Resenha Milton Santos
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI
CAMPOS RIO MARATAOAN – BARRAS – PIAUÍ
CURSO LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA
DISCIPLINA GEOGRAFIA DOS SISTEMAS ECONÔMICOS
PROFESSORA: JOANE FAUSTINO ARAÚJO
ACADÊMICO: GIRLENO SILVA OLIVEIRA TURMA: 2014.2; BLOCO III
SANTOS, Milton, Por Uma Outra Globalização – do pensamento único a consciência
universal –Editora Record, 2001.
Por uma outra globalização é um dos livros mais populares do professor Milton Santos
que foi um geografo renomeadíssimo, não é o livro mais importante dele mas, sim o mais
popular, onde ele conseguiu aprimorar a sua linguagem tornando-a clara inclusive para aqueles
que ainda não esta por dentro dos conceitos que ele desenvolveu. É um livro excelente mas para
quem quer entender a obra dele o livro mais indicado e mais completo é o livro a Natureza do
Espaço.
Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas, 3 de maio de 1926 – São Paulo, 24
de junho de 2001) foi um dos maiores geógrafos brasileiros. Foi professor na USP e na França,
onde se formou. Bacharel em Direito da Universidade Federal da Bahia (1948) Doutor em
Geografia Universidade de Strasbourg (1958), sob orientação do Prof. Jean Tricart. Em 1977,
retorna ao Brasil. Doze universidades brasileiras e sete universidades estrangeiras lhe
outorgaram o titulo de Doutor Honoris Causa. Em 1994, recebe o Prêmio Internacional de
Geografia Vautrin Lud. Nesta última fase de seu percurso, publica Por uma Geografia Nova, da
crítica da geografia a uma geografia crítica (1978), contribuição à efervescência e ânsia de
renovação dessa ciência no Brasil. Enfim Santos e autor de mais de 30 livros e 400 artigos
científicos, publicados em diversos idiomas.
Fazendo um resumo da obra de Milton Santos livro escrito dois anos antes de morrer,
Por uma Outra Globalização o autor falar de três mundos, como fábula, como perversidade e
como possibilidade é referência hoje em cursos de graduação e pós-graduação em
universidades brasileiras. Traz uma abordagem crítica sobre o processo perverso de
globalização atual na lógica do capital, apresentado como um pensamento único. Na visão
dele, esse processo, da forma como está configurado, transforma o consumo em ideologia de
vida, fazendo de cidadãos meros consumidores, massifica e padroniza a cultura e concentra a
riqueza nas mãos de poucos. No primeiro capitulo aborta as diferentes faces do mundo e da
globalização, primeiro fala que vivemos no mundo confuso e confusamente percebido, e se de
fato desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não
queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, e o livro continua falando o
mundo tal como nós fazem crer, mas também o escrito mostra o outro lado da globalização, o
mundo cheio de miséria alta taxa de desemprego. O Milton Santos acredita que podemos ver
o mundo com outros olhos, mediante uma globalização mais humana. A globalização é de
certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. Para entendê-la
como, de resto, a qualquer fase da história, há dois elementos fundamentais a levar em conta:
o estado das técnicas e o estado da política.
São apresentadas novas perspectivas, que segundo o autor, revelam a possibilidade
de “uma outra globalização”, confirmando-se assim uma forma de otimismo, inclusive
indicada ainda na introdução da obra. Essas alterações profundas seriam provenientes dos
segmentos sociais e populações que se encontram atualmente excluídas do processo de
globalização, ao fortalecerem-se e tomarem consciência das origens da sua exclusão e
distância dos centros de decisão, controlados por interesses empresariais muito distantes de
qualquer noção de interesse público. Dessa maneira, seria estabelecido o primado do homem,
substituindo o do dinheiro, restaurando-se valores da solidariedade e da democracia.
No livro Milton Santos propõe uma interpretação multidisciplinar do mundo
contemporâneo, em que realça o papel atual da ideologia na produção da história e mostra
os limites do seu discurso frente à realidade vivida pela maioria das nações. A tirania da
informação e a do dinheiro são apresentadas como os pilares de uma situação em que o
progresso técnico é aproveitado por um pequeno número de atores globais em seu benefício
exclusivo. O resultado é o aprofundamento da competitividade, a produção de novos
totalitarismos, a confusão dos espíritos e o empobrecimento crescente das massas,
enquanto os Estados se tornam incapazes de regular a vida coletiva. Podemos perceber uma
situação insustentável no mundo onde poucos vivem com muito e muitos com pouco essas
palavras resumem tudo, vemos os grandes explorando os menos favorecidos, a globalização
não servi para fazer ao mesmo uma distribuição mais igualitária de alimento pelo mundo
vemos milhares de pessoas padecendo por falta de alimento.
O livro é rico de informações, por uma outra globalização ele coloca que são
conceitos ideológicos sobre a globalização e eu concordo e para ficar melhor de entender
ele dividiu a globalização em três: como fábula, como perversidade e como possibilidade,
para ficar bem claro o Milton Santos não era contra a globalização como muitos acham que
ele era, muito por contrario ele via na mesma uma oportunidade dos povos com menor
desvantagem melhorar suas técnicas para sair da pobreza. Milton é contra a globalização
como ela esta sendo construída e perde para refletimos a maneira como a mídia mostra a
globalização.
O livro nos seus diversos capítulos leva-nos a refletir como a globalização mudou as
nossas vidas e como ela é mostrada, ou seja, apresenta as faces da globalização: como ela é
vendida, o que ela é na verdade e como ela pode ser. Juntamente, trata do papel dos
intelectuais, da força do dinheiro e do valor da união para fins de revolução. O livro se pauta
em três partes principais: a globalização como fábula (como o capital faz a gente acreditar que
a globalização é favorável a todos), a globalização como perversidade (como a globalização
realmente é, desigual e perversa) e a globalização como ela poderia ser (o papel da mudança
que vem de baixo, e não de cima). Com essa grande mudança na história, tornamo-nos
capazes, seja onde for, de ter conhecimento do que é o acontecer do outro. Nunca houve antes
essa possibilidade oferecida pela técnica à nossa geração de ter em mãos o conhecimento
instantâneo do acontecer do outro. Essa é a grande novidade, o que estamos chamando de
unicidade do tempo ou convergência dos momentos. A aceleração da história, que o fim do
século XX testemunhau, vem em grande parte disto. Mas a informação instantânea e
globalizada por enquanto não é generalizada e veraz porque atualmente intermediada pelas
grandes empresas de informação. A informação é um dos efeitos da globalização, mas essa
não é usada de forma positiva como deviria, certas vezes tais informação são distorcidas ou
são manipuladas
Essa leitura eu recomendo para qualquer brasileiro ou qualquer pessoa em outro país,
mas ela pode ser iniciada por alunos do ensino médio. Com o acompanhamento do professor,
elaborando debates em sala de aula, o livro pode ser trabalhado de maneira bem interessante,
pois envolve a discussão de todo o contexto mundial que estamos vivendo.
Enfim, a leitura do texto requer atenção para compreensão das linhas de raciocínio
seguidas pelo autor, diante da profundidade de várias argumentações presentes na obra. No
entanto, podemos perceber que se trata de uma crítica bem elaborada e detalhada, diante do
senso comum e da realidade que lhe é relatada, a qual muitas vezes é aceita como certa ou
simplesmente inevitável. Apesar da obra do geógrafo Milton Santos ser conhecida pela sua
complexidade de escrita e a profundidades dos temas e conceitos, o livro "Por uma Outra
Globalização" traz uma linguagem leve, mas ao mesmo tempo com uma discussão
aprofundada sobre o tema da globalização.