o acompanha. Um arco elétrico produz calor que pode causar queimaduras

de segundo ou terceiro graus. O arco elétrico possui energia

suficiente para queimar roupas e provocar incêndios, além de

emitir vapores de material ionizado e raios ultravioleta.

Os animais morreram ao redor de um poste que conduz uma rede de eletricidade

Page 34: Nr 10 curso básico

34

ATENÇÃO:

Sabe-se que o arco elétrico é um fenômeno de ocorrência comum em painéis elétricos,

provocados geralmente por curtos-circuitos entre fases ou fase e terra.

2.7.1- Formação e Extinção do Arco Elétrico

2.7.1.1- Com os contatos fechados, sendo estes de material condutor, a corrente circula normalmente. 2.7.1.2- Quando uma chave estiver sendo aberta e os contatos afastados à uma pequena distância, a resistência do

ar não é suficiente para impedir a passagem de corrente.

2.7.1.3- Quando à distância entre os contatos é muito grande,

a resistência do ar aumenta de tal modo que impede que a corrente continue circulando. A interrupção do arco elétrico só

é conseguida quando ele se extingue totalmente. 2.8 � EFEITOS DO ARCO ELÉTRICO

2.8.1- No Homem

2.8.1.1- Queimaduras:

Normalmente, os efeitos do arco elétrico manifestam-se de forma drástica provocando

queimaduras da pele humana, onde as conseqüências são imediatas. Suportabilidade da pele humana aos efeitos do arco elétrico.

Page 35: Nr 10 curso básico

35

2.8.1.2- Temperatura Normal.

Sangue ⇨ 36,5 °C

Pele ⇨ 34 °C

2.8.1.3- Condições 44 ºC - Durante 6 horas, já provoca lesões; 70 ºC � Com exposição de 1 segundo é suficiente para

provocar destruição total das células da pele (queimaduras de

3° grau); 80 °C - Com exposição de 0,1 segundo provoca destruição da

pele, com possível recuperação; 96 º C - Com valor igual ou maior e com exposição de 0,1

segundo, a radiação provoca total destruição da pele, com

ferimentos incuráveis.

2.8.2- No Equipamento

Danificação total ou parcial do equipamento.

2.8.2.1- Fatores que Influenciam a Formação do Arco Elétrico 2.8.2.1.1- Em aberturas de Circuitos: 2.8.2.1.2- A Corrente Elétrica

. Quanto menor a corrente a ser interrompida, menor será o arco elétrico e portanto, menor a temperatura nos

contatos e suas conseqüências. . Quanto maior a corrente a ser interrompida, maior será

o arco elétrico danificando a chave.

Page 36: Nr 10 curso básico

36

2.8.2.1.3- A Tensão do Circuito

. Quanto menor a tensão do circuito, para uma mesma

corrente, menor e mais facilmente extinguido será o arco

elétrico.

. Quanto maior a tensão do circuito, para uma mesma

corrente, maior será o arco e mais difícil sua extinção,

pois para tensões altas, maior a quantidade de energia

envolvida.

. É importante observar que quando não houver corrente

no circuito, por maior que seja a tensão, não haverá arco

elétrico, pois será nula a energia no circuito. 2.8.2.1.4- A Velocidade de Abertura

Quanto menor a velocidade na abertura, maior é o tempo

em que os contatos ficam expostos aos efeitos do arco elétrico, ficando mais oxidados ou fundidos. Quanto maior a velocidade na abertura, menor é o tempo

em que os contatos ficam expostos aos efeitos do arco elétrico, reduzindo os problemas que ocorrem.

Page 37: Nr 10 curso básico

37

2.8.2.1.5- O Meio Ambiente

Como o arco elétrico depende da resistência do ar, é

fácil concluir que as condições do meio ambiente, tais

como umidade, temperatura elevada, poluição, etc...

favorecem sensivelmente o surgimento do arco elétrico e

aumentam sua intensidade. 2.8.2.1.6- O Fator de Potência do Circuito

Através de experiências, pode-se verificar que ao interromper-se um circuito que possua apenas resistências, o arco elétrico que surge é de relativa

intensidade e sua duração muita rápida. Se por outro lado, montamos um circuito com os mesmos valores de tensão e corrente, mas com bobinas, iremos notar que ao se fazer a abertura, o arco formado é de maior intensidade que no caso anterior e sua

duração muito mais acentuada, conseqüentemente os

prejuízos são maiores.

2.8.3 - Causas do Arco Elétrico

� Mau contato, ocasionado, por aperto insuficiente em conexões de aperto; � Depreciação da isolação (sobretensão, sobrecarga e dielétrico comprometido); � Defeito de fabricação de componentes ou equipamentos; � Projeto de instalação inadequados ou mal dimensionados; � Manutenção inadequada (alterações sutis sem avaliação técnica adequada); ou � Contatos acidentais ou inadvertidos de ferramentas ou peças (erro humano).

Page 38: Nr 10 curso básico

38

2. 9 � CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS

Um campo eletromagnético é um campo magnético produzido pela passagem da corrente elétrica em um condutor. Toda vez que há uma corrente elétrica num condutor

cria-se em torno deste um campo magnético, dependendo do sentido deste campo o

sentido da corrente. 2.9.1- O campo terá sentido contrário ao do movimento dos ponteiros dos relógios, quando a corrente se deslocar da

esquerda para a direita. 2.9.1.1- Se o sentido da corrente se inverter, o sentido do campo magnético também se inverterá.

Para constatar a existência de um campo magnético ao redor de um condutor percorrido por uma corrente, basta ligar aos terminais de uma bateria (pilhas) um fio grosso de cobre em série com uma chave. O fio de cobre é dobrado numa extremidade, de forma a se

manter verticalmente e então é introduzido em um orifício de uma chapa de plástico que é

mantida na posição horizontal. Com a chave fechada, espalhar no plástico um pouco de

limalha de ferro. A seguir movimentar levemente o plástico para facilitar o alinhamento da

limalha. Será observado que a limalha se ordena segundo círculos concêntricos, mostrando assim que as linhas

de força magnéticas formam círculos ao redor do

condutor, Concluiremos assim, que a distribuição

circular resulta do campo magnético.

Page 39: Nr 10 curso básico

39

2.9.2- Efeitos dos Campos Eletromagnéticos Os efeitos danosos dos campos eletromagnéticos nos trabalhadores manifestam-se especialmente quando da execução de serviços na transmissão e distribuição de energia

elétrica, nos quais empregam-se elevados níveis de tensão (Alta Tensão). Os efeitos possíveis no organismo humano decorrente da exposição ao campo

eletromagnético são de natureza elétrica e magnética.

2.9.2.1- Os efeitos elétricos (choque elétrico) podem provocar: - Queimadura; - Parada respiratória; - Fibrilação; ou - Morte cerebral.

2.9.2.2- Os efeitos de origem magnética, podem acarretar:

- Efeitos térmicos; ou - Endócrinos e suas possíveis patologias.

Estes efeitos são produzidos pela interação das cargas elétricas com o corpo humano. Trabalhadores expostos a essas condições, que possuam em seu corpo próteses

metálicas (pino, encaixe, articulações), devem dispensar especial atenção à sua saúde

com exames regulares, uma vez que a radiação promove aquecimento intenso nos

elementos metálicos, o que pode provocar necroses ósseas, assim como aos

trabalhadores portadores de aparelhos e equipamentos eletrônicos (marca-passo, auditivos, dosadores de insulina, etc), pois a radiação interfere nos circuitos elétricos e

poderão criar disfunções e mau funcionamento dos mesmos.

Page 40: Nr 10 curso básico

40

2.10 � ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA

Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livres

Faixa de tensão nominal

da instalação elétrica em

Kv

Rr - Raio de delimitação

entre a zona de risco e controlada em metros

Rc - Raio de delimitação

entre zona controlada e livre em metros

1 0,20 0,70

1 e 3 0,22 1,22

3 e 6 0,25 1,25

6 e 10 0,35 1,35

10 e 15 0,38 1,38

15 e 20 0,40 1,40

20 e 30 0,56 1,56

30 e 36 0,58 1,58

36 e 45 0,63 1,63

45 e 60 0,83 1,83

60 e 70 0,90 1,90

70 e 110 1,00 2,00

110 e 132 1,10 3,10

132 e 150 1,20 3,20

150 e 220 1,60 3,60

220 e 275 1,80 3,80

275 e 380 2,50 4,50

380 e 480 3,20 5,20

480 e 700 5,20 7,20

A segurança na execução de serviços de eletricidade em instalações elétricas é definida

pela Norma Regulamentadora � NR 10 � do Ministério do Trabalho e Emprego. Os níveis de segurança para execução dos serviços em eletricidade estão classificados

por distância em relação ao ponto da instalação energizado. Classificando em:

ZR - Zona de Risco

ZC - Zona Controlada

ZL - Zona Livre

PE - Ponto da Instalação Energizado

Page 41: Nr 10 curso básico

41

Onde:

ZR � Zona de risco - Área restrita a trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas,

instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho (Linha Viva).

Os trabalhos nesta área somente podem ser realizados com equipamentos específicos e

profissionais capacitados / certificados em linha viva; ZC �Zona Controlada � Área restrita a trabalhadores autorizados; ZL � Zona livre; PE � Ponto da instalação energizado; Rr - Raio de delimitação entre a zona de risco e a zona controlada em metros; RC - Raio de delimitação entre zona controlada e a zona livre em metros.

Page 42: Nr 10 curso básico

42

3 - TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO

3.1- ANÁLISE DE RISCOS

A análise de riscos trata da exploração das possíveis vulnerabilidades e dos possíveis

impactos nas áreas decorrentes desta exploração.

RISCOS:

�De origem elétrica; �De queda; �Ambientes confinados �No transporte e com equipamentos; �Ataques de insetos e de animais peçonhentos/domésticos; �Áreas Classificadas; �Umidade �Riscos Ocupacionais;

3.2- RISCOS DE ORIGEM ELÉTRICA

Choque elétrico; Campo elétrico; Campo eletromagnético.

3.2.1- Risco de Quedas

3.2.1.1- Considerações Iniciais

Devido às necessidades de se manter um isolamento elétrico adequado, muitas atividades

em trabalhos com a eletricidade requerem tarefas em níveis superiores (elevados

fisicamente) em relação ao nível do piso. Os exemplos mais comuns destes tipos de

instalação são as torres de linhas de transmissão e os postes da rede de distribuição. Para a segurança do trabalhador nestas condições (altura), o novo texto da NR-10 determina que deve ser garantida a segurança dos trabalhadores, usuários e terceiros nas

tarefas de Construção, Montagens, Operação e Manutenção (item 10.4 da norma). Recomenda-se ainda que estas atividades sejam acompanhadas e supervisionadas por profissionais autorizados, segundo o que dispõe a (item 10.4.1) referida norma. Portanto, para os serviços em altura deverão ser adotadas medidas preventivas de controle dos riscos, especialmente quanto à altura requerida para os trabalhos.

Page 43: Nr 10 curso básico

43

3.2.1.2- Trabalhos em Altura

Como se tratam de atividades basicamente ligadas ao Sistema Elétrico de Potência SEP,

a revisão da NR-10 também se mostra clara quanto às exigências que faz para Trabalhos

Envolvendo Alta Tensão (item 10.7), onde se existe a necessidade do trabalhador se expor

a risco de acidentes de mais de uma natureza, ou seja, eletricidade e altura. Os acidentes que normalmente causam lesões aos trabalhadores ocorrem em

conseqüência de choques elétricos ou de quedas em altura. Existe uma determinação

legal para que todos os trabalhos executados a partir de 2m de altura em relação ao nível

do piso somente sejam permitidos mediante a utilização de EPI´s e EPC´s adequados

(cinturões de segurança, talabartes, trava-quedas, escadas, etc...). A NR-10 determina que os trabalhadores em atividades em altura tenham treinamentos específicos com os riscos envolvidos. Treinamento este que deve ser atualizado periodicamente.

Trabalho em altura construção de rede de distribuição

Trabalho em altura, linha viva em rede de distribuição.

Trabalho em altura para manutenção de rede de distribuição

Trabalho em altura para manutenção de

luminária em poste

Page 44: Nr 10 curso básico

44

3.2.2- Equipamentos e materiais utilizados em trabalhos para atividades em altura

OBS: Os equipamentos e materiais usados em trabalho em altura devem ser inspecionados cuidadosamente e os que são para trabalhos com linha viva devem ser

testados de acordo com as normas vigentes. Estes dispositivos devem ser acondicionados de forma correta quando fora de uso.

Escada singela

Escada extensível

Plataforma isolada Cesta aérea

Page 45: Nr 10 curso básico

45

3.3- AMBIENTES CONFINADOS

3.3.1- Conceituação:

É todo lugar que possui entradas ou saídas limitadas ou restritas tais como: Vasos, colunas, tanques fixos, tanques para transporte, containers, containers tanques, box containers, silos, diques, armazéns de estocagem, caixas subterrâneas, etc.; que não

está designado para uso ou ocupação contínua, ou ainda que possui uma ou mais das

seguintes características:

- Contém ou conteve potencial de risco na atmosfera, possui atmosfera com deficiência

de O2 (menos de 19,5%) ou excessos de O2 (mais de 22%); - Possui configuração interna tal que possa provocar asfixia, claustrofobia, e até mesmo

medo ou insegurança; - Possui agentes contaminantes agressivos à segurança ou à saúde.

3.3.2- No Setor Elétrico

No setor elétrico, trabalhos em ambientes confinados tais com caixas e câmaras

subterrâneas de transformação e distribuição, fechadas, expõem os trabalhadores ao risco

de asfixia por deficiência de oxigênio ou por exposição a contaminantes. Nestes ambientes

pode ocorrer a presença de gases asfixiantes (Ex.: monóxido e dióxido de carbono) e ou

explosivos (Ex.: metano, vapores de combustíveis líquidos). Estes contaminantes se

originam por formação de gases orgânicos oriundos de reações químicas nos esgotos e

presença de agentes biológicos de putrefação existentes nesses ambientes, e, ainda, de

vazamento de combustíveis dos tanques subterrâneos de postos de abastecimento e da

canalização de gás combustível. Além desses riscos, nos trabalhos executados em redes de distribuição de energia elétrica

subterrânea, devido à proximidade com redes de esgoto e locais encharcados, existe a

possibilidade de contaminação por agente biológico. OBS:As Concessionárias de energia elétrica utilizam exaustores nas câmaras para

através de um túnel de vento fazer a renovação do ar e manter o ambiente livre de

atmosfera perigosa para os trabalhadores.

Câmara com barramento modular Distribuição em 13,8 kV

Page 46: Nr 10 curso básico

46

3.3.3- Fatores de Riscos para Trabalhos em Ambientes Confinados

O trabalho em ambientes confinados, oferece 4 tipos de fatores de riscos para a saúde dos

trabalhadores: 3.3.3.1- Riscos Físicos

Pertencem a este grupo todas as diversas formas de energia a que podem estar expostos os trabalhadores, tais como: - Ruídos, incluindo o infra-som e o ultra-som; Vibrações; Pressões anormais;

Temperaturas extremas (calor e frio); Radiações não ionizantes. 3.3.3.1.1- Ruídos, incluindo o infra-som e o ultra-som. Obs: Para evitar a exposição ao ruído o trabalhador deve usar protetores auditivos.

3.3.3.1.2- Temperaturas extremas (calor e frio)

3.3.3.1.3- Calor

Nas atividades desempenhadas em espaços fechados ou em subestações (próximo a

transformador) é comum que a temperatura esteja normalmente a um nível mais elevado

do que as temperaturas em ambientes confortáveis. Desta forma, os trabalhos nestas condições levam a um maior esforço físico e conseqüente cansaço do trabalhador. Como recomendação, e onde for possível, é desejável que seja projetado um sistema de

ventilação adequado, seja ele natural ou forçado por ventiladores ou sistemas de

climatização. Isto resultará em melhor desempenho do trabalhador nestes locais e ainda

uma melhoria operacional dos equipamentos elétricos ali instalados. A intermação é devida a ação do calor sobre indivíduos em ambientes especiais abrigados

(caldeiras, fundições, siderúrgicas, etc�). Seus efeitos e tratamento são semelhantes aos

da insolação.

Ruídos - O corpo humano começa a reagir ao ruído quando

este atinge ou ultrapassa os 70 dB. O grande problema do ruído

é que seus efeitos não são imediatos. Danos - �Não existe cura ou tratamento. O dano é irreparável�.

Riscos físicos; Riscos químicos; Riscos biológicos; Riscos atmosféricos

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3.3.3.1.4- Frio

Em temperaturas baixas, muito inferiores às temperaturas ambientes, os trabalhos em

geral, também não são confortáveis. Como exemplo, podemos citar atividades de manutenção em câmaras frigoríficas, fábricas de gelo, etc� As manifestações no

trabalhador em decorrência de suas atividades em ambientes de baixa temperatura são: - Pele inicialmente avermelhada; - A medida em que a geradora (queimadura pelo frio) se desenvolve, a pele fica pálida ou

cinza amarelada; 3.3.3.1.5- Radiações Solares

Os trabalhos em instalações elétricas ou serviços com eletricidade, quando realizados em

áreas abertas, podem também expor os trabalhadores à radiação solar. As principais conseqüências são:

- Queimaduras; - Lesões nos olhos; - Câncer de pele; - Insolação.

3.3.3.1.6- Lesões nos Olhos

Em trabalhos expostos a radiações solares, a inobservância no uso do EPI adequado,

pode levar o trabalhador a sérias complicações em sua visão, até mesmo a cegueira. Recomendação: Usar óculos de segurança com proteção contra radiações ultravioleta.

3.3.3.1.7- Câncer de Pele

É uma decorrência das radiações infravermelho ou ultravioleta. 3.3.3.1.8- Insolação

Provocada pela ação direta da incidência dos raios solares na pele do trabalhador. Recomendação: Deve o trabalhador usar vestimentas confortáveis e adequadas às

temperaturas mais elevadas. A insolação pode se manifestar de duas formas: de maneira brusca ou lenta. 3.3.3.2- Riscos Químicos

Pertencem a este grupo as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no

organismo humano pelas vias respiratórias, absorvidos pelo organismo através da pele ou

por ingestão de:

Poeira, Fumos, Neblinas, Vapores, Gases, Névoas, Substâncias, compostos ou

produtos químicos em geral.

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Poeira - São formadas

quando um material sólido é

quebrado moído ou triturado.

Névoas � São

pequenas gotículas

que ficam suspensas no ar, usualmente criadas por operações

com sprays.

Fumos � Ocorre quando um metal é fundido

(aquecido e vaporizado), se resfriando rapidamente, criando partículas muito

finas que ficam suspensas no ar.

Gases � São substâncias que a temperatura

ambiente, estão no estado gasoso. Na maioria das vezes, são invisíveis. Ex.: monóxido de carbono dos escapamentos

dos carros, hidrogênio, gás carbônico, gás de

cozinha, etc

Vapores - São substâncias que evaporam de um

líquido ou sólido, da mesma forma que a água

transformada em vapor d�água. Geralmente são caracterizados pelos odores. Ex.: vapores de gasolina, querosene, thinner utilizado em pinturas, solventes de tinta, éter, nafta

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3.3.3.3- Riscos Biológicos

Produzidos em ambientes muito quentes, abafados e mal cheirosos:

- Bactérias; Parasitas; Fungos; Bacilos; Vírus.

3.3.3.4- Riscos Atmosféricos

Os fatores de riscos atmosféricos são aqueles relacionados principalmente à falta de

oxigênio. Esta é uma das principais causas de acidentes do trabalho em ambientes confinados. O mínimo para uma respiração segura gira em torno de 19,5% de oxigênio, teores abaixo

deste valor podem causar problemas de falta de coordenação motora, respiração difícil,

falhas mentais, inconsciência, náuseas, vômitos, ou até mesmo a morte após alguns

minutos. Por outro lado, teores acima de 22% de oxigênio, podem facilitar incêndios ou até

explosões.

3.3.3.4.1- Os efeitos da Deficiência de oxigênio:

Como sabemos, o mínimo permissível para a respiração segura gira em torno de 19,5% de O2. Teores abaixo deste podem causar problemas, a saber: - descoordenação (15 a 19%), - respiração difícil (12 a 14%), - respiração bem fraca (10 a 12%), - falhas mentais, inconsciência, náuseas e vômitos (8 a 10%), - morte após 8 minutos (6 a 8%);

- e coma em 40 segundos (4 a 6%). Convém salientarmos que a presença de gases considerados inertes ou mesmo de

inflamáveis, considerados como asfixiantes simples, deslocam o oxigênio e, por

conseguinte tornam o ambiente impróprio e muito perigoso para a respiração. Logo, antes

de entrarmos no interior de espaços confinados devemos monitorá-lo e garantir a presença

de oxigênio em concentrações na faixa de 19,5 e 21%. 3.3.3.4.2- Como Acessar Trabalhadores em Ambientes Confinados com Segurança

A entrada em ambientes confinados é sempre uma atividade muito perigosa. Deve-se avaliar todos os riscos apresentados pelo ambiente: Atmosfera (nível de oxigênio,

exposição a gases), temperatura, pressão, visibilidade, mobilidade e comunicabilidade. Depois de cumprida essa etapa, é possível elaborar um planejamento da operação,

considerando situações de emergência e possível resgate do trabalhador confinado.

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Todo pessoal sujeito a realizar trabalhos em espaço confinado deve receber treinamento específico.

3.3.4 � Riscos no Transporte e com Equipamentos

Veículos a caminho dos locais de trabalho em campo, o deslocamento diário dos

trabalhadores até os efetivos pontos de prestação de serviços. Esses deslocamentos expõem os trabalhadores aos riscos característicos das vias de

transporte. O veículo para transporte de equipamentos e empregados deve estar em perfeito estado

de conservação, funcionamento e atender todas as exigências estabelecidas pelo Código

Nacional de Trânsito Brasileiro.

Não será permitido:

- Que empregados viajem em compartimento de carga, salvo por motivo de força maior,

com permissão da autoridade competente e na forma estabelecida pelo CONTRAN,

conforme alínea II, artigo 230 da Lei 9.503 de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito

Brasileiro); - O acesso à carroceria, a não ser em escada apropriadas para este fim; - Que empregados viajem nos estribos ou com qualquer parte do corpo fora do veículo; - Subir ou descer do veículo em movimento; - Que mais de 2 (duas) pessoas viajem ao lado do motorista.

O veículo com equipamento de guindaste, escada hidráulica ou mecânica, cesta aérea,

perfuratriz e outros, deve ser operado por empregado devidamente treinado e habilitado e ser utilizado somente para as atividades a que se destina.

Entrada em ambiente confinado

Resgate em espaço

confinado

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OBS.:

1- Os materiais e equipamentos que forem colocados no interior da carroceria ou sobre a plataforma do veículo devem ser devidamente acondicionados e fixados, de modo a não

cair ou deslocar-se e não dificultar a passagem dos empregados em serviços. 2- Os veículos de transporte são adequados ao risco da atividade e estão em perfeito

estado de funcionamento? 3- Os veículos de transporte de trabalhadores atendem aos requisitos de espaço

adequado e assento para acomodação dos obreiros? 4- Os veículos de transporte são dotados de copos individuais e recipientes com água

potável para consumo pelos trabalhadores? 5- As áreas de trabalho são delimitadas e sinalizadas?

3.3.5- Riscos de Ataque de Insetos e Animais Peçonhentos/Domésticos

Na execução de serviços em torres, postes, subestações, usinas, leitura de medidores,

serviços de poda de árvores e outros podem ocorrer ataques de insetos, tais como

abelhas e formigas.

Inspecionar as caixas de medidores antes de abri-las, tomar cuidados em ambientes com madeiras podres e lugares úmidos, pois são esconderijos em potencial para insetos e

animais peçonhentos. Em caso de acesso as dependências do consumidor, certificar se existe cachorro e se o

mesmo se encontra preso.

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3.3.6- Áreas Classificadas

3.3.6.1- Introdução

Um trabalhador destacado para atividades com eletricidade deve conhecer, além dos

riscos inerentes à mesma, o risco a que está sujeito em função da presença de

determinados agentes que contenham substâncias químicas, pós, gases, vapores

combustíveis, etc... Os quais podem produzir explosão. Neste caso, é fundamental que o trabalhador conheça tais agentes e ainda as áreas de

risco conforme definido pelas Normas.

3.3.6.2- Principais Normas Aplicáveis

Para as áreas classificas, as principais normas ABNT que se aplicam são as seguintes:

- NBR-6146- Invólucros de Equipamentos Elétricos � Proteção; - NBR-8600- Equipamentos Elétricos com Invólucros à Prova de Explosão �

Determinação do Interstício Máximo Experimental Seguro; - NBR-5418 � Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas; - NBR- 8601- Equipamentos Elétricos Imersos em Óleo para Atmosferas Explosivas.

3.3.6.3- Atmosfera Explosiva

Uma atmosfera é dita explosiva quando a quantidade de gás, vapor, ou pó nos ar é tal que

uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou do aquecimento de um aparelho

provoque uma explosão. 3.3.6.4- Condições Necessárias para se Produzir ma Explosão

Para que se inicie uma explosão são necessários quatro elementos:

Combustível + Oxigênio do ar + Faísca + Reação em Cadeia = EXPLOSÃO

Observa-se que o oxigênio do ar estando sempre presente, para que se produza uma

explosão falta reunir apenas três elementos. É preciso saber que não é indispensável uma faísca ou uma chama para que se produza uma explosão. Um aparelho pode, por elevação de temperatura em sua superfície, atingir

a temperatura de ignição do gás e provocar a explosão.

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3.3.6.5- Locais Onde se pode Formar uma Atmosfera Explosiva

Todos os locais onde são fabricados, estocados, transformados produtos como:

- Gás de aquecimento; - Hidrocarbonetos; - Solventes e diluentes; - Vernizes; - Aditivos de fabricação dos produtos farmacêuticos, colorantes; - Agentes de fabricação dos materiais plásticos, borracha, tecidos artificiais e produtos

químicos de limpeza; - Elementos de tratamento e fabricação dos álcoois e derivados, - E certos materiais utilizados em forma de pó ou poeira.

Estão predispostos a conter uma atmosfera explosiva. Exemplo de ambientes sujeitos à presença de atmosferas explosivas, gases ou vapores

nos quais uma faísca ou o próprio aquecimento do equipamento poderá provocar uma

explosão: - Refinarias; - Plataforma de produção de petróleo; - Minas de carvão; - Indústrias químicas e petroquímicas.

3.3.6.6- Classificação das Atmosferas Explosivas

As atmosferas explosivas podem ser classificadas de duas formas: a)- Pelo tipo de gás presente e sua probabilidade para se formar uma mistura explosiva

em um determinado instante. b)- Definindo-se as zonas de riscos em função da maior ou menor probabilidade de

ocorrência do risco. A ABNT/IEC classifica as zonas de risco da seguinte forma: 3.3.6.6.1- ZONA 0:

Área na qual a mistura explosiva está continuamente presente por longos períodos. Ex:

Interior de reservatórios inflamáveis. 3.3.6.6.2- ZONA 1:

Área na qual a mistura explosiva pode, eventualmente, ocorrer em operação normal. Ex:

Proximidade de válvulas de alívio de pressão.

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3.3.6.6.3- ZONA 2:

Área na qual a mistura explosiva só poderá ocorrer em funcionamento anormal do sistema e, se ocorrer, será apenas por curtos períodos. Ex: Proximidades de tubulação.

3.3.7 - Umidade

3.3.7.1- Considerações Iniciais

A exemplo de outros riscos em trabalhos com eletricidade, a umidade também é

considerada um agente que pode trazer sérios desconfortos e danos para os

trabalhadores quando em atividade nestas condições. O novo texto da NR-10, em seu item 10.4, prescreve que nos serviços e nas atividades de

construção, montagem e operação de instalações elétricas, devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle de diversos tipos de riscos, dentre eles a umidade. Recomenda ainda que atividades desta natureza devam ser obrigatoriamente acompanhadas e supervisionadas por profissional autorizado, de modo a garantir a segurança dos trabalhadores, dos usuários e de terceiros. Alguns Aspectos Relevantes Relacionados à Presença da Umidade em Trabalhos com a

Eletricidade Com relação a influências que a umidade pode exercer na segurança de trabalhos com

eletricidade podemos citar: 3.3.7.1.1- Diminuição da resistência da camada isolante dos materiais elétricos:

- Alguns materiais isolantes de que são revestidos os condutores podem absorver tanta

umidade que a sua resistência, tanto na sua superfície quanto em seu interior, se torna bastante diminuída.

- Muitos acidentes têm ocorrido ao serem empregados cordões de alimentação e

equipamentos elétricos em ambientes úmidos, devido à grande redução da resistência

elétrica do isolamento. 3.3.7.1.2- Umidade e temperaturas extremas

No caso de se trabalhar em locais úmidos deve ser utilizada proteção contínua devido ao

risco de invalidez permanente. Neste caso, deve-se utilizar roupas impermeáveis, luvas e

botas de borracha que protejam da umidade. O tempo de trabalho nestas condições deve

ser limitado o tanto quanto possível.

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3.3.7.1.3- Operação com dispositivos elétricos próximos a umidade

- Verifique se as botoeiras, chaves, etc...São apropriadas para ambientes com a

presença da umidade; - Antes de ligar um plugue na tomada verifique suas reais condições de segurança;

- Não coloque ou retire plugues da tomada com as mãos úmidas ou molhada; - Seque todos os derramamentos acidentais de líquidos nos pisos; - Instale plataformas de material não condutor sobre pisos úmidos ou use tapetes

aprovados;

- Se for necessário usar equipamento elétrico portátil em ambientes úmidos ou áreas

onde os trabalhadores possam encontrar água ou outros líquidos condutores,

verifique se o equipamento é aprovado para ser utilizado nesses locais. A umidade (chuvisco, névoa) diminui extraordinariamente (centenas de vezes) a resistência do

corpo humano, aumentando a gravidade do choque. 3.3.7.1.4- Recomendações da Norma NR-15 Relativamente aos trabalhos em Locais

Úmidos

As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos a saúde dos trabalhadores, serão consideradas

insalubres em ocorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho (item

115.014-6/12 da norma).

3.3.8- Riscos Ocupacionais

Consideram-se riscos ocupacionais, os agentes existentes nos ambientes de trabalho, capazes de causar danos à saúde do empregado, que são: Riscos Físicos, Riscos Químicos, Riscos Biológicos, Ergonômicos e Riscos de Acidentes. Riscos Ergonômicos:

Biomecânicos: posturas inadequadas de trabalho, levando a intensas solicitações

musculares, levantamento e transporte de carga, etc.

Organizacionais: �pressão psicológica� para atendimento a emergências ou a situações

com períodos de tempo rigidamente estabelecidos, pressões da população com falta do

fornecimento de energia elétrica. Psicossociais: elevada exigência cognitiva necessária ao exercício das atividades.

Ambientais: risco ambiental compreende os físicos, químicos e biológicos; esta terminologia fica inadequada, deve-se separar os riscos provenientes de causas naturais (raios, chuva, terremotos, ciclones, ventanias, inundações, etc.).

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Definição:

�Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde

das pessoas. Os riscos podem ser eliminados ou controlados. �Perigo: situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou dano à

saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.

�Causa de acidente é a qualificação da ação, frente a um risco/perigo, que contribuiu para um dano seja pessoal ou impessoal. Ex.: A avenida com grande movimento não constitui uma causa do acidente, porém o ato

de atravessá-lá com pressa, pode ser considerado como uma das causas. �Controle é uma ação que visa eliminar/controlar o risco ou quando isso não é possível,

reduzir a níveis aceitáveis o risco na execução de uma determinada etapa do trabalho,

seja através da adoção de materiais, ferramentas, equipamentos ou metodologia

apropriada.

RISCO = PERIGO__

CONTROLE

Planejamento

Antes da fase de execução, serão analisados os riscos potenciais. Este trabalho é

realizado através da Análise Preliminar de Risco � APR, no mínimo, as seguintes

informações: �Descrição detalhada das etapas dentro de um serviço, operação ou atividade; �Identificação dos riscos existentes em cada etapa; �Medidas de segurança para a realização de todas as etapas dos serviços, no sentido de reduzir e/ou eliminar riscos existentes (técnicas de execução, equipamentos a serem

utilizados, EPC, EPI, etc.); �Número de profissionais necessários para a execução dos serviços com segurança.

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Análise Preliminar de Risco - APR

�Trata-se de uma técnica de análise prévia de riscos. �Análise Preliminar de Risco é uma visão do trabalho a ser executado, que permite a

identificação dos riscos envolvidos em cada passo da tarefa, e ainda propicia condição

para evita-los ou conviver com eles em segurança. �Por se tratar de uma técnica aplicável a todas as atividades, a técnica de Análise

Preliminar de Risco é o fato de promover e estimular o trabalho em equipe e a

responsabilidade solidária.

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4 - MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCO ELÉTRICO

A Norma Regulamentadora Nº 10, estabelece para trabalhos em instalações que possam a

vir a ser energizadas ou que estejam energizadas, os seguintes procedimentos: Instalações Energizadas

Item 10.3.2.2. Quando forem necessários serviços de manutenção em instalações elétricas sob tensão,

estes deverão ser planejados e programados, determinando-se todas as operações que

envolvam riscos de acidente, para que possam ser estabelecidas as medidas preventivas necessárias. Item 10.3.2.3.

Toda ocorrência, não programada, em instalações elétricas sob tensão deve ser

comunicada ao responsável por essas instalações, para que sejam tomadas as medidas

cabíveis. Item 10.3.2.4.

É proibido o acesso e a permanência de pessoas não autorizadas em ambientes próximos

a partes das instalações elétricas que ofereçam riscos de danos às pessoas e às próprias

instalações.

Instalações Que Podem Vir a Ser Energizadas

Item 10.3.2.5.

Os serviços de manutenção ou reparo em partes de instalações elétricas que não estejam

sob tensão só podem ser realizados quando as mesmas estiverem liberadas. Item 10.3.2.5.1.

Entende-se por instalação elétrica liberada para estes serviços aquela cuja ausência de

tensão pode ser constatada com dispositivos específicos para esta finalidade. Item 10.3.2.5.2.

Para garantir a ausência de tensão no circuito elétrico, durante todo o tempo necessário

para o desenvolvimento destes serviços, os dispositivos de comando devem estar

sinalizados e bloqueados, bem como o circuito elétrico aterrado, considerando-se as prescrições previstas no subitem 10.3.1.1. Item 10.3.2.6.

Os serviços de manutenção e/ou reparos em partes de instalações elétricas, sob tensão,

só podem ser executados por profissionais qualificados, devidamente treinados, em cursos especializados, com emprego de ferramentas e equipamentos especiais, atendidos os requisitos tecnológicos e as prescrições previstas no subitem 10.1.2.

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Item 10.3.2.7. As instalações elétricas devem ser inspecionadas por profissionais qualificados, designados pelo responsável pelas instalações elétricas nas fases de execução, operação,

manutenção, reforma e ampliação. Item 10.3.2.7.1. Deve ser fornecido um laudo técnico ao final de trabalhos de execução, reforma ou

ampliação de instalações elétricas, elaborado por profissional devidamente qualificado e que deverá ser apresentado pela empresa sempre que solicitado pelas autoridades

competentes. Item 10.3.2.8. Nas partes das instalações elétricas sob tensão, sujeitas a risco de contato durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser

colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de

sinalização que chamem a atenção quanto ao risco. Item 10.3.2.8.1.

Quando os dispositivos de interrupção ou de comando não puderem ser manobrados, por

questão de segurança, principalmente em casos de manutenção, devem ser cobertos por

uma placa indicando a proibição, com letreiro visível a olho nu, a uma distância mínima de

5 (cinco) metros e uma etiqueta indicando o nome da pessoa encarregada de recolocação,

em uso normal, do referido dispositivo. Item 10.3.2.9.

Os espaços dos locais de trabalho situados nas vizinhanças de partes elétricas expostas

não devem ser utilizados como passagem. 4.1- DESENERGIZAÇÃO

A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, seqüenciadas e controladas.

Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para

trabalho, mediante os procedimentos apropriados (procedimentos da NR-10) e obedecida seqüência a seguir:

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4.2- SECCIONAMENTO

É o ato de promover a descontinuidade elétrica total, obtida mediante o acionamento de

dispositivo apropriado.

Seccionamento em Rede Aérea

Operação sem carga

Seccionamento

monofásico do

circuito.

Chave Mecânica

Operação em carga

Com Loadbuster

Operação em religador.

Seccionamento Trifásico do circuito.

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Seccionamento em Painéis

Seccionamento trifásico

do circuito.

Chave a óleo

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Impedimento de Reenergização

É o estabelecimento de condições que impedem, a reenergização do circuito ou

equipamento desenergizado, assegurando ao trabalhador o controle do seccionamento.

Bloqueios e Impedimentos

Dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou religamento de

dispositivos de manobra (chaves, interruptores).

Chave seccionadora de distribuição trifásica impedida

Chave operada e bloqueada com trava e cadeado

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Bloqueio é a ação destinada a manter, por

meios mecânicos um dispositivo de

manobra fixo numa determinada posição,

de forma a impedir uma ação não

autorizada. Em geral utilizam�se cadeados. É importante que tais dispositivos

possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um cadeado, por exemplo, para trabalhos simultâneos de

mais de uma equipe de manutenção.

Constatação da Ausência de Tensão

É a verificação da efetiva ausência de tensão nos condutores do circuito elétrico.

Instalação de Aterramento Temporário com Equipotencialização dos Condutores do

Circuito

Constatada a inexistência de tensão, o conjunto de aterramento temporário será ligado à

haste terra e os condutores deverão ser ligados entre si (realizar a equipotencialização das

fases).

Detector de tensão O Multímetro é o equipamento utilizado

para verificar ausência de tensão na BT.

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Aterramento em Rede de Distribuição Aérea

Atenção:

Qualquer instalação elétrica, somente poderá ser considerada desenergizada depois de

adotados os procedimentos de desligamento, teste de ausência de tensão e efetuado o

aterramento.

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65

Na Norma Brasileira NBR 5410, o capítulo 5 � Proteção para Garantir Segurança, trata das medidas de Controle de Risco Elétrico, de forma a garantir a segurança de todos

que possam realizar trabalhos em instalações elétricas. Ou seja, no sistema de proteção contra choques elétricos (contato direto) por

seccionamento automático da alimentação, as massas devem ser ligadas a condutores de

proteção, compondo uma rede de aterramento, e um dispositivo de proteção deve

seccionar automaticamente a alimentação do circuito por ele protegido sempre que uma

falta entre o condutor (parte energizada) e a massa der origem a uma tensão de contato

perigosa. 4.2.1- Princípios Básicos da Proteção por Seccionamento Automático da

Alimentação

Interruptor Diferencial Residual � DR

Exigido o uso pela Norma Brasileira de Instalações Elétricas NBR 5410

O DR deve ser instalado em série com os disjuntores de um quadro de distribuição. Em

geral, ele é colocado depois do disjuntor principal e antes dos disjuntores de distribuição.

Para facilitar a detecção do defeito, aconselha-se proteger cada aparelho com dispositivo diferencial. Caso isto não seja viável, deve-se separar por grupos que possuam características semelhantes.

Exemplo: circuito de tomadas, circuito de iluminação, etc.

I

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Instalação do disjuntor diferencial no quadro de distribuição

Instalação do disjuntor diferencial no quadro do medidor

I

Aterramento � As massas (carcaças) devem ser ligadas

aos condutores de proteção

seguindo-se os esquemas de aterramento TN.

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67

4.2.2- Dados Gerais

O Interruptor Diferencial tem como função principal proteger as pessoas ou o patrimônio

contra faltas à terra:

Evitando choques elétricos (proteção às pessoas) Evitando Incêndios (proteção ao patrimônio)

O DR não substitui um disjuntor, pois ele não protege contra sobrecargas e curtos-circuitos. Para estas proteções, deve-se utilizar os disjuntores em associação. 4.2.3- Sensibilidade (I n) A sensibilidade do interruptor varia de 30 a 500mA e deve ser dimensionada com cuidado, pois existem perdas para terra inerentes à própria qualidade da instalação.

4.2.3.1- Proteção contra contato direto: 30mA Contato direto com partes energizadas pode ocasionar fuga de corrente elétrica, através

do corpo humano, para terra.

ZERO

e chamamos a corrente que entra na carga de +I e a que sai de -I, logo a soma das correntes é igual a zero (fig. 2).

A soma só não será igual a zero se houver corrente fluindo para a terra (fig. 3), como no

caso de um choque elétrico.

≠ ZERO

I Entrada (+ )

I Saída (-)

I Entrada (+)

I Saída (-)

I Entrada (+)

I Saída (-)

It

I Ent.

I Saida

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4.2.5- Recomendações

Todos os fios do circuito têm que obrigatoriamente passar pelo DR O fio terra (proteção) nunca poderá passar pelo interruptor diferencial O neutro não poderá ser aterrado após ter passado pelo interruptor O botão de teste para o DR de 4 pólos está entre os pólos centrais F/F (220V), mas o

DR funciona normalmente se O botão conectado F/N (127V) nestes pólos.

4.2.6- Proteção Contra Contatos Indiretos:

- Aterramento de proteção funcional (TT/TN/IT); - Ligações equipotenciais; - Proteção por seccionamento automático da alimentação; - Isolação dupla reforçada; - Proteção por separação elétrica.

4.3 - ATERRAMENTO

O termo aterramento refere-se a massa condutora da terra. Quando falamos que algo está

aterrado queremos dizer que pelo menos um de seus elementos está ligado de forma proposital a terra, ou seja, quando é feita a ligação com a massa condutora da terra. Os

aterramentos devem assegurar de modo eficaz a fuga de corrente para a terra, propiciando as necessidades de segurança e de funcionamento de uma instalação elétrica.

O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e

funcionamento da instalação elétrica, de acordo com os esquemas de aterramento.

4.3.1- Objetivos do Aterramento

4.3..2- O aterramento é realizado para controlar a tensão em relação a terra dentro dos

limites previsíveis:

- Diminui interferências eletromagnéticas; - Reduz os perigos de choque elétrico para pessoas que eventualmente venham a

tocar em partes vivas do circuito. 4.3.3- O aterramento é um caminho seguro das correntes induzidas pelas descargas em direção a terra, caminho controlado e de baixa impedância. 4.3.4- Segurança Humana

A interligação do aterramento nos equipamentos elétricos, permite que a corrente de falta

(defeito) passe através do condutor de aterramento ao invés de percorrer o corpo da

pessoa que acidentalmente tocou o equipamento durante uma falha na isolação do

circuito.

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4.3.5- Desligamento Automático

O sistema de aterramento deve oferecer um percurso de baixa impedância de retorno da

corrente de falta para a terra permitindo, desta forma a operação automática do dispositivo

de proteção. 4.3.6- Controle das Tensões

O aterramento deve permitir um controle de tensões desenvolvidas no solo (tensão de

passo e tensão de toque) quando um curto circuito fase-terra retorna através da terra

para a fonte ou quando da ocorrência de uma descarga atmosférica no local ou

proximidades. 4.3.6.1- Tensão de toque: Se uma pessoa toca um equipamento sujeito a uma tensão de

contato pode ser estabelecida uma tensão entre suas mãos e seus pés (supondo ser estes

os pontos de contato) chamada de tensão de toque.

Em conseqüência, podemos ter uma passagem de corrente elétrica através de seu braço,

tronco e pernas, cuja duração em intensidade poderão provocar fibrilação cardíaca,

queimaduras ou outras lesões graves em seu organismo. 4.3.6.2- Tensão de passo: Quando uma corrente elétrica é descarregada para o solo,

ocorre uma elevação do potencial em torno do eletrodo de aterramento, formando-se um gradiente (distribuição) de queda de tensão, cujo ponto máximo está junto ao eletrodo e o

ponto mínimo muito afastado dele. Se uma pessoa estiver de pé em qualquer ponto dentro da região onde está esta

distribuição de potencial, entre seus pés aparecerá uma diferença de potencial denominada tensão de passo, a qual é definida para uma distância de um metro entre pés. Conseqüentemente, poderá haver a circulação de uma corrente elétrica através das

pernas do indivíduo, geralmente de menor valor do que aquela no caso da tensão de

toque, porém ainda assim muito desagradável e que deve ser evitada.

4.3.7- Transitórios

O sistema de aterramento estabiliza a tensão durante transitórios no sistema elétrico

provocados por falta para a terra, chaveamentos, etc, de forma que não apareçam

sobretensões perigosas durante esse período que possa provocar a ruptura da isolação

dos equipamentos elétricos. 4.3.8- Cargas Estáticas

O aterramento deve escoar para a terra as cargas estáticas acumuladas nas estruturas,

carcaças de equipamentos, etc. 4.3.9- Equipamentos Eletrônicos

Especificamente para os equipamentos eletrônicos o aterramento deve fornecer um plano

de referencia sem perturbações de modo que os equipamentos possam operar

satisfatoriamente tanto em altas como baixas freqüências.

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70

4.3.10- Aterramento Permanente em Equipamentos

È o aterramento efetuado em carcaças de equipamentos. Visa assegurar rápida e efetiva

proteção elétrica, assegurando o escoamento da energia para potenciais neutros (terra),

evitando a passagem da corrente elétrica pelo corpo do trabalhador ou usuário, caso

ocorra mau funcionamento (ruptura no isolamento, contato acidental de partes) 4.3.11- Aterramento Permanente em Redes

É o aterramento efetuado no neutro. Em redes de distribuição o neutro é aterrado a cada 300 m e em todos os términos de rede. 4.3.12- Aterramento Permanente em Estais É o aterramento efetuado em estais (sistemas de ancoragem com cordoalha de aço,

sustentando esforço mecânico de poste a contra poste e de cruzetas a cruzetas ou contra

poste). O condutor de aterramento é instalado internamente ao poste, sempre que

possível. 4.3.13- Aterramento Funcional

A NB fixa os seguintes esquemas de aterramento: Obs.: Para classificar os esquemas de aterramento é utilizada a seguinte simbologia : 1) A primeira letra representa a situação da alimentação em relação à terra.

T = um ponto diretamente aterrado. I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto

através de uma impedância.

2) A segunda letra representa a situação das massas da instalação elétrica em

relação a terra.

T = massas diretamente aterradas, independente do aterramento eventual de um ponto da alimentação. N = massas ligadas diretamente ao ponto da alimentação aterrado ( em CA o ponto

aterrado é normalmente o neutro ); Outras letras indicam a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos. C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor.(condutor PEN)

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4.3.13.1- Esquema TN

Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo as massas

ligadas a esse ponto através de condutor de proteção, ou seja:

- O neutro da fonte é ligado diretamente à terra. (T); - As carcaças das cargas da instalação são ligadas a este ponto por meio de um condutor

metálico denominado �Condutor de Proteção PE�. (N)

Neste caso o percurso da corrente (IF) para a carcaça é de baixíssima resistência, uma

vez que os condutores são de cobre, a corrente poderá atingir valores elevadíssimos,

suficientes para acionarem os dispositivos de proteção (fusíveis disjuntores).

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4.3.13.2- Esquema TT

Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, estando as massas

da instalação ligadas as a eletrodos de aterramento eletricamente distintos do eletrodo de

aterramento da alimentação, ou seja:

- O neutro da fonte é ligado diretamente à terra. (T);

- As carcaças das cargas da instalação, em eletrodo independente, também são

ligadas diretamente à terra.

Neste caso o percurso da corrente (IF) para a carcaça atravessa a terra, por tanto limita o

valor da corrente devido ao elevado valor da resistência da terra. Esta corrente é, portanto

insuficiente para acionar os dispositivos de proteção (fusíveis, disjuntores), no entanto

suficiente para colocar em perigo uma pessoa que tocar na carcaça do equipamento no

caso de uma falha.

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4.3.13.3- Esquema IT

Este esquema não possui nenhum ponto de alimentação diretamente aterrado, somente as massas da instalação são aterradas Ligações à Terra, ou seja:

- O neutro da fonte é ligado a terra através da introdução de uma impedância Z de valor

elevado. Esta impedância pode ser uma resistência (caso mais comum) ou uma indutância. (L)

- As carcaças das cargas da instalação, em eletrodo independente, são ligadas

diretamente a terra. (T).

Neste caso limita-se a corrente de falta a um valor desejado, de forma a não permitir que a

falta para a terra desligue o sistema elétrico. Geralmente esta corrente não é perigosa para

as pessoas, mas como a instalação continuará operando sob condição de falta para a

terra, recomenda-se que sejam utilizados dispositivos para monitorar e eliminar o defeito no prazo mais curto possível. O uso de sistemas IT de aterramento é, portanto o mais recomendado nos casos onde um

defeito não deve desligar imediatamente o circuito de alimentação, interrompendo

processos importantes tais como: Centros cirúrgicos, altos fornos siderúrgicos, etc.

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74

4.3.14- Terminal de aterramento principal

Em qualquer instalação deve ser previsto um terminal ou barra de aterramento principal e

os seguintes condutores devem ser a ele ligados:

a) condutor de aterramento;

b) condutores de proteção principais;

c) condutores de equipotencialidade principais;

d) condutor neutro, se disponível;

e) barramento de equipotencialidade funcional, se necessário;

f) condutores de equipotencialidade ligados a eletrodos de aterramento de outros sistemas (por exemplo, SPDA).

Notas

1 - O terminal de aterramento principal realiza a ligação equipotencial principal.

2 - Nas instalações alimentadas diretamente por rede de distribuição pública em baixa

tensão, que utilizem o esquema TN, o condutor neutro deve ser ligado ao terminal ou barra de aterramento principal, diretamente ou através de terminal ou barramento de

aterramento local;

3 - Nas instalações alimentadas diretamente por rede de distribuição pública em baixa

tensão, que utilizem o esquema TT, devem ser previstos dois terminais ou barras de aterramento separados, ligados a eletrodos de aterramento eletricamente independentes, quando possível, um para o aterramento do condutor neutro e o outro constituindo o

terminal de aterramento principal propriamente dito.

4 - Os condutores de equipotencialidade destinados à ligação de eletrodos de aterramento

de SPDA devem ser dimensionados segundo a NBR 5419.

4.3.15 - Aterramento Temporário

A NR-10 determina nos (itens 10.3.2.5, 10.3.2.5.1 e 10.3.2.5.2) que os serviços de

manutenção, reparo em partes de instalações elétricas que não estejam sob tensão só

podem ser realizadas quando as mesmas estiverem liberadas (liberada é aquela

instalação elétrica cuja ausência de tensão foi constatada) e aterradas.

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Este aterramento tem como objetivo evitar acidentes gerados pela energização acidental

da rede, tais como:

1) Erro na manobra; 2) Fechamento inadvertido de uma chave seccionadora ou de um equipamento de

proteção (seccionalizador, religador ou chaves fusíveis);

3) Contato acidental com outros circuitos energizados, situados ao longo do circuito; 4) Tensões induzidas por linhas adjacentes, acima ou que cruzam a rede; 5) Queda de uma fase de um circuito sobre outro em ponto de cruzamento; 6) Fontes de alimentação de terceiros (geradores, energia emprestada, fraude, etc.); 7) Torres e cabos de transmissão nas operações de construção de linha de

transmissão; 8) Descarga atmosférica.

O eletricista antes do início do trabalho, deve se certificar através do detector de tensão,

que o circuito encontra-se realmente desenergizado, para em seguida instalar o aterramento temporário. Ou seja:

4.3.16.1- O aterramento temporário deve ser instalado em todos os condutores do circuito

em intervenção. Usam-se dois conjuntos de aterramentos (um antes e o outro depois do ponto de trabalho), a fim de manter o trecho liberado totalmente seguro. 4.3.16.2- O aterramento temporário é realizado quando vai se trabalhar em redes

desenergizadas. Trata-se de uma medida de segurança para a vida do trabalhador, pois evita que ocorra acidentes caso a linha seja energizada indevidamente por um dos fatores relacionados no item 4.3.15. Tem-se, portanto que o simples desligamento de uma linha de distribuição não garante a

segurança do eletricista, e o aterramento provisório das fases da rede de AT é

fundamental para que as condições adequadas de trabalho sejam obtidas.

A figura a baixo apresenta as técnicas de aterramento provisório, cabendo enfatizar que no

aterramento simples (ramais sem ponto de recurso) é importante que o mesmo esteja ligado no lado da subestação alimentadora, de modo a proporcionar a máxima segurança

para o eletricista.

O conjunto de aterramento (grampos e cabos de ligação) é dimensionado para suportar os

efeitos elétricos (térmicos) e os mecânicos (esforços) originados de uma corrente de curto-

Page 76: Nr 10 curso básico

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circuito, o que exige um conhecimento de níveis de curto-circuito trifásico, bem como, o

tempo de atuação da proteção. Utilizar um eletrodo de aterramento provisório (trado)

devidamente cravado em toda sua extensão na base

do poste. Antes da instalação do conjunto de aterramento

provisório o eletricista deve certificar-se que linha encontra-se desenergizada, com auxílio de um

detector de ausência de tensão acoplado a uma vara

de manobra. Uma vez feito este teste procede-se a seqüência de ligações de conectores de cabos de

aterramento provisórios:

3 (três) grampos de aterramento por torção,

fixos em elementos de Epoxiglas de 25 mm , comprimento 1250 mm, tipo HG 1710-F;

1 (um) trapézio de suspensão, tipo DST-4, para elevação simultânea dos grampos à linha a ser

aterrada;

1 (um) trado de aterramento em copperweld, tipo GT-

3370 com punho desmontável, 1500 mm de

comprimento;

1 (um) grampo de fixação, tipo G-3363-1 para ser conectado ao trado de aterramento;

16 (dezesseis) metros de cabos ultraflexíveis

tipo CT-2, nº 2 AWG, sendo 2 lances de 2 m de

comprimento para interligação dos grampos de

condutores ao trapézio (centro de terra) e um lance

de 12 m para interligação do trapézio ao trado de

aterramento.

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77

4.3.17- Quantidade de Conjuntos de Aterramento (Aterramento Temporário)

4.3.17.1- Para um circuito:

4.3.17.2- Próximo a um encabeçamento:

Utiliza-se 1 jogo de garra em curto.

4.3.17.3- No meio da Linha:

Utilizam-se 2 jogos de garras em curto. 4.3.18- Para dois circuitos:

4.3.18.1- Próximo a um encabeçamento:

Utilizam-se 2 jogos de garras em curto.

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4.3.18.2- No meio da linha:

Utilizam-se 4 jogos de garras em curto.

4.3.19 - Equipotencialização

As ligações equipotenciais (todos os pontos do circuito considerados são reunidos e

conectados em um determinado potencial). São recomendações da norma NBR 5410 em

seu item 5.1.3.1.2. �A equipotencialização suplementar deve abranger todos os elementos condutivos

simultaneamente acessíveis, sejam massas de equipamentos fixos, sejam elementos

condutivos da edificação ou de suas utilidades, incluindo as armaduras do concreto

armado. A essa equipotencialização devem ser conectados os condutores de proteção de

todos os equipamentos, incluindo os condutores de proteção das tomadas de corrente�. Este item diz respeito à proteção contra contatos indiretos à parte viva dos circuitos,

utilizando-se os esquemas de aterramento anteriormente mostrados. O objetivo da equipotencialização é evitar diferenças de potencial perigosas entre as

massas e os pontos que poderão ser condutivos acidentalmente.

4.3.20- Terminal de aterramento principal

Em qualquer instalação deve ser previsto um terminal ou barra de aterramento principal e

os seguintes condutores devem ser a ele ligados:

a) condutor de aterramento;

b) condutores de proteção principais;

c) condutores de equipotencialidade principais;

d) condutor neutro, se disponível;

e) barramento de equipotencialidade funcional, se necessário;

f) condutores de equipotencialidade ligados a eletrodos de aterramento de outros sistemas (por exemplo, SPDA).

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Notas

1 - O terminal de aterramento principal realiza a ligação equipotencial principal.

2 - Nas instalações alimentadas diretamente por rede de distribuição pública em baixa

tensão, que utilizem o esquema TN, o condutor neutro deve ser ligado ao terminal ou barra

de aterramento principal, diretamente ou através de terminal ou barramento de

aterramento local;

3 - Nas instalações alimentadas diretamente por rede de distribuição pública em baixa

tensão, que utilizem o esquema TT, devem ser previstos dois terminais ou barras de

aterramento separados, ligados a eletrodos de aterramento eletricamente independentes, quando possível, um para o aterramento do condutor neutro e o outro constituindo o terminal de aterramento principal propriamente dito.

4 - Os condutores de equipotencialidade destinados à ligação de eletrodos de aterramento

de outros sistemas (por exemplo, de Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas � SPDA) devem ser dimensionados segundo a NBR 5419.

4.3.21- Condutores de Equipontecialidade

4.3.21.1- Seções mínimas

4.3.21.2- Condutores da ligação equipotencial principal

Os condutores de equipotencialidade da ligação equipotencial principal devem possuir seções que não sejam inferiores à metade da seção do condutor de proteção de maior

seção da instalação, com um mínimo de 6mm².

4.3.21.3- Condutores das ligações equipotenciais suplementares

Um condutor de equipotencialidade de uma ligação equipotencial suplementar ligando

duas massas deve possuir uma seção equivalente igual ou superior à seção condutor de

proteção de menor seção ligada a essa massa.

Um condutor de equipotencialidade de uma ligação equipotencial suplementar ligando uma massa a um elemento condutor estranho à instalação deve possuir uma seção equivalente

igual ou superior à metade da seção do condutor de proteção ligado a essa massa.

Uma ligação equipotencial suplementar pode ser assegurada por elementos condutores estranhos à instalação não desmontáveis, tais como estruturas metálicas, ou por

condutores suplementares ou por uma combinação dos dois tipos.

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4.3.21.4 - Aterramento e equipotencialização de equipamentos de tecnologia da

informação

4.3.21.5- Generalidades

As prescrições aqui contidas tratam do aterramento e das ligações equipotenciais dos

equipamentos de tecnologia da informação e de equipamentos similares que necessitam

de interligações para intercâmbio de dados. Podem também ser utilizadas para outros equipamentos eletrônicos suscetíveis a interferências.

Notas

1 - O termo �equipamento de tecnologia da informação� é usado pela IEC para designar

todos os tipos de equipamentos elétricos e eletrônicos de escritório e equipamentos de

telecomunicação.

2 - São exemplos de equipamentos aos quais prescrições podem ser aplicáveis:

- equipamentos de telecomunicação e de transmissão de dados, equipamentos de

processamentos de dados ou instalações que utilizam transmissão de sinais com retorno à

terra, interna ou externamente ligadas a uma edificação;

- fontes de corrente contínua que alimentam equipamentos de tecnologia da informação

no interior de uma edificação;

- equipamentos e instalações de CPCT - Central Privada de Comutação Telefônica

(PABX);

- redes locais;

- sistemas de alarme contra incêndio e contra roubo;

- sistemas de automação predial;

- sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) e outros que utilizam computadores.

3 - As prescrições aqui contidas não consideram a possível influência de descargas atmosféricas.

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5 - NORMAS TÉCNICAS E LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

A ABNT NBR 5410 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03), pela Comissão de Estudo de Instalações Elétricas de Baixa Tensão (CE-03:064.01). O Projeto circulou em Consulta Pública conforme Edital nº 09, de 30/09/2003, com o número Projeto NBR

5410. E a partir de 31 de março de 2005, entrou em vigência cancelando a edição anterior (ABNT

NBR 5410:1997), a qual foi tecnicamente revisada. 5.1- Instalações Elétricas de Baixa Tensão (ABNT NBR 5410)

5.1.1- Objetivo:

5.1.2- Esta Norma estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de

baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado

da instalação e a conservação dos bens. 5.1.3- Esta Norma aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificações, qualquer

que seja seu uso (residencial, comercial, público, industrial, de serviços, hortigranjeiro, etc.),

incluindo as pré-fabricadas.

5.1.4- Esta Norma aplica-se também às instalações elétricas em:

a) áreas descobertas das propriedades, externas às edificações; b) de reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e

instalações análogas; e

c) de canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias. 5.1.5- Esta Norma aplica-se:

a) Esta Norma se aplica às instalações elétricas alimentadas sob uma tensão nominal igual

ou inferior a 1000V em corrente alternada, com freqüências inferiores a 400 Hz, ou a 1500 V em corrente contínua. Sua aplicação é considerada a partir da origem da instalação,

observando-se que:

b) Aos circuitos elétricos (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos)

funcionando sob uma tensão superior a 1000 V e alimentandos através de uma instalação igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos de

lâmpadas a descarga, precipitadores eletrostáticos, etc.); c) A origem de instalações alimentadas diretamente por rede de distribuição pública em

baixa tensão corresponde aos terminais de saída do dispositivo geral de comando e

proteção; no caso excepcional em que tal dispositivo se encontre antes do medidor, a

origem corresponde aos terminais de saída do medidor.

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5.1.6- Esta Norma aplica-se a instalações novas e a reformas em instalações já

existentes.

Nota - Modificações destinadas a, por exemplo, acomodar novos equipamentos ou substituir

os existentes, não implicam necessariamente reforma total da instalação.

5.1.7- Esta Norma não se aplica a:

a) instalações de tração elétrica; b) instalações elétricas de veículos automotores; c) Instalações elétricas de embarcações e aeronaves; d) equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida em que não

comprometam a segurança das instalações; e) instalações de iluminação pública; f) redes públicas de distribuição de energia elétrica; g) instalações de proteção contra quedas diretas de raios. No entanto, esta Norma

considera as conseqüências dos fenômenos atmosféricos sobre as instalações (por

exemplo, seleção dos dispositivos de proteção contra sobretensões); h) instalações em minas; i) instalações de cercas eletrificadas.

5.1.8- Os componentes da instalação são considerados apenas no que concerne à sua seleção

e condições de instalação. Isto é igualmente válido para conjuntos em conformidade com as normas a eles aplicáveis.

5.1.9- A aplicação desta Norma não dispensa o atendimento de outras Normas

Complementares, aplicáveis a instalações e locais específicos. Nota:

São exemplos de Normas Complementares a esta Norma as ABNT NBR 13534, ABNT NBR 13570 e ABNT NBR 5418. 5.1.10- A aplicação desta Norma não dispensa o respeito aos regulamentos de órgãos públicos

aos quais a instalação deva satisfazer. 5.1.11- As instalações elétricas cobertas por esta Norma estão sujeitas também, naquilo que for pertinente, às normas para fornecimento de energia estabelecida pelas autoridades

reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade. 5.2- Instalações Elétricas de Média Tensão de 1,0 kV a 36,2 kV (ABNT NBR 14039)

Vigência: A partir de janeiro de 2002. Como qualquer outra norma a NBR-14039 não dispensa o respeito aos regulamentos de

órgãos públicos aos quais as instalações devam obedecer.

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5.2.1 Objetivo:

5.2.2- Esta Norma estabelece um sistema para projeto e execução de instalações elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0 kV a 36,2 kV, à freqüência industrial, de modo a

garantir a segurança e continuidade de serviço. 5.2.3- Esta Norma aplica-se a partir de instalações alimentadas pelo concessionário, o que

corresponde ao ponto de entrega definido através de Legislação vigente emanada da Agência

Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Esta Norma também se aplica a instalações

alimentadas por fonte própria de energia em média tensão. 5.2.4- Esta Norma abrange as instalações de geração, distribuição e utilização de energia

elétrica, sem prejuízo das disposições particulares relativas aos locais e condições especiais

de utilização constantes nas respectivas normas. As instalações especiais, tais como

marítimas, de tração elétrica, de usinas, pedreiras, luminosas com gases (neônio e

semelhantes), devem obedecer, além desta Norma, às normas específicas aplicáveis em cada

caso. 3.2.5- As prescrições desta Norma constituem as exigências mínimas a que devem obedecer

as instalações elétricas às quais se refere, para que não venha, por suas deficiências,

prejudicar e perturbar instalações vizinhas ou causar danos a pessoas e animais e à

conservação dos bens e do meio ambiente. 3.2.6- Esta Norma aplica-se às instalações novas, às reformas em instalações existentes e às

instalações de caráter permanente ou temporário. Nota:

Modificações destinadas a, por exemplo, acomodar novos equipamentos ou substituir os

existentes não implicam necessariamente reforma total da instalação. 5.2.7- Esta Norma não se aplica:

a) Às instalações elétricas de concessionários dos serviços de geração, transmissão e

distribuição de energia elétrica, no exercício de suas funções em serviço de utilidade

pública; b) Às instalações de cercas eletrificadas;

c) Trabalhos com circuitos energizados.

Como qualquer outra norma, a NBR-14039 não dispensa o respeito aos regulamentos de

órgão público aos quais as instalações devam obedecer. 5.3- Estabelecimento de Segurança dos Efeitos da Corrente Elétrica Percorrendo o

Corpo Humano (NBR-6533)

Vigência: A partir de março de 1981

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5.3.1- Considerações Gerais

Esta Norma fixa as condições exigíveis para o estabelecimento de prescrições de segurança,

do ponto de vista de engenharia, quanto aos efeitos da corrente elétrica percorrendo o corpo humano. Para evitar erros fundamentais na interpretação desta Norma, enfatiza-se o fato de que os dados fornecidos mostram o aspecto puramente médico dos efeitos de correntes percorrendo

o corpo humano. É de ressaltar que o texto desta Norma está intimamente ligado à segurança dos

trabalhadores nas instalações elétricas. Nesta Norma estão incluídas definições sobre o valor

máximo de corrente elétrica que uma pessoa pode suportar, tempo máximo dessa

suportabilidade, a resistência ôhmica do indivíduo, etc.

5.4- Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas (NBR-5418)

Vigência: A partir de maio de 1995. 5.4.1- Considerações Gerais

Esta Norma se aplica as condições exigíveis para a seleção e aplicação de equipamentos,

projeto e montagem de instalações elétricas em atmosferas explosivas por gás ou vapores

inflamáveis. Entretanto esta Norma não se aplica às instalações elétricas em minas.

5.5- Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas (NBR-5419)

Vigência: A partir de fevereiro de 2001.

5.5.1- Considerações Gerais

Esta Norma fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistema de

proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas comuns, estruturas utilizadas

para fins comerciais, industriais, agrícolas, administrativos ou residenciais, além de outras

estruturas especiais. Destina-se ainda a proteger pessoas e instalações no seu aspecto físico, dentro do volume

protegido. Nela estão incluídos todos os parâmetros técnicos que devem ser observados no

projeto e na montagem do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e se constituem

numa importante ferramenta para se garantir a integridade física dos trabalhadores.

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6- REGULAMENTAÇÃO DO MTE (NR�s)

São Normas Aprovadas pelo Ministério do Trabalho na Portaria nº 3.214, de 8 de junho de

1978, onde o Ministro do Estado, no uso de suas atribuições legais, considerando o

disposto no artigo 200, da Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei

nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Resolve: Art. 1º Aprovar as Normas Regulamentadoras � NR- do Capítulo V, Título II, da

Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho: 6.1- NORMAS REGULAMENTADORAS

6.1.1- NR-1 � Disposições Gerais

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 6 do Ministério do Trabalho e Emprego em 09/03/1983. 6.1.2- NR-2 � Inspeção Prévia

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 35 do Ministério do Trabalho e Emprego em 28/12/1983. 6.1.3- NR-3 � Embargo ou Interdição

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 6 do Ministério do Trabalho e Emprego em 09/03/1983. Conceituação Geral da Norma

A Norma Regulamentadora nº 3 (NR-3) do MTE trata dos seguintes aspectos:

a) Interdição do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento; e/ou b) Embargo da obra, caso o laudo técnico competente demonstre grau iminente risco

ao trabalhador. Estas ações são de competência do Delegado Regional do Trabalho. Aspectos da Norma Relacionados ao Trabalho com Eletricidade

A NR-3 contempla aspectos gerais do tema Embargo ou Interdição e não discrimina

quaisquer aspectos de trabalhos relacionados à eletricidade. Porém o conhecimento da

referida Norma pelo pessoal que trabalha na área elétrica é importante em função de seus

desdobramentos jurídicos.

Page 86: Nr 10 curso básico

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6.1.4- NR-4 � Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina

do Trabalho

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 33 do Ministério do Trabalho e Emprego em 27/10/1983 6.1.5- NR-5 � Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 8 do Ministério do Trabalho e Emprego em 12/07/1999 Conceituação Geral da Norma

A Norma Regulamentadora nº 5 (NR-5) do MTE trata dos seguintes aspectos:

a) Constituição da CIPA, por estabelecimento e forma de mantê-la em regular funcionamento;

b) Atribuições da CIPA, tais como identificação dos riscos do processo de trabalho,

elaboração do mapa de risco, com a participação do maior nº de trabalhadores, com

assessoria do SESMT, onde houver;

c) Realização de reuniões para avaliação do cumprimento de metas fixadas em seu

plano de trabalho e discussão das situações de risco que forem identificadas;

d) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros

programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

e) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise

das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos

problemas identificados;

f) Promover, anualmente em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho � SIPAT.

Aspectos da Norma Relacionados ao Funcionamento da CIPA

A NR-5 contempla aspectos gerais do tema CIPA, especificando a periodicidade, e a forma como serão realizadas as reuniões ordinárias mensais e as extraordinárias, bem como as

atas.

A Norma aborda ainda o treinamento que a empresa deverá promover para os membros

da CIPA e o processo eleitoral para escolha dos representantes dos empregados na CIPA.

Page 87: Nr 10 curso básico

87

6.1.6- NR-6 - Equipamentos de Proteção Individual EPI�s

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 6 de 09 /03/1983.

Conceituação Geral da Norma

A Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6) do MTE trata de detalhar todos os equipamentos de proteção individual (EPI's), sejam eles de fabricação nacional ou estrangeira,

destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

Aspectos da Norma Relacionados ao Trabalho com Eletricidade

Considerando que esta Norma trata dos EPI's, discriminando-os de acordo com a sua aplicação nas diversas partes do corpo do trabalhador (cabeça, mãos, membros

superiores e inferiores, etc), os equipamentos de proteção individual especificamente

destinados ao trabalho com eletricidade estão incorporados nos itens correspondentes da

referida Norma.

6.1.7- NR-7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional � PCMSO

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 24 do MTE, de 29/12/1994.

Conceituação Geral da Norma

A Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7) do MTE estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores

como empregados, com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto dos seus

colaboradores.

O PCMSO é parte integrante de um conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no

campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR's do MTE.

Aspectos da Norma Relacionados aos Trabalhos com Eletricidade A NR-7 contempla aspectos gerais do tema (PCMSO) e não discrimina quaisquer aspectos de trabalho relacionados à eletricidade. No entanto, é dever de todos os profissionais que

trabalham na área elétrica se inteirarem do seu conteúdo.

Page 88: Nr 10 curso básico

88

6.1.8- NR-8 - Edificações

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 12 do MTE, de 06/06/1983.

Aspectos da Norma Relacionados a Edificações A NR-8 estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas

edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. 6.1.9- NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 25 do MTE, de 29/126/1994.

Aspectos da Norma Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

A NR-9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos

os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais � PPRA, visando a preservação da saúde e

da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e

conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a

existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e

dos recursos naturais. 6.1.10- NR-11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Dispositivo Legal

Redação alterada pela Portaria n° 56 do MTE, de 17/08/2003.

Aspectos da Norma Relacionados a Edificações

A NR-11 contempla as Normas de Segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. Abordando ainda, os processos de empilhamento (manual ou automático) e a

armazenamento de materiais. 6.1.11- NR-12 - Máquinas e Equipamentos

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 12 do MTE, de 06/06/1983.

Page 89: Nr 10 curso básico

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Aspectos da Norma Máquinas e Equipamentos

A NR-12 aborda em Instalações e Área de Trabalho: Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam máquinas e equipamentos devem ser

vistoriados e limpos, sempre que apresentarem riscos provenientes de graxas, óleos e

outras substâncias, que s tornem escorregadios. A Norma contempla um capítulo à parte (Anexo I) sobre Motosserras, onde são

determinados procedimentos para fabricação, importação e uso de motosserras. 6.1.12- NR-13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 23 do MTE, de 27/12/1994.

Aspectos da Norma Caldeiras e Vasos de Pressão

A NR-13 aborda que Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e

acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia,

excetuando-se os fervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo. Para efeito desta NR, considera-se �Profissional Habilitado� aquele que tem competência

legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de

construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de

inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação

profissional vigente no País. 6.1.13- NR-14 - Fornos

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 12 do MTE, de 06/06/1983.

Aspectos da Norma Relacionados a Fornos

A NR-14 contempla que os fornos para qualquer utilização, devem ser construídos

solidamente, revestidos com material refratário de forma que o calor radiante não

ultrapasse os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora � NR-15. 6.1.14- NR-15 - Atividades e Operações Insalubres

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 12 do MTE, de 06/06/1983.

Page 90: Nr 10 curso básico

90

Aspectos da Norma Relacionados Atividades e Operações Insalubres

A NR-15 considera atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: Acima dos limites de tolerância previstos em:

a) - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente; b) - Limites de tolerância para ruídos de impacto; c) - Limites de tolerância para exposição ao calor; d) - Limites de tolerância para radiações ionizantes; e) - Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limites de tolerância e

inspeção no local de trabalho; f) - Limites de tolerância para poeiras minerais.

A NR-15 aborda ainda os agentes biológicos e os graus de insalubridade. 6.1.15- NR-16 - Atividades e Operações Perigosa

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 2 do MTE, de 02/02/1979.

Aspectos da Norma Atividades e Operações Perigosas

A NR-16 considera como atividades e operações perigosas as constantes das atividades:

- Atividades e operações perigosas com explosivos; - Atividades e operações perigosas com inflamáveis.

Definindo que para o exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao

trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário,

sem acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da

empresa. O profissional poderá optar pelo adicional de insalubridade que por ventura lhe seja

devido. 6.1.16- NR-17 � Ergonomia

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 3.751 do MTE, de 23/11/1990.

Aspectos da Norma Ergonomia

A NR-17 visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de

trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um

máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

Page 91: Nr 10 curso básico

91

As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do

posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

6.1.17- NR-18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 4 de 04 de julho de1995.

Conceituação Geral da Norma

Esta Norma Regulamentadora (NR-18) do MTE estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de

medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e

no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.

Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I, Código

da Atividade Específica, da NR-4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança

e em Medicina do Trabalho.

Aspectos da Norma Relacionados ao Trabalho com Eletricidade

Trata-se de uma Norma Regulamentadora específica para as condições de segurança,

higiene e saúde do trabalhador em obras (canteiros, instalações provisórias), tudo dentro

das particularidades requerida pela indústria da construção.

Com relação aos trabalhos com eletricidade, esta NR contempla em seu item 18.21

�Instalações Elétricas�, todas as recomendações pertinentes, dando ênfase naturalmente,

aos temas voltados para a segurança do trabalho, os quais deverão sempre ser

observados nas instalações dos canteiros de base.

6.1.18- NR-19 � Explosivos

Dispositivo Legal

Redação alterada pela Portaria n° 2 do MTE, de 02/02/1979.

Aspectos da Norma Explosivos

A NR-19 visa estabelecer parâmetros que definam a forma correta de armazenar e

manusear explosivos: Definindo que explosivos são substâncias capazes de rapidamente se transformarem em

gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas, se subdividindo em:

Page 92: Nr 10 curso básico

92

a)- Explosivos iniciadores: aqueles que são empregados para excitação de cargas

explosivas, sensíveis ao atrito, calor e choque. Sob efeito do calor explodem sem

incendiar; b)- Explosivos reforçadores: os que servem como intermediários entre o iniciador e a carga

explosiva propriamente dita; c)- Explosivos de rupturas: são os chamados altos explosivos, geralmente tóxicos; d)- Pólvoras: que são utilizadas para propulsão ou projeção; A NR-19 aborda também o distanciamento a ser obedecido para armazenagem. 6.1.19- NR-20 � Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

Aspectos da Norma Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

A NR-20 define �Líquido Combustível e Inflamável� como aquele que possua ponto de

fulgor igual ou superior a 70 ºC (setenta graus centígrados) e inferior a 93,3 ºC (noventa e

três graus e três décimos de graus centígrados). A NR-20 define ainda os tipos de tanques para armazenagem dos líquidos combustíveis e

gases liquefeitos de petróleo (GLP), bem como as placas para identificação e alerta. 6.1.20- NR-21 � Trabalho a Céu Aberto

Aspectos da Norma Trabalho a Céu Aberto

A NR-21 visa estabelecer parâmetros que permitam (obrigatoriedade da existência de

abrigos) a proteção dos trabalhadores quando nos trabalhos a céu aberto, contra

intempéries. Serão exigidas medidas especiais que protejam os trabalhadores contra insolação

excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes. Determina ainda que para os trabalhadores que residirem no local do trabalho deverão ser

oferecidos alojamentos que apresentem adequadas condições sanitárias. E que para os trabalhos realizados em regiões pantanosas ou alagadiças, serão

imperativas as medidas de profilaxia de endemias, de acordo com as normas de saúde

pública. 6.1.21- NR-22 � Trabalho Subterrâneo

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 2.037 do MTE, de 15/12/1999.

Page 93: Nr 10 curso básico

93

Conceituação Geral da Norma

A Norma Regulamentadora nº 22 (NR-22) do MTE diz respeito especificamente a trabalhos em minas subterrâneas. De um modo geral, todos os trabalhos elétricos em minas subterrâneas devem estar

enquadrados nas exigências gerais estabelecidas pela NR-22.

Aspectos de Norma Relacionados ao Trabalho com Eletricidade

a) A NR-22, em seu item 22.1.14, estabelece que deverão ser usadas lanternas elétricas

de segurança em substituição às lamparinas de carbureto/gasogênio e, da mesma

forma, nos locais onde se comprovar a existência de grisu e metano. b) Em seu item 22.1.25, a Norma determina que:

. Sempre que se tornar necessária à interrupção de circuitos elétricos por meio de chaves

seccionadoras obrigatoriamente estas deverão ser blindadas;

. O fio condutor de energia elétrica no teto da galeria deve ser protegido por calha de

madeira ou de outro material isolante. A Norma padroniza também os sistemas de comunicação para informar o transporte de

pessoas em poços. 6.1.22- NR-23 � Proteção Contra Incêndios

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 6 do MTE, de 29 de outubro de 1991. Conceituação Geral da Norma

A Norma Regulamentadora nº 23 (NR-23) do MTE trata de forma ampla e bem específica

da proteção contra incêndio em todas as instalações, sejam elas industriais ou não. Desta forma, são abordados aspectos de proteção e combate ao fogo em saídas de locais de trabalho, portas, escadas, etc. São também abordados aspectos relativos ao combate ao fogo, classes de incêndio,

extintores e sistemas detectores ou alarmes. Aspectos da Norma Relacionados ao Trabalho com Eletricidade Embora o texto da Norma não se refira diretamente a trabalhos com eletricidade, é

importante que os trabalhadores envolvidos em atividades com energia elétrica tenham

conhecimento de todas as suas recomendações. Isto será de grande valia para suas atividades, face aos riscos de incêndio que estão

presentes nos trabalhos desta natureza.

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94

6.1.23- NR-24 � Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria nº 13 do MTE, de 19/09/1993. Conceituação Geral da Norma

A Norma Regulamentadora nº 24 (NR-24) do MTE trata de forma ampla as instalações

sanitárias, denominando para fins de aplicação, a expressão: a)- Aparelho sanitário: o equipamento ou as peças destinadas ao uso de água para fins

higiênicos ou a receber e águas servidas (banheira, mictório, bebedouro, lavatório, vaso

sanitário, e outros); b)- Gabinete sanitário: também denominado de latrina, retrete, patente, cafoto, sentina,

privada, WC, o local destinado afins higiênicos e dejeções; c)- Banheiro: o conjunto de peças ou equipamentos que compões determinada unidade e

destinado ao asseio corporal. Determina ainda o local onde deverá estar situada a cozinha, refeitório, alojamentos,

lavatórios e banheiro e as devidas condições de higiene para os trabalhadores. 6.1.24- NR-25 � Resíduos Industriais

Conceituação Geral da Norma

A NR-25 determina que os resíduos gasosos deverão ser eliminados dos locais de

trabalho através de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, sendo proibido o

lançamento ou a liberação nos ambientes de trabalho de quaisquer contaminantes gasosos sob a forma de matéria ou energia, direta ou indiretamente, de forma a serem

ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora NR-15. O código e o grau de infração em relação a falta de controle da liberação dos

contaminantes, são descritos no anexo II da NR-28 � Fiscalização e Penalidades.

6.1.25- NR-26 - Sinalização de Segurança Conceituação Geral da Norma A Norma Regulamentadora nº 26 (NR-26) do MTE tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho objetivando a para prevenção de acidentes,

identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as

canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases, e

advertindo contra riscos.

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95

Aspectos da Norma Relacionados ao Trabalho com Eletricidade O trabalhador em atividades com eletricidade ou em suas proximidades deve conhecer a utilização das cores de segurança de modo a se familiarizar com cada um dos itens

importantes da instalação como um todo. Por exemplo: - Tubulações; - Canalizações; - Pára-choques de veículos, etc. O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de

proteção e combate a incêndio. Não deverá ser usada na indústria para assinalar perigo, por ser de pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta visibilidade) e o

alaranjado (que significa alerta). Em particular, a cor azul é utilizada para indicar "Cuidado" e se limita ao aviso contra o uso

e a movimentação de equipamentos que deverão permanecer fora de serviço. Desta forma, é empregada uma barreira e bandeirolas de advertência a serem localizadas

nos pontos de comando de partida, ou fontes de energia dos equipamentos. Outro aspecto também importante desta norma é o item 26.6 (Rotulagem Preventiva), que indica todas as instruções contidas nos produtos perigosos ou nocivos à saúde. Por exemplo, devem conter nos rótulos: a) Palavra de advertência (Perigo! Cuidado! Atenção!); b) Indicação de risco ("Nocivo se absorvido através da pele!"); c) Medidas preventivas ("Evite inalar a poeira!"); d) Primeiros socorros (Medidas específicas que podem ser tomadas antes da chegada do

médico). 6.1.26- NR-27 � Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no

Ministério do Trabalho

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 13 do MTE, de 20-/12/1995. A NR-27 define que o exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho

depende de prévio registro no Ministério do Trabalho, efetuado pela Secretaria de

Segurança e Saúde do Trabalho até que seja instalado o respectivo conselho profissional. O registro de Técnico de Segurança do Trabalho será efetuado pela Secretaria de

Segurança e Saúde no Trabalho, com processo iniciado através das Delegacias Regionais

do Trabalho � DRT e concedido:

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96

a) ao portador do certificado de conclusão de ensino de 2º grau de Técnico de Segurança

do Trabalho, com currículo oficial aprovado pelo Ministério da Educação e Cultura � MEC e realizado em estabelecimento de ensino de segundo grau reconhecido no Pais;

b) ao portador de certificado de conclusão de ensino de 2º grau e de curso de formação

profissionalizante pós-segundo grau de Técnico de Segurança do Trabalho, com

currículo oficial aprovado pelo MEC e realizado em estabelecimento de ensino de segundo grau reconhecido no País;

6.1.27- NR-28 � Fiscalização e Penalidades

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 3 do MTE, de 01/07/1992. A NR-28 trata da fiscalização do cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares

sobre segurança e saúde do trabalhador será efetuada obedecendo ao disposto nos

decretos nº 55.841, de 15/03/1965, nº 97.955, de 26/07/1989, no Título VII da CLT e no §

3º do art. 6º da Lei nº 7.855, de 24/10/89, e nesta Norma Regulamentadora. São abordados os processos resultantes da ação fiscalizadora (inspeção, prazo para

cumprimento dos itens notificados, embargos ou interdição) e as penalidades decorrentes

de infrações aos preceitos legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do

trabalhador. Define também o(s) valor(es) da(s) multa(s) em UFIR. 6.1.28- NR-29 � Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 53 do MTE, de 17/12/1997. A NR-29 regula a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de

segurança e saúde aos trabalhadores portuários. Aplicabilidade

As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações

tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam

atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e

retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado.

Page 97: Nr 10 curso básico

97

6.1.29- NR-30 � Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 34 do MTE, de 4/12/2002. A NR-30 é uma Norma que tem como objetivo a proteção e a regulamentação das

condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários. 6.1.30- NR-31 � Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura,

Exploração Florestal e Aqüicultura.

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 86 do MTE, de 3/3/2005. A NR-31 tem como objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização

e no ambiente de trabalho, de forma a torna compatível o planejamento e o

desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e

aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. CÓDIGOS CIVIL E PENAL BRASILEIROS Considerações Gerais Além das Normas Técnicas ABNT (NBR) e do Ministério do Trabalho e Emprego (NR'S),

os Códigos Civil e Penal Brasileiros também legislam sobre alguns aspectos que se

relacionam com a segurança e saúde do trabalhador. Novo Código Civil Brasileiro

6.2- CÓDIGO CIVIL

TÍTULO IX

6.2.1- Da Responsabilidade Civil

Art. 30, da Lei de introdução ao Código Civil Brasileiro:

(Princípio da universalidade)

�Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece�.

6.2.2- CAPÍTULO I

Da Obrigação de Indenizar

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica

obrigado a repará-lo.

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98

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de

culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

OBS. Os artigos correspondentes a esta legislação dizem respeito às

responsabilidades pela reparação civil e pela indenização do trabalhador, quando lhe for de direito.

São aplicáveis os artigos 932, 942, 944, 949 e 950 do Novo Código Civil Brasileiro.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,

no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem

ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos

responderão solidariamente pela reparação.

Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.

6.2.3- CAPÍTULO II

Da Indenização

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da

culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.

6.3- CÓDIGO PENAL BRASILEIRO

O Código Penal Brasileiro atual, vigente a partir de 07.12.1940, com base no Decreto Lei

nº 2848 (hoje devidamente atualizado) também se relaciona com os aspectos da saúde do

trabalhador. Na parte relativa a periclitação (perigo) da vida e da saúde, contempla os

crimes de perigo, que são aqueles em que existe um dano em via de desenvolvimento,

não importando que este se efetive, ou deixe de efetivar. É o caso do empreiteiro que, para poupar-se a gastos com medidas técnicas de prudência,

expõe o trabalhador ao risco grave de acidente. Textualmente diz o Código Penal Brasileiro: 6.3.1- Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e eminente: Pena � detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a exposição

da vida ou saúde de outrem a perigo decorrer do transporte de pessoas para prestação de

serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.

Page 99: Nr 10 curso básico

99

6.4 - NORMA REGULAMENTADORA DO MTE

NR-10

Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade - Apresentação do Novo Texto

6.4.1- Considerações Iniciais:

Em 1983, entrou em vigor a 1º edição da Norma Regulamentadora nº 10 (NR-10) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Embora de grande alcance para a época, seu

texto se tornou inadequado às atuais exigências para a segurança do trabalhador. 6.4.2- Dispositivo Legal

Atualmente, encontra-se em vigor a NR-10, com base na redação dada pela Portaria nº 12,

do MTE, publicada em 1983. Contudo, objetivando atualizar conceitos e filosofias em prol da segurança e saúde do

trabalhador, foi publicada a Portaria nº 6 de 28/03/2002, da Secretaria de Inspeção do

Trabalho (SIT) através de consulta pública de proposta de texto para alteração da Norma. Este novo texto, além de moderno, amplia as exigências para que o trabalhador fique

menos exposto aos riscos inerentes às atividades com a eletricidade. Desta forma estamos entrando na era de uma normalização adequada e atualizada, a qual

atenderá os interesses de todos aqueles que trabalham diretamente ou nas proximidades de instalações elétricas, estejam elas energizadas ou não. 6.4.3- Objetivos que Nortearam a Revisão/Atualização da NR-10

A atualização da regulamentação normativa - NR-10 está sendo colocada em prática em

atendimento à demanda social, e foi priorizada pela Comissão Tripartite Permanente

(CTTP), frente às necessidades provocadas pelas mudanças introduzidas no setor

eletroenergético e nas atividades com eletricidade, especialmente quanto à nova

organização do trabalho, à introdução de novas tecnologias e materiais, à globalização e,

principalmente, pela responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego em promover

a redução de acidentes envolvendo esse agente de elevado risco a ENERGIA ELÉTRICA.

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6.4.4- Principais Aspectos da Nova NR-10

a) Diretrizes Gerais da Nova Norma

- Estabelecer diretrizes básicas para implementação de medidas de controle e sistemas preventivos ao risco elétrico; - Criar o "Prontuário das Instalações Elétricas" de forma a organizar os documentos e

registros; - Estabelecer o Relatório de Auditoria de Conformidade das Instalações Elétricas; - Obrigar a introdução de conceitos de segurança no projeto das instalações elétricas; - Elevar os níveis de segurança na construção, montagem, operação e manutenção das

instalações elétricas; - Tornar obrigatória a introdução de dispositivos, equipamentos e medidas de controle

coletivo; - Diferenciar os níveis de proteção para os trabalhos em instalações elétricas

energizadas e desenergizadas; - Estabelecer o distanciamento seguro e criar as zonas de "risco" e "controlada" no entorno de pontos ou conjuntos energizados; - Estabelecer a proibição de trabalho individual para atividades com alta tensão ou no

sistema elétrico de potência; - Tornar obrigatória a elaboração de procedimentos operacionais contendo as instruções

de segurança; - Estender a regulamentação às atividades realizadas nas proximidades de instalações

elétricas; - Criar a obrigatoriedade de certificação de equipamentos, dispositivos e materiais

destinados à aplicação em áreas classificadas; - Definir o entendimento quanto à "profissional qualificado e habilitado�, �pessoa

capacitada� e "autorizada"; - Proteger contra incêndio e explosão as áreas onde houver instalações ou

equipamentos elétricos; - Estabelecer a necessidade de sinalização de segurança nas instalações e serviços

com eletricidade; - Estabelecer responsabilidade aos empregadores, contratantes e trabalhadores; - Tornar obrigatório o treinamento para profissionais autorizados a intervir em instalações

elétricas - cursos básico e complementar;

Page 101: Nr 10 curso básico

101

- Complementar-se com as normas técnicas oficiais; - Apresentar um glossário contendo conceito e definições claros e objetivos.

b) Diretrizes Relacionadas aos Projetos Elétricos

- Prever dispositivos que permitam travamento; - Planejar espaçamento e distanciamento seguros; - Prever a necessidade de "aterramento elétrico"; - Indicar a posição "liga - desliga" de dispositivos de manobra; - Planejar prevenção contra as influências ambientais; - Prever disposições contra incêndios e explosões; - Descrever o princípio funcional dos elementos de proteção destinados à segurança das

pessoas; - Descrever a compatibilidade dos dispositivos de proteção.

c) Diretrizes para Autorização de Trabalhadores em Eletricidade

Conforme exigido no item 10.8 da nova NR-10, as condições para que um trabalhador

esteja autorizado a desempenhar atividades com eletricidade devem ser observados os seguintes aspectos:

Page 102: Nr 10 curso básico

102

6.4.5- Condição para Autorização de Trabalhadores

Resumindo:

São considerados autorizados os trabalhadores habilitados ou capacitados com anuência

formal da empresa:

- Todo profissional autorizado deve portar identificação visível e permanente contendo as

limitações e a abrangência de sua autorização.

- O profissional autorizado a trabalhar em instalações elétricas deve ter essa condição

consignada no sistema de registro de empregado da empresa.

- Os profissionais e pessoas autorizadas a trabalhar em instalações elétricas devem apresentar estado de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas.

- Os profissionais e pessoas autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem

possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia

elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas.

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- Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir:

a) Troca de função ou mudança de empresa;

b) Retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a 03 meses;

c) Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos e/ou

processos de trabalho.

- O trabalho em áreas classificadas deve ser precedido de treinamento específico de

acordo com o risco envolvido; - Os trabalhadores com atividades em proximidades de instalações elétricas devem ser

informados e possuir conhecimentos que permitam identifica-las, avaliar seus possíveis

riscos e adotar as precauções cabíveis. d) Diretrizes Relacionadas ao Prontuário das Instalações Elétricas

Todas a empresas devem possuir devidamente atualizada toda a documentação técnica

referente ao seu sistema elétrico (diagramas unifilares e especificações dos equipamentos

e dispositivos de proteção). Para estabelecimentos que possuam potência instalada acima de 75kV A deverão

estar disponíveis os seguintes documentos:

- Relatório anual de auditoria de conformidade com a Norma NR-10, com recomendações e cronograma de regularização visando o controle dos riscos elétricos; - Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e

saúde, implantadas e relacionadas nesta Norma; - Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas

atmosféricas de acordo com o item 10.1.1.1; - Especificação do ferramental e dos equipamentos de proteção coletiva e individual,

aplicáveis, conforme determina esta Norma; - Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização,

dos profissionais e treinamentos realizados; - Certificação de equipamentos e materiais elétricos instalados em áreas classificadas.

- Para trabalhos envolvendo o sistema elétrico de potência ou em suas proximidades,

deverão também estar disponíveis além dos documentos já citados, os seguintes:

1. Procedimento de ordem geral para contingências não previstas;

2. Certificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

3. Especificação do ferramental utilizado.

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104

Ministério do trabalho e emprego

Gabinete do ministro

Portaria nº 598, de 7 de dezembro de 2004

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o

disposto no art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e Considerando

a proposta de regulamentação revisada e apresentada pelo Grupo de Trabalho Tripartite Paritária Permanente � CTPP, de acordo com o disposto na Portaria nº 1.127, de 02 de outubro de 2003, que estabelece procedimentos para elaboração de

normas regulamentares relacionadas à saúde e condições gerais de trabalho, resolve:

Art. 1º Alterar a norma regulamentadora nº 10 que trata de instalações e serviços em eletricidade, aprovada

pela portaria nº 3.214 de 1978, que passa a vigorara na forma do disposto no anexo a esta portaria. Art. 2º As obrigações estabelecidas nesta norma são de cumprimento imediato, exceto àquelas de que trata

o anexo II, que contém prazos específicos para atendimento. Parágrafo único. Até que se exaurem os prazos previstos para cumprimento das obrigações de que tratam o

anexo II, permanecerá em vigor a regulamentação anterior. Art. 3º Criar a Comissão Permanente Nacional sobre segurança em Energia Elétrica � CPNSEE, com o objetivo de acompanhar a implementação e propor as adequações necessárias ao aperfeiçoamento da norma regulamentadora nº 10.

Art. 4º Essa Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO

NORMA REGULAMENTADORA Nº 10 � SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM

ELETRICIDADE

10.1 � OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO

10.1.1 Esta norma regulamentadora � NR estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de

medidas de controle e sistemas preventivos de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou

indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. 10.1.2 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto,

construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas

proximidades observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e na ausência ou

omissão destas, as normas internacionais cabíveis. 10.2 � MEDIDAS DE CONTROLE

10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no

trabalho. 10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da empresa no âmbito de preservação da

segurança, da saúde e do meio ambiente do trabalho. 10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.

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10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações

Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo: a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança de saúde implantadas e relacionadas a

esta NR e descrição das medidas de controle existentes; b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental aplicáveis conforme determina esta

NR; d) documentação com probatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados; e) resultado dos teste de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva; f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; e g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de adequações, contemplando as alíneas

de �a� a �f�. 10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência devem

constituir prontuário com o conteúdo do item 10.2.4 e acrescentar ao prontuário a seguir listado:

a) descrição dos procedimentos para emergências; e b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Elétrico de Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas �a�, �c�, �d� e �e�, do item 10.2.4 e alíneas �a� e �b� do item 10.2.5. 10.2.6 O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido atualizado pelo empregador ou pessoa

formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e

serviços em eletricidade. 10.2.7 Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser elaborados por profissional

legalmente habilitado. 10.2.8 � MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricos devem ser previstas e adotadas, prioritariamente,

medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. 10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente, a desenergização elétrica conforme estabelece este NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança. 10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2, devem ser utilizadas outras

medidas de proteção coletiva, tais como: isolação, das partes vivas, obstáculos, barreiras sinalização, sistema de

seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático. 10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos

competentes e, na ausência desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes.

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10.2.9 � MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou

insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados

às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6. 10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade,

inflamabilidade, e influências magnéticas. 10.2.9.3 É vedados o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades. 10.3 � SEGURANÇA EM PROJETOS

10.3.1 É obrigatório que os projetos de instalações elétricas especifiquem dispositivos de desligamento de circuitos que

possuam recursos para impedimento de reenergização, para sinalização de advertência com indicação da condição

operativa. 10.3.2 O projeto elétrico na medida do possível, deve prever a instalação de dispositivo de seccionamento de ação

simultânea, que permita a aplicação de impedimento de reenergização do circuito. 10.3.3 O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro, quanto ao dimensionamento e a localização de

seus componentes e as influências externas, quando da operação e da realização de serviços de construção e manutenção. 10.3.3.1 Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como: comunicação, sinalização, controle e tração elétrica

devem ser identificados e instalados separadamente, salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento, respeitadas as definições de projetos. 10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a obrigatoriedade ou não da interligação entre o

condutor neutro e o de proteção e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletricidade. 10.3.5 Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados dispositivos de seccionamento que

incorporem recursos fixos de equipotencialização e aterramento do circuito seccionado. 10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento temporário. 10.3.7 O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição dos trabalhadores autorizados competentes e de outras

pessoas autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado. 10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Trabalho, as regulamentações técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente habilitado. 10.3.9 O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo, os seguintes itens de segurança: a) especificação das características relativas à proteção contra choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais; b) indicação da posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos: (Verde � �D�, desligado e Vermelho � �L�, ligado); c) descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e equipamentos, incluindo dispositivos de manobra, de

controle, de proteção,de intertravamento, dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas, definindo como tais indicações devem ser aplicadas fisicamente nos componentes das instalações; d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos componentes das instalações; e) precauções aplicáveis em face das influências externas; f) o principio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto, destinados à segurança das pessoas; e

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g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a instalação elétrica. 10.3.10 Os projetos devem assegurar que as instalações proporcionem aos trabalhadores iluminação adequada e uma

posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 � Ergonomia.

10.4 � SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e

inspecionadas de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por

profissional autorizado, conforme dispõe esta NR. 10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto à altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira,

fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança. 10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis

com a instalação elétrica existente, preservando-se as características de proteção, respeitadas as recomendações do

fabricante e as influencias externas. 10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico devem estar adequados às tensões

envolvida, e serem inspecionados e testados de acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos

fabricantes. 10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de funcionamento e seus sistemas de proteção

devem ser inspecionados e controlados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e definições de

projetos. 10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de equipamentos e instalações elétricas são

exclusivos para essa finalidade, sendo expressamente proibido utiliza-los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos. 10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador iluminação adequada e uma posição de

trabalho segura, de acordo com a NR 17 � Ergonomia, de forma que ele disponha dos membros superiores livres para a realização das tarefas. 10.4.6 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou comissionamento de instalações elétricas devem atender

à regulamentação estabelecidas nos itens 10.6 e 10.7, e somente podem ser realizados por trabalhadores que atendam às

condições de qualificação, habilitação, capacitação e autorização estabelecidas nesta NR. 10.5 � SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELETRICAS DESENERGIZADAS

10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a seqüência abaixo:

a) seccionamento; b) impedimento de reenergização ; c) constatação da ausência de tensão; d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos; e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo I); e f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização .

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10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos abaixo:

a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização; c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais; d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e e) Destravamento se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 105.1 e 10.5.2 podem ser alteradas, substituídas,

ampliadas ou eliminadas, em função das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado,

autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança

originalmente preconizado. 10.5.4 Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por

qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6. 10.6 � SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELETRICAS ENERGIZADAS

10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou

superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item 10.8 desta Norma. 10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber treinamento de segurança para trabalhos com

instalações elétricas energizadas, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no Anexo II desta NR. 10.6.1.2 As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em baixa tensão, com materiais e

equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não advertida. 10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados mediante procedimentos específicos

respeitando s distancias previstas no Anexo I. 10.6.3 Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades devem ser suspensos de imediato na iminência

de ocorrência que possa colocar os trabalhadores em perigo. 10.6.4 Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada em operações de novas instalações ou

equipamentos elétricos devem ser previamente elaboradas analises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados,

e respectivos procedimentos de trabalho. 10.6..5 O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando verificar situação ou condição de

risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível. 10.7 � TRABALHOS ENVOLVENDO ALTA TENSÃO (AT)

10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta tensão, que exerçam suas

atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco, conforme Anexo I, devem atender ao disposto no item 10.8 desta NR. 10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de segurança, especifico em segurança no Sistema Elétrico de Potencia (SEP) e em suas proximidades, com currículo mínimo, carga horária e demais

determinações estabelecidas no Anexo II desta NR.

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10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de

Potencia � SEP, não podem ser realizados individualmente. 10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que interajam com o SEP, somente

pode ser realizado mediante ordem de serviço especifica para data e local, assinada por superior responsável pela área. 10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e a equipe, responsável pela

execução do serviço, devem realizar uma avaliação previa, estudar e planejar as atividades e ações a serem

desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade

aplicáveis ao serviço. 10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por profissional autorizado. 10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos limites estabelecidos como zona de risco,

conforme Anexo I desta NR somente pode ser realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos

conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento. 10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com identificação da condição da desativação, conforme procedimento de trabalho especifico padronizado. 10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente. 10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em atividades no

SEP devem dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o

centro de operação durante a realização do serviço. 10.8 � HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES

10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso reconhecido na área elétrica

reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. 10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe. 10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, simultaneamente:

a) receba capacitação sob a orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado; e b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições estabelecidas pelo profissional

habilitado e autorizado responsável pela capacitação. 10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa. 10.8.5 A empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita a qualquer tempo conhecer a abrangência da

autorização de cada trabalhador, conforme o item 10.8.4. 10.8.6 Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa condição consignada no sistema

de registro de empregado da empresa. 10.8.7 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem ser submetidos a exame de saúde

compatível com as atividades a serem desenvolvidas, realizado em conformidade com a NR 7 e registrado em seu

prontuário médico.

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10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir treinamento especifico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações

elétricas, de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR. 10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos constantes do

ANEXO II desta NR. 10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir:

a) troca de função ou mudança de empresa; b) Retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses; e c) Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e organização do

trabalho. 10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de reciclagem destinados ao atendimento das

alíneas �a�, �b� e �c� do item 10.8.8.2 devem atender as necessidades da situação que o motivou. 10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de treinamento especifico de acordo com risco

envolvido. 10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas desenvolvidas em zona livre e na

vizinhança da zona controlada, conforme define esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que

permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis. 10.9 � PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO

10.9.1 As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e

explosão conforme dispõe a NR 23 � Proteção Contra Incêndios. 10.9.2 Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de

ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto a sua conformidade, no âmbito do

Sistema Brasileiro de Certificação. 10.9.3 Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção

especifica e dispositivos de descarga elétrica. 10.9.4 Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser

adotados dispositivos de proteção como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes,

falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação. 10.9.5 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas somente poderão ser realizados mediante permissão

para o trabalho com liberação formalizada, conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente de risco que

determina a classificação da área.

10.10 � SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à

advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR-26 � Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre

outras, as situações a seguir:

a) identificação de circuitos elétricos;

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111

b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos; c) restrições e impedimentos de acesso; d) delimitações de áreas; e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas; f) sinalização de impedimento de energização; e g) identificação de equipamento ou circuito impedido.

10.11 � PROCEDIMENTOS DE TRABALHO

10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados em conformidade com procedimentos de

trabalho específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados por profissional que

atenda ao que estabelece o item 10.8 desta NR. 10.11.2 Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de serviço especificas, aprovadas por

trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a

serem adotados. 10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo de aplicação, base técnica,

competências e responsabilidades, disposições gerais, medidas de controle e orientações finais. 10.11.4 Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e saúde e a autorização de que trata o item 10.8

devem ter a participação em todo processo de desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho � SESMT, quando houver. 10.11.5 A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade com o treinamento ministrado, previsto no

Anexo II desta NR. 10.11.6 Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em condições de exercer a supervisão e condução

dos trabalhos. 10.11.7 Antes de iniciar trabalhos em equipe os seus membros, em conjunto com o responsável pela execução do

serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas no local, de

forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança aplicáveis ao serviço. 10.11.8 A alternância de atividades deve considerar a análise os riscos das tarefas e a competência dos trabalhadores

envolvidos, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho. 10.12 � SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

10.12.1 As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços com eletricidade devem constar do plano de

emergência da empresa. 10.12.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação cardio-respiratória. 10.12.3 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados às suas atividades, disponibilizando os

meios para a sua aplicação. 10.12.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar equipamentos de prevenção e combate a

incêndio existentes nas instalações elétricas.

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10.13 � RESPONSABILIDADES

10.13.1 As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são solidárias aos contratantes e contratados envolvidos. 10.13.2 É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados. 10.13.3 Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e serviços em eletricidade,

propor e adotar medidas preventivas e corretivas. 10.13.4 Cabe aos trabalhadores: a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no

trabalho; b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde; c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que considerar de risco para sua

segurança e saúde e a de outras pessoas.

10.14 � DISPOSIÇÕES FINAIS

10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente

o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis. 10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas instalações elétricas e

oferecer, de imediato, quando cabível, denúncia aos órgãos competentes. 10.14.3 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta NR, o MTE adotará as providências

estabelecidas na NR-3. 10.14.4 A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente à disposição dos trabalhadores que atuam em

serviços e instalações elétricas, respeitadas as abrangências, limitações e interferências nas tarefas. 10.14.5 A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à disposição das autoridades competentes. 10.14.6 Esta NR não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por extra-baixa tensão.

GLOSSÁRIO

1. Alta tensão (AT): tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases

ou entre fase e terra. 2. Área Classificada: local com potencialidade de ocorrência de atmosfera explosiva. 3. Aterramento Elétrico Temporário: ligação elétrica efetiva confiável e adequada intencional a terra, destinada a garantir

a equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica. 4. Atmosfera Explosiva: mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis na forma de gás,

vapor, névoa, poeira ou fibras, na qual após a ignição a combustão se propaga. 5. Baixa tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua e igual ou

inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

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6. Barreira: dispositivo que impede qualquer contato com partes energizadas das instalações elétricas. 7. Direito de recusa: instrumento que assegura ao trabalhador a interrupção de uma atividade de trabalho por considerar

que ela envolve grave risco para sua segurança e saúde ou de outras pessoas. 8. Equipamento de proteção coletiva (EPC): dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva,

destinado, a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros. 9. Equipamento Segregado: equipamento tornado inacessível por meio de invólucro ou barreira. 10. Extra-Baixa Tensão (EBT): tensão não superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua,

entre fases ou entre fase e terra. 11. Influências Externas: variáveis que devem ser consideradas da definição e seleção de medidas de proteção para

segurança das pessoas e desempenho dos componentes da instalação. 12. Instalação Elétrica: conjunto das partes elétricas e não elétricas associadas e com características coordenadas entre si,

que são necessárias ao funcionamento de uma parte determinada de um sistema elétrico. 13. Instalação Liberada para Serviços (BT/AT): aquela que garanta as condições de segurança ao trabalhador por meio

de procedimentos e equipamentos adequados desde o início até o final dos trabalhos e libertação para uso. 14. Impedimento de Reenergização: condição que garante a não energização do circuito através de recursos e

procedimentos apropriados, sob controle dos trabalhadores envolvidos nos serviços. 15. Invólucro: envoltório de partes energizadas destinado a impedir qualquer contato com partes internas. 16. Isolamento Elétrico: processo destinado a impedir a passagem de corrente elétrica, por interposição de materiais

isolantes. 17. Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não impede o contato direto por ação deliberada. 18. Perigo: situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou dano à saúde das pessoas por

ausência de medidas de controle. 19. Pessoa Advertida: pessoa informada ou com conhecimento suficiente para evitar os perigos da eletricidade. 20. Procedimento: seqüência de operações a serem desenvolvidas para realização de um determinado trabalho, com a

inclusão dos meios materiais e humanos, medidas de segurança e circunstâncias que impossibilitem sua realização. 21.Prontuário: sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica de informações pertinentes às instalações e

aos trabalhadores. 22. Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas. 23. Riscos Adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos elétricos, específicos de cada ambiente ou

processos de trabalho que, direta ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho. 24. Sinalização: procedimento padronizado destinado a orientar, alertar, avisar e advertir. 25. Sistema Elétrico: circuito ou circuitos elétricos inter-relacionados destinados a atingir um determinado objetivo. 26. Sistema Elétrico de Potência (SEP): conjunto das instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e

distribuição de energia elétrica até a medição, inclusive. 27. Tensão de Segurança: extra-baixa tensão originada em uma fonte de segurança. 28. Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que

manipule.

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114

29. Travamento: ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo de manobra fixo numa determinada

posição, de forma a impedir uma operação não autorizada. 30. Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive acidentalmente, de

dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho. 31. Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de

acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados.

ANEXO I

ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA

Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.

Faixa de tensão nominal da

instalação elétrica em kV Rr � Raio de delimitação

entre zona de risco e controlada em metros

Rc � Raio de delimitação

entre zona controlada e livre em metros

<1 0,20 0,70 1 e <3 0,22 1,22 3 e <6 0,25 1,25 6 e <10 0,35 1,35 10 e <15 0,38 1,38 15 e <20 0,40 1,40 20 e <30 0,56 1,56 30 e <36 0,58 1,58 36 e <45 0,63 1,63 45 e <60 0,83 1,83 60 e <70 0,90 1,90 70 e <110 1,00 2,00 110 e <132 1,10 3,10 132 e <150 1,20 3,20 150 e <220 1,60 3,60 220 e <275 1,80 3,80 275 e <380 2,50 4,50 380 e <480 3,20 5,20 480 e <700 5,20 7,20

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115

Figura 1 � Distancias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre.

Figura 2 � Distancias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre, com interposição de

superfície de separação física adequada. ZL = Zona livre ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados. ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos

apropriados ao trabalho. PE = Ponto da instalação energizado. SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança

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116

ANEXO II

TREINAMENTO

1. CURSO BÁSICO � SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

I � Para os trabalhadores autorizados carga horária mínima � 40h: Programação Mínima:

1. Introdução à segurança com eletricidade. 2. Riscos em instalações e serviços com eletricidade: a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos; b) arcos elétricos; queimaduras e quedas; c) campos eletromagnéticos. 3. Técnicas de Análise de risco. 4. Medidas de controle de Risco Elétrico: a) desenergização b) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário; c) equipotencialização; d) seccionamento automático da alimentação; e) dispositivos a corrente de fuga; f) extra baixa tensão; g) barreiras e invólucros; h) bloqueios e impedimentos: i) obstáculos e anteparos; j) isolamento das partes vivas; k) isolação dupla ou reforçada; l) colocação fora de alcance; m) separação elétrica. 5. Normas Técnicas Brasileiras � NBR da ABNT: NBR 5410, NBR 14039 e outras; 6. Regulamentação do MTE: a) NRs; b) NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade); c) Qualificação; habilitação; capacitação e autorização. 7. Equipamentos de proteção coletiva. 8. Equipamentos de proteção individual. 9. Rotinas de trabalho � Procedimentos. a) instalações desenergizadas; b) liberação para serviços; c) sinalização; d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento; 10. Documentação de instalações elétricas. 11. Riscos adicionais: a) altura; b) ambientes confinados; c) áreas classificadas; d) umidade; e) condições atmosféricas.

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12. Proteção e combate a incêndios: a) noções básicas; b) medidas preventivas; c) métodos de extinção; d) prática; 13. Acidentes de origem elétrica: a) causas diretas e indiretas; b) discussão de casos 14. Primeiros socorros: a) noções sobre lesões; b) priorização do atendimento; c) aplicação de respiração artificial; d) massagem cardíaca; e) técnicas para remoção e transporte de acidentados; f) práticas. 15. Responsabilidades. 2. CURSO COMPLEMENTAR � SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) E EM

SUAS PROXIMIDADES.

É pré-requisito para freqüentar este curso complementar, ter participado, com aproveitamento satisfatório, do curso

básico definido anteriormente. Carga horária mínima � 40h. (*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as condições de trabalho características

de cada ramo, padrão de operação, de nível de tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de

atividade, sendo obedecida à hierarquia no aperfeiçoamento técnico do trabalhador. I � Programação Mínima: 1. Organização do sistema elétrico de Potência � SEP. 2. Organização do trabalho: a) programação e planejamento dos serviços; b) trabalho em equipe; c) prontuário e cadastro das instalações; d) métodos de trabalho; e e) comunicação. 3. Aspectos comportamentais. 4. Condições impeditivas para serviços. 5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*); a) proximidade e contatos com partes energizadas; b) indução; c) descargas atmosféricas; d) estática; e) campos elétricos e magnéticos; f) comunicação e identificação; e g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais. 6. Técnicas de análise de risco no SEP. (*)

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7. Procedimentos de trabalho � análise e discussão. (*) 8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*) a) em linha viva; b) ao potencial; c) em áreas internas; d) trabalho à distância; e) trabalhos noturnos; e f) ambientes subterrâneos. 9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação verificação, ensaios) (*). 10. Sistemas de proteção coletiva (*). 11. Equipamentos de proteção individual (*). 12. Posturas e vestuários de trabalho (*). 13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos (*). 14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*). 15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*). 16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados (*). 17. Acidentes típicos (*) � Análise, discussão, medidas de proteção. 18. Responsabilidades (*).

ANEXO III

PRAZOS PARA CUMPRIMENTO DOS ITENS DA NORMA REGULAMENTADORA Nº 10

1. prazo de seis meses: 10.3.1; 10.3.6 e 10.9.2; 2. prazo de nove meses: 10.2.3; 10.7.3; 10.7.8 e 10.12.3; 3. prazo de doze meses: 10.2.9.2 e 10.3.9; 4. prazo de dezoito meses: subitens 10.2.4; 10.2.5, 10.2.5.1 e 10.2.6; 5. prazo de vinte e quatro meses: subitens 10.6.1.1; 10.7.2; 10.8.8 e 10.11.1.

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7- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA � EPC

EPC é todo dispositivo ou produto, de uso Coletivo utilizado pelo trabalhador, destinado à

proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Em todos os serviços executados em instalações elétricas, devem ser previstas e adotadas,

prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, às

atividades a serem desenvolvidas de forma a garantir a segurança e a saúde dos

trabalhadores. As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente a desenergização elétrica e

na sua impossibilidade o emprego de tensão de segurança, conforme estabelecido na NR-10.

7.1- MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

7.1.2- Aterramento Temporário

O aterramento temporário é feito quando vai se trabalhar em redes desenergizadas. Trata-se de uma medida de segurança para a vida do trabalhador, pois evita que ocorra

acidentes caso a linha seja energizada indevidamente por um fator aleatório. Tem-se, portanto que o simples desligamento de uma linha de distribuição não garante a

segurança do eletricista, e o aterramento provisório das fases da rede de AT é

fundamental para que as condições adequadas de trabalho sejam obtidas.

Aterramento temporário em redes de Alta tensão

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Antes da instalação do conjunto de aterramento provisório o eletricista deve certificar-se que a linha encontra-se desenergizada, com auxílio de um detector de tensão acoplado a

uma vara de manobra. Uma vez feito este teste procede-se a sequência de ligações de

conectores de cabos de aterramento provisórios: 7.1.3- Detector de Tensão

Equipamento usado para identificação de ausência de tensão antes da instalação de

aterramento temporário.

Aterramento temporário em redes de Baixa tensão

Page 121: Nr 10 curso básico

121

7.1.4- Travas e Bloqueadores

7.1.5- Mantas de Borracha

Garra de Travamento de Alta Visibilidade

Garra de Travamento com cadeados

Trava Para Disjuntores

Trava Para Disjuntores

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7.1.6- Cone de Borracha para Sinalização

Material de segurança usado para sinalização e proteção do local de trabalho é fornecido

nas cores Laranja e Branco / Preto e Amarelo.

7.1.7- Fita Zebrada para Segurança

Material de segurança usado para isolamento do local de trabalho é fornecida em rolos 7

cm x 185 metros no cor amarela e preta.

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8- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na Norma Regulamentadora nº 6, da

portaria 3.214, considera-se Equipamento de Proteção Individual � EPI todo dispositivo ou

produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis

de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

A NR-6 estabelece as disposições legais relativas aos EPIs, com redação dada pela portaria nº

25, de 15 de outubro de 2001.

Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual todo aquele composto por

vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam

ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no

trabalho.

O Equipamento de Proteção Individual de fabricação nacional ou importado, só poderá ser

posto à venda ou utilizado com indicação do certificado de aprovação � CA, expedido pelo

órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do

Trabalho e Emprego - MTE.

A empresa é obrigada a fornecer, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de

conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos

de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

c) Para atender a situações de emergência.

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124

8.1- Em casos de empresas terceirizadas:

A Contratada é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) em perfeito estado de conservação e funcionamento necessários à

execução das tarefas com segurança.

Obriga-se a Contratada quanto ao EPI, a:

- Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;

- Fornecer ao empregado, mediante recibo, somente EPI aprovado pelo Ministério do

Trabalho e Emprego e de Empresas cadastradas no MTE;

- Ao adquirir o EPI deve solicitar ao fornecedor o Certificado de Aprovação � CA que possui validade de 5 anos;

- O certificado de Aprovação deverá ser apresentado a contratante pela contratada sempre

que for por esta exigida;

- Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado;

- Para cada atividade a ser desenvolvida, serão exigidos (EPI´s) com características

próprias, normatizados pela contratante, Entidade Técnica Nacional ou Internacional.

- Tornar o uso do EPI obrigatório;

- Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;

- Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;

- Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada no EPI.

8.2- Os procedimentos recomendam que seja preenchida uma Ficha de Controle de fornecimento do EPI (ver Termo de Responsabilidade mostrado a seguir).

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IDENTIFICAÇÃO

DA EMPRESA CONTRATADA

TERMO DE RESPONSABILIDADE DE RECEBIMENTO, USO E GUARDA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÂO INDIVIDUAL - EPI

NOME: IDENTIFICAÇÃO:

LOCAL DE TRABALHO: FUNÇÃO:

TERMO DE RESPONSABILIDADE

Eu, abaixo assinado, estou ciente de todos os efeitos previstos na Legislação, e de ter

recebido gratuitamente após orientação de uso e aplicação dada pelo Serviço Especializado

em Segurança e Medicina do Trabalho da Empresa acima indicada. O (s) Equipamento (s)

de Proteção Individual abaixo descrito (s) e designado (s) como �EPI� o (s) qual (ais) obrigo-me a usa-lo (os) sistematicamente em meu trabalho, mediante ainda, os termos seguintes: a) O EPI será usado unicamente para finalidade a que se destina; b) Estou ciente, e de pleno acordo que a falta de uso do (s) EPI (s) fornecido (s) pela Empresa, constitui ato faltoso, sujeito às sanções disciplinares previstas na Legislação

pertinente ao assunto, nas Normas de Segurança da Empresa;

c) Responsabilizar-me-ei integralmente pela guarda, conservação e higienização do (s)

EPI (s) que me for (em) confiado (s);

d) Estando de acordo com os termos acima, assino o presente de livre e espontânea

vontade. Local: Data; / / Assinatura..................................

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Equipamentos de Proteção de Uso Individual � EPI

8.3- Capacete de Segurança

Informativo Técnico � Segurança do Trabalho � Assunto: Capacete de segurança. Definição: Dispositivo usado para proteger a cabeça, constituído essencialmente pelos

seguintes componentes: Casco: Parte rígida do capacete formada por copa e aba;

Copa: Parte superior do casco;

Suspensão: Armação interna do capacete, constituída por carneira e coroa;

Carneira: Parte da suspensão que circunda a cabeça;

Tira Absorvente: Parte da carneira, revestida de material absorvente de suor, que fica em contato com a testa;

Coroa: Conjunto de tiras ou outros dispositivos que, repousado sobre a cabeça, destina-se à

absorção de impacto; Jugular: Tira ajustável, fixada ao casco, que passando sob o queixo, auxilia a fixação do

capacete à cabeça.

A NR-10 determina que a utilização do capacete de segurança é obrigatória para a proteção do

crânio nos trabalhos sujeitos a:

Capacete de Aba Total

Coroa ou carneira

Jugular

Copa

Tira Absorvente

Aba

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127

1) Agentes meteorológicos / trabalho a céu aberto;

2) Impactos provenientes de quedas, projeção de objetos ou outros;

3) Queimaduras ou choque elétrico.

8.3.1 - Classes

Como vimos existem duas classes de capacetes:

Classe �A� � Destina-se a uso geral, exceto em trabalhos com energia elétrica;

Classe �B� � Destina-se a uso geral, inclusive para trabalhos com energia elétrica;

Classe �A� / �B� � Atende as duas especificações anteriores.

Capacete de Segurança Tipo Classe A

Capacete de Segurança Tipo Classe B

8.3.2 - Durabilidade:

Um capacete bem cuidado poderá durar aproximadamente no mínimo 5 (cinco) anos.

Enquanto ficar armazenado (estoque), em ambiente seco, limpo e ao abrigo da luz direta do

sol, sua vida útil de prateleira é de mais de 10 (dez) ano0s, porém, após 5 (cinco) anos,

Capacete de Aba Frontal

Capacete de Aba Frontal

Capacete de Aba Total

Capacete de Segurança Tipo Classe A.B

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recomenda-se ensaiar o lote por amostragem, antes de colocar o capacete em uso, afim de

garantir sua integridade. Os ensaios e a quantidade de amostras a serem ensaiadas estão

definidos na norma NBR 8221-ABNT.

8.3.3 - Conservação:

Uma vez colocados em uso, o capacete deve ser utilizado exclusivamente para a finalidade a

que se destina.

É expressamente proibido fazer furos no casco, ou quaisquer alterações estruturais na

suspensão (carneira).

Para efetuar limpeza, não deve ser usado material abrasivo, pois com a adoção dessa prática,

poderá acarretar a diminuição das resistências mecânica e elétrica originais.

Para higienização do equipamento, deve-se utilizar sabão neutro e secar à sombra.

Se o capacete é usado regularmente ao ar livre, sob a luz direta do sol, recomenda-se ensaiar

a cada 3 (três) anos de uso, seguindo-se os procedimentos estabelecidos pela NBR 8221 �

ABNT. 8.3.4 - Identificação:

O mês e ano de fabricação do capacete, o número de Certificado de Aprovação � CA emitido pelo MTE, a classe, bem como o nome do fabricante ou importador deverão estar impressos

em caracteres indeléveis na parte interna do casco. 8.3.5 - Cores utilizadas: Laranja � Usado em trabalho interno e externo (uso geral), exceto Supervisão: Branca � Usado em trabalho interno e externo, exclusivamente pela Supervisão

(Responsáveis de Turma, Encarregados, Técnicos, Engenheiros, Gerentes e Diretores); Vermelha � Usado exclusivamente por integrantes de Brigada de Incêndio.

8.3.6- Conjugado Tipo Capacete de Segurança e Protetor Auditivo

Capacete de segurança, tipo ABA FRONTAL, injetado em plástico de polietileno de alta

densidade, com fendas laterais para acoplagem de acessórios, nas cores branca, azul escuro,

amarela, vermelha e laranja. Composto de suspensão em plástico de polietileno de média

densidade e coroa composta de três cintas de náilon cruzadas, fixas ao caco através de seis

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pontos de encaixe, com tira absorvente de suor confeccionada de espuma e fixa na carneira,

com ou sem regulagem de tamanho através de catraca. Ao capacete é acoplado o seguinte

acessório:

Protetor auditivo Circum-auricular, que é composto de duas

conchas de material plástico rígido preenchidas com espuma

fixadas a duas hastes plásticas móveis, que por sua vez,

encaixa nas fendas laterais.

Proteção da cabeça do usuário contra impactos e perfurações

provenientes de quedas de objetos e quando dotados de

protetores auditivos Circum-Auricular pode também ser

utilizado para proteção contra ruídos.

8.4- Óculos de Segurança

Óculos de segurança, constituídos de armação convencional de náilon, protetores laterais de

material plástico multiperfurado, transparente, haste tipo espátula de náilon ou meias hastes de

náilon, lentes de policarbonato incolor, verde claro ou verde escuro.

Proteção dos olhos do usuário, contra impactos de partículas volantes multidirecionais e

luminosidade intensa frontal, quando utilizados com as lentes verdes.

8.4.1- Higienização

� Lavar com água e sabão neutro; � Secar com papel absorvente. OBS.: O papel não poderá ser friccionado na lente para não riscá-la.

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8.5- Protetor Auditivo

Proteção auditiva do usuário contra ruídos superiores a 85 dB. 8.5.1- Higienização

� Lavar com água e sabão neutro, exceto as espumas internas das conchas. 8.5.2- Conservação

� Armazenar na embalagem adequada, protegido da ação direta de raios solares ou quaisquer

outras fontes de calor; � Para o tipo concha, substituir as espumas (internas) e almofadas (externas) das conchas, quando estiverem sujas, endurecidas ou ressecadas. 8.4- Protetor Facial de Segurança

Protetor facial de segurança constituído com carneira de plástico, com regulagem de tamanho

através de catraca, acoplada á coroa de plástico por meio de dois parafusos de plástico, visor

de policarbonato nas tonalidades incolor, verde 3,0 e verde escuro 5,0. Proteção da face do usuário contra impactos de partículas volantes multidirecionais e respingos

de líquidos.

Tipo Concha Tipo Inserção

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8.6.1- Higienização

Do protetor facial � Lavar com água e sabão neutro; � Secar com papel absorvente. OBS.: O papel não poderá ser friccionado no protetor para não riscá-lo. � Evitar atrito nas partes externas, acondicionamento inadequado e contato com substâncias

químicas. 8.6.2- Conservação

� Evitar atrito nas partes externas, acondicionamento inadequado e contato com substâncias

químicas. 8.7- Máscara de Segurança

Proteção das vias respiratórias contra poeira, fumaças, gases e vapores tóxicos.

Respirador Descartável

Respirador de Peça Semifacial

Respirador de Peça Facial

Máscara de Adução de ar

Equipamentos Autônomos de Ar

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Protegem contra a falta de oxigênio e temperaturas externas, além de altas

concentrações de pó, fumaça, névoa, gases e vapores.

8.8- Cinturão Tipo Pára-Quedista e Talabarte de Segurança

Cinturão de segurança, tipo pára-quedista, confeccionado em cadarço de material sintético,

com meia argola em �D� de aço forjado, posicionada nas costas na altura dos ombros, regulável ao cinto através de dois passantes de couro, três fivelas duplas sem pino,

confeccionada de aço estampado e utilizada para ajuste, sendo uma das extremidades através

de entrelaçamentos e outra extremidade formada por uma alça entrelaçada, fixa na argola em

�D�. Proteção do usuário contra risco de queda de altura.

8.9- Trava Quedas

8.9.1- Finalidade

Utilizado para proteção do empregado contra queda em serviços onde exista diferença de

nível, em conjunto com cinturão de segurança tipo pára-quedista.

Ponto de fixação

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8.9.2- Higienização

� Após o uso, escovar as partes metálicas. Conservação � Armazenar protegido da umidade e ação direta dos raios solares; � Manter afastado de produtos químicos; � Se molhado, secar a sombra em local ventilado. 8.10- Calçados de Segurança

8.10.1- Calçado de Segurança Impermeável

Bota de segurança impermeável confeccionada em PVC injetado, forrada em náilon texturizado, tipo meio cano. Proteção dos pés do usuário contra umidade proveniente de

operações com uso de água. 8.10.1.1- Higienização

� Lavar com água e sabão neutro; � Secar interna e externamente com papel toalha ou pano. 8.10.1.2- Conservação

� Armazenar em local protegido da umidade, ação direta de raios solares, produtos químicos,

solventes, vapores e fumos; � Não dobrar para não deformar. 8.10.2- Calçado de Segurança Tipo Sapato

Sapato de segurança confeccionado em couro acabado, forrado com material não tecido, palmilha de couro, atacador

em algodão e solado poliuretano monodensidade. 8.10.2.1- Finalidade

Proteção dos pés do usuário em locais onde não haja riscos de quedas de materiais e ou

objetos pesados sobre os artelhos.

Utilizado também para proteção dos pés contra torção, escoriações, derrapagens e umidade.

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8.10.2.2- Conservação e Higienização

� Armazenar em local limpo, livre de poeira e umidade; � Se molhado, secar a sombra; � Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros.

8.10.3- Calçado de Segurança Tipo Botina

Botina de segurança confeccionada em couro curtida ao

cromo, elástico nas laterais, palmilha de montagem em couro

reconstituído, sem biqueira de aço e solado de borracha com resistência ao calor por contato até 300°C. 8.10.3.1- Finalidade

Proteção dos pés do usuário contra riscos de natureza leve e contra agentes térmicos (calor

de contato).

Utilizado também para proteção dos pés contra torção, escoriações, derrapagens e umidade. 8.10.3.2- Conservação e Higienização

� Armazenar em local limpo, livre de poeira e umidade; � Se molhado, secar a sombra; � Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros. 8.10.4- Calçado de Segurança Tipo Coturno

Coturno de segurança confeccionado em vaqueta curtida ao

cromo hidrofugada, gáspea forrada em raspa, palmilha de

montagem em couro no sistema Strobel, cadarço, ilhós e solado

bicomponentes borracha/poliuretano injetado direto ao cabedal. 8.10.4.1- Finalidade Proteção dos pés do usuário em trabalhos onde não haja risco de queda de materiais e ou

objetos pesados sobre os artelhos.

Utilizado também para proteção dos pés contra torção, escoriações, derrapagens e umidade.

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8.10.4.2- Conservação e Higienização

� Armazenar em local limpo, livre de poeira e umidade; � Se molhado, secar a sombra; � Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros. 8.10.5- Perneira de segurança

8.10.5.1- Finalidade

Utilizada para proteção das pernas contra objetos perfurantes, cortantes e ataque de animais peçonhentos. 8.10.5.2- Conservação e Higienização

� Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros; � Armazenar em local limpo, livre de poeira e umidade; � Se molhado, secar a sombra; � Nunca secar ao sol (pode causar efeito de ressecamento). 8.11- Luvas

8.11.1- Luva de Raspa e Vaqueta

Luva de raspa, punho com costura de algodão com reforço. 8.11.1.2- Finalidade

Utilizada para proteção das mãos e braços do empregado contra

agentes abrasivos e escoriantes e não envolvam o uso de

eletricidade. 8.11.1.3- Higienização

� Limpar com pano limpo e umedecido em água, secando a sombra. 8.11.1.4- Conservação

� Armazenar protegida das fontes de calor; � Se molhada ou úmida, secar a sombra; � Nunca secar ao sol (pode causar efeito de ressecamento).

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8.11.2 - Luva de Vaqueta

8.11.2.1- Finalidade

Utilizada para proteção das mãos e punhos contra agentes

abrasivos e escoriantes. 8.11.2.2- Higienização

� Limpar utilizando pano limpo, umedecido em água e secar a sombra. 8.11.2.3- Conservação

� Armazenar protegida da ação direta de raios solares ou quaisquer outras fontes de calor; � Se molhada ou úmida, secar a sombra; � Nunca secar ao sol (pode causar efeito de ressecamento).

8.11.3- Luva Isolante de Borracha Natural

Luva isolante de borracha natural na cor preta, conforme a norma ANSI/ASTMD.120.94.

4.11.3.1- Classe de tensão:

00 (Tarja Bege) � Tensão de utilização 500 Volts. 0 (Tarja Vermelha) - Tensão de utilização 1.000 Volts. 1 (Tarja Branca) � Tensão de utilização 7.500 Volts.

2 (Tarja Amarela) � Tensão de utilização 17.000 Volts.

3 (Tarja Verde) � Tensão de utilização 26. 500 Volts.

4 (Tarja Laranja) � Tensão de utilização 36.000 Volts.

NOTA: As luvas de borrachas são utilizadas em atividades que envolvam o uso de eletricidade.

Page 137: Nr 10 curso básico

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8.11.3.2- Higienização

� Lavar com água e detergente neutro; � Enxaguar com água; � Secar ao ar livre e a sombra; � Polvilhar, externa e internamente, com talco industrial. 8.11.3.3- Conservação

� Armazenar em bolsa apropriada, sem dobrar, enrugar ou comprimir; � Armazenar em local protegido da umidade, ação direta de raios solares, produtos químicos,

solventes, vapores e fumos. ATENÇÃO:

Antes do uso, realizar o teste de inflamento para avaliação visual da luva em busca de rasgos, furos, ressecamentos, etc.

Ensaio de Tensão Aplicada em Luvas de Borracha

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8.11.3.4- Tabela - Tensões de ensaios e trabalhos de luvas isolantes

Corrente Máxima de Fuga (mA)

Luvas de Classe

Cor de Rótulo

Tensões Aplicadas

(AC) Durante 3 minutos

267 mm 356 mm 406 mm 457 mm

Tensão de Trabalho (CA)

V(r.m.s)

0.0 Bege 2.500 6 10 12 14 500

0 Vermelha 5.000 8 12 14 16 1.000

1 Branca 10.000 14 16 18 7.500

2 Amarela 20.000 16 18 20 17.000

3 Verde 30.000 18 20 22 26.500

4 Laranja 40.000 22 24 36.000

8.11.4- Luvas de Cobertura

Usada como proteção para as luvas de borracha

8.11.4.1- Higienização

� Limpar utilizando pano limpo, umedecido em água e secar a sombra. 8.11.4.2- Conservação

� Armazenar protegida de fontes de calor; � Se molhada ou úmida, secar a sombra.

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8.12- Vestimentas de Segurança

Vestimenta de Proteção Contra Chuva

8.12.1- Finalidade

Utilizada para proteção do corpo

contra chuva, umidade e produto químico. 8.12.1.2- Higienização

� Lavar, sacudir e passar pano limpo e seco nas partes molhadas; � Quando sujo de barro limpar com pano umedecido com água e detergente neutro; � Quando sujo de graxa limpar com pano umedecido com álcool. 8.12.1.3- Conservação

� Acondicionar em sacos plásticos fechados a fim de evitar que sejam danificados; � Acondicionar em local protegido da umidade, ação direta de raios solares, produtos químicos,

solventes, vapores e fumos.

8.12.2- Vestimenta de Proteção Tipo Apicultor

8.12.2.1- Finalidade

Utilizada para proteção contra picadas de abelhas,

vespas, marimbondos, etc. 8.12.2.1- Higienização

� Lavar com água e sabão neutro.

8.12.2.2- Conservação

� Acondicionar limpo e dobrado na sacola original; � Se molhado, secar ao sol.

8.12.3- Vestimenta de Proteção Térmica

As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades considerando-se, também, a

condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas. 8.12.3.1- Finalidade

Utilizada para proteção contra chama ou arco elétrico acidental.

Page 140: Nr 10 curso básico

140

A roupa de proteção térmica deve:

- Proporcionar tempo de fuga; - Reduzir as queimaduras; - Aumentar as chances de sobrevivência; - Não derreter nem manter a chama após o flash; - Não rasgar durante a exposição ao arco elétrico; - Isolar o usuário contra o calor; - Proporcionar resistência às chamas de forma permanente. CUIDADO LEIA ANTES DE USAR

. Este produto foi desenvolvido para reduzir as possibilidades de lesões por queimaduras

causadas por chamas ou por arco elétrico. No entanto, nenhum equipamento de proteção

individual pode, por si só, eliminar os riscos de lesões por queimaduras. Este produto deve ser

utilizado como parte das suas práticas gerais de segurança. . Este produto não está projetado para proteger contra respingos de metal derretido e nem contra a exposição a agentes químicos. . O usuário deve usar o tamanho correto do produto para proteção apropriada. O produto deve

cobrir totalmente os punhos (mangas) e os tornozelos (calças) e, quando necessário, a cabeça

(capuz). Quando existirem fechos (botão, zíper, velcro), estes devem ser usados totalmente

fechados. A DuPont não oferece garantias expressas ou implícitas com respeito a este

produto, incluindo entre outras, nenhuma garantia de comercialização ou utilização para

qualquer uso em particular. É de responsabilidade do usuário, para verificar se o produto está em boas condições para ser

utilizado. Não retirar a etiqueta.

Categoria de risco 1

ATPV= 6,4 (cal/cm²)

Categoria de risco 2B

ATPV= 18 (cal/cm²)

Categoria de risco 4

ATPV= acima de 40 (cal/cm²)

ETIQUETA

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141

8.13- Colete de Segurança

8.13.1- Finalidade

Utilizado para sinalização do empregado facilitando a visualização de sua presença, quando em trabalhos nas

vias públicas. 8.13.2- Higienização

� Quando sujo de barro limpar com pano umedecido com água e detergente neutro; � Quando sujo de graxa limpar com pano umedecido com álcool. 8.13.3- Conservação

� Armazenar em saco plástico fechado, a fim de evitar que seja danificado; � Manter limpo, seco, e isento de óleo ou graxa; � Manter em local protegido da ação direta dos raios solares ou quaisquer outras fontes de

calor e de produtos químicos; � Manter em local com temperatura ambiente inferior a 40ºC.

8.14- Protetor Solar

8.14.1- Finalidade

� Utilizado para proteção do empregado contra ação dos

raios solares. 8.14.2- Conservação

� Manter a embalagem fechada, protegida da luz e calor. OBS.: Uso conforme prescrição médica.

NOTA:

1)- É vedados o uso de adorno pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em

suas proximidades.

2)- EPI´s NUNCA SUBSTITUEM AS PRÁTICAS DE TRABALHO COM SEGURANÇA.

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142

9- ROTINAS DE TRABALHO - PROCEDIMENTOS

9.1- FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS

As ferramentas e equipamentos devem ser de boa qualidade, estarem em perfeito estado de conservação e adequadas para o serviço a qual se destinam. As ferramentas e equipamentos para serem utilizadas em tarefas específicas, devem ser adquiridos pela Contratada sem ônus para a Contratante, não sendo permitida

improvisações. As ferramentas manuais utilizadas nos serviços em instalações elétricas devem ser

eletricamente isoladas, merecendo especiais cuidados as ferramentas e outros equipamentos destinados a serviços em instalações elétricas sob tensão. OBS.:

9.1.1- Antes da liberação para os serviços em circuitos desenergizados são

adotados, nesta ordem, os procedimentos de:

a) seccionamento; b) Impedimento de reenergização; c) Constatação da ausência de tensão por detectores de tensão; c) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos

circuitos; d) Proteção dos elementos existentes na zona controlada; e) Instalação da sinalização de impedimento de energização.

9.1.2- A reenergização do circuito é precedida dos seguintes procedimentos:

a) Retirada de todas as ferramentas, b) Equipamentos e utensílios;

c) Retirada, da zona controlada, de todos os trabalhadores não envolvidos no processo

de energização; d) Remoção da sinalização de impedimento de energização; e) Remoção do aterramento temporário da equipotencialização e das proteções

adicionais;

Page 143: Nr 10 curso básico

143

f) Destravamento se houver; g) Religação dos dispositivos de seccionamento. 9.2- CUIDADOS:

- Foram tomados cuidados especiais quanto ao risco de contatos eventuais e de indução

elétrica? - Há comunicação entre as equipes de campo e entre estas e o setor de liberação do

serviço? - Os dispositivos de desligamento e manobra dos circuitos das instalações elétricas são

bloqueados ou travados por meios elétricos ou mecânicos e sinalizados na execução de

serviços em linha desenergizada? - Os dispositivos de desligamento e manobra das instalações elétricas possuem adequada

identificação de posição "ligada" e "desligada"? - Em ambientes fechados há monitoramento permanente de substância que cause asfixia,

explosão ou intoxicação de trabalhadores? - Em ambientes fechados há ventilação local de exaustão? - Em ambientes fechados há ventilação geral que garanta de forma permanente a renovação contínua do ar? - Em ambientes fechados há dispositivos que possibilitem meios seguros de resgate do

trabalhador? - Os trabalhadores portam identificação contendo nome, função e autorização para as

atividades a que estão aptos a exercer? - Os trabalhadores exercem múltiplas funções? - As atividades são executadas com premência de tempo ou sob formas de controle da

produção com repercussão sobre a segurança ou saúde dos trabalhadores?

- Salvo restrições técnicas documentadas, todas as partes condutoras das instalações

elétricas, máquinas e equipamentos não destinadas à condução de eletricidade

encontram-se aterradas?

- Os estabelecimentos e instalações oferecem espaço suficiente para trabalho seguro? - As instalações, equipamentos e condutores elétricos acessíveis a contatos eventuais se

encontram adequadamente isolados? - Os estabelecimentos, canteiros de obras e veículos de transporte dos trabalhadores

possuem proteção adequada contra incêndio?

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144

9.3- TRANSPORTE

O veículo para transporte de equipamentos e empregados deve estar em perfeito estado de conservação, funcionamento e atender todas as exigências estabelecidas pelo Código

Nacional de Trânsito Brasileiro. O veículo com equipamento de guindaste, escada hidráulica ou mecânica, cesta aérea,

perfuratriz e outros, deve ser operado por empregado devidamente treinado e habilitado e ser utilizado somente para as atividades a que se destina. 9.3.1- O transporte de Empregados Não será permitido: - Que empregados viagem em compartimento de carga, salvo por motivo de força maior,

com permissão da autoridade competente e na forma estabelecida pelo CONTRAN,

conforme alínea II, artigo 230 da Lei 9.503 de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito

Brasileiro); - O acesso à carroceria, a não ser em escada apropriadas para este fim; - Que empregados viagem nos estribos ou com qualquer parte do corpo fora do veículo; - Subir ou descer do veículo em movimento; - Que mais de 2 (duas) pessoas viajem ao lado do motorista. OBS.:

1- Os materiais e equipamentos que forem colocados no interior da carroceria ou sobre a plataforma do veículo devem ser devidamente acondicionados e fixados, de modo a não

cair ou deslocar-se e não dificultar a passagem dos empregados em serviços. 2- Os veículos de transporte são adequados ao risco da atividade e estão em perfeito

estado de funcionamento? 3- Os veículos de transporte de trabalhadores atendem aos requisitos de espaço

adequado e assento para acomodação dos obreiros? 4- Os veículos de transporte são dotados de copos individuais e recipientes com água

potável para consumo pelos trabalhadores? 5- As áreas de trabalho são delimitadas e sinalizadas? 6- Os estabelecimentos, canteiros de obras e alojamento possuem adequadas condições

sanitárias e de conforto, conforme NR-24?

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145

9.4- ETAPAS DA INSPEÇÃO DE SEGURANÇA 9.4.1- Observação A inspeção de segurança em instalações elétricas deve ser feita com senso crítico,

buscando detalhes e informações de todo o processo de trabalho, além da investigação

visual. 9.4.2- Informação Qualquer irregularidade apontada, se possível, deve ser discutida na hora, principalmente

quando a situação é grave, buscando solução antes da ocorrência, no momento da

detecção do problema. 9.4.3- Registro Os itens levantados devem ser anotados com clareza, relatando os problemas, descrevendo os perigos e sugerindo medidas preventivas corretivas. 9.4.4- Encaminhamento As recomendações devem ser enviadas aos setores competentes para as medidas

cabíveis. 9.4.5- Acompanhamento As propostas para solução dos problemas apontados deverão ser acompanhadas até a

sua efetiva execução.

.

Page 146: Nr 10 curso básico

146

10- RESPONSABILIDADES 10.1- LAUDOS DE CONFORMIDADE, REGISTROS E RELATÓRIOS DE INSPEÇÕES

10.1.1- Considerações Iniciais

Dentre as exigências do novo texto da Norma Regulamentadora nº 10, do Ministério do

Trabalho e Emprego em seu item 10.2, estão as medidas de controle ao risco elétrico e

de outros riscos adicionais em forma de um Prontuário de Instalações Elétricas, o qual deve ser revisado e atualizado sempre que ocorrerem alterações nos sistemas elétricos. Dessa forma, buscando oferecer uma ferramenta de auxílio em relação ao cumprimento

desse item da Norma, apresentamos a seguir um roteiro para elaboração de um Laudo

Técnico das Instalações Elétricas. Considerando que a NR-10 está intimamente vinculada às normas técnicas oficiais, este

roteiro tem por base algumas das prescrições estabelecidas pela NBR 5410 - Instalações

Elétricas de Baixa Tensão, em sua edição de 1997, norma esta editada pela ABNT -

Associação Brasileira de Normas Técnicas. 10.2- CONTEÚDO SUGERIDO PARA O LAUDO TÉCNICO DAS INSTALAÇÕES

ELÉTRICAS

O Laudo Técnico, segundo o modelo aqui sugerido, deverá abranger os seguintes itens:

a) Documentação da Instalação (Item 6.1.8 da NBR 5410); b) Manual do Usuário da Instalação (Item 6.1.8.3 da NBR 5410); c) Inspeção Visual (Item 7.2.1 da NBR 5410); d) Ensaios Realizados na Instalação (Item 7.3.1.1 da NBR 5410) Vejamos agora a descrição de cada um desses itens.

10.3- DOCUMENTAÇÃO DA INSTALAÇÃO De acordo com o (Item 6.1.8.1 NBR 5410), a Instalação deve ser executada a partir de

projeto específico, que deve conter, no mínimo:

a) Plantas; b) Esquemas unifilares e outros, quando aplicáveis; c) Detalhes de montagem, quando necessários;

d) Memorial descritivo da instalação;

Page 147: Nr 10 curso básico

147

e) Especificação dos componentes da instalação (descrição, características nominais

e normas a que devem atender);

f) Parâmetros de projeto (correntes de curto-circuito, queda de tensão, fatores de

demanda considerados, temperatura ambiente, etc.). O Item 6.1.8.2 da NBR 5410, diz que depois de concluída a instalação, a documentação

indicada no Item 6.1.8.1 deve ser revisada e atualizada de forma a corresponder fielmente ao que foi executado (documentação �como construído� ou �as built�). 10.4- MANUAL DO USUÁRIO (Item 6.1.8.3 da NBR 5410)

Para os locais utilizados predominantemente por pessoas comuns, onde não haja a

presença permanente de equipe técnica de manutenção (engenheiros e técnicos), tais

como unidades de infra-estrutura em instalações industriais (escritórios administrativos,

refeitórios, almoxarifados, portarias, etc), deverá ser elaborado um Manual do Usuário que contenha, no mínimo, em linguagem acessível aos usuários que ali trabalhem, os

seguintes elementos:

a) Esquema(s) do(s) quadro(s) de distribuição com indicação dos circuitos e

respectivas finalidade, incluindo relação dos pontos alimentados, no caso de

circuitos terminais; b) Potências máximas que podem ser ligadas em cada circuito terminal afetivamente

disponível; f) Potências máximas previstas nos eventuais circuitos terminais deixados como

reserva, quando for o caso; g) Recomendação explícita para que não sejam trocados, por tipos com

características diferentes, os dispositivos de proteção existentes no(s) quadro(s).

10.5- INSPEÇÃO VISUAL (Item 7.2 da NBR 5410)

A Inspeção Visual é um procedimento que visa detectar rapidamente os pontos críticos

e/ou problemáticos de uma instalação elétrica. Conforme se verá, é um procedimento que

exige conhecimento técnico, objetividade e bom senso. O seu principal objetivo é confirmar

se os componentes da instalação estão:

- Em conformidade com as normas aplicáveis

Nota: Isso pode ser verificado por marca de conformidade, certificação ou informação

declarada pelo fornecedor. - Se foram corretamente selecionados e instalados de acordo com a NBR 5410; - Não apresentam danos aparente que possam comprometer seu funcionamento

adequado e a segurança.

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148

De acordo com o Item 7.2.3 da NBR 5410, a inspeção visual deve incluir, no mínimo a

verificação dos seguintes pontos:

a) Medidas de proteção contra choques elétricos; b) Medidas de proteção contra efeitos térmicos; c) Seleção e instalação das linhas elétricas (condutores, terminações e/ou emendas,

suportes e suspensões a eles associados, etc); d) Seleção, ajuste e localização dos dispositivos de proteção; e) Presença dos dispositivos de seccionamento e comando, sua adequação e

localização; f) Adequação dos componentes (placas indicativas ou outros meios adequados de

identificação) e das medidas de proteção às condições de influências externas

existente; g) Identificação dos componentes; h) Presença das instruções, sinalizações e advertências requeridas; i) Execução das conexões (entre si e com os equipamentos); j) Acessibilidade (todos os componentes devem ser dispostos de modo a facilitar sua operação, inspeção, manutenção e o acesso as suas conexões).

10.5.1- Ensaios Realizados (Item 7.3 da NBR 5410)

Os ensaios são procedimentos regidos por normas técnicas específicas. Os ensaios a serem realizados dependerão do tipo de instalação ou serviço contratado. Caso o serviço implique na alteração das características originais de um equipamento, os

ensaios específicos deverão ser realizados para que se verifique se o equipamento

permanece em conformidade. É o caso, por exemplo, do enrolamento de um motor, da

substituição do óleo de um transformador, de um reparo em um disjuntor de alta tensão. O Item 7.3.1.1 da NBR 5410 diz, Os seguintes ensaios devem ser realizados, quando pertinentes, e preferivelmente, na seqüência apresentada:

a) Continuidade dos condutores de proteção e eqüipotencializações principais e

suplementares; b) Resistência de isolamento da instalação elétrica; c) Resistência de isolamento das partes da instalação objeto de SELV, PELV ou separação elétrica;

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149

d) Seccionamento automático da alimentação; e) Ensaio de tensão aplicada; f) Ensaios de funcionamento;

Deve-se observar que cada um desses ensaios tem seus métodos descritos e valores

estabelecidos na própria Norma que os rege. 10.6- ASPECTOS FINAIS

É importante enfatizar que este laudo, cujo resultado final será parte integrante do

Prontuário de Instalações Elétricas, é um passo importante para a certificação de

instalações elétricas, instrumento de grande valor na prevenção de acidentes com instalações elétricas quer sejam elas no trabalho ou no lar.

É importante que todas as instalações elétricas onde existam postos de trabalho ou

trabalhadores exercendo atividades, mesmo que eventualmente, sejam vistoriadas. Caso em uma unidade exista mais de uma instalação elétrica, ainda que semelhantes

todas elas deverão ser sempre ser inspecionadas, ainda que tenham particularidades em

comum com relação a riscos no exercício das atividades ou no controle destes.As

inspeções acima referidas constituem as chamadas "Inspeções de Segurança". Uma inspeção de segurança é, portanto, o conjunto de ações que objetivam a detecção de

riscos que possam causar acidentes do trabalho e doenças profissionais.

A inspeção de segurança serve para determinar medidas preventivas ou corretivas a serem tomadas. Não é usada para apontar culpados.

Quem faz a inspeção de segurança é a CIPA e os fiscais do SESMT, como agentes modificadores do ambiente de trabalho, os quais vão inspecionar as dependências da

empresa objetivando os enfoques de segurança e saúde do trabalhador. Como orientação geral apresentamos, a seguir, a título de sugestão, um questionário para

auxiliar no estabelecimento de um diagnóstico de segurança e saúde no setor elétrico. De

resto estas atividades uma vez concluídas a bom termo, servirão como subsídios para

formar o Prontuário de Instalações Elétricas, conforme exigência do item 10.2 (Medidas

de Controle) do novo texto da NR10. As equipes de campo encontram-se munidas de Ordens de Serviço que informam os riscos das atividades, os meios de prevenção e as medidas adotadas pela empresa? . Existe condição de grave e iminente risco? Interditado ( ) Embargado ( ) . A empresa assegura meios para que fiscalização desempenhe suas funções? . Há integração entre a fiscalização da contratante e a contratada?

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150

. Há integração entre as CIPA's da contratante e da contratada? . São implementadas, de forma integrada, pela contratante e a contratada, medidas de

prevenção de acidentes e saúde no trabalho? 10.7- EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

. A Contratada é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente os Equipamentos de

Proteção Individual (EPI) em perfeito estado de conservação e funcionamento necessários

à execução das tarefas com segurança. Obriga-se a Contratada quanto ao EPI, a: - Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado; - Fornecer ao empregado, mediante recibo, somente EPI aprovado pelo Ministério do

Trabalho e Emprego e de Empresas cadastradas no MTE; - Ao adquirir o EPI deve solicitar ao fornecedor o Certificado de Aprovação � CA que possui validade de 5 anos; - O certificado de Aprovação deverá ser apresentado a contratante pela contratada sempre

que for por esta exigida; - Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado; - Para cada atividade a ser desenvolvida, serão exigidos (EPI´s) com características

próprias, normatizados pela contratante, Entidade Técnica Nacional ou Internacional. - Tornar o uso do EPI obrigatório; - Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; - Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica; - Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada no EPI. Os procedimentos recomendam que seja preenchida uma Ficha de Controle de fornecimento do EPI (ver Termo de Responsabilidade). 10.8- EQUIPAMENTO DE PROTÇÃO COLETIVA (EPC)

Os equipamentos de proteção coletiva (EPC's) são destinados a proteger toda a equipe de

trabalho e o público em geral dos riscos de acidentes.

Serão exigidos conforme estabelecido nas Normas Regulamentadoras do MTE, os procedimentos relacionados à atividade a ser desenvolvida pela Contratada.

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151

10.9- RESPONSABILIDADES JURÍDICAS EM ACIDENTES DO TRABALHO

10.9.1- Considerações Iniciais Todos os acidentes de trabalho são passíveis de serem monitorados administrados juridicamente, mediante perícia, de produção de provas, sujeitando-se os envolvidos às

sanções do Código Civil e Penal vigentes no Brasil. Além das exigências contidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é de se

considerar ainda o disposto no novo texto da NR-10 do MTE em seu item 10.12, relativamente às responsabilidades dá empresa e dos trabalhadores quanto ao

cumprimento da referida norma: - O acidente de trabalho com empregados da Contratada deverá ser comunicado pela

mesma com a maior brevidade ao órgão da Contratante em que presta serviço; - A cópia da Comunicação de Acidente do Trabalho � CAT (INSS), deverá ser

encaminhada pela Contratada ao órgão da Contratante a que presta serviço, devidamente

preenchido o campo destinado ao �Laudo de exame Médico� e o CRM do médico

responsável pelo atendimento, no prazo máximo de 48 horas após a ocorrência do

acidente ou no primeiro dia útil subseqüente; - Qualquer ocorrência que resulte em lesões pessoais e danos materiais a terceiros e/ou danos materiais a Contratante, deverá ser comunicada por escrito ao órgão da Contratante

em que presta serviço, no prazo máximo de 24 horas, após a ocorrência ou primeiro dia

útil subseqüente; - A Contratada deverá apresentar ao órgão de segurança do trabalho da Contratante no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis da ocorrência do acidente, as medidas de controle de

risco adotadas, objetivando a não repetição do mesmo;

10.10- ASPECTOS DAS NORMAS E DA LEGISLAÇÃO

O Novo Texto da Norma Regulamentadora Nº 10 do MTE em seus itens 10.12 e 10.13 a nova NR-10 recomenda que sejam observados os seguintes aspectos quanto à

responsabilidade das partes (empregador, empregados e contratante envolvidos) na segurança do trabalho: a) As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são solidárias a todos os

empregadores e contratantes envolvidos. b) É de responsabilidade do empregador e contratante permanentemente aos

trabalhadores sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle dos riscos elétricos a serem adotados.

c) Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e

serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas. d) Cumpre aos trabalhadores:

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- Zelar pela sua segurança e saúde, ou de terceiros que possam ser afetados por suas

ações ou omissões no trabalho, colaborando com a empresa para o cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive das normas internas de segurança e saúde; - Comunicar, imediatamente, ao responsável pela execução do serviço as situações que

considerar risco para sua segurança e saúde ou de terceiros.

e) Os trabalhadores podem interromper suas tarefas sempre que comprovarem condições

de trabalho que não atendam as disposições contidas nesta NR, comunicando o fato ao

responsável pela execução do serviço. f) A observação desta NR não exclui a obrigatoriedade dos empregados ou contratantes

de observar disposições pertinentes estabelecidas em legislações ou regulamentos

nacionais ou internacionais cabíveis. 10.11- LEGISLAÇÃO BRASILEIRA CORRESPONDENTE

10.11.1- Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

A consolidação das Leis do Trabalho (CLT), (vigente a partir de 01.05.1943 a partir da edição do Decreto Lei n° 5.452, hoje atualizado), em seu artigo 1º, diz textualmente: . "Esta Consolidação estatui normas que regulam as relações individuais e coletivas

de trabalho, nela previstas". Do ponto de vista da "Segurança e da Medicina do Trabalho", é de se considerar os

Artigos 154 a 201, Os quais procuram em seus textos respectivos, esgotar todos os aspectos que dizem respeito à segurança do trabalhador. No entanto, são de se destacar os seguintes:

Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do

Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em

medicina do trabalho. Parágrafo único. As normas a que se referem este artigo estabelecerão:

a) Classificação das empresas segundo o número mínimo de empregados e a natureza do risco de suas atividades; b) O número mínimo de profissionais especializados exigidos de cada empresa, segundo o

grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior; c) A qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho; d) As demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em

medicina do trabalho, nas empresas.

Art. 166. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento

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153

de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e

funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção

contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Art. 167. O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a

indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

Art. 179. O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas

especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia. Art. 180. Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar

instalações elétricas. Art. 181. Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem

estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico. Art. 200. Medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual

em obras de construção, demolição ou reparos. Proteção contra incêndio em geral e as

medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e

paredes, construção de paredes contra fogo, diques e outros anteparos, assim como

garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização.

10.12- CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

O Código Civil Brasileiro atual, vigente a partir de 10.01.2003, foi sancionado ao governo

Fernando Henrique Cardoso com base na Lei n° 10.406, de 10.01.2002. O Código Civil regula os direitos e obrigações de ordem privada que dizem respeito às

pessoas, aos bens e às suas relações. "Todo homem é capaz de direitos e obrigações na

ordem civil". Em termos de responsabilidade no âmbito do trabalho, pode-se destacar com relação ao referido código: 10.12.1- Da Responsabilidade Civil: 10.12.2- Capítulo I - Da Obrigação de Indenizar. Artigo 932 � III

São também responsáveis pela reparação civil: III - O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício

do trabalho que Ihes competir, ou em razão dele.

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Artigo 942

Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à

reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão

solidariamente pela reparação. Parágrafo único - São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no artigo 932.

10.12.3- Capítulo II - Da Indenização

Artigo 944

A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único - Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o

dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. Artigo 949

No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas

do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença, além de algum outro

prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. Artigo 950

Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou

profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas

do tratamento e lucros cessantes até o fim da convalescença, incluirá pensão

correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depressão que ele

sofreu. Parágrafo único - O prejudicado, se o preferir, poderá exigir que a indenização seja

arbitrada e paga de uma só vez.

10.13- CÓDIGO PENAL BRASILEIRO

O Código Penal Brasileiro atual, vigente a partir de 07.12.1940, com base no Decreto Lei

nº 2848 (hoje devidamente atualizado) também se relaciona com os aspectos da saúde do

trabalhador. Na parte relativa a periclitação (perigo) da vida e da saúde, contempla os

crimes de perigo, que são aqueles em que existe um dano em via de desenvolvimento,

não importando que este se efetive, ou deixe de efetivar.

É o caso do empreiteiro que, para poupar-se a gastos com medidas técnicas de prudência,

expõe o trabalhador ao risco grave de acidente. Textualmente diz o Código Penal Brasileiro:

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155

10.13.1- Da Periclitação e da saúde

10.13.1.1- Capítulo II - Perigo para a vida ou saúde de outrem Artigo 132 - Expor a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção

de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. 10.13.2- Trabalhos Contratados e de Terceiros

A importância, abrangência, detalhamento, bem como a forma de abordagem dada às

questões de segurança e saúde do trabalhador nos contratos com empresas prestadoras

de serviços (contratadas), refletem o compromisso da contratante com um ambiente de

trabalho seguro e sem acidentes. Esses contratos são importantes instrumentos para análise do sistema de gestão em

segurança e saúde do trabalhador os quais, para serem eficazes, devem necessariamente

abranger também as empresas porventura terceirizadas, de modo que o controle de riscos não seja simplesmente delegado a essas pela contratante, mas seja realizado por todos, ou seja, contratante, contratadas e terceirizadas, de modo integrado e participativo. A terceirização no setor de energia elétrica tem se mostrado como um significativo fator de tornar precárias as condições de segurança e saúde do trabalhador. Uma boa prática para se avaliar as condições dos riscos presentes nas obras contratadas é registra-los em forma de planilhas, as quais deverão ser preenchidas pelas contratadas, empreiteiras e sub empreiteiras. Exemplos destas planilhas de identificação e notificação

dos riscos estão mostrados a seguir. Assim, como foi ressaltado acima, os contratos devem contemplar, de maneira precisa e responsável, os diversos aspectos necessários relativos à segurança e saúde do

trabalhador observando-se principalmente as condições de uso de: - Equipamentos de Proteção Individual; - Equipamentos de Proteção Coletiva; - Ferramentas adequadas; Muitas empresas contratadas costumam subempreitar serviços de forma precária, muitas

vezes sem contrato, com sub empreiteiras que sequer possuem suporte financeiro para atuar na área de prestação se serviços de energia, havendo, por conseguinte: - Falta de registro de empregados;

O fornecimento desses materiais, a padronização e o cumprimento de procedimentos e

instruções de segurança, capacitação e treinamento, controles médicos, dentre outros

fatores, também devem estar claramente constando no documento legal de contratação.

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156

11- PREVENÇÃO E COMBATE A PRINCIPIO DE INCÊNDIOS 11.1- NOÇÕES BÁSICAS

11.1.1- Histórico

Desde o início da história da humanidade o uso do fogo tem sido uma constante entre as

civilizações, ora salvando, ora destruindo vidas. Podemos perceber que as maiores parte dos objetos existentes no mundo são feitos com

o uso do fogo. Por isso, o mesmo é muito útil a nossa sobrevivência, desde que esteja

sobre o nosso domínio. O homem primitivo temia e venerava o fogo, por desconhecer sua real natureza. Não sabia

que um simples punhado de terra era o suficiente para apagá-lo. Hoje o homem não

necessita mais fugir do fogo, pois conhece sua reação química e sabe como lutar, dominar

e prevenir-se, não permitindo que esta força fuja do seu controle.

A expansão da indústria e o desenvolvimento de novos materiais resultaram em um enorme incremento do risco de ocorrência de incêndios e explosões. Isto foi decisivo para

o desenvolvimento da ciência de proteção e combate ao fogo. Hoje, é indispensável um

acompanhamento constante do uso de novos materiais ou novos processos industriais, no que se refere a sua característica em relação ao risco de incêndio, para que se possa

eliminar as possibilidades de ocorrência de sinistros ou, caso ocorram, estar pronto para

combate-lo de maneira eficaz. 11.2- TEORIA DO FOGO

11.3- O FOGO OU COMBUSTÃO

É uma rápida reação química caracterizada pela presença de dois agentes químicos numa

determinada temperatura. Os agentes químicos que se misturam durante o processo de combustão são chamados:

combustível e comburente. 11.4- COMBUSTÍVEL: É qualquer elemento capaz de se incendiar Exemplo: papel, madeira, tecido, estopa e outros. Normalmente são conhecidos como combustíveis as substâncias que queimam utilizando

o oxigênio do ar como comburente. No entanto, substâncias que não são conhecidas como combustíveis em circunstâncias

especiais podem funcionar com as mesmas características.

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O aço, por exemplo, não é considerado um combustível, porém sob a forma de fios muito

finos (palha de aço �bombril e outros�), e em ambientes riquíssimos em oxigênio, pode

queimar com grande rapidez, desprendendo luz e calor. Existem várias classificações dos combustíveis, entretanto vamos enumerar somente as

que mais nos interessam. 11.5- CLASSIFICAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS QUANTO AO ESTADO FÍSICO:

Sólido: carvão, madeira, pólvora, plástico e outros. Líquido: Gasolina, álcool, éter, óleo diesel, querosene e etc Gasoso: Metano, etano, GLP, acetileno e outros. Há determinados combustíveis que para queimarem, passam primeiro do estado sólido

para o líquido e do líquido para o gasoso, como por exemplo, a parafina.

Geralmente quando um combustível entra em combustão o que queima são os vapores

dele desprendidos. Se apagarmos cuidadosamente a chama de uma vela e logo em seguida aproximarmos uma chama a três centímetros do pavio, a vela voltará a acender. 11.5.1- Classificação dos combustíveis: 11.5.1.1- Voláteis - são os combustíveis que, à temperatura ambiente, desprendem

vapores inflamáveis. Exemplo: álcool, éter, benzina, gasolina, etc. 11.5.1.2- Não voláteis - São os combustíveis que para desprender vapores inflamáveis,

necessitam de aquecimento acima da temperatura ambiente. Exemplo: óleo de linhaça, óleo lubrificante, óleo diesel, querosene, etc. 11.5.2- Comburente

- É o elemento químico que se combina com o combustível possibilitando a sua

inflamação. Exemplo: oxigênio. - Elemento existente na atmosfera, para ocorrer uma perfeita combustão são necessários

16% de concentração de oxigênio. Existem alguns combustíveis que já trazem essa

porcentagem em sua composição. Exemplos: pólvora, alguns cloretos e nitratos, celulóides, metais como lítio, titânio etc.

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158

11.6- TEMPERATURA

Cada combustível depende de uma determinada temperatura para se inflamar. O combustível passa por três etapas até atingir a temperatura ideal da combustão: Ponto de Fulgor, Temperatura de Combustão e Temperatura de Ignição.

11.6.1- Ponto de Fulgor

É a temperatura em que e os vapores do combustível, entram em combustão, porém, não

mantém a chama mesmo que continue a fonte de ignição. Exemplo: Se colocarmos um combustível líquido exposto a uma fonte de calor, chegará

um momento em que os vapores desse material darão um �flash� e se apagarão

espontaneamente.

11.6.2- Ponto de Combustão

É a temperatura em que haverá combustão contínua dos vapores, que se mantém, mesmo

que seja retirada a fonte de ignição. 11.6.3- Temperatura de Ignição

É a temperatura em que haverá combustão espontânea dos gases independente de

chama externa, o que ocorrerá quando em contato com o oxigênio. 11.7- REPRESENTAÇÃO DIDÁTICA DO FOGO

Como já vimos para que exista fogo é necessário o encontro simultâneo de três

elementos: oxigênio, calor e combustível, o mesmo é representado didaticamente por

um triângulo eqüilátero, denominado �TRIÂNGULO DO FOGO�.

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Obs.: Com a introdução, no conceito de combustão, da Reação em cadeia necessária

para explicar o mecanismo de extinção do fogo por agentes químicos, tornou-se necessário criar um novo meio de fácil memorização, constituído de quatro elementos, um

sólido de quatro faces, denominado "Quadrado do fogo" cujas faces são o combustível, o

comburente, a fonte de ignição e a reação em cadeia. 11.8- PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO

11.8.1- Irradiação: É a forma de transmissão de calor por meio de ondas caloríficas que

atravessam o espaço, irradiando do corpo em chamas. Exemplo: Em dois prédios vizinhos, se um deles é incendiado, o outro também corre o

mesmo risco, porque o calor irradiado emitido pelo o fogo atravessa o espaço vazio

aquecendo o ar nele contido até chegar a um ponto que atingirá a temperatura de ignição

do material combustível do outro prédio, então acontecerá o incêndio no mesmo. 11.8.2- Condução: É a forma de transmissão de calor que se processa de molécula a

molécula. Existem materiais que são bons condutores de calor (os metais). Exemplo: Dois tanques vizinhos contendo combustível interligado por uma passarela

metálica. Caso um desses tanques venha à incendiar, ocorre o risco do outro entrar em

combustão, devido, o aquecimento da passarela na outra extremidade, ai então, o material

contido no outro tanque entrará em combustão.

11.8.3- Convecção: É a forma de transmissão de calor característicos dos fluídos líquidos

e gasosos. A porção do fluído mais próxima da fonte calorífica aquece-se rapidamente com o aquecimento, pelo fato do fluido ser um mau condutor de calor. Esta porção dilata-se e torna-se mais leve, sendo impelida para a superfície, formando uma corrente ascendente.

Com isso, as porções superiores até então frias, descem para ocupar o lugar da porção de

subiu. Exemplo: Um recipiente com água em contato direto com uma fonte de calor. 11.9- MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

Os métodos de extinção visam retirar um ou mais de um, dos

elementos do fogo. 11.9.1- Resfriamento

Este processo é o mais comum, o agente utilizado é a água, por existir

em grande quantidade e ter grande poder de resfriamento do combustível. Ao jogarmos água em um incêndio, estamos fazendo o resfriamento, ou seja retirando

calor.

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11.9.2- Abafamento

Método que consiste em reduzir a porcentagem de oxigênio a baixo

de 16% da composição do ar. Exemplo: um latão aberto com líquido inflamável em combustão, se

simplesmente colocarmos a tampa neste recipiente estamos evitando a entrada de oxigênio. 11.9.3- Isolamento

Dos três métodos esse é o mais difícil de se aplicar, pois nem

sempre existe a possibilidade de retirar por completo o combustível. Exemplos: Um latão contendo líquido inflamável em combustão,

não, existe como retirar o combustível. Porém a mangueira do

botijão de gás rompida e com a presença do fogo, basta fechar o

registro do gás, que estaremos retirando o combustível. Existem meios para limitar o combustível. Exemplo: uma mata em chamas podemos abrir uma trilha.

11.10- CLASSES DE INCÊNDIO

11.10.1- Incêndio classe A: Originado nos materiais sólidos fibrosos, não é uma classe muito perigosa, porém sua

extinção pode ser muito trabalhosa, pelo fato de sua queima ser em superfície e

profundidade. É representado por um triangulo na cor verde com letra �A� no fundo. Exemplos: madeira, pano, pneu, borracha, papel, etc. O melhor agente de extinção é a água lançada em forma de jatos para remover o material

e encharca-lo.

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11.10.2- Incêndio classe B:

São originados nos líquidos e gases inflamáveis Características:

- queima em superfície - torna-se de grande proporção rapidamente - emite muito calor irradiante Produz fumaça e conforme o produto em combustão esta fumaça torna-se tóxica Exemplo: gasolina, álcool, éter, acetona, querosene, óleo diesel. É representado por um quadrado na cor vermelha com letra �B� no fundo

11.10.3- Incêndio classe C:

Característica

Queima por superaquecimento curto-circuito, quando desligado da fonte de energia, deixa de ser incêndio de classe C e passa a ser incêndio de classe A, mesmo assim requer muito cuidado porque existem alguns aparelhos elétricos que mesmo desligados da fonte

de energia, acumula em seu interior grande quantidade de energia elétrica. Exemplo: transformador, aparelho de ar condicionado, ventilador, TV, computador, etc. É representado por um circulo na cor azul com letra �C� no fundo

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11.10.4- Incêndio de classe D:

São originados dos metais combustíveis Os metais combustíveis dividem-se em dois tipos: Metais pirosfóricos metais não pirosfóricos Pirosfóricos- altamente inflamáveis, queima só na presença de oxigênio Exemplos: Sódio, urano, plutônio. Não pirosfóricos- queima por atrito ou por alta temperatura Exemplo: potássio, magnésio, titânio alumínio Características: queima em superfície e profundidade. É representado por uma estrela de cinco pontas na cor amarela com letra �D� no fundo.

11.11- AGENTES EXTINTORES DE INCÊNDIO

A água é o agente extintor mais usado por ser o único encontrado em estado natural, tem

sido usada por séculos. Extingue o fogo por resfriamento e abafamento, é usada de várias

formas (direta ou indireta) como agente principal de extinção, segue abaixo algumas

formas de utilização da água:

- em jato pleno também conhecido em �jato sólido�; - em neblina de alta velocidade; - em neblina de baixa velocidade; - em forma de vapor; - como solvente de outros extintores de incêndio.

A água é o agente específico para extinguir incêndio da classe �A�, por ter grande poder de resfriamento e também ser o único agente capaz de penetra no material em chamas

extinguindo o fogo em seu interior, para tal eficiência deve ser usada em jato sólido. O jato sólido é um jato forte de água, produzido em alta pressão, através de:

- Aparelho extintor; - Esguicho com orifício de descarga circular.

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O jato sólido não deve ser usado diretamente no líquido inflamável, por ser muito

compacto aumentará a proporção do incêndio.No incêndio da classe �C� é

expressamente proibido seu uso por ser condutor de eletricidade. O jato de neblina de alta ou baixa velocidade é muito eficaz. No incêndio de classe �B�,

extinguindo o fogo por resfriamento e secundariamente por abafamento, pois a neblina em contato com as chamas transformam-se em vapor reduzindo o percentual de oxigênio na

combustão. 11.11.1- Característica do extintor de água

- Corpo metálico com emendas na vertical, na parte superior e na parte inferior; - Válvula de descarga (gatilho); - Alça de transporte; - Mangote de borracha; - Manômetro indicativo (cheio e vazio); - Tubo, sifão ou tubo pesqueiro no interior conectado à válvula de descarga; - Pino de travamento de gatilho; - Pintado na cor vermelha; - Rótulo com instruções de uso; - Pressão de trabalho, 125 libras; - Pressão de teste hidrostático obrigatório a cada 5 anos 250 libras.

Notas:

- Mensalmente deverá ser inspecionado para detectar avarias; - Anualmente ser recarregado 11.11.2- Pó químico seco ( P.Q.S.)

Existem vários tipos de pó químico seco, porém em todos os tipos de pó é grande a

presença de bicarbonato de sódio em sua composição. É o agente específico para

extinguir o incêndio da classe �B�, por seu grande poder de abafamento. Também pode ser utilizado no incêndio da classe �A�, para debelar as chamas superficiais, não tem o poder de penetração na brasa, por isso não é eficaz nessa classe de incêndio. O pó químico na classe �c�, tem bom rendimento, mas não é aconselhado o seu uso em

aparelhos sensíveis como: balança de precisão, micro computador, painéis digitais entre

outros. Este agente deixa sobre os aparelhos resíduos que é agressivo aos componentes

eletrônicos. Para o incêndio da classe �D�, existem outros tipos de pó químico, o mais comum é o

MET-LX.

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164

Não é recomendado usar pó químico em ambientes confinados com a presença humana,

por extinguir o fogo por abafamento estará reduzindo o oxigênio do espaço o que poderá

causar asfixia ou problemas respiratórios e dificultar a visibilidade pela intensa poeira na

atmosfera local.

11.11.3- Característica do extintor de P.Q.S

- Corpo metálico com emendas na vertical, na parte superior e na parte inferior;

- Válvula de descarga (gatilho) - Alça de transporte - Mangote de borracha - Manômetro indicativo (cheio e vazio)

11.11.4- Dióxido de Carbono (CO2)

É um gás inerte (não inflamável), não é tóxico, nem condutor de eletricidade, não deixa

resíduo e é inodoro. O CO2 é um agente específico para extinguir o incêndio da classe �C�, sendo também

empregado com bom resultado no incêndio da classe �B�. Na classe �A� pode ser utilizado

apenas para apagar as chamas superficiais por não ter o poder de penetração nas brasas. O CO2 extingue o fog principalmente por abafamento e devido sua baixa temperatura que chega a (-73º) setenta e três graus negativos extingue também por resfriamento. Em

ambientes confinados não deve ser utilizado com a presença humana, devido ao grande

risco de asfixia, também de queimaduras por sua baixa temperatura..

11.11.5- Característica do extintor de CO2

- Cilindro confeccionado com aço especial; - Não tem emenda em seu corpo; - Válvula de descarga (gatilho); - Alça de transporte; - Mangote de borracha com trama de aço; - Punho de borracha; - Difusor em plástico; - Não tem manômetro; - Pino de travamento do gatilho; - Tubo sifão no interior conectado a válvula de descarga; - Pintado na cor vermelha; - Rótulo com instruções de uso; - Pressão de trabalho 850 libras; - Pressão de teste hidrostático 3000 libras.

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Notas:

- Ser inspecionado mensalmente para verificar alguma avaria; - Recarregar anualmente ou caso tenha perdido 10% da sua capacidade e/ou totalmente

vazio por ter sido usado ou por ter perdido peso; - Lacre rompido; - O extintor de CO2 deve ser pesado a cada 6 meses.

Extintores Tipos e Operação

CLASSES DE

INCÊNDIOS

(CO2) GÁS

CARBÔNICO

PÓ QUÍMICO

SECO ESPUMA ÁGUA GÁS

A

PAPEL,

MADEIRA,

ETC... (material que deixa brasa ou

cinza); requer um agente que

molhe ou esfrie.

Apaga somente a superfície

Apaga somente a superfície

(REGULAR) Apaga e resfria

(EXCELENTE) Resfria,

encharca, apaga totalmente

B

LÍQUIDOS

INFLAMÁVEIS (Óleos,

gasolina, graxa, etc...); requer

em ação rápida

de resfriamento e abafamento.

(BOM)

Não deixa

resíduos e é

inofensivo

(EXCELENTE) Abafa

rapidamente

(EXCELENTE) Produz um lençol

de espuma que abafa o fogo

Só em forma de

borrifo saturando o ar de umidade

C

EQUIPAMENT

O ELÉTRICO; Computador,

transformadores, painés, TV,

etc.

(EXCELENTE) Não deixa

resíduos, não

danifica o equipamento e

não conduz

eletricidade

(BOM) Não é

condutor de eletricidade.

Sendo equipamento

sensível,

danifica o mesmo

(NUNCA)

A espuma é

condutora de eletricidade e

danifica o equipamento,

podendo ser fatal ao operador

(NUNCA) Conduz

eletricidade, podendo ser fatal

ao operador

D

MATERIAIS

PIROFÒRICOS (Magnésio,

alumínio, zinco,

etc...); requer agentes

especiais

NÃO

RECOMENDADO

Pode causar

explosão pelo

choque térmico

Usar PQS

especial

Ex; MET-LX

NÃO

RECOMENDADO

Pode causar

explosão pelo

choque térmico

NÃO

RECOMENDADO

Pode causar

explosão pelo

choque térmico

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166

11.11.6- Procedimentos em Caso de Incêndio

Não fique parado na janela sem nenhuma defesa. O fogo procura

espaço para queimar e irá buscá-lo, se você não estiver protegido.

Se ficar isolado, tente arrombar paredes com o impacto de qualquer objeto que seja resistente.

Mantenha-se vestido e molhe suas roupas.

Preso dentro de uma sala jogue pela janela tudo que puder queimar facilmente: cortinas, tapetes, cadeiras, plásticos, etc. Com ajuda de

uma mesa deitada, tampo voltado para o fogo, proteja-se do calor irradiado, que se propaga em linha reta.

Não tente salvar objetos. Primeiro salve sua vida.

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167

Toque a porta com a mão. Se estiver quente, não abra. Se estiver

fria, faça o teste: abra a porta vagarosamente e fique atrás dela,

proteja-se contra a parede. O fogo que deve estar do outro lado poderá atingi-lo diretamente no rosto, ao receber o jato frio da porta aberta.

Ajude a acalmar os outros.

Se for descer alguns andares por meio de corda de pequeno diâmetro, faça nós de metro em metro, para que consiga segurá-la.

Em caso de salvamento por helicóptero, tenha calma. O pânico

poderá matar os poucos sobreviventes sobre um prédio e os

tripulantes do aparelho.

Quando usar as escadas do Corpo de Bombeiros, desça com o peito

voltado para a escada, olhando sempre para cima.

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Se um incêndio ocorrer em seu escritório ou apartamento, saia

imediatamente. Muitas pessoas morrem por não acreditarem que

ele pode se alastrar com rapidez

Só combata o incêndio, se você souber manusear, com eficiência

os equipamentos de combate.

Não use elevador. Desça pelas escadas. Só suba se realmente

for impossível descer. O fogo e o calor caminham sempre para

cima. Um incêndio razoável pode determinar o corte de energia

para os elevadores. Feche todas as portas que ficarem atrás de

você.

Não salte do prédio. Muitas pessoas morrem, sem imaginar que o

socorro pode chegar em minutos.

Se você ficar preso em uma sala cheia de fumaça, fique junto ao

piso, onde o ar é sempre melhor. Se possível, fique junto à janela,

de onde poderá pedir socorro.

Se você não puder sair, mantenha-se atrás de uma porta fechada.

Qualquer uma serve como couraça. Procure um lugar perto de

janelas e abra-as em cima e embaixo. Calor e fumaça tendem a

sair por cima. Você pode respirar pela abertura inferior.

Se você puder sair, respire pelo nariz, em rápidas inalações, e

rasteje para a saída, pois o ar é mais puro junto ao chão.

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ATENÇÃO

Tenha muito cuidado com a fumaça, ela é tão perigosa, quanto o fogo!

11.11.7- Prevenção de incêndio

A prevenção pode ser definida como um conjunto de medidas, normas e procedimentos que devem ser adotadas com o propósito de evitar que o fogo se manifeste e, em

decorrência disto seja extinto no princípio, antes de se transformar em um incêndio, o que

pode acarretar a destruição das instalações e perda de vidas. A prevenção é um assunto que envolve técnica, uma base de bom senso e um pouco de reflexão, e como as outras técnicas, evolui e se aperfeiçoa constantemente, devendo ser

objeto de uma formação permanente, aplicada a todos os escalões hierárquicos de uma

empresa. Podemos afirmar aqui que a prevenção não é possível sem a participação efetiva e

organizada de todos os funcionários de uma empresa. É fato conhecido que a maioria dos incêndios industriais têm como causas a imprudência e imperícia das pessoas, bem como da omissão a se submeter as práticas reconhecidas de segurança. O conhecimento das causas de incêndio permite, em geral, prevenir ou suprimir um bom

número deles pela obediência às medidas de segurança. 11.11.8- Para prevenção de incêndio, não esquecer dos cuidados:

1) � Não fume em locais proibidos, bem como, não atire pontas de cigarros a esmo; 2) � Não permita lixo fora do recipiente adequado no local de trabalho; 3) � Não deixa trapos embebidos em óleo ou graxas, jogados no piso; 4) �Não permita recipientes contendo inflamáveis destampados, em locais não

apropriados; 5) � Siga rigorosamente todas as placas de sinalização de segurança nas áreas de

trabalho; 6) � Não utilize líquido inflamável como produto de limpeza em roupas ou no corpo; 7) � Não efetue reparos elétricos em instalações ou equipamentos, sem que seja

habilitado e credenciado para tal, nem sobrecarregue tomadas com diversos aparelhos; 8) � Os equipamentos de combate a incêndio (extintores, hidrantes, acionadores de alarme de incêndio) não devem ser obstruídos mesmo que seja por curto período de

tempo;

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9) � Ao sentir cheiro de gás não acenda luzes, velas, fósforos ou isqueiros. Procure arejar

(ventilação natural) o ambiente, abrindo portas e janelas; 10) � Não permita serviços a quente (solda elétrica, corte com maçarico) em área de risco

de incêndio/explosão, sem antes consultar o técnico de segurança e medicina do trabalho. 11.11.9- Você Sabia Que um Pequeno Descuido Pode Levar a um Incêndio Na Sua

Casa?

Vamos ver alguns pequenos cuidados que poderá evitá-lo!

CCuuiiddaaddooss ccoomm EElleettrriicciiddaaddee

-Manter as instalações em bom estado, para evitar sobrecarga, mau contato e curto-circuito; -Não usar tomadas e fios em mau estado ou de bitola inferior à recomendada; -Nunca substituir fusíveis ou disjuntores por ligações diretas com arames ou moedas; -Não sobrecarregar as instalações elétricas com vários utensílios ao mesmo tempo (uso de

benjamim), pois os fios esquentam e podem ocasionar um incêndio; -Nunca deixe ferro elétrico ligado quando tiver que fazer alguma outra coisa, mesmo que

seja por alguns minutos, pois isto tem sido causa de grandes incêndios; -Observe se os orifícios e grades de ventilação dos eletrodomésticos (como T.V., vídeo e

forno de microondas) não se encontram vedados por panos decorativos, cobertas, etc.; -Não deixar lâmpadas, velas acesas e aquecedores perto de cortinas, papéis e outros

materiais combustíveis; -Se a casa ficar desocupada por um período prolongado, desligue a chave elétrica

principal.

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171

PPrreevveennççããoo ddee aacciiddeenntteess ccoomm ggááss

-Manusear botijões de gás com cuidado, evitando que caiam ou sofram pancadas; -Os botijões devem ser guardados em locais bem limpos, bem ventilados, livres de óleo e

graxa, protegidos contra chuva, sol, e outras fontes de calor; -Botijões de gás domésticos não devem ficar juntos do fogão, mas fora da casa e

conectados com tubulações metálicas. -Caso o gás esteja instalado dentro de casa e ele vier a vazar, não risque fósforo não

acenda ou apague luzes. Chame os bombeiros e se possível retire o botijão da sua casa.

Abra as portas e janelas e fique longe do local onde o gás está vazando; -Ao instalar um novo botijão uussee eessppuummaa ddee ssaabbããoo para testar se há vazamentos. Jamais

use fogo para tal propósito, mas lembre-se: oo ssaabbããoo nnããoo ddeevvee sseerr uussaaddoo ppaarraa vveeddaarr

vvaazzaammeennttooss;;

-Ao acender um forno de fogão, riscar primeiro o fósforo e abrir o gás depois; -Se a casa ficar desocupada por um período prolongado, feche o registro de gás. PPrreevveennççããoo ddee aacciiddeenntteess nnaa ccoozziinnhhaa

- Não usar aventais ou toalhas plásticas na cozinha; - Quando sair de casa verifique que nada ficou aceso e que nenhum perigo de incêndio

porá em perigo sua residência; - Não coloque panos ou papéis decorativos próximos do fogão; - Deixar fósforos ou isqueiros ao alcance de crianças é um atentado contra sua casa e à

integridade física das mesmas. - Os cabos das panelas devem ficar voltados para o centro do fogão. - Ao pegar uma panela quente, tenha certeza que conseguirá transportá-la, evitando que caia de suas mãos.

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172

PPrreevviinnaa--ssee

-Ter cuidado com bolas (balões) de gás para crianças, muitas vezes enchidos com

hidrogênio. Não fumar perto deles, o que pode causar explosões e várias queimaduras; -Não fumar na cama, pois o fumante pode adormecer e o cigarro provocar um incêndio; -Não jogar inflamáveis, gasolina, álcool, etc. nos ralos, podem causar acúmulo de gases

provocando explosões; -Não avivar chamas de churrasqueiras e braseiros jogando álcool ou outros inflamáveis; -Jamais deixe crianças trancadas ao sair de casa. Em caso de incêndio, ou outra

emergência, elas não terão como fugir. Cuidado ao soltar fogos de artifícios, eles podem explodir acidentalmente na mão do

usuário, mutilando-o ou queimando-o; -Soltar balões pode provocar grandes incêndios; -Após utilizar uma fogueira na mata, camping, etc., jogar água na mesma e cobrir com

areia;

Incêndio em florestas

Incêndio em residência

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173

12 � PRIMEIROS SOCORROS

PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE PRIMEIROS SOCORROS

Em quaisquer situações e atividades, pessoas estão expostas a riscos e, portanto, sujeitas

a ferimentos e traumatismos causados por acidentes. Acidentes podem ocorrer em qualquer lugar, mas em alguns ambientes parecem ser especialmente propícios:

Em casa, um lugar tão familiar, muitas vezes não é reconhecido situações de possível

perigo a tempo de preveni-Ias. Vítimas habituais de acidentes em casa são as crianças e

os idosos.

Nas Empresas, principalmente em indústrias, danos causados por acidentes são tão

importantes que existem leis específicas (NR-5) sobre o assunto, como por exemplo, a que exige das empresas a formação de uma Comissão Interna para Prevenção de Acidentes

(CIPA), que se dedica a tomar o ambiente de trabalho cada vez mais seguro. No Trânsito brasileiro, somente no ano passado, mais de 50 mil pessoas morreram vítimas de acidentes, ou seja, cerca de 1.000 pessoas por semana. É doloroso saber

que muitas destas pessoas morreram desnecessariamente ou não receberam os devidos

cuidados a tempo ou foram atendidas de forma incorreta. Os primeiros minutos que se sucedem a todo acidente, principalmente nos casos mais graves, são importantíssimos para a garantia de vida da vítima, principalmente se forem

bem aproveitados pelo socorrista: 12.1- ACIDENTES COM ELETRICIDADE. As chances de salvamento da vítima de choque elétrico diminuem com o passar de alguns

minutos, pesquisas realizadas apresentam as chances de salvamento em função do

número de minutos decorridos do choque aparentemente mortal, esperar a chegada da

assistência médica para socorrer a vítima é o mesmo que assumir a sua morte, então não

se deve esperar, o caminho é a aplicação de técnicas de primeiros socorros pela pessoa

que esteja nas proximidades. O ser humano que esteja com parada respiratória e cardíaca

após 6 minutos pode apresentar danos gravíssimos, inclusive a morte, por isso é de

fundamental importância e necessário, que o profissional que trabalha com eletricidade

esteja apto a prestar os primeiros socorros a acidentados, especialmente através de

técnicas de reanimação cárdio-respiratória.

12.2- ACIDENTES COM TRAUMAS

As chances de sobrevivência diminuem drasticamente para as vítimas de trauma que não

recebem cuidados médicos especiais dentro de uma hora após o acidente. E se o

acidentado tiver a sorte de ter um socorrista por perto que possa prestar-lhe os primeiros socorros, aumentam as suas chances de recuperação.

Da parte de quem presta o auxílio, há uma verdadeira corrida contra o tempo, onde os

seus conhecimentos técnicos (de primeiros socorros) têm de ser praticados com rapidez e

eficiência. O autocontrole é fundamental, pois, sem ele, atitudes irresponsáveis podem por em risco a

vida do paciente e a sua própria.

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ATENÇÃO:

O socorrista é aquele que vai prestar o primeiro atendimento, seja no resgate do acidentado, no atendimento de primeiros socorros ou no transporte da vítima. Para tanto é necessário que o socorrista conheça, e esteja usando EPI adequados,

afinal o socorrista não pode se acidentar no processo.

12.3- TÉCNICA DE PRIMEIROS SOCORROS

- Quando aplicar? Sempre que a vítima não estiver em condições de cuidar de si

própria.

- O que é omissão? Não dar nenhuma assistência à vítima. Omitir socorro é crime e pode levar a vítima à morte, prestar

socorro é dever de todos. 12.4- PRIMEIRAS ATITUDES NO ATENDIMENTO

No trânsito:

a) Localizar e proteger as vítimas;

b) Afastar o perigo para evitar novos acidentes: 1- Sinalizar o local; 2- Acionar o pisca alerta; 3- Definir o melhor lugar para colocar o triângulo; 4- Espalhar arbusto na pista; 5- Desligar a chave de ignição.

c) Chamar por socorro especializado: 1- Bombeiros; 2- Polícia Militar; 3- Polícia Rodoviária Federal; 4- Informar o local, tipo, descrição das vítimas e gravidade do acidente.

No local de trabalho:

a) O local é seguro ou perigoso? b) É perto ou longe do posto de atendimento médico?

c) Há necessidade, possibilidades ou meios de remover dali o acidentado?

d) O acidentado está consciente?

e) Tentando dizer algo ou apontando para alguma parte do seu (dele) corpo?

f) Está sozinho?

g) (se há vários corpos, pode se suspeitar, por exemplo, de envenenamento por Monóxido

de Carbono).

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Curiosos: Escute o que eles dizem. Peça ajuda. Afaste os que estiverem só atrapalhando.

Agente causador: caiu algo sobre a vítima? Há fumaça?

Ferimentos: O acidentado está caído numa posição (com o braço torto) anormal? Há

sangue?

Sintomas: O socorrista deve apurar os seus sentidos, de modo a poder ver, ouvir e cheirar, à procura de sintomas. O vômito, por exemplo, é indicativo de algumas lesões

específicas; urinar sangue é sinal de fratura de bacia; etc. Observar se o acidentado apresenta sintomas como: náusea, sede, fraqueza, inquietação, medo, etc. Esses

sintomas serão muito úteis ao serem passados, posteriormente, ao médico que atender o

acidentado.

12.5- PRIORIDADE DE ATENDIMENTO

Todo socorrista deve obedecer sempre a uma prioridade de atendimento, ou seja, começar pelos casos mais graves.

Ex.:

A- Vias aéreas e coluna cervical; B- Respiração; C- Circulação, hemorragia e controle de choque; D- Estado de consciência; E- Exposição e proteção à vítima.

12.6- DESOBSTRUIR VIAS AÉREAS E CONTROLAR A COLUNA CERVICAL

- Remover qualquer objeto que possa estar obstruindo a respiração; - Evitar mover a cabeça e o pescoço; - Qualquer movimento poderá causar lesão na medula.

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12.7- HEMORRAGIAS

Definição:

É a perda de sangue por rompimento de um vaso sangüíneo, ou seja, é uma perda intensa

de sangue que pode levar ao choque hipovolêmico, em alguns casos pode levar a morte de 3 a 5 minutos.

Fundamentos:

O sangue é o meio onde é realizado o transporte de oxigênio e nutrientes para as células e

de gás carbônico e outras excretas para os órgãos de eliminação. Possui um componente

líquido chamado plasma, que representa cerca de 55% a 60% de seu volume total, sendo composto por água, sal e proteínas. Os componentes sólidos do sangue são:

- Os glóbulos vermelhos ou hemácias, que têm como função o transporte de

oxigênio, ligado à hemoglobina; - Os glóbulos brancos, que defendem o corpo contra infecções; - As plaquetas, que fazem parte do mecanismo de coagulação.

O corpo humano possui normalmente um volume sanguíneo de aproximadamente 70ml/kg

de peso corporal para adultos e 80ml/kg para crianças, ou seja, um indivíduo com 70kg

possui aproximadamente 4.900ml de sangue.

Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são:

Contração da Parede dos Vasos Sanguíneos

Os vasos que possuem camada muscular contraem sua parede, diminuindo o tamanho da abertura por onde o sangue está escapando. Coagulação do Sangue:

Inicia-se pela aderência das plaquetas, corpúsculos que fazem parte da porção sólida do

sangue, sobre a lesão da parede do vaso. Em seguida ocorre uma série de reações

químicas, que bloqueia o escape de sangue pelo orifício do vaso lesado.

12.8- CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS

Interna - Resulta de lesão de órgãos internos. Geralmente o sangue

não aparece.

Externa - Quando a pele sofre solução de continuidade e um vaso é

atingido.

Traumática - Provocada por pancadas ou corte.

Patológica - Provocada por doença.

Venosa - Sangue vermelho escuro e escorrido na pele.

Arterial - Sangue vermelho vivo, que sai em jatos rápidos e fortes.

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Hemorragias Externas

Sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do sangramento.

Hemorragias externas são visíveis, pois o sangue verte para fora do corpo

através dos ferimentos. Quando uma artéria é atingida, o perigo é ainda

maior: o sangue é vermelho vivo e sai em jatos rápidos e fortes, na mesma freqüência dos batimentos cardíacos.

Quando as veias são atingidas, o sangue é vermelho escuro e sai de forma

lenta e contínua. Procedimentos:

Aplicar um curativo de gaze ou pano limpo sobre o ferimento e pressionar.

Não trocar o curativo. Quando preciso, colocar novas ataduras por cima das já existentes, para aproveitar melhor a coagulação. Amarrar

um pano, atadura, gravata ou cinto, por cima do curativo, sem apertar muito para não prejudicar a circulação.

Se continuar sangrando, comprimir a artéria mais próxima da região,

evitando movimentar a parte afetada. Veja os pontos de pressão na

ilustração. Obs.: Observar se a compressão não está sendo excessiva a ponto

de prejudicar a circulação do membro (verificar pulsação).

Em ferimentos pequenos, pressionar com o dedo até parar o

sangramento. Manter, se possível, o membro ferido em posição mais elevada que o corpo.Deitar a vítima, se possível.

O que não se deve fazer: Não tentar retirar corpos estranhos dos ferimentos. Não aplicar substâncias como pó de café ou qualquer outro produto. Atendimento:

Compressão Direta da Lesão:

- Elevar as extremidades com sangramento acima do nível do

coração;

- Comprimir o ferimento com a mão; - Colocar compressas sobre o ferimento, estancar a hemorragia efetuando a compressão direta da lesão.

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Compressão Indireta da Lesão:

- Mantenha o membro ferido o mais alto possível;

- Proteja o ferimento que sangra com pano limpo;

- Utilizar compressão palmar ou digital. Hemorragia Interna Ocorrem em órgãos internos, como fígado, baço, pulmões,

estômago, etc., em conseqüência de ferimentos ou

traumatismos profundos, e levam rapidamente a um estado de

choque.

Os sinais externos devem ser acompanhados e controlados com muita atenção: pulso fraco e acelerado, pele fria e pálida,

mucosas dos olhos e da boca brancas, mãos e dedos

arroxeados, pela diminuição da irrigação sangüínea, sede,

tontura e inconsciência. Procedimentos:

- Deitar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo, exceto

quando houver suspeita de fratura de coluna, de crânio ou

derrame. Nestes casos deve-se manter a cabeça um pouco

elevada;

- Colocar uma bolsa de gelo ou compressas frias no local do trauma. A vítima deve receber atendimento médico o mais rapidamente possível, deve ser tratada no hospital;

- Não deixa-la tomar líquidos;

- Manter os sinais vitais para evitar parada cardíaca e respiratória;

- Colocar bolsa de gelo ou compressa fria.

As hemorragias internas tendem a ser mais graves em idosos, crianças, mulheres e pessoas debilitadas. Atendimento:

As medidas básicas de socorro não funcionam. A vítima deve ser tratada no hospital.

Garrote ou Torniquete

A técnica do garrote, ou torniquete, consiste em amarrar uma bandagem, cinta ou cordão

em torno do membro, logo acima do ferimento, que deverá ser apertada progressivamente,

até que o sangramento cesse.

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Este é um recurso extremo, pois geralmente causa danos ao tecido nas áreas onde for

aplicado, por falta de irrigação sangüínea. É muito importante avisar o médico ou o socorrista da existência do torniquete e do horário em que foi aplicado. O torniquete só

deverá ser removido no hospital. Lembrar-se que apertar demais poderá destruir tecidos e

músculos.

- Utilizar somente quando a hemorragia não for controlada; - Geralmente causa danos ao tecido. Como fazer um torniquete:

São utilizados somente nos casos em que a vítima teve o braço ou perna amputada ou

esmagada. Hemorragia Nasal

- Rompimento dos vasos sanguíneos do nariz; - Pode indicar traumatismo craniano.

Procedimentos:

- Comprimir o nariz por 5 a 10 minutos; - Colocar compressas frias no nariz, na testa e na nuca; - E nos casos de inconsciência, deixar na posição lateral de

segurança. Hemorragia nos Pulmões Sintomas:

Manifesta-se após um acesso de tosse e o sangue que sai pela boca é vermelho vivo.

Procedimentos:

- Deitar a vitima com a cabeça mais baixa que o corpo;

- Se possível manter a vítima agasalhada;

- Colocar bolsa de gelo no local dolorido;

- Tranqüilizá-la e não deixa-la falar;

- Se necessário, reanimar (ver parada cardio-respiratória);

- Procurar auxilio médico imediatamente.

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Hemorragia Digestiva Sintomas:

Manifesta-se com náusea e vômito com sangue escuro e semelhante a borra de café. Procedimentos:

- Deitar a vitima com a cabeça mais baixa que o corpo;

- Se possível manter a vítima agasalhada;

- Colocar bolsa de gelo no local dolorido;

- Se necessário, reanimar (ver item parada cárdio-respiratória);

- Encaminhar a vítima para um hospital, evitando movimentos bruscos. Obs.: Em caso de vômito ou saída de sangue pela boca, deve-se colocar o paciente de lado ( ou lateralizar a cabeça), pois há risco do líquido obstruir as vias respiratórias. Hemorragia Cerebral

Sintoma:

Sangue sai pelo nariz e ouvido ao mesmo tempo. Atendimento:

- Manter a vítima com a cabeça mais alta que o tronco;

- Se possível manter a vítima agasalhada;

- Colocar bolsa de gelo no local dolorido;

- Se necessário, reanimar (ver item parada cárdio-respiratória);

- Encaminhar a vítima para um hospital, evitando movimentos

bruscos. Amputação

Algumas vezes, vítimas de acidentes podem ter membros ou parte de membros separados

do corpo. Isto é chamado de amputação.

A gravidade deste tipo de ferimento é a hemorragia provocada. Quanto maior o membro

amputado e mais próximo do tronco for o corte, mais grave é o ferimento e maior e mais

abundante a hemorragia.

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Procedimentos:

Os cuidados de emergência nos casos de amputação visam

controlar a hemorragia, guardar e proteger a parte amputada, para reimplante.

Tratar o ferimento utilizando procedimentos de hemorragia externa.

Se a hemorragia não puder ser controlada utilizando as técnicas

usuais, deve-se, somente nesse caso, aplicar a técnica do garrote

ou torniquete. Cuidados com a parte amputada:

Localizar e guardar a parte amputada, sem limpar nem lavar. Evitar contaminar a região exposta mais do que já está.

Colocar a parte amputada em saco plástico ou envolvê-la em bandagem, lenço ou pano limpo.

Resfriar é indicado, mas jamais congelar ou colocar em

contato direto com o gelo.

Levar junto com a vítima para o hospital, o mais rápido

possível.

A operação de reimplante terá boas probabilidades de

sucesso se for realizada a tempo e se estes cuidados básicos foram obedecidos. Atenção:

Quanto mais rápida a hemorragia menos eficiente são os mecanismos compensatórios do

organismo. Um indivíduo pode suportar uma perda de um litro de sangue, que ocorre em

um período de horas, mas não tolera esta mesma perda se ela ocorrer em minutos.

- Perda de até 15% do volume de sangue (750 ml em adultos), geralmente não causam

alterações. São totalmente compensadas pelo corpo. Ex.: doação de sangue.

- Perdas maiores que 15% e menores que 30% (750 a 1.500ml). Geralmente causam estado de choque compensado (sem hipotensão arterial).

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Conseqüência das Hemorragias

- Hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado de

choque.

- Hemorragias lentas e crônicas (através de úlcera) causam anemia (ou seja, baixa

quantidade de glóbulos vermelhos). Estado de Choque

Em linguagem simples, é uma diminuição do volume de sangue que chega às

extremidades do corpo. As causas mais comuns são:

Hemorragias, infecções, doenças do coração e cérebro, queimaduras graves, choque

elétrico, fraturas e amputações.

Sintomas:

- Pele fria, pálida e pegajosa;

- Suor intenso na face e mãos;

- Respiração curta, rápida ou irregular;

- Pulso rápido e fraco (mais de 100 bat./min.)

- Visão nublada e inconsciência;

- Extremidades arroxeadas; Atendimento:

- Manter a vítima deitada, com a cabeça mais baixa que os pés (exceto em casos de fratura de crânio);

- Sentir a pulsação, colocando 2 dedos na artéria radial ou

na artéria carótida;

- Pulso fraco pode significar estado de choque;

- Falta de pulsação e de movimento respiratório significa

parada cardio-respiratória;

- Verificar se existem hemorragias e controla-la (estancar);

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- Fazer respiração boca-a-boca e massagem cardíaca, se

necessário;

- Virar a cabeça da vítima para o lado, se ela vomitar;

- Agasalhar a vítima e providenciar remoção imediata para um hospital.

Asfixia

Causas:

A presença de corpo estranho nas vias respiratórias pode

provocar sufocação e asfixia. Procedimentos:

Usar a Manobra de Heimlich.

Para deslocar um objeto que engasga a pessoa, agarre-a por trás. Coloque o punho, com o polegar virado para dentro, abaixo do osso central do peito da vítima. Segure

esse punho com a outra mão. Faça movimentos para

dentro e para cima. No caso de crianças, use só uma mão

e menos força. Vire a criança de cabeça para baixo e

pressione seu peito com cuidado. Parada cárdio-respiratória

Causas:

A presença de corpo estranho nas vias respiratórias,

sufocação por poeira ou gases, envenenamentos, asfixia,

traumatismos, queimaduras, reações alérgicas, infarto,

choque elétrico e parada do coração podem determinar a

falta de respiração.

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A parada da respiração após 5 (cinco) min. Pode levar a

danos irreversíveis ou a morte. Sintomas

- Inconsciência; - Tórax parado ➪ Ausência de movimentos respiratórios;

- Lábios, língua e unhas arroxeadas.

- Palidez excessiva; - Pupilas dilatadas; - Lábios, língua e unhas arroxeadas.

Atendimento:

Respiração boca a boca. Respiração Boca a Boca

Preparação

- Deitar a vítima de costas;

- Retirar quaisquer objetos da boca da vítima (dentadura, ponte

móvel, etc);

- Se houver vômito ou secreção, virar a cabeça de lado e limpar

a boca;

- Desobstruir o canal respiratório, colocando uma das mãos sob

o pescoço da vítima e, com a outra mão na testa, inclinar a sua cabeça para trás.

- Em seguida, verificar se a vítima está respirando observando

os movimentos ao nível do tórax e do abdômen;

- Caso a vítima esteja respirando, manter desobstruído o canal respiratório e transporta-lo ao médico;

- Se o peito e o abdômen permanecem imóveis manter a vítima

com o canal respiratório desobstruído e fazer a respiração

boca a boca. Respiração Boca a Boca em Adultos

- Deitar a vítima sobre uma superfície lisa e firme;

- Retirar objetos da boca, desobstruindo a passagem de ar;

- Elevar suavemente o queixo da vítima;

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- Após a preparação, apertar a narinas da vítima com a

ponta dos dedos polegar e indicador, para impedir que o ar escape;

- Colocar a sua boca sobre a boca da vítima e soprar 2

vezes observando se o peito se eleva a cada sopro;

- Repetir a operação de 12 a 18 vezes por minuto, sem

interrupção.

Respiração Boca a Boca em Crianças

Em crianças, as ventilações devem durar 4 segundos e, nos

recém-nascidos, 3 segundos.

A boca do socorrista cobre a boca e o nariz da criança ao

mesmo tempo, por ser impossível fazer da mesma forma

que com os adultos:

- O sopro deverá ser moderado, o suficiente para elevação do tórax;

- Manter o atendimento dando um sopro a cada três ou 4

segundos.

Observações:

1) Caso o peito da vítima permaneça imóvel durante o

sopro, colocar a vítima deitada de lado, manter desobstruído

o canal respiratório e bater vigorosamente nas suas costas com a mão espalmada, removendo da boca da vítima

possível corpo estranho que tenha expelido.

2) Deitar novamente a vítima de costa, com o canal

respiratório desobstruído e repetir a operação respiração

boca a boca.

3) Se ainda assim o peito não se elevar durante o sopro, sopre com mais vigor, até conseguir que o peito se eleve.

4) Sopre quatro vezes a seguir.

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5) Verificar a pulsação da carótida, brevemente com as

pontas dos dedos indicador e médio, sem perda de tempo,

ou tentar ouvir diretamente no peito da vítima se o coração

está trabalhando.

6) Se o coração funcionar, dar 12 sopros a cada minuto

enquanto transporta a vítima para o médico. Caso o coração

esteja parado aplicar massagem cardíaca.

Parada Cardíaca

Sintomas:

- Inconsciência; - Parada respiratória; - Ausência de pulso e de batimentos cardíacos; - Pupilas dilatadas.

Massagem Cardíaca

A massagem cardíaca sempre será acompanhada de respiração boca a boca. Preparação

- Desobstruir canal respiratório, colocando uma das

mãos sob o pescoço da vítima e, com a outra mão na

testa, inclinar sua cabeça para trás. - Havendo dois socorristas, um cuidará da desobstrução

das vias respiratórias e da respiração boca a boca e o

outro da massagem cardíaca.

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- Estando o socorrista sozinho, desobstruir o canal respiratório e manter a posição improvisando uma

almofada sob o pescoço da vítima.

Massagem Cardíaca em Adultos

Com os braços esticados, apoiar as duas mãos com os dedos

entrelaçados, 2 (dois) dedos acima do osso esterno da vítima.;

- Fazer vigorosas compressões curtas e fortes; - Repetir a operação com 60 (sessenta) compressões

por minuto. - Estando o socorrista sozinho fazer 30 (trinta)

compressões cardíacas para cada 2 (duas) respiração

boca a boca. Manter o processo de massagem cardíaca e respiração boca

a boca até que a vítima recupere o batimento do coração

(reaparecimento da pulsação) e os movimentos respiratórios. Encaminhar a vítima a médico e, se necessário manter

atendimento durante o transporte.

Massagem Cardíaca em Crianças

- Após a preparação, com os polegares exercer as 30

(trinta) compressões cardíacas para 2 (duas) respiração

boca a boca; - Estando o socorrista sozinho fazer 15 (quinze) compressões cardíacas para cada 2 (duas) respiração

boca a boca; Manter o processo de massagem cardíaca e respiração boca

a boca até que a vítima recupere o batimento do coração

(reaparecimento da pulsação) e os movimentos respiratórios.

1) Ponto de identificação do

externo

2) Local da massagem

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Encaminhar a vítima a médico e, se necessário manter

atendimento durante o transporte.

Cuidados:

Nas crianças com peso inferior a 30kg, deve-se fazer pressão apenas com uma das mãos, e utilizando os dedos,

a fim de que não ocorram fraturas ósseas no esterno ou

costelas. Desmaio:

Súbita perda dos sentidos causada por:

Contusões, excesso de esforço físico e mental, cansaço, fome, etc; Sintomas:

- Suor frio; - Palidez; - Pulso fraco; - Respiração lenta.

Procedimentos:

- Afrouxar as roupas; - Elevar as pernas em nível superior à cabeça; - Encaminhar a vítima para um local ventilado; - Desmaios longos podem levar ao estado de choque.

Choque Elétrico

Choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se

manifestam no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por corrente

elétrica. As manifestações relativas ao choque elétrico dependendo das condições e

intensidade da corrente, podem ser desde uma ligeira contração superficial até uma

violenta contração muscular (que podem provocar fraturas e luxações), e pode provocar a

morte. Os tipos mais prováveis de choque elétrico são aqueles que a corrente elétrica

circula da palma de uma das mãos à palma da outra mão, ou da palma da mão até a

planta do pé.

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Efeitos da Corrente no Corpo Humano (dependendo do valor e do local da corrente

que circula no corpo)

Sintomas:

- Queimaduras; - Parada respiratória; - Fibrilação ventricular; - Morte cerebral.

Queimaduras em Trabalhos com Eletricidade

Geralmente a corrente elétrica atinge o organismo humano através do revestimento

cutâneo. Por este motivo, cerca de 84% das vítimas de acidentes com eletricidade

apresentam queimaduras no seu corpo. As características das queimaduras provocadas

por eletricidade apresentam diferenças em relação às queimaduras provocadas por

agentes químicos ou radiações.

Quando o organismo humano é submetido a um choque elétrico, as queimaduras são

geralmente menos dolorosas, uma vez que a passagem da corrente elétrica poderá

destruir as terminações nervosas, e tende a progredir em profundidade (com vaporização

do plasma e sangue do corpo; perda de massa muscular e atrofia da região).

As chances de salvamento da vítima de choque elétrico diminuem com o passar de alguns

minutos, pesquisas realizadas apresentam as chances de salvamento em função do

número de minutos decorridos do choque aparentemente mortal, pela análise da tabela

abaixo esperar a chegada da assistência médica para socorrer a vítima é o mesmo que

assumir a sua morte, então não se deve esperar, o caminho é a aplicação de técnicas de

primeiros socorros pela pessoa que esteja nas proximidades.

O ser humano que esteja com parada respiratória e cardíaca passa a ter morte cerebral

dentro de 6 minutos, por isso é necessário que o profissional que trabalha com eletricidade

deve estar apto a prestar os primeiros socorros a acidentados, especialmente através de

técnicas de reanimação cárdio-respiratória. Atendimento:

- Em B.T. interromper imediatamente o contato da vítima

com o ponto energizado, utilizando material não condutor.

Material bem seco (caso de pedaço de pau, cabo de vassoura); - Em A.T. interromper o contato da vítima com o ponto

energizado, desligando o circuito nos equipamentos de seccionamento;

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- Iniciar a respiração boca a boca e massagem cardíaca

para reanimar a vítima, em caso de parada respiratória e

cardíaca; - Após a normalização das funções vitais (respiração e

circulação) imobilizar os locais (em casos de queda) onde

tenha ocorrido fratura;

- Proteger as áreas de queimadura;

- Transportar imediatamente a vítima para o hospital,

mantendo-se atento à respiração e ao batimento do coração. Ferimentos

Podem ser abertos ou fechados. Os ferimentos abertos são aqueles em que há perda da

integridade da superfície da pele. Nos ferimentos fechados não ocorre por definição perda

da integridade da pele. Ferimentos Abertos:

São as escoriações, incisões e lacerações.

Escoriações:

São lesões da camada superficial da pele ou mucosas que apresentam sangramento

discreto, mas costumam ser extremamente dolorosos. Não representam risco, quando

isoladas.

Incisões:

São lesões teciduais cujos bordos são regulares, sendo produzidas por objetos cortantes.

Podem causar sangramento de variados graus e danos a tendões, músculos e nervos.

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Lacerações:

São lesões teciduais de bordos irregulares, produzidas por objetos através de trauma

fechado sobre superfícies ósseas. O socorrista deve controlar o sangramento por

compressão direta e aplicação de curativo e bandagens. Ferimento nos Olhos:

- Causam lacrimejamento, dor e coceira;

- Levar imediatamente a um especialista;

- Não esfregue ou aperte os olhos;

- Não tentar remover objetos que estejam parcialmente

introduzidos no corpo da vítima; - Estabilizá-los com curativo;

- Lavar com água abundante ou soro fisiológico, quando se tratar

de corpo estranho móvel ou produtos químicos;

- Não saindo o corpo estranho, cubra os dois olhos com

compressa de gaze, sem apertar, e encaminhar a vítima a um

atendimento especializado.

Ferimentos no Tórax:

- Tapar os ferimentos, para evitar a entrada de ar;

- Pressionar com gaze ou pano limpo, com o dedo ou com a mão;

- Prender a bandagem com uma faixa ou cinto, sem apertar demais.

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Ferimentos no Abdômen:

- Não retirar corpos estranhos (facas, punhal, objetos de

madeira ou metálicos);

- No caso de órgãos internos expostos, não tocar nem

tentar recolocar;

- Umedecer com água ou soro fisiológico;

- Cobrir com compressa ou pano limpo;

- Encaminhar com urgência para o hospital.

Ferimento na Cabeça

- Manter a cabeça mais elevada que o corpo;

- Controlar a hemorragia e cobrir o ferimento;

- Encaminhar com urgência para o hospital. Atenção:

1) Ferimentos graves, normalmente são acompanhados de hemorragias e, às vezes,

exposição de órgãos internos, realizar a RCP se necessário, manter a vítima em

repouso, estancar hemorragias (se houver), não tentar recolocar no lugar órgãos

expostos e, sim tomar cuidado de umedecê-los com soro fisiológico ou água filtrada e

protegê-los com compressas, panos limpos ou com manta aluminizada, agasalhar a vítima.

2) Ferimentos profundos no tórax devem ser cobertos com gaze e envolvidos com

atadura de crepom ou tira de pano, para evitar a entrada e ou saída de ar pela ferida.

3) Não remover corpos estranhos cravados no corpo, pois somente o médico poderá

retira-los com controle da situação da vítima.

4) Em casos de amputação, envolver a parte amputada em um saco plástico e colocá-la em um recipiente com gelo. Encaminhar junto com a vítima para o hospital.

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Queimaduras

As queimaduras podem ter origem térmica, elétrica, química ou radioativa.

Térmicas:

Causadas pela condução de calor através de líquidos, sólidos, gases quente e de calor de

chamas.

Elétricas:

Produzidas pelo contato com eletricidade em Alta e Baixa Tensão. Na realidade o dano é

ocasionado pela produção de calor que ocorre à medida que a corrente elétrica atravessa

o tecido. São difíceis de avaliar, e mesmo as lesões que parecem superficiais podem ter

danos profundos a músculos, nervos e vasos. A eletricidade pode causar PCR e lesão do sistema nervoso. Químicas:

Provocada pelo contato de substâncias corrosivas, líquidas ou sólidas, com a pele. Radiação:

Resulta da exposição à luz solar, arco elétrico ou fontes nucleares.

Gravidade da Queimadura:

Depende da causa, profundidade, percentual de superfície corporal queimada, localização,

associação com outras lesões, comprometimento de vias aéreas e estado prévio da vítima.

As queimaduras por radiação nuclear são as mais graves, seguidas das provocadas por

choque elétrico e arco elétrico. Extensão da lesão

É estimada pela regra dos nove. Regra dos nove:

Estima-se que a cabeça e cada membro superior representem 9% da superfície do corpo

(SC), cada membro inferior 18% da (SC), o tronco 36% da (SC) e a área genital 1% da

(SC). Em crianças pequenas deve-se atribuir maior valor a cabeça (18%) e menor valor às

extremidades inferiores (13%).

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Manifestações:

Será considerada grave a queimadura com extensão em 10% do corpo em adultos e 5%

do corpo em crianças.

De forma simplificada esta avaliação pode ser feita considerando-se que a palma da mão

de uma pessoa representa 1% da área de seu corpo.

Queimaduras por produtos químicos nos olhos, na região genital e em regiões de pele

sensível também caracterizam acidentes graves.

Os fatores de complicações mais importantes das queimaduras são a perda de líquidos,

choque hipovolêmico e mais tardiamente as infecções graves.

Toda queimadura de 3° grau é considerada um acidente grave, devendo a vítima ser

encaminhada a um hospital. Profundidade:

Depende das camadas da pele afetadas.

As queimaduras são classificadas em 1°, 2° e 3° graus.

1° grau � É quando a profundidade da queimadura é superficial, atinge somente a

epiderme causando ferimentos leves, vermelhidão e ardor.

2° grau � É quando a profundidade da queimadura atinge a superfície e a camada

intermediária da pele (epiderme e a derme), provocando bolhas e dor intensa.

3º grau - É quando a profundidade da queimadura atinge todas as camadas (epiderme, derme e tecidos celulares subcutâneos como músculos, nervos, vasos etc). A pele fica

carbonizada ou esbranquiçada e há ausência de dor.

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Cuidados:

- Se tiver fogo nas roupas, não deixar a vítima correr; - Utilizar extintor adequado ou abafar com cobertor; - Verificar se houve queimaduras nas vias aéreas; - Realizar a RCP se necessário; - Lavar a área queimada com bastante soro fisiológico ou água corrente; - Cobrir com pano liso e limpo; - Prevenir o estado de choque; - Durante o transporte da vítima, manter as queimaduras umedecidas com soro fisiológico ou água; - Não retirar as roupas aderidas à pele; - Não furar as bolhas; - Não aplicar ungüento ou qualquer outro produto sobre as queimaduras; - Encaminhar ao médico. Lesões Traumáticas

Luxação:

Deslocamento de um osso de sua articulação. Causas:

- Quedas; - Pancadas.

Entorse:

Deslocamento de uma articulação, produzindo estiramento ou

rotura de ligamentos.

Causas:

- Quedas; - Pancadas.

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Atendimento:

Colocar gelo ou compressas frias no local da entorse, com a pele protegida por pano, a imobilização do local da entorse pode ser feita com tiras de pano e talas feitas com revistas ou

jornal. Contusão:

Lesão produzida por pancada seguida de hematoma, sem

rotura da pele. Causas:

- Quedas; - Pancadas.

Atendimento:

Colocar gelo ou compressas frias no local da contusão, com

a pele protegida por pano. Manter em repouso a parte contundida. Manifestações:

Dor no local ou ausência de movimentos, inchaços, sensação de atrito no local e deformidade

da parte atingida.

Obs.: Quando a vítima se queixar de dormência,

formigamento ou sensibilidade dos membros, suspeite de fratura na coluna vertebral. Fraturas

Quebra ou ruptura de um osso. È resultado do excesso de carga no osso e ocorre dentro de

uma fração de segundos. Outros tecidos que envolvam os

ossos ou são vizinhos a eles, como os músculos,

ligamentos, nervos, vasos sanguíneos, além de órgãos,

também podem sofrer lesão durante a fratura.

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Fechadas (não expostas):

Quando o(s) osso(s) não perfura(m) a pele. Procedimentos:

- Imobilizar com talas;

- As talas devem ultrapassar (1 acima e 1 abaixo da fratura e outras duas (1 acima e 1 abaixo da articulação), ou seja,

amarrar as talas em quatro pontos. Obs.:A tala pode ser improvisada com algum suporte duro, como jornal enrolado em pedaço de madeira, tomando-se o cuidado de não aperta-la, evitando assim o bloqueio da circulação do

sangue. A tipóia pode ser feita também com um pedaço de pano. Isso

diminuirá a dor, além de prevenir lesão a outras estruturas. Pode-se aplicar também gelo para aliviar a dor e diminuir o inchaço.

Abertas (exposta)

Quando o osso quebrado perfura a pele, bem como outras estruturas (músculos, ligamentos, etc.), expondo o osso ao

meio externo. Nesse caso há perda de sangue, além de

aumentar o risco de complicações e de infecção. Portanto,

Fraturas e luxações são motivos de atendimento

imediato.

Procedimentos:

- Fazer curativo com gaze ou pano limpo;

- Cuidar da hemorragia, se houver;

- Imobilizar como na fratura fechada;

- Verificar se há entorse e/ou luxação;

- Na dúvida, sempre tratar como fratura. Obs.: Em caso de suspeita de fratura ou luxação, movimente o mínimo possível o

segmento afetado e, na espera do atendimento médico, proceda como indicado acima para imobilizar a região tanto acima como abaixo do osso danificado com tala ou tipóia.

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Fratura na Coluna Vertebral:

O atendimento mal executado pode levar à lesão na medula, podendo ocorrer perda

definitiva dos movimentos.

Este tipo de fratura poderá provocar parada respiratória. Sintomas:

- Inconsciência;

- Dores nas costas ou pescoço;

- Adormecimento ou diminuição de força nos braços ou pernas;

- Mesmo em caso de suspeita, não movimente o acidentado, uma

vez que isso pode colocar em risco a medula espinhal e as raízes

nervosas.

Procedimentos:

- Não mexer, com exceção de situações extremas;

Nesse caso, providenciar apoio para a coluna e improvisar um colar cervical para o pescoço;

- Utilizar uma maca e a ajuda de, no mínimo, três pessoas;

- Amarrar a vítima em quatro pontos;

- Não transportar sentado ou encolhido.

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Causas de Lesões Cervicais:

Fratura de Crânio:

Possibilidade de lesão no cérebro. Sintomas:

- Lesões na cabeça;

- Perda de sangue pelo nariz, boca ou ouvidos;

- Tonturas progressivas, com desmaios,

- Dores de cabeça e enjôo;

- Alterações nas pupilas; - Inconsciência.

Acidente de trânsito

Piscinas ou praias

Quedas (desaceleração vertical)

Rotação da cabeça

Lateralização

Compressão por cinto

de segurança

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Procedimentos:

- Manter a cabeça levemente erguida; - Se houver sangramento, cobrir com gaze; - Enfaixar a cabeça, sem comprimir áreas moles ou deprimidas.

Fratura de Costelas:

Sintomas:

- Dores vivas no tórax; - Corpo torcido; - Amolecimento dos tecidos. - No caso de perfuração dos pulmões, a vítima apresenta

golfada de sangue vermelho vivo. Nesse caso, manter as vias aéreas desobstruídas;

- Falta de ar.

Fratura de Quadril

Sintomas:

- Dores intensas na região;

- Impossibilidade de movimento nas pernas; Procedimentos:

- Não deixar a vítima sentar;

- Imobiliza-la antes de movimentar;

- Amarrar em pelo menos quatro pontos.

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Movimentação e transporte de emergência

A vítima de um acidente pode ter seu estado agravado se não forem tomados cuidados

mínimos e essenciais em seu transporte para atendimento médico. Portanto, para evitar riscos, em primeiro lugar é preciso verificar o estado geral da vítima antes de transportá-la. Quando movimentar a vítima?

- Quando seu estado estiver se agravando rapidamente; - Quando houver a certeza de que o socorro não virá.

Transporte em Maca

A maca é a melhor maneira de transportar um acidentado.

Dependendo do local onde o acidente tenha acontecido, muitas vezes será necessário improvisar uma. E mais

importante é preciso saber colocar a vítima sobre a maca. Antes de movimentar a vítima:

- Controlar sinais vitais; - Controlar hemorragias; - Imobilizar pontos com suspeita de fratura.

Improvisação de Maca

Maca feita com três jaquetas

e dois cabos de vassouras

Maca feita com corda e duas varas resistentes

Maca feita com uma colcha e duas varas rreessiisstteenntteess

Maca feita com sacos de aniagem e duas varas resistentes

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Transporte sem Maca

Durante a movimentação:

- Não interromper os procedimentos de

emergência; - Evitar movimentos bruscos.

Arrastar a vítima esticada no sentido do comprimento:

- Puxando pelos pés, sem levantá-los muito;

- Puxando pelos braços, com estes cruzados, apoiando a cabeça

da vítima.

Os métodos com mais de três pessoas são mais seguros:

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Atenção:

Em alguns casos, é melhor que se procure ajuda imediata, ao invés de se tentar remover a

vítima sozinho. Um ato desmedido de heroísmo pode levar a vítima a uma disfunção

irreversível. O que se deve ter em mente é que não se recomenda fazer nada além do

essencial, de maneira que os procedimentos sejam todos eles cumpridos com o esperado sucesso. Acidentes por agressões de animais

Animais raivosos:

Conceito:

A raiva é uma doença provocada por um vírus resistente ao calor, raios solares, sabões,

detergentes, álcool e álcool iodado. Obs.: Se a mordida for causada por morcegos (área rural) encaminhar imediatamente a

pessoa ao Posto de Saúde. Causas:

A raiva é transmitida pela mordedura de animais (saliva) infectados.

Todos os animais de sangue quente podem ser acometidos ela raiva, mas o cão e o gato desempenham papel fundamental em relação à

transmissão da doença ao homem.

Manifestações:

A transmissão ocorre, após a agressão, que pode ser um simples ferimento ou até

laceração de tecidos.

A doença só aparece depois de um período de incubação que varia de 15 a 90 dias. Procedimentos:

- Lavar o ferimento com soro fisiológico mais mertiolate incolor; - Providenciar tratamento e vacinação; - Não matar o animal; - Se possível deixar o animal preso por dez dias e observar qualquer alteração no seu

comportamento. Obs.: Mordidas de ratos não causam raiva (tranqüilize a pessoa e lave a ferida com água

corrente e sabão ou com soro fisiológico, encaminhar a pessoa para Posto de Saúde para

vacinação contra tétano).

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Acidente por ofidismo

Introdução:

O acidente causado por picada de cobra venenosa é denominado ofidismo. Em nosso país

cerca de 90% dos acidentes são causados pela jararaca (Bothrops), que é encontrada em locais úmidos. São agressivas e podem ser reconhecidas pela cor parda, fosseta loreal e

escamas da cauda lisas. As cascavéis (Crotalus) respondem por 9% dos acidentes ofídicos no Brasil.

A extremidade da cauda destas serpentes tem um guizo característico, apresentam fosseta loreal e coloração amarelada. O restante dos acidentes é causado pelas corais

verdadeiras (Micrurus) e surucucus (Laquesis). As corais, apesar de extremamente venenosas, não têm fosseta loreal.

Diferenciação entre cobras venenosas e não venenosas

Característica Venenosa Não venenosa

Cabeça Triangular Arredondadas Olhos Pequenos Grandes

Fosseta loreal Têm Não têm Escamas Pequenas Em placas

Cauda Curta, afinada ruscamente Longa, afina gradativamente Dentes Presas Dentes pequenos e iguais

Picada Com uma ou mais marcas mais profundas

Orifícios pequenos e mais ou

menos iguais Manifestações:

Após a agressão a ação do veneno no organismo apresentará manifestações relacionadas

com o gênero do animal agressor. Jararacas e Urutus:

Manifestação até 3 horas após o ataque. - Dor local, inchaço, calor e rubor no local picado,

hemorragia no local da picada ou distante dele; - Complicações como bolhas, gangrena, abscesso e

insuficiência renal aguda. Cascavel:

Manifestação até 3 horas após o ataque.

- Dificuldade em abrir os olhos; - Visão dupla; - Cara de bêbado; - Falta de ar; - Dificuldade em engolir; - Dificuldade respiratória.

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Surucucu:

Acidentes mais raros no Brasil. - Inchaço no local da picada; - Diarréia; - Hemorragia.

Coral:

Acidentes pouco freqüentes, mas a ação do veneno é rápida e de grande potência. Os

sintomas aparecem em questão de minutos. - Dificuldade em abrir os olhos; - Falta de ar; - Dificuldade em engolir; - Dificuldade respiratória.

Procedimentos:

- Manter o acidentado deitado em repouso; - Imobilizar a extremidade picada; - Manter a extremidade picada abaixo do nível do coração; - Afrouxar a roupa, remover anéis e braceletes que podem interromper a circulação da

extremidade após desenvolvimento de inchação; - Não fazer torniquete, nem amarrar; - Não colocar nenhuma substância no local da picada; - Não cortar o local da picada, nem fazer sucção com a boca; - Não fazer uso de compressa; - Não dar liquido para o acidentado beber; - Lavar o local da picada com soro fisiológico ou água corrente; - Leva-lo imediatamente para hospital ou serviços de saúde mais próximo para tomar o

soro apropriado.

Obs.:

1) O soro específico, dentro do menor tempo possível, deve ser administrado à vítima em

ambiente hospitalar;

2) Não tentar capturar o animal agressor;

3) Não tentar manuseá-lo, mesmo que esteja morto, pois as serpentes têm veneno em

suas glândulas e a pessoa pode se ferir;

4) O Ministério da Saúde estabeleceu como obrigatório que as Secretarias de Saúde

divulguem a população a localização dos serviços que dispõem de soro antiofídico;

5) Todo acidente ofídico deve ser encaminhado para atendimento hospitalar.

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Acidentes por agressões de insetos peçonhentos

Escorpiões

Conceito

Os escorpiões apresentam, após o último segmento de calda,

glândulas que produzem veneno e um ferrão inoculador. Os principais escorpiões perigosos no Brasil são o preto e o

amarelo. Os acidentes são mais graves em crianças e idosos.

Manifestações:

- Dor local intensa, imediata e irradiada; - Ás vezes dormência na parte acometida; - Em casos graves, a vítima apresenta sintomas gerais que se

iniciam com vômitos, sudorese e taquicardia, podendo evoluir

para convulsões até o choque. Procedimentos:

- Acalmar e confortar a vítima; - Lavar o ferimento com soro fisiológico ou água corrente; - Os acidentes em adultos e jovens raramente apresentam gravidade, mas, observando-se o surgimento de complicações, devem ser encaminhados para o tratamento específico,

que consiste em infiltração local de anestésico e ou até mesmo aplicação de soro antiescorpiônico.

Aranhas

Conceitos

As aranhas venenosas mais comuns em nosso meio são as armadeiras, marrons e tarântulas. Não tecem teias simétricas e suas presas são horizontais. Os acidentes são

mais comuns em dias frios, quando procuram abrigo dentro de edificações ou locais

fechados. Marrom Armadeira Tarântula

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Manifestações:

Após a agressão, a ação do veneno no organismo apresentará manifestações

relacionadas com o gênero do animal agressor.

Tipo de Aranha Manifestação Procedimento

Armadeira

- Dor local intensa e imediata sudorese;

- Vertigens e distúrbios visuais; - Calafrios;

- Dificuldade respiratória.

Marrons

Dor local; Inchaço;

Necrose e formação de crosta; Eritema generalizado e até

choque anafilático.

Tarântulas Provocam discreta lesão

dermatológica com formação

de crosta.

- Acalmar e confortar a vítima;

- Lavar o local com soro fisiológico ou água cor-

rente; Encaminhar para trata-mento específico que

consiste em medidas gerais para aliviar a dor, prevenção de infecções

secundárias e soroterapia

específica para cada tipo

de acidente.

Abelhas, Marimbondos e Vespas:

São insetos que picam as pessoas, uma vez incomodados em seu habitat. Manifestações:

- Dor intensa no local; - Inchaço, vermelhidão e coceira; - Dependendo da sensibilidade individual e do número de picadas pode ocasionar pode

ocasionar choque anafilático e morte. Procedimentos:

- Observar os sinais vitais; - Se necessário realizar a RCP; - Acalmar e confortar a vítima; - Procurar retirar o ferrão; - Aplicar compressa gelada no local da picada, anti-histâminicos ajudam a reduzir o

inchaço.

Abelha Marimbondo Vespa

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Envenenamento e Intoxicações

Conceito:

Substâncias químicas nocivas ao organismo humano, que, em contato através de

inalação, ingestão e absorção pela pele, acidental ou voluntariamente, podem ocasionar

alterações neurológicas respiratórias e ou metabólicas. Causas:

- Drogas; - Intoxicação medicamentosa; - Inalação por monóxido de carbono ou outros gases; - Inalação de solventes ou derivados químicos; - Intoxicação alimentar; - Manuseio inadequado de defensivos agrícolas.

Manifestações:

- Náuseas e vômitos sanguinolentos, em caso de agente corrosivos; - Dor de cabeça; - Tonteira; - Mal estar; - Pulso fraco e rápido; - Diarréia; - Desmaio; - Arroxeamento de extremidades; - Erupção na pele; - Convulsão; - Obstrução respiratória; - Parada cardiorespiratória.

Obs.: Para os procedimentos, deve-se conhecer os agentes específicos causadores da

lesão da seguinte forma: Monóxido de carbono:

- Transportar a vítima par um local ventilado; - Verificar o nível de consciência e os sinais da vítima, realizar a RCP, se necessário;

Corrosivos � Álcali (soda cáustica, cal e amoníaco):

- Verificar o nível de consciência e os sinais vitais da vítima, realizar o RCP, se

necessário; - Não provocar vômitos, dar vinagre diluído em água (meio a meio-200ml) ou suco de

limão, somente se a vítima estiver consciente; Corrosivos � Álcool (nítrico, clorídrico, sulfídrico):

- Verificar o nível de o nível de consciência e os sinais vitais da vítima, realizar o RCP, se

necessário; - Não provocar vômitos, dar hidróxido de magnésio ou de alumínio (50ml) somente se a

vítima estiver consciente.

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Medicamentosa:

- Verificar o nível de o nível de consciência e os sinais vitais da vítima, realizar o RCP, se

necessário; - Havendo menos de 4 horas do acidente, provocar vômito através de ingestão de água

morna salgada (ou soro fisiológico) de 1 a 2 litros, somente se a vítima estiver

consciente; - Levar a vítima para atendimento hospitalar; - Se possível levar também os recipientes ou embalagens dos medicamentos ingeridos.

Plantas Tóxicas

As plantas tóxicas, muitas das quais são ornamentais, podem ser encontradas em jardins,

quintais, vasos, praças e terrenos baldios. Algumas conhecidas e bonitas, mas quando

colocadas na boca ou manipuladas, podem causar graves intoxicações.

NOTA:

O Hospital Universitário Antônio Pedro em Niterói (Centro), possui um Centro de Referência

para Toxicologia/Envenenamentos.

Mamona Comigo Ninguém Pode

Coroa Imperial Espirradeira