SANEAMENTO BÁSICO: O BÁSICO DO SANEAMENTO
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Kátia Mara Ribeiro de Castro Purcina
SANEAMENTO BÁSICO:
O BÁSICO DO SANEAMENTO
Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues
Marcello Silva e Santos
Kátia Mara Ribeiro de Castro Purcina
Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues Marcelo Silva e Santos
SANEAMENTO
BÁSICO O Básico do Saneamento
Volta Redonda
2019
FICHA CATALOGRÁFICA
Bibliotecária: Alice Tacão Wagner - CRB 7/RJ 4316
P985s Purcina, Kátia Mara Ribeiro de Castro. Saneamento básico: o básico do saneamento. / Kátia Mara Ribeiro
de Castro Purcina - Volta Redonda: UniFOA, 2019.
133 p. : Il Orientador (a): Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues Produto (Mestrado) – UniFOA / Mestrado Profissional em Ensino em
Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, 2019. 1. Ciências da saúde - produto. 2. Saneamento básico. 3. Meio
ambiente. 4. Engenharia. I. Rodrigues, Denise Celeste Godoy de Andrade. II. Centro Universitário de Volta Redonda. III. Título.
CDD – 610
APRESENTAÇÃO
Este livro foi desenvolvido como produto do Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente no Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA. O objetivo é ser utilizado como uma ferramenta de ensino e aprendizagem pelos alunos do curso de engenharia civil, visando contribuir para uma maior compreensão dos vários aspectos que envolvem o saneamento e o meio ambiente.
A idealização deste livro tem como princípio discorrer sobre o histórico do saneamento até os dias atuais, conceituar saneamento destacando sua importância para o meio ambiente e a saúde pública.
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Cada tema é abordado separadamente por
capitulo facilitando a leitura e o entendimento fundamentando material
de consulta rápida e eficaz. Também será
adotado o formato PDF pela facilidade de
utilização do mesmo em gadgets.
O investimento em Saneamento Básico é de fundamental importância no sentido de melhorar a saúde pública da população e deveria ser prioridade das políticas públicas. Entre as políticas destacam-se a Política Nacional de Saneamento, instituída pela Lei Federal nº 11.445, de 2007; a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; a Emenda Constitucional nº 19, de 1998; o Plano Nacional de Saneamento Básico - Plansab; o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: SNIS; a criação do Ministério das Cidades e da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, concomitante com a criação do Conselho Nacional das Cidades e a realização das Conferências das Cidades que norteou às ações governamentais permitindo que os diversos segmentos se dialogassem.
Entretanto, cabe ressaltar que o empenho dos governos tanto federais quanto estaduais estão longe de garantir a população o direito ao saneamento básico. O grande desafio é a garantia de acesso universal e de qualidade aos serviços de saneamento básico a toda a população brasileira.
A finalidade deste material é despertar nos leitores o entendimento sobre a importância do saneamento básico para a sociedade, destacando a importância da preservação ambiental e a responsabilidade de cada um com o meio ambiente. Tais considerações nos levam a reconhecer a importância de capacitar e desenvolver nos alunos de graduação de engenharia civil habilidades essenciais para o mesmo possa entender o saneamento por meio da reflexão dos princípios da educação para a cidadania, ampliando seu pensamento crítico e sustentável na construção de competências.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .....................................................................03 S
INTRODUÇÃO......................................................................... 06 A
CAPÍTULO 1: HISTÓRICO DO SANEAMENTO......................... 07 N
CAPÍTULO 2: CONCEITOS E DEFINIÇÕES......................... 21 E
CAPÍTULO 3: SISTEMA DE ABASTECIMENTO........................ 31 A
CAPÍTULO 4: CAPTAÇÃO........................................................ 45 M E
CAPÍTULO 5: DISPOSITIVOS DE CONTROLE ........................... 68 N
CAPÍTULO 6: CONSUMO DE ÁGUA.........................................73 T
CAPÍTULO 7: PROJEÇÃO POPULACIONAL...............................80 O
CAPÍTULO 8: ADUTORA ........................................................ 86
CAPITULO 9: ESTAÇÃO ELEVATÓRIA...................................... 98 B
CAPÍTULO 10: DRENAGEM URBANA....................................104 Á
CAPÍTULO 11: RESÍDUOS SÓLIDOS ......................................111 S
CAPÍTULO 12: ESGOTAMENTO SANITÁRIO ..........................121 I
C REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA .............................................129
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INTRODUÇÃO
As questões socioambientais não devem ser desagregadas das questões relacionadas a qualidade de vida das pessoas. Essa busca por melhores condições de vida contribuíram para o desmatamento, a poluição, a extinção de espécies vegetais e animais.
Neste contexto, a Educação voltada para o saneamento e o meio ambiente é um fazer pedagógico que se propõe a atingir todos os cidadãos por meio de processos participativos e permanentes, que visam a discutir
com o educando a problemática
socioambiental que a falta de saneamento
pode gerar como a poluição de recursos
hídricos, a contaminação de alimentos, a
transmissão de doenças e o aumento da taxa de
mortalidade infantil.
Assim, a fim de contribuir com essa educação, criamos este material, com a pretensão de conscientizar os estudantes sobre a preservação, estimulando seu senso crítico para que o mesmo tenha uma postura defensora e pró-ativa em relação ao meio ambiente e ao saneamento, intervindo na melhoria da qualidade de vida da população. Espera-se que por meio dos textos, novos valores sociais sejam desenvolvidos bem como o desenvolvimento da consciência ambiental crítica, reflexiva e participativa, voltada para a conservação do meio e a melhora da qualidade de vida. Com as atividades práticas, os estudantes poderão refletir e transformar a realidade socioambiental tornando-se agentes de transformação na busca da melhoria da qualidade ambiental.
Para preservarmos a qualidade de vida da
população e intervirmos
positivamente no meio em que vivemos
devemos ter ações conscientes e atitudes comprometidas com a sociedade respeitando
acima de tudo o direito a vida.
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Histórico do Saneamento
Pátio da Cadeia de Santos, 1875. https://bit.ly/2Bn4eeD
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Entender como se deu o
desenvolvimento do saneamento ao longo do tempo.
Após a leitura do texto elaborar um mapa conceitual sobre o desenvolvimento do saneamento ao longo da história, desde os primórdios até os dias atuais. Esta atividade devera ser desenvolvida entre pares ou grupos.
Histórico do Saneamento
OBJETIVO UM DESAFIO PARA VOCÊ
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
PRÉ-HISTÓRIA
Os homens na pré-história eram nômades, caçadores, viviam em bandos e a sobrevivência estava associada a disponibilidade de água e alimento.
Segundo Fernandes (2002), quem mudou este modo de vida foram os habitantes do Oriente Médio, onde apareceram as primeiras aldeias, em algumas regiões da Mesopotâmia, por volta de 8500 a.C. Percebemos que a busca por água remonta da origem da civilização. Eles utilizavam métodos simples para recolher as águas das chuvas, dos rios e dos lagos.
https://museudasaguasdeportoalegre.files.wordpress.com/2011/02/d- 2.ipg?w=300&h=265-
PERÍODO NEOLÍTICO
O início da poluição dos rios se deu ainda na pré-história no período Neolítico devido ao desenvolvimento da agricultura e consequentemente ao surgimento das primeiras aldeias, e com elas vieram os ratos e insetos e também o aumento da produção de lixo e águas servidas.
As primeiras civilizações hidráulicas, aquelas que se desenvolveram na antiguidade às margens de rios, são as Egípcias, Mesopotâmicas, Indianas e Chinesas. Segundo Creder (1991), os povos de todos os tempos sempre se preocuparam com o abastecimento d’água. Por isso o desenvolvimento das civilizações sempre se deu próximo aos cursos d’água, uma vez que sem água os seres humanos não subsistem.
Ilustração de uma tribo de homens pré-históricos no litoral britânico.
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O Saneamento surgiu no momento em que o homem passou a fixar residência, utilizando o solo natural para produzir alimentos e a criar animais necessários a sua sobrevivência.
Os primeiros poços, chafarizes, aquedutos e barragens foram construídos pelos povos do Egito, da Grécia e da Mesopotâmia, estes últimos usavam desde 4000 a.C. sistemas de irrigação, os sumérios
entre 5000 e 4000 a.C., construíram canais de irrigação, galerias, recalques, cisternas, reservatórios, poços, túneis e aquedutos.
Fique atento!!!
IDADE ANTIGA
As civilizações da Idade Antiga procuravam se organizar em torno de rios e mares, pois a água era um elemento vital para sua sobrevivência.
As primeiras civilizações a utilizar o pensamento científico racional foram as greco-romanas, na busca pela saúde os romanos desen- volveram grandes obras de Engenharia Sanitária, sendo pionei- ros nas ações de saneamento. Foi necessário desenvolver projetos de engenharia para condução e armazenamento de água devido ao surgimento das cidades e o crescimento da população. Neste período foram desenvolvidas
técnicas importantes, como a irrigação, a construção de diques e as canalizações superficiais e subterrâneas.
Nesta época filósofos como Platão e Aristóteles já se preocupavam com a qualidade da água e com medidas sanitárias. O tratado de Hipócrates “Ares, Águas e Lugares”, que discorre sobre o quanto o meio físico influenciava na saúde e na doença, foi um exemplo dessa preocupação.
Baseado no que lhe foi apresentado o que você pode dizer sobre o desenvolvimento do saneamento ao longo da pré-história.?
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Os Romanos construíram fontes públicas em ruas com encanamentos para utilização da população e, para evitar doenças, separavam as águas servidas utilizadas pela população das águas a serem utilizadas. Para abastecimento de água eles criaram diversos aquedutos como o aqueduto Aqua Apia que tinha cerca de 17 km de extensão, além dos reservatórios, das grandes termas e dos banheiros públicos.
Há relatos de que na Grécia antiga, já se praticava habi-tualmente o ato de enterrar as fezes ou as afastarem para um local distante das residências.
Na Babilônia, mais especificamente em Nipur, por volta de 3750 a.C., já existiam coletores de esgoto. Esses coletores eram conhecidos como “cloaca máxima”, ela se assemelhava ao atual coletor tronco de esgotos. Nesta época a Babilônia contava com uma boa infraestrutura de saneamento básico, mas mesmo assim não foi possível impedir a degradação da água e do meio ambiente, apenas se escondia o esgoto e o lixo das pessoas antes de lançá-los nos cursos d’água, (AZEVEDO NETTO, 1959/1998).
Na Índia, por volta de 3.200 a.C., existia a galeria de esgotos em Nipur e os sistemas de drenagem de água no Vale dos Hindus. Já os reservatórios de terra foram criados pelo povo oriental bem como a captação de água subterrânea. Em 2500 a.C. os Egípcios e Chineses utilizavam métodos de perfuração para obter água do subsolo.
Já por volta de 2600 a 1900 a. C., .
uma das características das antigas cidades do Vale do Rio Indo, segundo Buff (2009), era o aprimorado sistema de encanamentos pelos quais as águas servidas eram conduzidas ao esgoto central que eram cobertos, construídos em alvenaria, situados a meio metro abaixo do nível das ruas que eram largas, pavimentadas e drenadas. .
Os sumérios por volta de 3500 a.C. desenvolveram a agricultura irrigada, motivados pelo acesso aos rios Tigre e Eufrates, desviando suas águas através de canais de irrigação e os egípcios dominavam técnicas de irrigação e armazenamento de água, pois dependiam das cheias do Rio Nilo. Devido à procura constante por fontes de água desde a antiguidade, há registros de poços que foram cavados a centenas de metros de profundidade como os cavados pelos chineses. (FERNANDES, 2002; AZEVEDO NETTO,1998, BUFF, 2009).
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por capilaridade, que consistia em passar o líquido de uma vasilha para outra removendo as sujeiras, que ficavam nas tiras de tecido. Foram descobertos documentos em sânscrito datados de 2.000 a.C. aconselhando o acondicionamento da água em vasos de cobre, à sua exposição ao sol e filtragem através do carvão, ou ainda, pela imersão de barra de ferro aquecida, bem como o uso de areia e cascalho para filtração da água. Por volta de 1500 a.C., os egípcios já utilizavam a prática da
no a utilizava se
água limpa, obter Oriente, Extremo
filtração
Para se
decantação para purificação da água (AZEVEDO NETTO 1984).
E, por volta de 1700 a.C., havia latrina com reservatório de água que coletava água das chuvas para a descarga. Podemos observar que nessa época o saneamento era bem desenvolvido.
As primeiras obras que obtiveram êxito no controle do fluxo de água foram feitas na Mesopotâmia e no Egito, onde ruínas de canais de irrigação pré-históricos ainda existem (MAYS, 2000; TSUTIYA, 2006).
Em 2.000 a.C., os persas puniam quem poluía os recursos hídricos, os egípcios utilizavam sulfato de alumínio para a clarificação da água e na Índia, já se preocupavam com os cuidados que deveriam ser tomados com a água a ser consumida, cuidados estes que definia que a água deveria ser armazenada em vasos de cobre, passar por filtração com carvão, e ser purificada por meio de fervura utilizando o fogo, o aquecimento solar ou introduzindo uma barra de ferro aquecida no líquido, seguida por filtração em areia e cascalho grosso.
O transporte de água se dava por meio de construções denominadas aquedutos. Possivelmente os primeiros tubos utilizados para transporte de água, segundo Tsutiya (2006), ocorreu por volta de 1700 a 1450 a.C, na cidade de Knossos, na ilha de Creta, que neste período estava em seu apogeu e enquanto as outras civilizações apenas se utilizavam de canais superficiais, ela desenvolveu um sistema de transporte de água que utilizava condutos circulares e distribuíam água para a cidade e para o palácio em tubulações pressurizadas.
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Em 1500 a.C., os egípcios iniciaram o processo de decantação para a filtração da água. Em 950 a.C., entre Belém e Hebron, foram construídas grandes cisternas para acumular águas da chuva e para abastecer o templo e a cidade de Jerusalém, também foram construídos reservatórios abastecidos por túneis de alvenaria.
Em 691 a.C., na Assíria foi criado o primeiro sistema de abastecimento de água, o aqueduto de Jerwan. Os aquedutos são construções grandiosas destinadas ao transporte de água, e abasteciam as fontes públicas, dezenas de termas, além de suprir os lagos e fontes artificiais nas residências dos mais abastados.
Com o objetivo de abastecimento de água tanto para o consumo humano quanto para o lazer, foram construídas várias obras hidráulicas como as famosas piscinas romanas, construídas no tempo da Roma dos Césares; o aqueduto na cidade de Segóvia, na Espanha, construído na época de Cristo e ainda em funcionamento; as Fontes de Tívoli, que fazendo uso da pressão hidrostática jorram águas a grandes
alturas; o lago artificial Méris, destinado a regularizar as águas do baixo Nilo; o aqueduto de Jerwan que foi o primeiro sistema público de abastecimento de água, construído na Assíria em 691 a.C. (CREDER, 1991; AZEVEDO NETTO, 1998 ).
Os romanos possuíam um sistema de distribuição de água formado por aquedutos onde muitos eram construídos acima do terreno, com escoamento livre em canais, e também por meio de condutos enterrados para o transporte da água para reservatórios e para os pontos de uso, principalmente as fontes e casas de banho. Estes tubos eram normalmente de chumbo ou cerâmicos e eram colocados sob as principais ruas da cidade.
No Egito foram construídos diques para armazenarem água à serem consumidas na época das seca, iniciou-se o controle do fluxo de água do rio Nilo, aprimorando assim o sistema de irrigação, levando água a todas as áreas inclusive as mais afastadas e foram utilizados tubos de cobre no palácio real do faraó Keóps.
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Embora os tubos de chumbo fossem bastante comuns, nesta época já era sabido pelos romanos que a água transportada por esses tubos representava um perigo à saúde (TSUTIYA, 2006).
Ruínas de antigos sistemas de abastecimento de água, construídos entre 2000-200 a.C., ainda são encontradas na região de Anatólia, também chamada de Ásia Menor, atualmente parte da Turquia. Essas ruínas incluem tubulações, canais, túneis, sifões invertidos, aquedutos, reservatórios, cisternas e barragens. Um desses exemplos é o da cidade de Ephesus, que para o abastecimento de água construiu de 4 a 14 d.C., um sistema de distribuição de água composto de uma barragem, de onde a água era retirada e transportada para a cidade por uma adutora de 6 km, de material cerâmico (TSUTIYA, 2006).
Fique atento!!!
Leonardo da Vinci, segundo Creder (1991), chegou a projetar a “cidade ideal” que era circundada por canais, tendo em vista o abastecimento de água e as redes de esgoto.
Os egípcios desenvolveram técnicas de filtração da água para o uso doméstico, uma vez que os resíduos sanitários eram jogados no chão e a água os arrastava para o rio. Eles costumavam armazenar água em grandes potes de barro ou de porcelana durante aproximadamente um ano, tempo suficiente para que a sujeira se depositasse no fundo do recipiente. Neste período, iniciou-se a construção da primeira galeria de esgotos da história em Nippur, na Babilônia.
No Vale do Indo, foram criadas ruas com canais de esgoto cobertos por tijolos, banheiras e privadas com lançamento de dejetos para os canais. Eles armazenavam a água em vasos de cobre, as expunham ao sol, e a filtragem se dava com utilização de carvão ou cascalho e imergiam uma barra de ferro aquecida.
à relação em e seu grupo você
expor considerações gostaria de temática.
saneamento ao média, que longo da idade
Por meio da leitura percebemos o desenvolvimento do
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DESENVOLVIMENTO SANEAMENTO
O surgimento e o crescimento das cidades, influenciaram no desenvolvimento do saneamento. Com o aumento e a fixação da população em cidades, alguns fatores se tornam essenciais para sua manutenção, tais como a obtenção de água potável para o consumo humano, o controle da água da chuva e o afastamento e tratamento dos esgotos e resíduos sólidos.
Krak dos cavaleiros cruzado síria
https://bit.ly/2SnoMOI
Uma das mais antigas redes de esgotos do mundo é a Cloaca Máxima, construída na Antiga Roma com a finalidade de drenar os marshes locais e retirar o esgoto da cidade, transportava os efluentes para o rio que corria próximo a cidade. A Cloaca Máxima foi mantida em bom estado durante toda a idade imperial.
http://www.romanaqueducts.info/aquasite/romacloaca/foto4.html
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As termas eram construções sofisticadas com piscinas de água quente, morna ou fria, ao lado de salas para a prática de esportes e massagem.
Termas romanas de São Pedro do Sul -
Construção conhecida por Piscina de D. Afonso Henriques.
Por João Carvalho - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=16395374
Os banhos públicos podiam ter diversas finalidades, entre as quais a higiene corporal e a terapia pela água com propriedades medicinais; os banhos eram pontos de encontro da vida das cidades do Império Romano.
Ao longo da história houve momentos em que se deu maior ênfase ao saneamento, outros menor, mas não há de se negar que a preocupação do homem com o saneamento já remonta de muito tempo.
SANEAMENTO NAS CIDADES MEDIEVAIS
Os conceitos relacionados aos recursos hídricos, as condições de saneamento e de saúde pública regrediram muito após a queda do Império Romano, chegando a condições deploráveis, com águas poluídas, dejetos nas ruas e águas servidas jogadas pelas janelas dando origem a várias epidemias (MAYS, 2000).
http://paginawebleon.mx/wp/habitos-extranos- de-la-edad-media/
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A Peste Negra, epidemia que matou um terço da população da Europa, devido às imundícies das cidades da Europa Medieval, é um exemplo significativo do caos que afetava o saneamento nesta época
https://pixabay.com/pt/fonte-stone-esculpido-
idade-m%C3%A9dia-2515648/
https://i2.wp.com/manualdoturista.com.br/wp-
content/uploads/2015/12/peste-negra1.jpg
Na Idade Média ocorreu um declínio no processo de saúde pública com o esfacelamento da civilização greco- romana pelos bárbaros. O povo consumia um baixo volume de água, chegando em algumas a menos de um litro diário por habitante, reduzindo a possibilidade de banho o que gerou graves consequências a saúde da população. Este período foi marcado por duas grandes epidemias: a peste de Justiniano e a Peste Negra.
Um amontoado de edifícios num labirinto de ruas estreitas, assim eram as cidades medievais, pequenas, densamente povoadas, barulhentas e sujas. O lixo era abandonado nas portas das casas. A maioria de suas ruas não tinha pavimentação e tampouco obras de drenagem, e recebia toda sorte de refugos e imundície. Os urinóis eram esvaziados pela janela e o mau cheiro era insuportável.
https://www.ucm.es/amcytme-
historiamedieval/jerarquizacion-urbana-de-villas-y- ciudades-en-castilla-1400-11
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O que aconteceu com o saneamento na idade média. Apresente o seu posicionamento e justifique com o seu grupo.
O povo vivia amontoado em cortiços, entre galinhas, monturos e cães e gatos que faziam o “aproveitamento” dos restos que encontravam. A água era obtida por meio de construção de cisternas, poços cavados e fontes naturais.
Nesta época com objetivo de evitar que as doenças se propagassem foram adotadas medidas de proteção ambiental com a finalidade de preservar os recursos hídricos. Foi promulgada em 1388, a lei britânica mais antiga sobre poluição das águas e do ar que proibia o lançamento de excrementos, lixo e detritos em fossas, rios e outras águas. Em 1453, em Augsburgo, foram criadas leis que tinham como finalidade controlar a contaminação dos rios que serviam ao abastecimento público.
O Abastecimento de água e o esgotamento sanitário não se desenvolveram como era esperado então criaram as companhias particulares de abastecimento de água que por meio de bombeamento ampliaram a distribuição, mas devido as constantes epidemias surgiu uma nova preocupação, com a qualidade da água uma vez que não se utilizava nenhum tipo de tratamento.
Fique atento!!!
IDADE MODERNA
No fim da Idade Moderna e início da Idade Contemporânea, as epidemias ainda ameaçavam os países ocidentais, surgindo assim a necessidade de se adotarem políticas voltadas para o saneamento básico. Nas grandes cidades da Europa e América do Norte, após várias epidemias de cólera, surge o sistema de esgotamento sanitário (CONSELHO DE REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO AGÊNCIA REGULADORA - ITU, 2016).
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A criação de escolas e o desenvolvimento das ciências deu origem a uma classe intelectual que impulsionou o desenvolvimento do conhecimento sobre a relação entre a saúde e o saneamento. Nessa época houve a Revolução Industrial: o trabalho assalariado passou a ser o elemento essencial para a geração da riqueza nacional e a procura por mecanismos que minimizassem os problemas de saúde dos trabalhadores foi estimulada pelo mercado.
Nesta época deu-se início a pavimentação das ruas e a construção de obras de canais de drenagem que transportavam os refugos das ruas em direção aos rios e lagos produzindo maus odores. As infiltrações das focas e dos cemitérios contaminavam as fontes e poços.
Fique atento!!!
O SANEAMENTO NA SOCIEDADE INDUSTRIAL
As condições de vida nas cidades da Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha eram terríveis. As moradias eram superlotadas e sem as mínimas condições de higiene, os detritos eram acumulados em recipientes, de onde eram transferidos para reservatórios públicos mensalmente.
A partir da Revolução Industrial, no século XVIII, devido ao acelerado crescimento das cidades e aglomerados humanos que a industrialização promo- veu, crescem a necessidade dos sistemas públicos de Saneamento Básico pois se acreditava que o corpo receptor não daria conta de fornecer água e receber e depurar os dejetos que se
concentrariam sobre o corpo hídrico. Gerando a necessidade de se pensar em um sistema estru- turado que distribuísse essas necessidades de forma estruturada, coe- rente e permanente, da melhor forma possível, evitando a falência do sistema e levando ao declínio a comunidade pela falta de água.
Os europeus não eram muito
adeptos de banho diário. Na nossa cultura o banho
diário foi introduzido pelo povo indígena.
Aponte as principais epidemias, o ano em que elas ocorreram e quais medidas foram adotadas para evitá- las
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Faça uma pesquisa sobre as principais conquistas de Saturnino de Brito, quem foi e sua importância para o desenvolvimento do saneamento no Brasil.
As cidades europeias aproveitaram da estrutura de drenagem urbana, que veio do advento da pavimentação, para condução dos dejetos. Nesta época que surgiu o banheiro da forma que conhecemos e os sistemas unitários de escoamento de águas. Mas permanece o perigo da contaminação do corpo receptor.
Fique atento!!!
Esse sistema unitário funcionou e ainda funciona na Europa porque o volume de precipitação médio é condizente com o porte das instalações.
IDADE CONTEMPORÂNEA
As condições de vida da população começa a melhorar, com a introdução de canos de ferro e bombas a vapor. Ao longo do século XIX, por volta de 1830, começa a haver uma preocupação pela ocorrência de epidemias em diversas regiões da Europa e dos Estados Unidos, e aí surge a primeira evolução do sistema unitário que é o sistema separador parcial que se preocupava apenas com a água que caia no interior dos terrenos.
Por volta de 1860 a 1870, surge nos Estados Unidos, o sistema separador absoluto, que é o sistema que a mais de um século se usa no Brasil, que é um sistema exclusivo para o esgoto. Separando assim uma tubulação para o esgoto e outra para as águas pluviais.
Esse sistema chega ao Brasil no final do século XVIII, através do maior engenheiro sanitarista do Brasil, Saturnino de Brito.
Fique atento!!!
O que são sistemas unitários de escoamento?
Você conhece outro sistema de escoamento?
No Brasil que tipo e escoamento é utilizado e
porque?
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IDADE ATUAL
Com o desenvolvimento das ciências e da tecnologia, no século XX, as fontes contaminadas puderam se tornar potáveis após tratamento adequado.
No Brasil, a partir de 1912, foi adotado o sistema separador absoluto onde as redes de esgoto são projetadas e construídas separadas da drenagem de águas pluviais, tornando esta obrigatória nos projetos de urbanização.
Embora o saneamento tenha se desenvolvido, ainda há muito o que fazer. Só com a lei 11445/2007 é que foram estabelecidas as diretrizes nacionais para o saneamento. As condições de saneamento no Brasil, tanto na zona rural como urbana de algumas regiões, continua precária principalmente no tocante a população de baixa renda.
VOLTANDO AO DESAFIO
Agora a Luz do conhecimento adquirido resolva a questão.
RESUMINDO
Elabore um texto, que sintetize os principais assuntos desenvolvidos neste capitulo e traga algumas informações curiosas e relevantes à serem apresentadas aos seus colegas.
Conceitos e Definições
Favela Jaqueline, São Paulo https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/57/Favela_Jaqueline_%28Vila_S%C3%B4nia%29_01.jpg
“Uma cidade saudável é aquela que coloca em prática de modo contínuo a melhoria de seu meio ambiente físico e social, utilizando os recursos de sua comunidade com objetivo de permitir aos seus cidadãos uma aptidão mútua em todas as atividades humanas que levem à sua plena realização.”
DUHL e HANCOCK (1996)
Saneamento - ato ou efeito de sanear.
Sanear - tornar são, higiênico ou salutar; remediar, reparar.
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Formar estudantes para serem futuros cidadãos atuantes e comprome- tidos com a busca de soluções viáveis para os problemas de sanea- mento. Para isso será necessário levá-los a:
• Identificar causas e consequências da falta de saneamento básico. • Identificar e comentar problemas relacionados à destinação dos esgotos e do lixo doméstico. • Identificar e comentar iniciativas pessoais, coletivas e governamentais de defesa do meio ambiente. • Desenvolver atitudes positivas relacionadas à preservação dos recursos naturais e do meio ambiente
conceitos e definições sobre os • Entender saneamento
Foi publicado em um Jornal conceituado do país que a “Falta de saneamento básico tem impacto direto na sala de aula”, tem criança que passa o ano inteiro com diarreias, diz professora. Diarreia, vômitos afetam a nutrição da criança e deixam sequelas. Você sabe como anda o Saneamento no seu Bairro? Na sua cidade? No seu país? Afinal de contas qual a importância do Saneamento para a sua vida? E para a vida da sua comunidade? Faça um levantamento acerca destas questões com a sua equipe e apresente seus achados a turma. Apresentando Também uma solução para algum problema de saneamento encontrado em seu bairro.
OBJETIVO
UM DESAFIO PARA VOCÊ
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
DEFINIÇÕES
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento básico é o conjunto de medidas para melhorar a qualidade de vida dos habitantes de uma região, contribuindo assim para a melhoria da saúde da população, que vem a ser o completo bem estar físico, mental e social do homem.
Ao utilizarmos água em condições inadequadas arriscamos nossa saúde, nos expondo a organismos transmissores de doenças.
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Seu objetivo maior é a promoção da saúde do homem, pois
muitas doenças podem proliferar devido à carência de medidas de saneamento.
LEI Nº 11445 DE 05/01/2007
Esta Lei Federal estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico bem como as políticas públicas de saneamento básico definindo, no seu art. 3º, página 2, os serviços públicos de saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a cap- tação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas (LEI FEDERAL 11445-2007, p.2).
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O Saneamento é de fundamental importância para a vida das pessoas, levando em consideração que quando uma população possui um serviço adequado de tratamento de água, coleta e tratamento de esgoto sua qualidade de vida melhora consideravelmente, principalmente no que diz respeito a saúde das crianças, melhorando seu aproveitamento educacional e reduzindo o índice de mortalidade infantil.
Embora exista esta enumeração dos serviços, não se deve restringir a busca pela segurança sanitária e o bem-estar ambiental da população a apenas estas atividades (KOBIYAMA, MOTA E CORSEUIL, 2008).
Esta lei além de estabelecer as diretrizes nacionais e a política federal do saneamento, ela também determina que o planejamento do saneamento básico é responsabilidade do município, e que a prestação dos serviços pode ser feita por uma instituição pública municipal ou por concessionária pública e/ou privada. Muito embora a União seja quem receba maiores recursos, as obrigações executivas são atribuídas aos municípios, os quais, não possuem investimentos suficientes, e por isso, é possível de certa forma justificar a atual precariedade da rede de saneamento básico brasileira (Instituto Trata Brasil
- 2015).
Com a finalidade de atingirmos a universalização do saneamento básico no país, torna-se necessária uma mobilização maior por parte dos governos municipais, estaduais e, sobretudo, do governo federal visando diminuir a degradação do meio ambiente urbano, e proporcionando desta forma melhores condições de vida e bem-estar para a população, principalmente no que tange à saúde das crianças. No Brasil, os investimentos para com a rede de esgotos são muito inferiores ao serem comparados com outros serviços públicos, como abastecimento de água, coleta de lixo ou eletricidade (JusBrasil 2015).
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A Lei Federal nº 8.080 (BRASIL, 1990), dispõe sobre o funcionamento dos serviços de saúde no país, em seu artigo 3° reconhece que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, o saneamento básico, havendo um reconhecimento legal da existência de uma relação entre condições inadequadas de saneamento básico e o quadro epidemiológico existente.
LEI Nº 8080 DE 19/09/1990
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERTIVA DO BRASIL DE 05/10/1988
A saúde é prevista como direito fundamental social e está presente no artigo 6º da Constituição Federal 1988. No Art. 196, p. 118/119 ela diz que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco da doença e de outros agravos e de acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Bem como a preocupação com o Meio Ambiente está previsto no Art. 170, inc. VI, na emenda constitucional nº 42 de 2003, onde são observados os seguintes princípios: “defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação”.
No art. 23. A Constituição Federal diz ser da competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em seu inciso VI “proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas”; e no IX “promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico”;
No Art. 225 diz que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público no VI “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL
A constituição Estadual em seu capítulo 1 fala sobre os direitos e deveres individuais e coletivos, de acordo com a Nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 51 de 2011, em seu parágrafo único diz ser “dever do Estado garantir a todos uma qualidade de vida compatível com a dignidade da pessoa humana, assegurando a educação, os serviços de saúde, a alimentação, a habitação, o transporte, o saneamento básico, o suprimento energético, a drenagem, o trabalho remunerado, o lazer, as atividades econômicas e a acessibilidade, devendo as dotações orçamentárias contemplar
preferencialmente tais atividades, segundo planos e programas de governo“.
LEI Nº 8080 DE 19/09/1990
A Lei Orgânica Municipal que de acordo com a Lei 11.445 (2007) confere aos municípios a gestão do saneamento básico, que envolve as áreas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos urbanos e drenagem urbana, não está clara a função dos estados na condução deste importante setor, que reflete na qualidade de vida dos cidadãos e da proteção do meio ambiente.
NECESSIDADE DO SANEAMENTO PARA A SAUDE PÚBLICA
Um problema mundial
A situação do saneamento básico no mundo está muito distante do ideal. Sem este serviço a população fica exposta a vários riscos à saúde, que prejudicam a educação e principalmente o desenvolvimento de um país, tanto na questão social, quanto econômica.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontam que na América Latina e Caribe a segunda causa de mortalidade infantil, depois das doenças respiratórias, é a diarreia causada por infecções transmitidas por levarem as mãos sujas à boca, por falta de água potável e a situação é mais grave no caso de bebês entre seis e 11 meses e, nas áreas rurais, onde mais de metade da população tem ausência completa de água potável e sistema de saneamento adequado.
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Procure saber como está o
desenvolvimento do saneamento no
mundo hoje, se baseando em pesquisas
de órgãos oficiais indicados pelo
professor.
Centenas de milhões de pessoas em todo o mundo ainda vivem sem acesso a água limpa para beber, e a grande maioria vive em áreas rurais. O problema afeta principalmente os países mais pobres, mas está presente também em algumas grandes economias do mundo. As mudanças climáticas, acompanhadas de fenômenos climáticos extremos, como ciclones, inundações e secas prolongadas, aumentam significativamente o problema, trazendo como consequência doenças como cólera, conjuntivite granulomatosa, malária e dengue. Além disso, os casos de desnutrição aumentarão, uma vez que as comunidades agrícolas enfrentam problemas para cultivar alimentos e criar animais em meio a altas temperaturas.
A deterioração dos pântanos no mundo está reduzindo a capacidade do ecossistema de purificar as águas. Água limpa não é um privilégio, é um direito humano básico que deve ser respeitado.
Fique atento!!!
Um problema brasileiro
Muito embora o Saneamento Básico tenha uma grande importância para a Saúde e o meio ambiente, no Brasil o déficit neste setor é muito elevado, principalmente no que se refere ao esgotamento sanitário. Nas periferias é onde encontramos as maiores deficiências, local em que se concentra a população mais pobre do país. Apesar das melhorias realizadas nos últimos 40 anos a situação geral do saneamento, tanto na zona rural, quanto urbana, continua precária para as populações de baixa renda. Existem diversos fatores responsáveis pela deficiência desses serviços no país, dentre eles, podem ser
mencionadas segundo Nascimento e Heller (2005) a carência e a má utilização dos recursos públicos, a fragmentação de políticas pública, a carência de instrumentos de regulamentação e a regulação . Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, o território brasileiro contém cerca de 12% de toda a água doce do planeta. O país detém 200 mil microbacias espalhadas em 12 regiões hidrográficas. No entanto, essa abundância não significa que o recurso seja inesgotável. Um dos motivos é que a sua disponibilidade é desigual nas diversas regiões do pais.
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Vejamos:
REGIÃO DENSIDADE DEMOGRÁFICA
(hab/km²)
CONCENTRAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO
PAÍS ( % ) Norte 4,12 68,5 Nordeste 34,15 3,3 Centro-Oeste 8,75 15,7 Sudeste 86,92 6,0 Sul 48,58 6,5
Fonte: IBGE / Agência Nacional das Águas (2010)
Os serviços de saneamento têm sido seriamente comprometidos devido à falta de recursos e escassez de mão de obra qualificada. Esse dado pode estar sendo influenciado não só pela ausência de rede de esgoto em muitos domicílios, mas também pelo quadro de expansão populacional em áreas de saúde pública precária, como favelas e cortiços.
Nos municípios com maior acesso à coleta de esgoto, é significativamente menor a incidência de infecções gastrintestinais, em especial entre as crianças e jovens até 14 anos. Com o acesso universal, ocorrerá, portanto uma melhora geral na qualidade de vida do município.
Se for dado acesso à coleta de esgoto a um trabalhador que não tem acesso a este serviço, espera-se que a melhora geral de sua qualidade de vida ocasione uma produtividade 13,3% superior, possibilitando o crescimento de sua renda em igual proporção.
No Brasil 49% da população não tem coleta de esgoto, e somente 44% do esgoto coletado é tratado. Na região norte menos de 10% da população tem coleta de esgoto.
O saneamento básico constitui um dos mais importantes meios de prevenção de doenças, dentre todas as atividades de saúde pública.
Por que o Saneamento Básico se tornou uma questão de Saúde
Pública, no mundo atual?
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Segundo a FUNASA são exemplos dos efeitos das ações de saneamento na saúde:
A Água de boa qualidade para o consumo humano, seu fornecimento contínuo asseguram a redução e controle de: diarréias, cólera, dengue, febre amarela, tracoma, hepatites, conjuntivites, poliomielite, escabioses, leptospirose, febre tifóide, esquistosso- mose e malária
A Coleta regular, acondicionamento e destino final adequado dos resíduos sólidos diminuem a incidência de casos de: peste, febre amarela,dengue, toxoplasmose, leishmaniose, cisticercose, salmonelose, teníase, leptospirose, cólera, febre tifoide;
https://bit.ly/2LN7JP7
O Esgotamento sanitário adequado é fator que contribui para a eliminação de vetores da: malária, diarreias, verminoses, esquistossomose, cisticercose, teníase.
As melhorias sanitárias domiciliares estão diretamente relacionadas com a redução de: doença de Chagas, esquistossomose, diarreias, verminoses, escabioses, tracoma, conjuntivites.
https://bit.ly/2MW0rti
https://cdn.pixabay.com/photo/2016/01/20/15/07/dengue- fever-1151682_960_720.png
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VOLTANDO AO DESAFIO
Agora a Luz do conhecimento adquirido resolva a questão proposta.
RESUMINDO
Elabore um texto, que sintetize os principais assuntos desenvolvidos neste capitulo e traga algumas informações curiosas e relevantes à serem apresentadas aos seus colegas.
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Sistema de Abastecimento
de Água
Espanha – Mérida – O aqueduto dos milagres. Mais alto aqueduto de todo o antigo império Romano. Fundada por ordem do imperador Augusto, no ano 25 a.C.
A água brota do chão, pura e sem contaminação Corre, desce, molha a plantação
Continua sua estrada até chegar no ribeirão Daí vai para o rio onde começa a lamentação.
Esgoto, entulho e veneno atingem seu coração E na veia desse rio que era pra conduzir vida
Só conduz destruição.
Odilon Euzébio
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• Entender que partes constituem o sistema. • Determinar o tipo e local adequado para o manancial • Determinar os fatores que alteram a qualidade da água de um manancial
Com os conhecimentos que serão adquiridos neste capítulo, em grupo, elabore um projeto envolvendo a escolha do manancial, determinando suas características , como preservá-los e qual a importância dessa preservação, apresentar um levantando de quais possíveis mananciais existem em sua região.
OBJETIVO:
UM DESAFIO PARA VOCÊ
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
A Quantificação da Água na Natureza
A água é a substância mais simples e abundante no planeta, podendo ser encontrada na atmosfera terrestre no estado líquido, gasoso ou sólido, sobre e sob a superfície terrestre, nos oceanos, mares, rios e lagos. Também é o constituinte inorgânico mais presente na matéria viva. Cientistas estimam que o nosso planeta tem três quartos de sua massa só de água 1,36 x 1018 m3 segundo (SPERLING, 1996).
Grande parte das águas subterrâneas encontram-se em condições inade- quadas para o consumo ou em profundezas que inviabilizam sua exploração. Diante desta situação é de importância fundamental para o futuro da humanidade, que se valorize a preservação dos recursos hídricos do planeta em suas condições naturais.
Água subterrânea
https://bit.ly/2SDkl1l
O mundo é constituído por cerca de 3% de água doce e, desses, 70% se encontra na forma de gelo ou no solo. Cerca de 12% dessa água se encontra no Brasil, armazenada em seus aquíferos.
https://bit.ly/2rqrS2q
Rio Tietê e a Barragem na cidade de Barra Bonita. Autor: José Reynaldo da Fonseca – REFON
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1. “O Corpo de um homem adulto é composto por mais de 70% de água, já em um recém-nascido este índice aumenta para mais de 78%”. Com base na informação procure saber qual a porcentagem de água existe nos diversos órgãos do corpo humano.
2. Justifique a expressão “Planeta Água” como referencia ao Planeta Terra.
3. Faça uma pesquisa sobre os principais aquíferos encontrados no Brasil. Destacando sua abrangência e importância.
Fique Atento!!!
Na produção de alimentos são utilizados cerca de 2/3 da água do mundo com destaque para agricultura e pecuária.
Vejamos como a água se distribui no Globo:
FONTE DE ÁGUA VOLUME ÁGUA
(km³) PORCENTAGEM
ÁGUA DOCE PORCENTAGEM TOTAL DE ÁGUA
Oceanos, Mares e Baias
1.338.000.000 -- 96,5
Camada de gelo, Geleiras e Neve Perene
24.064.000 68,7 1,74
Água do Subsolo 23.400.000 -- 1,7 Doce 10.530.000 30,1 0,76 Salgada 12.870.000 -- 0,94
Umidade do Solo 16.500 0,05 0,001
Gelo do Solo e Permafrost
300.000 0,86 0,022
Lagos 176.400 -- 0,013 Doce 91.000 0,26 0,007
Salgado 85.400 -- 0,006 Atmosfera 12.900 0,04 0,001
Água dos pântanos 11.470 0,03 0,0008
Rios 2.120 0,006 0,0002 Água Biológica 1.120 0,003 0,0001 TOTAL 1.386.000.000 -- 100
Fonte: Gleick, P. H., 1996: Recursos de água. Na Enciclopédia do clima e tempo, ed. PorSuperlogo H. Schneider, Oxford University Press, Nova Iorque, vol. 2, pag. 817-823
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O ciclo hidrológico
Conhecida a distribuição da água na Terra, é importante também que se saiba como ela se movimenta no planeta. Ao seu permanente movimento de mudanças de estado (sólido, líquido ou gasoso) ou de posição (superficial, subterrânea ou atmosférica) em relação à superfície da Terra, denominou-se de ciclo hidrológico. Por definição, então, ciclo hidrológico é a descrição do comportamento natural da água em volta do globo terrestre.
https://pixabay.com/pt/desmatamento-floresta-
madeira-corte-405749/
O ritmo acelerado de desmatamentos das últimas décadas, e o crescimento urbano e industrial, que necessita sempre de mais água, vem alterando esse ciclo hidrológico. Estudos mostraram que o desmatamento e o pastoreio excessivo diminuem a capacidade do solo em atuar como uma grande esponja, absorvendo águas das chuvas e liberando seus conteúdos lentamente.
Na ausência de coberturas vegetais, e com solos compactados, a tendência das chuvas é escorrer pela superfície e escoar rapidamente pelos cursos de água, o que traz como consequência as inundações, aceleração no processo de erosão e diminuição da estabilidade dos cursos de água, que ficam diminuídos fora do período de cheias, comprometendo assim a agricultura e a pesca. Não falta sinal de escassez de água doce. Os níveis do lençol freático baixam constantemente, muitos lagos encolhem e pântanos secam.
https://pixabay.com/pt/inunda%C3%A7%C3%A3o- inunda%C3%A7%C3%B5es-natureza-63832/
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Na agricultura, na indústria e na vida doméstica, as necessidades de água não param de aumentar, paralelamente ao crescimento demográfico e ao aumento nos padrões de vida, que multiplicam o uso da água. Nos anos 50, por exemplo, a demanda de água por pessoa era de 400 m3 por ano, em média no planeta, ao passo que hoje essa demanda já é de 800 m3 por indivíduo. Em países cada vez mais populosos, ou com carência em recursos hídricos, já se atingiu o limite de utilização de água.
Constatou-se que atualmente 26 países, a maioria situada no continente africano, totalizando 235 milhões de pessoas, sofrem de escassez de água.
Recuo generalizado dos glaciares polares e montanhosos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Impactos_do_aquecimento_global_no_Brasil
As outras regiões do mundo também não são poupadas. Sintomas de crises já se manifestam em países que dispõem de boas reservas. Nos locais onde o nível de bombeamento das águas subterrâneas é mais intenso que sua renovação natural, se constata um rebaixamento do nível de lençóis freáticos, que, por esse motivo, exigem maiores investimentos para serem explorados e ao mesmo tempo vão se tornando mais salinos.
Desenvolvimento do Sistema de abastecimento
Por volta de 1237, surgiu o primeiro sistema de abastecimento de água encanada de Londres, construído com tubos de chumbo. Em 1652 uma adutora de ferro fundido foi construída em Boston, USA, em 1455 foi empregada a primeira tubulação de ferro fundido no Castelo de Dillenburgh na Alemanha e em 1664 uma adutora de mais de 22 km foi construída na França, também em ferro fundido para abastecer o Palácio de Versailles, tornando- se a maior linha de tubos da época e ainda hoje parte dessa tubulação permanece em serviço (AZEVEDO NETTO, 1984).
http://www.conhecimentohoje.com.br/Recentes711.ht m
Apesar do tubo de chumbo não ser o material ideal para a distribuição de água, o uso da tubulação de ferro fundido em grande escala demorou a acontecer e foi um fato de grande importância para o desenvolvimento dos sistemas de abastecimento de água.
O primeiro sistema de abastecimento de água utilizando bombas movidas a cavalos e tubos de ferro fundido na distribuição de água, foi construído no Estado da Pennsylvania, em 1755. Após a primeira metade do século 20 passaram a ser utilizados tubos de ferro dúctil e mais tarde outros materiais. Quando as bombas tocadas a vapor para elevatórias de água passaram a ser utilizadas, inicialmente em 1764, em Bethlehem, na Pennsylvania os
sistemas de abastecimento ficaram mais próximos dos conhecidos atualmente (MAYS, 2000; TSUTIYA, 2006).
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dolorosos ataques inflamatórios provoca que
nas sobretudo ácido úrico no acumulo de
organismo, articulações,
contaminação de chumbo. Doença caracterizada pelo
pela induzida – Gota
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A primeira cidade a ter abastecimento de água no Brasil, foi o Rio de Janeiro em 1561, segundo Azevedo Netto (1984), por um poço escavado por Estácio de Sá e, por volta de 1673 iniciaram-se as obras de adução para a cidade, em 1723 foi construído o primeiro aqueduto do Rio de Janeiro, que em 1860 distribuía oito milhões de litros de água por dia, finalmente em 1876 o projeto para o primeiro sistema de abastecimento de água encanada do Rio de Janeiro foi contratado.
https://ama2345decopacabana.wordpress.com/planejamento-urbano/a-historia-do- abastecimento-comeca-no-rio-de-janeiro/#jp-carousel-2307
Segundo Tsutiya (2006), foi elaborado por volta de 1842, para a cidade de São Paulo, o primeiro projeto de adução e distribuição de água. No final do século IX e início do século XX, dá se início ao desenvolvimento do saneamento no Brasil, entre 1849 e 1891, criou-se a Comissão Central de Saúde Pública e a Comissão de Engenharia da Junta de Higiene Pública, através da constituinte de 1891 os Estados ganharam autonomia para prestarem serviços de vigilância sanitária. Em 1892 foi criado o Instituto bacteriológico, em 1901 o Instituto Butantã e em 1903 o Instituto Pasteur, que foram importantes marcos para o Saneamento e a Saúde. Em 1934 foi criado o Ministério da Educação e Saúde (CONSELHO DE REGULAÇÃO E FISCA- LIZAÇÃO AGÊNCIA REGULADORA - ITU, 2016).
Reservatório da Liberdade, s.d. Acervo Fundação Energia e Saneamento
http://revistadae.com.br/artigos/artigo_edicao_196_n_156 6.pdf
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PARTES CONSTITUINTES DE UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Esquema de um sistema simples de abastecimento de água.
Fonte: Tsutiya (2006)
MANANCIAIS
São todas as fontes de água, superficiais e subterrâneas, usadas para o abastecimento público. Incluindo os rios, os lagos, as represas e os lençóis freáticos.
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Na escolha de um manancial, devemos levar em conta a qualidade e a quantidade de água que
ele dispõe e analisá-lo sob o seu aspecto econômico. Podemos contar com os seguintes tipos
de mananciais:
a) de águas de chuva (cisternas);
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b) de águas do subsolo ou sub-terrâneas (poços, cacimbas, fontes);
Poço antigo. Domínio Público
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4/14/well-618531_960_720.jpg https://cdn.pixabay.com/photo/2015/08/04/14/
42/garden-874795_960_720.jpg
c) de águas das superfícies (açudes, rios, lagoas).
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ÁGUAS DE CHUVA
A água de chuva pode ser armazenada em cisternas, que são pequenos reservatórios individuais construídos junto, em geral, às nossas casas.
A cisterna tem aplicação tanto em áreas de grande pluviosidade (áreas em que chove muito) como em áreas secas, onde se procura juntar a água de época das chuvas para usar na época da seca com o propósito de garantir, pelo menos, a água para beber.
ÁGUAS DE SUBSOLO OU SUBTERRÂNEAS
As águas subterrâneas são aquelas que se acumulam abaixo da superfície, geralmente nos poros existentes na composição das rochas.
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Subterrâneo freático ou não confinado
Aquífero Livre
É limitado no topo por uma camada permeável e na base por uma camada impermeável. A pressão da água é igual a pressão atmosférica. A recarga é rápida e faz-se ao longo de toda a extensão do terreno, pela precipitação.Sofre variações acentuadas com as estações do ano.
Aquífero Confinado
Limitado no topo e na base por camadas impermeáveis. A pressão da água induzida pela cobertura impermeável é superior a pressão atmosférica. A recarga é lenta, feita lateralmente numa zona limitada exposta à superfície. Varia pouco com as estações do ano. .
ÁGUAS DAS SUPERFÍCIES
São as águas que escoam ou acumulam na superfície do solo, como os rios, riachos, lagos, lagoas, pântanos.
Manancial Superficial
Requisitos mínimos dos mananciais:
ASPECTOS
QUANTITATIVOS QUALITATIVOS
Vazões
Físico
Químico
Biológico
bacteriológico
QUALIDADE DA ÁGUA
Água potável: água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos, atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde Padrão de potabilidade: define valores máximos permitidos para parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos – Portaria nº 2914, de 12/12/2011 –Ministério da Saúde Padrões de qualidade da água: Segundo a CONAMA 357/2005, as águas são classificadas de acordo com seu grau de salinidade em águas doces, salobras e salinas, ela também determina as condições e padrões de lançamentos de efluentes.
Principais fatores que alteram a qualidade da água dos mananciais:
Urbanização, Erosão e assorea-mento, desmatamento e supressão da mata ciliar, recreação e lazer, indústrias e minerações, resíduos sólidos, atividades e resíduos agrí-colas, esgotos domésticos, cargas difusas, acidentes.
Medidas de Controle
Caráter corretivo: medidas que visam corrigir uma situação existente, para melhorar a qualidade das águas.
Portal da copa/ME (victoria.camara) Copa [email protected]
Caráter preventivo: medidas que evitam ou minimizam a piora na qualidade das águas
Controle Corretivo Controle Preventivo
1. Implantação de ETEs nas fontes poluidoras localizadas na bacia hidrográfica do manancial
2. Medidas aplicadas ao manancial, tais como remoção de algas, combate a insetos, crustáceos e moluscos, remoção do lodo e sedimentos, aeração da água, eliminação de microrganismos patogênicos e da vegetação aquática superior.
3. Instalação de ETA adequada à qualidade da água bruta
• Implantação de sistemas de coleta, transporte e tratamento de esgotos • Remoção de nutrientes e patógenos em sistemas de tratamento de esgotos • Planejamento do uso e ocupação do solo • Controle da erosão, do escoamento superficial e da vegetação. • Controle da qualidade da água das represas • Avaliação prévia de impactos ambientais • Instalação e ampliação de sistemas de tratamento de efluentes de acordo com novas demandas
Algas. Domínio Público https://c1.staticflickr.com/6/5652/30712939556_5e 4a680640_b.jpg
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SELEÇÃO DO MANANCIAL
Alguns Fatores influenciam na seleção dos mananciais tais como: Garantia de fornecimento da água em quantidade e qualidade adequadas, próximo ao local de consumo, Desnível que podem desfavorecer a escolha, Locais favoráveis à construção da captação (acesso, infraestrutura, etc.), Transporte de sedimentos pelo curso de água.
Atenção!!!
A escolha do manancial se constitui na decisão mais importante na implantação de um sistema de abastecimento de água, seja ele de caráter individual ou coletivo. Para exsta seleção é necessário a realização de estudos técnicos, econômicos e ambientais.
CONCEPÇÃO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Sua definição deverá levar em conta os seguintes critérios:
1º critério: previamente é indispensável a realização de análises de componentes orgânicos, inorgânicos e bacteriológicos das águas do manancial, para verificação dos teores de substâncias prejudiciais, limitados pela resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente.
A resolução Conama 357-2005 em substituição a 20-1986, Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
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2º critério: Verificar as vazões mínima do manancial, necessária para atender a demanda pelo período de projeto; Estas informações são encontradas nas agencias reguladoras regionais.
3º critério: Levar em consideração mananciais que dispensam trata- mento como as águas subterrâneas não sujeitas a qualquer possibi-idade de contaminação;
4º critério: Considerar os mananciais que exigem apenas desinfecção como as águas subterrâneas e certas águas de superfície bem protegidas, sujeitas a baixo grau de contaminação;
5º critério: mananciais que exigem tratamento simplificado como os mananciais protegidos, com baixos teores de cor e turbidez, sujeitas apenas a filtração lenta e desinfecção;
6º critério: E por último mananciais que exigem tratamento convencio- nal que compreendem basicamente as águas de superfície, com turbidez elevada, que requerem tratamento com coagulação, floculação, decan- tação, filtração e desinfecção.
Escolha do Manancial e do Local para Implantação da Captação
Deve-se utilizar estudos tais como: levantamento do Mapa geográfico do tipo planialtimétrico; Estimativa da vazão mínima dos mananciais, nos pontos mais indicados para captação, assim como o conhecimento das vazões disponíveis para captação segundo o órgão responsável pela gestão dos recursos hídricos; Levantamento sanitário da bacia hidrográfica a montante dos possíveis pontos de captação, incluindo a caracterização dos principais usos da terra e da água, com atenção especial para as atividades degradadoras da vegetação e poluidoras da água, do solo e do ar; Escolha do Manancial e do Local para Implantação dos possíveis pontos de captação; Conhecimento dos usos da água a jusante dos pontos de captação em estudo; Características físicas, químicas e biológicas da água e avaliação do transporte dos sólidos, em épocas representativas do ano, nos pontos cogitados para a localização da captação; Avaliação do transporte de sedimentos, entre outros.
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Condições do local de captação
• Apresentar vazão demandada e a vazão residual, necessárias; • Situar-se a montante de focos de poluição; • Situar-se em cota altimétrica superior à localidade a ser abastecida; e que resulte menor desnível geométrico em relação à localidade; • Assegurar condições de fácil entrada da água em qualquer época do ano; • Executar o mínimo de alteração no curso de água;
Finalidades Básicas
• Garantir entrada de água para o sistema de abastecimento em quantidades suficientes à requisitada (demanda) em qualquer época do ano • Assegurar, tanto quanto possível, a melhor qualidade da água do manancial a ser utilizado. • Constituir a melhor alternativa em termos técnicos, econômicos, ambientais, sociais e de operação e manutenção ao longo do tempo.
VOLTANDO AO DESAFIO
Agora a Luz do conhecimento adquirido resolva a questão.
RESUMINDO
Elabore um texto, em parceria com um colega, que sintetize os principais assuntos desenvolvidos neste capitulo
Captação 4
https://bit.ly/2E3zdyd
“A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.”
Guimarães Rosa
Conhecer as partes que compõem uma captação e definir os tipos de captação existentes e o melhor local para instalá-la; especificar a grade e o desarenador a ser adotado justificando sua utilização, dimensionar uma unidade de tomada, uma grade e um desarenador.
Quando à necessidade de regularizar as vazões ou elevar o nível d’água utiliza-se barragem, vertedor ou enrocamento
Tomada de água Gradeamento Desarenador Dispositivos de controle Canais e tubulações
OBJETIVO:
UM DESAFIO PARA VOCÊ
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
CAPTAÇÃO
É um conjunto de estruturas e dispositivos, construídos ou montados junto a um manancial, para a retirada de água destinada a um sistema de abastecimento.
Superficiais: Córregos, Rios, Lagos, Represas
Subterrâneas: Aquíferos freático e artesiano
Uma captação é constituída pelas seguintes partes:
BARRAGEM
Barragem da UHE Rio Novo, Avaré
Uma barragem, açude ou represa, é uma barreira artificial, feita em cursos de água para a retenção de grandes quantidades de água. A sua utilização é, sobretudo para o abastecimento de água em zonas residenciais, agrícolas, industriais, produção de energia elétrica e hidráulica ou regularização de um caudal.
Com os conhecimentos que serão adquiridos neste capítulo, escolha o local adequado para a implantação de uma captação incluindo todas as variantes necessárias para a efetivação da mesma.
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Os vertedores são instrumentos hidráulicos que tem por finalidade a medição da vazão em cursos de água naturais e em canais construídos, assim como no controle do escoamento em galerias, canais e barragens.
VERTEDOR
https://bit.ly/2RSN9P8
ENROCAMENTO
Nova Orla de Olinda – Obras de enrocamento (contenção do mar).
https://c1.staticflickr.com/1/290/18674543742_3bc0426f1f_
b.jpg
O enrocamento é um dispositivo amortecedor formado por estrutura executada em pedra, destinado à proteção de taludes e canais, contra efeitos erosivos ou solapamentos, causados pelos fluxos de água. Em alguns casos serve também, para elevar o nível de água de um manancial.
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
As obras de captação devem ser projetadas e construídas com a finalidade de funcionarem ininter- ruptamente em qualquer época do ano, a retirada de água para o sistema de abastecimento deve ser em quantidade suficiente e com a melhor qualidade possível, além de viabilizarem o acesso para a operação e manutenção do sistema. https://bit.ly/2vVz7TG, via Wikimedia Commons
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Atenção!!! Deve-se tomar cuidados na escolha do local de captação como evitar locais sujeitos à formação de bancos de areia, locais com margens instáveis, dando preferência a locais não sujeitos a inundações garantindo o acesso em qualquer tempo e com condições topográficas e geotécnicas favoráveis. Em relação a captação em cursos de água o ideal é que tenha o menor percurso com menores alturas de transposição.
CAPTAÇÃO EM CURSOS DE ÁGUA
Tomada de água pode ser feita por meio de barragem de nível, gradeamento, caixa de areia e estação elevatória.
Fonte: TSUTYA (2006)
Fonte: TSUTYA (2006)
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QUANTIDADE DE ÁGUA
Quando nos referimos à quantidade de água a ser captada deve-se levar em consideração que a situação ideal é aquela cuja vazão é suficiente no período de estiagem, podendo ser feita diretamente da correnteza.
BARRAGENS DE ELEVAÇÃO DE NÍVEL
É uma das soluções de que se lança mão, quando a captação direta não pode ser utilizada, pelo simples fato do riacho apresentar uma lâmina d’água de pequena altura, ou seja a vazão é suficiente mais o nível é baixo . A finalidade da barragem nada mais é do que elevar o nível da água no local da captação, permitindo assim uma lâmina de altura satisfatória. Esse procedimento não regulariza as vazões.
BARRAGENS DE REGULARIZAÇÃO
A regularização de vazões consiste em armazenar as reservas hídricas durante o período chuvoso para utilizá-las, gradativamente, na complementação das demandas hídricas no período de estiagem. É utilizada Quando as vazões mínimas do curso de água são inferiores e as médias são superiores as necessidades de consumo, ou seja, esta vazão é insuficiente na estiagem, mas na média ela é suficiente
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Barragem_de_ Itaipu_(8155763889).jpg
ATENÇÃO!!! Quando existe vazão, mas está é inferior ao consumo previsto deve-se buscar outro manancial ou utilizar de forma complementar as vazões de outro manancial.
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• o nível mínimo no local da captação para que a entrada de secção permaneça sempre afogada; • o nível máximo para que não haja inundações danosas às instalações de captação.
• a velocidade de escoamento; • a estabilidade das estruturas; • a proteção contra correnteza; • a proteção contra desmorona- mentos; • a proteção contra obstruções utilizando grades, telas ou crivos.
QUALIDADE DA ÁGUA
Com a finalidade de se garantir a qualidade da água, quando se trata de rios, deve se atentar para o fato de que a captação deve ser instalada a montante das descargas poluidoras. Em reservatórios a captação deve ser instalada de forma que não ocorra nem tão superficial, nem tão profunda, uma vez que podem ocorrer problemas de natureza física, química e biológica.
Quando nos referimos a problemas que envolvem Natureza Física deve- se atentar para o fato de que podem ocorrer tanto na superfície quanto em profundidade.
Quando os problemas são na superfície se tratam de ações físicas danosas como os ventos, correntezas, impactos de corpos
afluentes, já quando nos referimos a problemas que ocorrem em profundidade observa-se que são gerados uma maior quantidade de sedimentos em suspensão o que encarece ou dificulta a remoção da turbidez no processo de tratamento.
Quanto aos problemas de Natureza Química verifica-se que eles tendem a apresentarem em sua superfície maior teor de dureza, de ferro e manganês e, quando nos referimos aos problemas de Natureza Biológica, nas camadas superiores da massa de água pode ocorrer uma maior proliferação de algas, gerando assim um odor desagradável e um gosto ruim; já em profundidade dependerá da zona fótica, ou seja, da presença de luz, podendo ser encontrado massa biológica de plânctons.
GARANTIA DE FUNCIONAMENTO
Para garantir o funcionamento adequado de uma captação devemos nos atentar para:
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TOMADA DE ÁGUA
É o conjunto de dispositivos destinado a conduzir a água do manancial para as demais partes constituintes da captação. Ocorre em todo tipo de captação.
Destacaremos alguns tipos de tomada de água de acordo com seu grau de complexibilidade: tubulação de tomada; caixa de tomada; canal de derivação; poço de derivação; tomada de água com estrutura em balanço; captação flutuante; torre de tomada.
TUBULAÇÃO DE TOMADA
É um dispositivo constituído por tubulação simples, que conduz a água desde o manancial até a unidade seguinte. A tubulação de tomada é provida de um crivo em sua extremidade de montante, localizado dentro do curso de água.
TUBULAÇÃO DE TOMADA COM CRIVO
Fonte: Haddad 1997
A tubulação de tomada com crivo pode descarregar em um desarenador, em uma caixa de passagem, em um poço de sucção de uma elevatória, ligada diretamente a sucção de uma bomba.
IMPORTANTE!!! (segundo a NBR 12213 - Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público) a velocidade nas tubulações/canais da tomada de água deverá ser maior ou igual a 0,60 m/s e, sempre deve-se prever dispositivo anti vórtice.
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TUBULAÇÃO DE TOMADA COM TUBOS PERFURADOS
É utilizado quando a margem do curso de água apresenta pequena declividade ou quando a lamina d’água é de pequena espessura.
DACACH ( 1975)
TUBULAÇÃO DE TOMADA COM BOMBAS ANFÍBIAS
Se utiliza quando a tomada de água se dá de forma direta por meio de um conjunto moto bomba neste caso com bombas anfíbias, que são equipamentos instalados dentro do curso de água.
Esta é uma solução que dispensa a construção da casa de bombas, minimizando assim obras nas margens do manancial, necessitando de uma altura mínima de nível de água para sua instalação, porem não ficam limitadas a problemas de altura máxima de sucção
HIGRA INDUSTRIAL LTDA (2003)
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DIMENSIONAMENTO DE UMA UNIDADE DE TOMADA
FORMULA DE HAZEN-WILLIAMS: Cálculo da perda de carga na tubulação de tomada.
J = Perda de carga unitária (m/m) Q = Vazão (m³/s) C = Coeficiente adimensional do material D = Diâmetro (m)
MÉTODO DE HAZEN-WILLIAMS
Na tabela abaixo são apresentados os valores do coeficiente C para os tubos mais usados atualmente:
EQUAÇÃO GERAL: Para cálculo das perdas localizadas.
Hf = ∑K . (v² / 2g)
Hf = Perda de carga (m) K = Coeficiente da perda de carga do acessório (adimensio- nal) V = velocidade média do escoamento no duto (m/s) g = aceleração da gravidade (m/s²)
VAZÃO DE CAPTAÇÃO
Q = (P. qpm. K1) / T.3600
Q = Vazão(m³/s) P = População de Projeto (habitantes) K1= Coeficiente de reforço do dia de maior consumo T = Tempo de funcionamento (h/dia) qpm= consumo per capto médio
DIÂMETRO DA TUBULAÇÃO
D = (4Q) / πv)0,5
D = Diâmetro (mm) Q = Vazão(m³/s) v = velocidade (m/s)
Hf = J . L
J= 10,643 . Q1,85 . C-1,85 . D-4,87
TIPO DE TUBO C
Aço soldado com 30 anos de uso 75
Aço soldado com 20 anos de uso 90
Ferro fundido, usado 90
Ferro fundido, com 15 anos de uso 100
Ferrofundido,c/argamassa de cimento 130
Aço galvanizado, usado 100
Aço galvanizado, com costura 125
Aço galvanizado sem costura, novo 130
Cobre e latão 130
Plástico PVC, até 75 mm 125
Plástico PVC, até 100 mm 135
Plástico PVC, mais de 100 mm 140
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VELOCIDADE DA ÁGUA NA TUBULAÇÃO
v = (4 Q)/(π D²)
D = Diâmetro (mm) Q = Vazão(m³/s) v = velocidade (m/s)
PERDA DE CARGA TOTAL
Hft= Hf1+Hf2+...
Hft= Perda de carga total (m) Hf1=Hf2= Perda de carga no acessório (localizada)
COEFICIENTE K PARA ACESSÓRIOS
PEÇA K PEÇA K AMPLIAÇÃO GRADUAL 0,30* JUNÇÃO 0,40 BOCAIS 2,75 MEDIDOR VENTURI 2,50** COMPORTA ABERTA 1,00 REDUÇÃO GRADUAL 0,15* CONTROLADOR DE VAZÃO 2,50 REGISTRO DE ÂNGULO ABERTO 5,00 COTOVELO DE 90º 0,90 REGISTRO DE GAVETA ABERTO 0,20 COTOVELO DE 45º 0,40 REGISTRO DE GLOBO ABERTO 10,00 CRIVO 0,75 SAÍDA DE CANALIZAÇÃO 1,00 CURVA DE 90º 0,40 TÊ PASSAGEM DIRETA 0,60 CURVA DE 40º 0,20 TÊ SAÍDA DE LADO 1,30 CURVA DE 22,5º 0,10 TÊ SAÍDA BILATERAL 1,80 ENTRADA NORMAL EM CANALIZAÇÃO 0,50 VÁLVULA DE PÉ 1,75 ENTRADA DE BORDA 1,00 VÁLVULA DE RETENÇÃO 2,50 EXISTÊNCIA DE PEQUENA DERIVAÇÃO 0,03 VELOCIDADE 1,00 (*)COM BASE NA VELOCIDADE MAIOR (seção menor) (**)RELATIVA A VELOCIDADE NA CANALIZAÇÃO
TUBULAÇÃO DE TOMADA
EXERCÍCIO 01 Dimensionar uma tubulação de tomada de uma captação de água de superfície destinada a uma comunidade com população de projeto de 2000 habitantes, consumo per capita médio de água macromedido de 150 L/hab.dia e coeficiente do dia de maior consumo (k1) igual a 1,2. As unidades de produção de água deverão ser projetadas para funcionarem no máximo 16 horas por dia. O comprimento da tubulação de tomada é de 5 m e ela descarrega num poço de tomada. Adotar: C= tubo de ferro fundido revestido internamente com argamassa de cimento. (TABELA) crivo comercial : (TABELA) válvula de gaveta: (TABELA) saída de tubulação: (TABELA) Vazão da ETA = 3%
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EXERCÍCIO 02 Dimensionar uma tubulação de tomada de uma captação de água de superfície destinada a uma comunidade com população de projeto de 19420 habitantes, consumo per capita médio de água macromedido de 200 L/hab.dia e coeficiente do dia de maior consumo (k1) igual a 1,2. As unidades de produção de água deverão ser projetadas para funcionarem no máximo 20 horas por dia.
O comprimento da tubulação de tomada é de 150 m e ela descarrega num poço de tomada. Adotar:
Tubo de PVC, crivo comercial, válvula de gaveta, saída de tubulação: Vazão da ETA = 4% Grande Consumidor= 7L/s
b) CAIXA DE TOMADA
É empregada quando o curso de água apresenta regime de escoamento torrencial ou rápido. Isso coloca em risco a estabilidade de tubulações, pela possibilidade da colisão destas com sólidos transportados pelo curso de água em épocas de fortes chuvas.
Nessas situações, é mais indicado que a tubulação de tomada seja substituída por uma caixa de tomada instalada na margem do curso de água. As caixas de tomada são dotadas de grade em sua entrada.
Fonte: Haddad 1997
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c) CANAL DE DERIVAÇÃO
É utilizado em captações de médio ou grande portes, cumprindo ao mesmo tempo as funções da caixa de tomada e do canal que interliga a unidade subsequente. Não se aplica a captações de pequena vazão devido à prescrição da velocidade mínima de 0,60m/s.
Canais para pequenas vazões com essa velocidade teriam dimensões diminutas para viabilizar sua construção e manutenção.
Geralmente os canais de derivação são dotados de grade em sua entrada.
Canal de derivação e desarenador afastado da margem do curso de água
Fonte: Haddad 1997
Canal de derivação e desarenador posicionados junto ao curso de água
Fonte: Haddad 1997
d) POÇO DE DERIVAÇÃO
Consiste de uma tubulação construída na margem de rios ou ribeirões que seja inundável e que apresente declividades acentuadas.
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Poço de derivação com apenas uma tomada de água
Fonte: Haddad 1997
Quando a variação de nível de água do rio for acentuada, pode-se adotar mais de uma tubulação de tomada.
Poço de derivação com duas tubulações de tomada
Fonte: TSUTYA (2006)
e) TOMADA DE ÁGUA COM ESTRUTURA EM BALANÇO
A tomada de água é feita por um conjunto moto bomba, Resistente à abrasão, que fica suspenso dentro do curso de água, por meio de uma corrente integrada a uma talha que pode se movimentar ao longo de uma viga em balanço.
Aplica-se a rios com grande oscilação do nível de água, tanto em profundidade como no afastamento às margens.
Fonte: TSUTYA (2006)
f) CAPTAÇÃO FLUTUANTE
É aplicado em lagos e represas ou em rios com regime de escoamen- to tranquilo, sem arraste frequente de sólidos flutuantes de grandes dimensões. torre de tomada), de custo mais elevado.
Tem sido mais utilizada em sistemas de pequenas e médias comunidades (como uma alternativa mais econômica as torre de tomada), de custo mais elevado.
58 Fonte: TSUTYA (2006)
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Pode ser de três diferentes tipos:
• com motor e/ou bomba não submersíveis, instalados em balsa.
• com conjunto motobomba submersível suspenso por flutuadores.
• com tomada de água flutuante.
A adoção de uma ou de outra das duas primeiras alternativas vai depender da realização de estudo técnico-econômico comparativo.
Há a tendência de que a alternativa com balsa seja mais vantajosa nos sistemas de maior porte (com maiores vazões de captação), enquanto que a modalidade que emprega flutuadores é mais indicada para as captações de menores vazões.
A terceira modalidade, em que apenas a tomada de água é flutuante, tem a sua viabilidade econômica depende da variação do nível do manancial; da topografia; da geologia e da extensão da área inundável no local onde ficará o poço que irá receber a água da tomada flutuante.
Qualquer que seja a modalidade de captação flutuante escolhida, deverá ser dada atenção especial à ancoragem da estrutura flutuante, principalmente quando ela é instalada em rios, em que a ação de arraste pela água é mais significativa.
Outra característica: é a necessidade de que a tubulação seja flexível, o que é facilitado pela existência de tubos de material plástico de grande resistência a esforços internos e externos.
A captação com conjunto motobomba não submersível instalado em balsa aplica-se a situações em que não seja economicamente indicada a utilização de conjuntos submersíveis.
Em contrapartida, tem-se que a alternativa de conjunto motobomba submersível suspenso por flutuadores tende a apresentar menor custo do que a construção da balsa.
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GRADEAMENTO
Grades e telas são dispositivos para reterem materiais flutuantes ou em suspensão de maiores dimensões.
g) TORRE DE TOMADA
É a modalidade em que a tomada de água é feita por meio de uma torre de grandes dimensões, com entradas de água em diferentes níveis.
Pelo seu maior custo é indicado para grandes sistemas de abastecimento de água (captação se faz em lagos, em reservatórios de regularização de vazão ou em grandes rios) com grande variação no posicionamento do nível de água.
A NBR 12213 estabelece que a sua utilização deve ser precedida de estudo técnico-econômico que considere também as outras alternativas tecnicamente viáveis.
As grades são constituídas de barras paralelas e destinam-se a impedir a passagem de materiais grosseiros.
As telas são formadas por fios formando malhas que têm por finalidade reter materiais flutuantes não retidos na grade. Ou seja, as telas devem ser sempre instaladas após as grades.
Existem dois tipos de grades: Grade grosseira e grade fina.
Em cursos de água sujeitos a regime torrencial e quando corpos flutuantes de grandes dimensões possam causar danos às instalações de grades finas ou telas, devem ser previstas as instalações de grades grosseiras.
ATENÇÃO !!!
Tomada de água em rios ou represas com grande variação do nível de água devemos deve-se utilizar torre de tomada ou captação flutuante.
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Espessuras das barras Grade grosseira: 3/8” (0,95 cm), 7/16” (1,11 cm) ou 1/2” (1,27
cm); Grade fina: 1/4” (0,64 cm), 5/16” (0,79 cm) ou 3/8” (0,95 cm).
Grade grosseira: destinada à retenção de material de dimensões superiores a 7,5 cm (cursos de água sujeitos a regime torrencial).
O espaçamento entre as barras paralelas é de 7,5 cm a 15 cm.
Grade fina: é utilizada para a retenção de material de dimensões inferiores a 7,5 cm.
A distância entre as suas barras paralelas varia entre 2 cm e 4 cm.
As Telas devem ter de 8 a 16 fios por decímetros.
Quanto maior a altura da grade, maior deve ser sua espessura, para conferir-lhe maior rigidez .
As grades ou telas sujeitas à limpeza manual exigem inclinação para jusante de 70° a 80° em relação a horizontal e passadiço para fácil execução dos serviços de manutenção.
Na seção de passagem, corres- pondente ao nível mínimo de água, a área das aberturas da grade deve ser igual ou superior a 1,7 cm² por litro por minuto, de modo que a velocidade resultante seja igual ou inferior a 10 cm/s, sendo as perdas de carga avaliadas admitindo obstrução de 50% da seção de passagem.
PERDA DE CARGA
A perda de carga nas grades e telas pode ser determinada através da equação:
h= k(v²/2g) Onde: h = perda de carga (m) V = velocidade média de aproximação (m/s) G = aceleração da gravidade (m/s²) K = coeficiente de perda de carga , função dos parâmetros geométricos das grades e telas (adimensional).
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Em grades, o coeficiente de perda de carga pode ser determinado por:
K = β ( s/b )1,33 senα
• β = coeficiente, função da forma da barra; • s = espessura das barras; • b = distância livre entre barras • α = ângulo da grade em relação à horizontal
Em telas, o coeficiente de perda de carga pode ser determinado pela equação:
K = 0,55 ((1 – ε²) / ε²)
ε = porosidade, razão entre a área livre e a área total da tela, sendo:
Para tela de malha quadrada: ε = (1 – nd)²
Para tela de malha retangular: ε = (1
– n1d1) (1 – n2d2)
n, n1, n2 = número de fios por unidade de comprimento;
d, d1, d2 = diâmetro dos fios.
COEFICIENTE DE PERDA DE CARGA
LIMPEZA GRADES
Em obras de captação com vazão superior a 500 l/s, ou em mananciais que, por suas características, exigem limpeza frequente das grades finas, deve ser estudada a possibilidade de empregar equipamento mecânico.
As barras e os fios que constituem as grades e as telas devem ser de material anticorrosivo ou protegido por tratamento adequado.
Grades e telas podem ser de limpeza manual ou mecanizada. Os equipamentos de limpeza mecanizada, pelo seu elevado custo, são restritos às captações de grandes vazões (>1m3/s).
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GRADES: FORMA GEOMÉTRICA SEGUNDO A SEÇÃO TRANSVERSAL DAS BARRAS
Formas geométricas e coeficiente b das seções transversais das barras de grades Fonte: ABNT (1992)
EXERCÍCIO 3
Dimensionar uma grade para captação de 200 l/s num ribeirão utilizando caixa de tomada. O manancial apresenta regime de escoamento torrencial em períodos de chuva, com transporte de sólidos flutuantes de grandes dimensões. As alturas das lâminas de água mínima e máxima do ribeirão sobre a laje de fundo da caixa de tomada (colocada a 0,40m acima do leito do curso de água) são respectivamente de ) 0,30 m e 1,20m.
Fonte: TSUTYA (2006)
EXERCÍCIO 4 Dimensionar uma grade para captação de 150 l/s num ribeirão utilizando caixa de tomada. O manancial apresenta regime de escoamento torrencial em períodos de chuva, com transporte de sólidos flutuantes de grandes dimensões. As alturas das lâminas de água mínima e máxima do ribeirão sobre a laje de fundo da caixa de tomada (colocada a 0,50m acima do leito do curso de água) são respectivamente de ) 0,4 m e 1,50m
DESARENADOR – CAIXA DE AREIA
São dispositivos por onde as águas passam com velocidade reduzida, havendo um processo de sedimentação.
É uma instalação complementar que tem por finalidade remover da água captada a areia de uma dada granulometria.
Segundo a NBR 12213 deve ser utilizada quando o curso de água apresenta transporte intenso de sólidos (concentração ≥ 1,0 g/L).
São geralmente projetados com seção retangular em planta. O seu comprimento é pelo menos 3 vezes maior do que a sua largura.
O dimensionamento consiste na determinação do comprimento L, necessário para que o grão de areia que estiver entrando na parte superior do desarenador (situação mais desfavorável) nele fique retido ao final do seu movimento descendente até o fundo do desarenador.
Condições para projeto de desarenadores (NBR 12213)
O desarenador deve ser instalado entre a tomada de água e a adutora;
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Fonte: TSUTYA (2006)
a) depósito capaz de acumular o mínimo equivalente a 10% do volume do desarenador;
b) largura mínima (B) que facilite a construção e a limpeza do desarenador (e possibilite também que vh ≤ 0,30 m/s)
Devem existir preferencialmente dois desarenadores, dimensionados, cada qual, para a vazão total, ou seja, um deles deve funcionar como unidade de reserva;
O desarenador pode ser dispensado quando se comprovar que o transporte de sólidos sedimentáveis não é prejudicial ao sistema. Devem ser dimensionados para a sedimentação de partículas de areia com velocidade de sedimentação (vs) menor ou igual a 0,021m/s, com a finalidade de reterem partículas com diâmetro (d) maior ou igual 0,2 mm e, velocidade de escoamento horizontal (vh) menor ou igual 0,30 m/s.
O comprimento do desarenador obtido no cálculo teórico deve ser multiplicado por um coeficiente de segurança maior ou igual a 1,5;
O desarenador pode ser de nível constante ou variável. Sendo que no dimensionamento do desarenador de nível variável, devem ser consideradas as condições de operação para níveis máximos e mínimos.
O desarenador com remoção por processo manual deve ter:
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Para compensar a turbulência na entrada e saída da caixa de areia aplica-se um coeficiente de segurança de 50% no comprimento da caixa.
DIMENSIONAMENTO DE UMA CAIXA DE AREIA (DESARENADOR)
CÁLCULO DA ÁREA:
A = Q/Vs A= área (m) Q= vazão (m³/s) Vs= velocidade de sedimentação
DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO (L)
L = A/b
L = comprimento (m) A = área (m²) b = largura (m) (adotado) Para compensar a turbulência na entrada e saída da caixa de areia aplica-se um coeficiente de segurança de 50% no comprimento da caixa. L/b ≥ 4
DETERMINAÇÃO DA PROFUNDIDADE (h)
h = A/b
h = profundidade (m) A = área (m²) Área transversal b = largura (m) (adotado) VL = velocidade longitudinal = 0,3 m/s
EXERCÍCIO 5 Calcular as dimensões da caixa de areia com os seguintes dados:
• Vazão de projeto 1ª Etapa: 350 l/s 2ª Etapa: 490 l/s
• Características das partícula a serem removidas: • Diâmetro médio ≥ 0,2 mm
• Velocidade sedimentação ≤ 0,0211 m/s
EXERCÍCIO 6 Dimensionar a caixa de areia de uma tomada d’água com uma vazão máxima de 0,5 m3/s. Estima-se uma quantidade de sólidos em suspensão de 0,1ml por m³ de água e se deseja que a caixa de retenção de areia tenha uma autonomia mínima de três dias. Adotar um coeficiente de segurança s=1,4.
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EXERCÍCIO 7 Dimensionar a caixa de areia de uma tomada d’água com uma vazão máxima de 200 litros/s. Estima-se uma quantidade de sólidos em suspensão e 0,075 ml por m3 de água e se deseja que a caixa de retenção de areia tenha uma autonomia mínima de uma semana. Adotar um coeficiente de segurança s=1,5.
EXERCÍCIO 8 Dimensionar a caixa de areia de uma tomada d’água com uma vazão máxima de 3,0 m3/s. Estima-se uma quantidade de sólidos em suspensão de 0,005 ml por m3 de água e se deseja que a caixa de retenção de areia tenha uma autonomia mínima de uma semana. Adotar um coeficiente de segurança s=1,4.
VOLTANDO AO DESAFIO
Agora a Luz do conhecimento adquirido resolva a questão.
RESUMINDO
Faça uma síntese abordando o Sistema de Captação, estudado neste capítulo
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Dispositivos de 5 Controle
https://pxhere.com/pt/photo/1287888
“O futuro da humanidade depende da água e o futuro da água depende da humanidade”.
Kayky Santos de Almeida, aluno do 6º ano da Escola
Municipal Marina Bragança de Mendonça
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OBJETIVO:
Conhecer alguns dispositivos de controle e compreender seu funcionamento.
UM DESAFIO PARA VOCÊ
Você saberia dizer que dispositivos utilizamos em um sistema de captação? Com o seu grupo faça um esquema mostrando o sistema de captação bem como os dispositivos neles utilizados, após uma visita a concessionária de água e esgoto da sua cidade.
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
DISPOSITIVOS DE CONTROLE
Os principais dispositivos utilizados em captações são as adufas, as comportas, os crivos, os registros, os registros automáticos de entrada, etc.
ACESSÓRIOS
a) Comportas
São dispositivos de vedação constituídos, essencialmente, de uma placa movediça, que desliza em sulcos ou canaletas verticais. Instalados na maioria dos casos em canais e nas entradas de tubulações de grandes diâmetros.
b) Adufas
São peças semelhantes às comportas e são ligadas a um segmento de tubo.
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c) Crivo
Crivo é um substantivo que nomeia diversos objetos que possuem uma espécie de peneira, que possuem furos em diversos pontos usada para separar grãos, de acordo com o volume e a espessura.
d) Registro
As válvulas ou registros são dispositivos que permitem regular ou interromper fluxo de água em condutos fechados. São usadas quando se pretende estabelecer vedação no meio de trecho formado por uma tubulação longa.
e) Registro automático de entrada
São utilizados para manter um nível pré-estabelecido em reservatórios. O registro abre progressivamente à medida que o nível baixa.
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f) Válvula controladora de nível
A Válvula de Controle de Nível é uma válvula controlada hidraulicamente, que controla o enchimento do reservatório para manter o nível de água constante, independentemente da demanda, se instalado na saída do reservatório, mantém o nível mínimo do reservatório.
g) Painel de Comando
h) Canais e Tubulações
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VOLTANDO AO DESAFIO
Vamos resolver o desafio proposto?
RESUMINDO
Faça um levantamento indicando todos os dispositivos utilizado no Sistema de abastecimento visto até o momento
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Consumo 6 de Água
https://www.flickr.com/photos/agenciasenado/14532859200
Lembre-se da sabedoria da água, ela nunca discute com um obstáculo, ela simplesmente o contorna.
Augusto Cury
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OBJETIVO:
Classificar e determinar os diversos tipos de consumo, como este consumo pode ser afetado, avaliar os diversos fatores que afetam o consumo, determinar as vazões de dimensionamento, classificar os diferentes tipos de perdas.
UM DESAFIO PARA VOCÊ
Faça com o seu grupo um levantamento sobre o consumo em seu bairro, que fatores afetam esse consumo, procure saber os tipos de perdas que ocorrem em seu bairro e proponha uma solução para a situação
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
CONSUMO DE ÁGUA
Estudos, segundo a ONU, recomendam que 110 litros por hábitantes /dia de água é o suficiente para suprir as necessidades básicas de consumo diário de uma pessoa.
Os brasileiros consumam em média 154 litros de água por dia, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento do Ministério das Cidades, divulgado em 2018.
Determinarmos o consumo de água de uma população é importante para a operação, a ampliação e as melhorias a serem executadas no sistema
Para tanto devemos determinar o consumo médio por habitante, a estimativa do número de habitantes atual e de projeto, bem como as variações de demanda, os consumos adicionais para reserva de incêndio, as áreas industriais e a limpeza pública.
Também é de suma importância
para o dimensionamento de
tubulações, reservatórios e dos
equipamentos a eles pertinentes.
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Os consumos dão classificados como doméstico, comercial, industrial e público. Esta classificação é importante para identificar zonas homogêneas e estabelecer políticas tarifárias e de cobrança diferenciada.
CONSUMO DOMÉSTICO DE ÁGUA
Os fatores que afetam o consumo são as condições climáticas, os hábitos e nível de vida da população, as características da cidade e habitações, a medição da água e da pressão na rede, a Rede de esgoto e o preço da água.
ÁGUA PARA USO INDUSTRIAL
No caso das indústrias podemos discriminar a utilização da água de acordo com as seguintes categorias de uso: humano, doméstico, Água incorporada ao produto, Água utilizada no processo de produção, Água perdida ou para usos não rotineiros
O Consumo de água pode ser determinado por :
• Micromedição – leitura dos hidrômetros
https://bit.ly/2RTqYrW
• Macromedição – leitura dos medidores instalados na saída de reservatórios ou em distritos de medições.
• Ausência de Medições – consumo médio ou áreas semelhantes.
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Quando se fala de demandas em uma instalação para abastecimento de água
estamos falando da:
• Qualidade, quantidade, pressão e continuidade
• Demanda atual e futura (alcance de projeto)
• Consumo no próprio sistema (limpeza de ETAs)
• Perdas no sistema
FATORES QUE AFETAM O CONSUMO DE ÁGUA
Clima
Regiões quentes e secas possuem consumo de água mais elevado se comparado à regiões frias e temperadas Quanto mais quente, maior o consumo. Também influenciam: a umidade e o índice pluviométrico
Hábitos e nível de vida da população
Quanto mais elevado o poder econômico e social da população, maior o consumo de água, decorrente de máquinas de lavagem de roupas, de pratos, de lavagem de automóveis, etc.
Natureza da cidade
Cidades com características industriais possuem maiores consumos do que, por exemplo, vilas operárias, cidades satélites e conjuntos habitacionais.
Características do abastecimento d’água
Variam de acordo com a qualidade da água distribuída; pressões na rede de distribuição; taxa de água; modo de distribuição (serviço medido); administração do serviço.
Variações no consumo
ANUAIS Tende a crescer com o tempo ( aumento da população ou melhoria nos hábitos de higiene).
MENSAIS Aumento no verão e diminuição no inverno
DIÁRIAS Aumento no verão e diminuição no inverno
HORÁRIAS Aumento médio entre 10 e 12 horas ( função dos hábitos da população.
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Consumo de Água: Variação Diária
Coeficiente do dia de maior consumo (K1)
1,2 < K1< 2,0 Determinação da vazão de dimensionamento de partes de um sistema de fornecimento público de água, entre os quais: obras de captação, adução, elevatórias, reservação e estação de tratamento.
Recomendação ABNT : K1 = 1,2
Observe o quadro abaixo:
Consumo de Água: Variação Horária
Coeficiente do hora de maior consumo (K2)
1,5 < K2 < 3,0 Valor adotado para fins de projeto o valor 1,5.
Esse coeficiente é utilizado quando se pretende dimensionar os condutos de distribuição propriamente ditos que partem dos reservatórios, pois permite conhecer as condições de maior solicitação nessas tubulações. Recomendação ABNT : K2 = 1,5
Sistema de produção: A montante do reservatório
Dimensionadas para atender a vazão média do dia de maior consumo do ano (K1)
Sistema de distribuição
Dimensionada para maior vazão de demanda que é a hora de maior consumo do dia de maior consumo (K1 K2)
Reservatório
Recebe a vazão constante (média do dia de maior consumo) e equilibra as variações horárias da demanda.
ETA – Estação de Tratamento de Água Consome cerca de 1 a 5% do volume tratado para lavagem de filtros e decantadores
VAZÕES DE DIMENSIONAMENTO
Vazão da captação, estação elevatória e adutora até a ETA (inclusive)
Vazão do reservatório até a rede
Vazão da ETA até o reservatório
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Perdas de Água
PERDAS FÍSICAS OU REAIS PERDAS NÃO FÍSICAS E APARENTES
Vazamento nas tubulações de distribuição e das ligações prediais Ligações clandestinas
Extravasamento de reservatórios By-pass irregular no ramal das ligações
“gato”
Operações de descargas nas redes de distribuição e limpeza dos reservatórios
Problemas de micromedição (hidrômetros inoperantes ou com submedição, fraudes, erros de leitura, problemas na calibração
dos hidrômetros, entre outros).
EXERCÍCIOS
01. Calcular as vazões de dimensionamento de um sistema de abastecimento de água, para atender uma população de 100 000 habitantes com vazão industrial de 25 L/s, sendo o consumo per capita de água de 200 L/hab.dia e um consumo na ETA de 3%.
02. Calcular as vazões de dimensionamento de um sistema de abastecimento de água, para atender uma população de 278 000 habitantes com vazão industrial de 37 l/s, sendo o consumo per capita de água de 200 L/hab.dia e um consumo na ETA de 5%.
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VOLTANDO AO DESAFIO
Com base no que foi lhe apresentado resolva o problema.
RESUMINDO
Mostre a relevância do assunto abordado para sua comunidade
Projeção Populacional
https://immigrationreform.com/2016/06/30/why-true-immigration-reform-has-nothing- to-do-with-tearing-families-apart/
Com o aumento da população mundial, a crise da fome e sede se alastrará sem fronteiras.
Erasmo Shallkytton
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Diversos são os métodos aplicáveis para o estudo demográfico, destacando-se os seguintes:
• Método dos componentes demográficos • Métodos matemáticos • Método da extrapolação gráfica
OBJETIVO:
Determinar a população de projeto de acordo com seu horizonte, conhecer os diversos métodos de para se obter a população futura.
UM DESAFIO PARA VOCÊ
Faça um estudo e determine a população de projeto de sua cidade para um horizonte de projeto de 25 anos
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
PROJEÇÃO POPULACIONAL ESTUDO DA POPULAÇÃO
As obras de abastecimento de água e sistemas de esgotos sanitários das cidades devem ser projetadas para atender a uma determinada população, em geral maior que a atual, correspondente ao crescimento demográfico em um certo número de anos.
A esse período de tempo, chama-se de período do projeto ou plano do projeto, ou ainda, horizonte do projeto.
Esse período tem variado entre 20
e 30 anos, sendo comum adotar-se o período de 20 anos.
Entretanto, se as obras previstas no projeto, forem construídas para atender o horizonte do projeto, nos anos iniciais haverá grande ociosidade o que significa onerar a população atual.
Para que tal não aconteça, as obras que podem ser subdivididas deverão ser executadas em etapas. Período de alcance do projeto: 20 anos ou mais
Para a determinação do estudo da população é necessário a coleta de Dados populacionais dos últimos censos, Setores censitários da área de projeto, Cadastro imobiliário, Pesquisa de campo, Planos e projetos existentes, Planos diretores do município , Situação socioeconômica do município e Elaboração de projeções da população
81
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MÉTODO DOS COMPONENTES DEMOGRÁFICOS
Exige o conhecimento de informações e dados estatísticos. Aplicação à última população conhecida da comunidade e podem ser usados dados de comunidades análogas. Projeção populacional adotada deve ser utilizada a cada levantamento do IBGE.
• Tendências socioeconômicas do processo de metropolização
• Tendências demográficas globais
• Tendências de mortalidade
• Tendência de fecundidade
• Tendência migratória e população recenseada
Pt = P0 + (N – M) + (I – E)
Onde:
Pt = população na data (t) P0 = população na data inicial (t0) N = nascimento no período (t – t0) M = óbitos no período (t – t0) I = imigrantes no períodos (t –t0) E = emigrantes no período (t – t0)
MÉTODOS MATEMÁTICOS
• Método aritmético
• Método geométrico
• Método da curva logística
Método aritmético
Considera o crescimento linear da população. Este método admite que a população varie linearmente com o tempo e pode ser utilizado para a previsão populacional para um período pequeno, de 1 a 5 anos. Para previsão por período muito longo, torna-se acentuada a discrepância com a realidade histórica, uma vez que o crescimento é pressuposto ilimitado.
Em que:
t representa o ano de projeção e P a população
EXERCÍCIO 01. Com os dados censitários abaixo, solicita-se projetar a população (fixa) da cidade de Boa Esperança, para o ano de 2020.
1960 .............................. 155 984 hab 1970 .............................. 198 405 hab 1980 .............................. 262 048 hab 1990 .............................. 341 070 hab
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Método Geométrico
Este método considera para iguais períodos de tempo, a mesma porcentagem de aumento da população. Matematicamente, pode ser apresentada da seguinte forma: Considera o crescimento exponencial da população
Em que:
t representa o ano de projeção e P a população.
EXERCÍCIO 02. Com os dados censitários abaixo, solicita-se projetar a população (fixa) da cidade de Boa Esperança, para o ano de 2020.
1960 .............................. 155 984 hab 1970 .............................. 198 405 hab 1980 .............................. 262 048 hab 1990 .............................. 341 070 hab
Método da Curva Logística
Neste caso, admite-se que o crescimento da população obedece a uma relação matemática do tipo curva logística, nos quais a população cresce assintoticamente em função do tempo para um valor limite de saturação (K). A curva logística possui três trechos distintos: o primeiro corresponde a um crescimento acelerado, o segundo a um crescimento retardado e o último a um crescimento tendente à estabilização. Entre os dois primeiros trechos há um ponto de inflexão.
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1 0 2
Onde:
b – parâmetro que corresponde à razão de crescimento da população a – parâmetro tal que para T = a/b há uma inflexão (mudança no sentido da curvatura) da curva K – limite de P (saturação da população) t – intervalo de tempo entre o ano da projeção e t0
Os parâmetros são determinados a partir de pontos conhecidos da curva P0(t0), P1(t1) e P2(t2) igualmente
espaçados no tempo, ou seja, t0 = 0, t1
= d, t2 =2d.
Os pontos P0, P1 e P2 devem ser tais que:
• P 2 > P . P
• P0 < P1 < P2
EXERCÍCIO 03. Com os dados censitários abaixo, solicita-se projetar a população (fixa) da cidade de Boa Esperança, para o ano de 2020.
1960 .............................. 155 984 hab 1970 .............................. 198 405 hab 1980 .............................. 262 048 hab 1990 .............................. 341 070 hab
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VOLTANDO AO DESAFIO
Resolva o desafio proposto.
RESUMINDO
Faça um levantamento sobre o que você aprendeu no capítulo.
Adutora 8
https://www.flickr.com/photos/mcdonaldc/16246799812
Devemos ser sábios e persistentes como a água que desce a montanha e nos caminhos mais estreitos e tortuosos aumentará sua velocidade e quando se encontra diante de um obstáculo buscará sempre um caminho alternativo, mas quando não encontra alternativa encara o obstáculo de frente e cautelosamente ganha volume e força para superá-lo e seguir sua jornada.
Sabedoria Oriental
Fonte: TSUTYA (2006)
De acordo com a sua natureza podemos discriminá-las em adutora de agua bruta e adutora de água tratada.
condutos livres, forçados, e mistos.
de de escoamento por meio
modo ao Quanto
Quanto a energia que a movimenta podemos discriminá-las em adutora por gravidade, adutora por recalque e adutora mista.
OBJETIVO:
Identificar e classificar uma adutora, compreender os traçados de uma adutora, dimensionar uma adutora.
UM DESAFIO PARA VOCÊ
Identifique os diversos materiais que podem constituir uma Adutora.
ADUTORAS
São canalizações dos sistemas de abastecimento de água que conduzem a água para as unidades captação, tratamento, estação elevatória, reservação e rede de distribuição. Elas Interligam captação, ETA e reservatórios (não distribuem a água aos consumidores)
A adutora é classificada de acordo com a natureza da água transportada , de acordo com a energia que movimenta essa água e de acordo com o modo de escoamento do líquido.
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ADUTORA POR GRAVIDADE
CONDUTOS LIVRES
O escoamento de água em um conduto livre, tem como característica principal o fato de apresentar uma superfície livre, sobre a qual atua a pressão atmosférica.
Exemplos de condutos livres de seção aberta: Rios, Canais, Calhas e Drenos.
Rio Paraíba do Sul, município paulista de Jacareí https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Para%C3%ADba_do
_Sul
canal água Santos São Paulo Brasil https://pixabay.com/pt/canal-%C3%A1gua-santos-
s%C3%A3o-paulo-brasil-254498/
CONDUTOS FORÇADOS
Denominam-se condutos forçados ou condutos sob pressão, as tubulações onde o líquido escoa sob uma pressão diferente da atmosférica. As seções desses condutos são sempre fechadas e o líquido escoa enchendo-as totalmente; são em geral de seção circular, porém, em casos especiais, como nas galerias das centrais hidrelétricas ou nos grandes aquedutos, são utilizadas outras formas.
PCH Buriti http://www.atiaiaenergia.com.br/imprensa/imagens.ph
p
https://pxhere.com/es/photo/925035
Os tubos operam como condutos livres quando funcionam parcialmente cheios, como é o caso das galerias pluviais e dos bueiros.
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TRAÇADO 1: Quando a tubulação está assentada abaixo da linha piezométrica efetiva a carga de pressão na tubulação é maior que a pressão atmosférica.
Nos pontos altos: instalar ventosas com o objetivo de retirar o ar acumulado proveniente de gases dissolvidos na água e do processo de enchimento da linha, que reduz o a performance de escoamento.
Nos pontos baixos: instalação de válvulas de descarga para promover a limpeza da tubulação.
TRAÇADO 2: A tubulação coincide com a Linha Piezométrica Efetiva, esta tubulação funciona como conduto livre onde P=Patm.
TRAÇADO DA ADUTORA
Devido à topografia dos terrenos a tubulação pode estar totalmente abaixo, coincidente ou acima, em alguns pontos, da linha piezométrica.
Fonte: Heller (2010)
É recomendado para instalações de adutora por questões de segurança. Neste caso, em qualquer ponto do conduto a pressão será positiva e a vazão de escoamento será igual a de projeto.
Em todo perfil do Conduto forçado: p/ɣ > Patm
Cuidados especiais:
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TRAÇADO 4: A tubulação corta a linha piezométrica efetiva e o plano de carga efetivo.
entrar ar na quando escorva tubulação
Trata-se de um sifão que funciona em condições precárias, exigindo
A água não atinge por gravidade o trecho acima do nível da água do reservatório R1, o escoamento só será possível após o enchimento da tubulação.
TRAÇADO 5: A tubulação corta a Linha Piezométrica Absoluta.
escoamento por o impossível gravidade.
Trata-se de um sifão funcionando nas piores condições possíveis é
O fluxo só é possível se for instala uma bomba para impulsionar o líquido até o ponto mais alto da tubulação.
Ventosas não funcionam, pois nesses pontos a pressão é inferior à atmosférica.
EXERCÍCIO 01. Em grupo resolva as situações propostas: Analise os cinco traçados, destaque a melhor situação e proponha uma solução para cada situação não adequada que vocês encontraram apresentando a seus colegas e professor a sua análise..
ADUTORAS POR RECALQUE
Transportam a água, por meio de uma estação elevatória, de um local a outro com cota mais elevada utilizando conjunto moto bomba
Esse sistema é composto por condutos forçados e sua adução pode ser feita por recalque simples onde a adução é feita entre uma elevatória e um reservatório ou por recalque duplo, onde a adução é feita entre duas elevatórias e um reservatório.
TRAÇADO 3: A tubulação corta a linha piezométrica efetiva, mas fica abaixo do plano de carga efetivo. O trecho localizado acima dessa linha tem pressões menores que a pressão atmosférica,
P< Patm.
Difícil evitar as bolsas de ar e contaminação da água por sucção. O acúmulo de ar forma bolhas e reduz a vazão escoada, tornando o escoamento irregular.
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piezométrica coincide com o nível da água. Esses condutos podem ser abertos ou fechados. Onde o escoamento se dá por declividade apresentando superfície livre sob o efeito da pressão atmosférica. Não funcionando com sua seção completamente cheia.
linha a livre conduto Em Em conduto forçado a linha piezométrica fica acima da linha d’água. A água fica sob pressão superior a pressão atmosférica. Sua sessão é geralmente circular por ser a forma que resiste as pressões internas da água.
Em conduto livre e forçado, chamados de condutos mistos encontramos trechos constituídos de condutos livres, podendo ser um aqueduto, se interligando a condutos forçados que funcionam como sifões invertidos, situados abaixo da linha piezométrica.
ADUTORAS POR GRAVIDADE
São adutoras que transportam a água de uma cota mais elevada para uma cota de menor elevação utilizando a energia hidráulica. Pode ser feita por meio de conduto livre ou forçado.
É a forma mais segura e econômica de transportar a água.
ADUTORAS POR RECALQUE E GRAVIDADE (MISTAS)
São adutoras compostas por trechos que funcionam por gravidade e outros por recalque. Sua adução pode ser feita por meio de uma elevatória e um reservatório intermediário que Interliga por gravidade ao reservatório de distribuição.
Uma adutora por gravidade pode funcionar por 24 horas, já a adutora por recalque deve funcionar fora dos horários de pico devido ao consumo exacerbado de energia podendo funcionar entre 16 e 20 horas para possibilitar também a manutenção nos equipamentos.
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DIMENSIONAMENTO DE ADUTORAS
ADUTORA POR GRAVIDADE
Para dimensionar uma adutora por gravidade devemos entrar com um parâmetro conhecido que é a vazão (Q), fixamos a velocidade (V) ou a perda de carga unitária (J) e determinamos o diâmetro (D).
Geralmente adota-se nessas adutoras velocidade mínima de 0,5 m/s e velocidade máxima entre 2,5 e 5 m/s para condutos livres e entre 4 e 6 m/s para condutos forçados,
Devemos nos atentar para as pequenas velocidade pois elas favorecem a formação de depósitos de materiais sedimentáveis e, para as velocidades elevadas pois as mesmas aumentam as perdas de carga.
ADUTORA POR RECALQUE
Já para dimensionarmos uma Adutora por Recalque, entramos com os valores conhecidos como a vazão (Q), o comprimento da adutora (L), o desnível a ser vencido e o material da adutora e então determinamos o diâmetro (D).
Quanto menor o diâmetro, maior a potência do equipamento de recalque . Velocidade econômica em adutoras por recalque varia entre 1,0 a 1,5 m/s
Booster Fonte: Autor
Equações utilizadas em dimensionamento para determinação da perda de carga distribuída e localizada:
Equação de Chézy
V=C (Rh . I)0,5
Equação de Manning
C= Rh1/6 / n
Onde:
V= velocidade média de escoamento (m/s) Rh= raio hidráulico (m) I= declividade na linha de energia (m/m) C= coeficiente de Chézy n= é um parâmetro que depende da rugosidade da parede
Condutos livres
- Equação de Chézy - Equação de Manning
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Valores do coeficiente n de Manning
Material dos condutos n de Manning
Cerâmico 0,013
Concreto 0,013
PVC 0,010
Ferro fundido com revestimento 0,012
Ferro fundido sem revestimento 0,013
Cimento amianto 0,011
Aço soldado 0,011
Poliéster, polietileno 0,011
Condutos Forçados
Fórmula Universal Fórmula de Hazen-Williams
∆h= f( L v² / D 2g)
Onde: ∆h= perda de carga (m) f= coeficiente de atrito L= comprimento da tubulação (m) V= velocidade média (m/s) D= diâmetro da tubulação (m) g= aceleração da gravidade (m/s²) Q= vazão (m³/s)
J= 10,65 Q1,85 C-1,85 D-4,87
Q= 0,279 C D2,63 J0,54
V= 0,355 C D0,63 J0,54
Onde: J= perda de carga unitária (m/m) Q= vazão (m³/s) D= diâmetro (m) C= coeficiente de rugosidade
Valores de K citados por Victor Streeter
MATERIAIS VALOR K (mm)
Ferro fundido revestido com cimento 0,125
Ferro fundido sem revestimento 0,25
Tubos de PVC 0,10
Tubos de concreto 0,30
Tubos de aço com revestimento 0,125
Tubos de cobre, latão etc. 0,02
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Valores do coeficiente de atrito C da equação de Hazen-Williams
MATERIAL DO TUBO NOVOS USADOS 10 anos
USADOS 20 anos
Aço corrugado (chapa ondulada) 60 - -
Aço galvanizado roscado 125 100 -
Aço rebitado novo 110 90 80
Aço soldado comum (revestido com betume)
125 110 90
Aço soldado c/revestimento com epoxi 140 130 115
Chumbo 130 120 120
Cimento amianto 140 130 120
Cobre 130 135 130
Concreto, bom acabamento 130 - -
Concreto acabamento comum 130 120 110
Ferro Fundido, revestimento com epoxi 140 130 120
Ferro Fundido, revestido com cimento 130 120 105
Grés cerâmico, vidrado (manilha) 110 110 110
Latão 130 130 130
Madeira em aduelas 120 120 110
Tijolos, conduto bem executado 100 95 90
Vidro 140 - -
Plástico ou PVC 140 135 135
Quanto maior a vazão, maior deverá ser o diâmetro interno a fim de diminuir a velocidade e reduzir a perda de carga
Quanto maior o comprimento e o nº de conexões, maior a perda de carga
Equação para perda de carga localizada
∆hL= K (V²/2g)
Onde: ∆hL= perda de carga localizada (m) K= coeficiente adimensional V= velocidade média (m/s) g= aceleração da gravidade (m/s²)
Fonte: AZEVEDO NETTO
Perda de Carga
A perda de carga varia de acordo com a Natureza do fluido, com o Material do tubo e conexões e com o Diâmetro da tubulação, com o Comprimento dos tubos e quantidade de conexões e acessórios e com a Perda de carga com distribuição ao longo do percurso.
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encontrarmos derivações de água do tronco principal. Nesses casos a vazão é dita uniformemente distribuída ao longo do conduto.
água e nos irrigação, por sistemas de
A vazão de distribuição em marcha (q) são encontradas nas redes de abastecimento de
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Materiais metálicos
• Aço • Ferro fundido dúctil • Aço Inox
Materiais não metálicos
• Polietileno de alta densidade e polipropileno • Poliéster reforçado com fibra de vidro • PVC
TRAÇADO DA ADUTORA
Seu traçado varia em função do projeto do SAA e da topografia, do tipo de solo, da existência de rochas e várzeas, da interferências e travessias de rodovias, ferrovias, rios, linhas de força, etc, e das faixas de servidão ou desapropriação.
MATERIAIS DAS ADUTORAS
Com relação ao material ele nãopode ser prejudicial à qualidade da água, não deve apresentar alteração da rugosidade com o tempo (incrustração), deve apresentar uma resistência química, mecânica e a pressão da água adequada além de serem econômicas. Podendo se apresentarem na forma de materiais metálicos e não metálicos.
OPERAÇÃO DAS ADUTORAS
As adutoras podem operar em condição normal, condição emergencial no caso de falha operacional e em condição catastrófica quando ocorre acidente operacional ou no caso de rupturas.
TRAVESSIA EM CURSOS D’ÁGUA
TRAVESSIA AÉREAS
Necessitam de outorga, Estudo hidrológico, elas não devem interferir no corpo hídrico e aproveita as pontes existentes.
TRAVESSIA ENTERRADAS
Necessitam de outorga, Não devem interferir no corpo hídrico, devem utilizar tubos de maior resistência e os tubos devem ser envelopados com concreto
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EXERCÍCIOS
01, Através de uma Adutora de Água Tratada por gravidade, de comprimento igual a 900 m, que interliga dois reservatórios situados nas cotas altimétricas 795 e 770m, deseja-se transportar uma vazão de 23,83 L/s (já consideradas as vazões diárias e horárias). Solicita-se calcular o diâmetro da adutora, bem como a vazão máxima e a sua velocidade. A adutora deverá ser de aço galvanizado roscado (usado +/- 10 anos) e C = 100. Despreze as perdas de cargas localizadas.
02. Com base no desenho abaixo determine:
a) Determinar o diâmetro que a adutora representada deverá ter para transportar a vazão de 20 L/s sabendo-se que será construída em PVC. Desprezar as perdas localizadas.
b) Determinar a vazão e velocidade efetiva;
VOLTANDO AO DESAFIO
Embasado pela leitura do capítulo e após leitura de material disponibilizado pelo professor, resolva o desafio.
Estação Elevatória
https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/38964980851/in/album-72157690813310295
"O rio passa ao lado de uma árvore, cumprimenta-a, alimenta-a, dá-lhe água... e vai em frente, dançando. Ele não se prende à árvore. A árvore deixa cair suas flores sobre o rio em profunda gratidão, e o rio segue em frente. O vento chega, dança ao redor da árvore e segue em frente. E a árvore empresta o seu perfume ao vento... Se a humanidade crescesse, amadurecesse, essa seria a maneira de amar.“
Osho
9
99
Identificar as estruturas necessárias para vencer desníveis
topográficos.
Pesquisar se em seu bairro existem estações elevatórias e determinar a sua finalidade.
OBJETIVO UM DESAFIO PARA VOCÊ
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
São estruturas necessárias para vencer desníveis geométricos, transportar água por grandes distâncias e integrar sistemas de abastecimento entre diversos municípios. Sendo componente chave de um sistema de abastecimento.
As Estações Elevatórias (EE) são definidas de acordo com os tipos de bombas e dos motores a elas acoplados determinando os principais aspectos de operação e de manutenção.
Equipamentos estes que permitem superar as dificuldades topográficas dos terrenos, podendo ligá- las a outras estações e as redes de distribuição de água
A EE é de fundamental importância tanto para captar a água bruta como para conduzi-la após seu tratamento para a rede de distribuição.
Podemos dizer que a EE é o local onde é feito o recalque ou bombeamento da água. Já a casa de bombas é o local onde a bomba, o motor, os registros, os tubos e os acessórios são abrigados.
A caixa onde se armazena água é chamada de reservatório e tem a função de garantir a pressão das águas nas tubulações bem como regularizar as vazões.
Ela é dimensionada em função da localização e do tipo da bomba.
Recebem também o nome de poços de
bombeam ento ou
estações de
bombeam ento.
100
conduzir água não água bruta: de Elevatórias
destinada a tratada.
destinada a conduzir água tratada tratada: água de Elevatórias
Estes componentes são essenciais ao funcionamento dos sistemas, são utilizadas na captação, adução, tratamento e distribuição de água. São classificadas em:
Elevatórias de água bruta: destinada a conduzir água não tratada. Elevatórias de água tratada: destinada a conduzir água tratada
Tanto a estação de água bruta quanto a de água tratada tem a função de levar água das zonas mais baixas para as zonas mais altas.
Em sistemas de abastecimento de água, é comum encontrarmos elevatórias tipo booster, que são destinadas a aumentar a pressão em redes de distribuição. Estes equipamentos são utilizados principalmente em redes que necessitam de um aumento de pressão ou de vazão.
As regras para sua operação consistem em um conjunto de normas ou diretrizes que indicam quando uma bomba ou conjunto de bombas devem ser ligados ou desligados por um determinado tempo. São indispensáveis em locais onde não se pode ter um sistema de abastecimento realizado totalmente por gravidade.
Tanto a estação de água bruta quanto a de água tratada tem a função de levar água das zonas mais baixas para as zonas mais altas..
Elevatórias tipo booster são comuns em sistemas de abastecimento de água, e tem a finalidade de aumentar a pressão em redes de distribuição. Estes equipamentos são utilizados principalmente em redes que necessitam de um aumento de pressão ou de vazão.
Sua operação é normatizada e direcionada por regras que indicam quando uma bomba ou um conjunto de bombas devem ser ligados ou desligados e o tempo de funcionamento de cada caso. São indispensáveis em locais onde não se pode ter um sistema de abastecimento realizado totalmente por gravidade.
Equipamentos eletromecânicos
–Motores –Bombas
Tubulações
–Sucção –Barrilete –Recalque
Construção civil
–Poço de sucção –Casa de bomba
COMPONENTES DE UMA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
A relevância dos componentes depende de suas características, da quantidade de bombas instaladas, do tipo de acionamento e do espaço necessário para sua instalação bem como das tubulações e acessórios.
O objetivo das bombas é recalcar água, mas para isto surgem agravantes como o aumento dos gastos com energia elétrica, com a operação e com a manutenção dos equipamentos. Mas deve-se levar em consideração a importância de uma distribuição de água em quantidade e intermitência adequada contribuindo assim para que não ocorra a falta de água.
Existem vários tipos e modelos de bomba. Sendo que, a seleção do tipo como também do modelo, dependerá da vazão, da altura e das características do líquido que se deseja bombear e também do dispêndio financeiro da mesma. .
Deve-se sempre atentar para a potência e o rendimento da bomba. A potência é definida de forma a vencer a diferença de nível entre o ponto de sucção e o de recalque máximo acrescentando as perdas de cargas. Seu rendimento varia conforme a vazão, altura manométrica e tipo de bomba, sendo sua relação definida entre a energia oferecida pelo motor e a energia absorvida pela bomba.
Os fabricantes de bombas fornecem catálogos com os dados e características das bombas, de maneira, a possibilitar a escolha do tipo de bomba que se deseja.
PARTES CONSTITUINTES DE UMA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
PROJETO DE ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS
A quantidade de bombas indicadas para uma estação elevatória de penderá do alcance dessa elevatória, veja:
pequena elevatória: 2 bombas (1 + 1 reserva) média elevatória: 3 bombas (2 + 1 reserva) grande elevatória: várias bombas
101
102
Ela poderá se localizar:
• próxima ou no meio do manancial (captação água bruta) • junto ou próximas às ETA’s (água tratada) • junto ou próximas aos reservatórios de distribuição • para reforço na adução ou na rede de distribuição (booster)
Esta escolha vai depender:
• das condições do terreno, • como adquiri-lo, • da área necessária para sua instalação, • da disponibilidade de energia elétrica, • da topografia da área, • da facilidade de acesso, • da estabilidade do terreno • do trajeto mais curto da tubulação de recalque,
TIPOS DE BOMBEAMENTO
• Bombeamento direto para a rede: A água sai do reservatório, vai para estação elevatória ou booster e segue para a rede.
• Bombeamento para rede através de válvula redutora de pressão: A água sai do reservatório, vai para estação elevatória ou booster, passa para uma válvula redutora de pressão e segue para a rede.
• Bombeamento com válvula de alívio para controle da pressão: A água sai do reservatório, vai para estação elevatória ou booster e segue para a rede e retorna passando por uma válvula de alívio de pressão.
• Bomba com tanque hidropneumático: A água sai do reservatório, vai para estação elevatória ou booster, segue para um tanque hidropneumático e segue para a rede.
• Bombeamento com reservatório de sobra: A água sai do reservatório, vai para estação elevatória ou booster e segue para a rede, da rede segue para um reservatório de sobra e retorna no período de pico para a rede.
• Rede Alimentada por dois bombeamentos: A água sai do reservatório, vai para estação elevatória ou booster e segue para a rede, passa por uma válvula de alívio de pressão e vai para outro reservatório de onde vai para outra estação elevatória retornando para a rede.
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As vazões de projeto são determinadas a partir da concepção básica do sistema de abastecimento, das etapas para a implantação das obras e do regime de operação. Sua vida útil varia de acordo com:
Durabilidade de aproximadamente 50 anos: Tubulações e Edificações 25 anos: Equipamentos de bombeamento Maior ou menor dificuldade de ampliação População futura Critérios econômicos de instalação e operação Período de projeto para estações elevatórias: entre 20 e 30 anos.
VOLTANDO AO DESAFIO
Embasado pela leitura do capítulo e após leitura de material disponibilizado pelo professor, resolva o desafio.
Drenagem Urbana
http://arq-rafa.blogspot.com/2010/04/
“El agua era el elemento originario de la realidad, el principio de todas las cosas, o bien em el sentido de que todas las cosas estaban constituidas o formadas por agua.”
Tales de Mileto
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OBJETIVO
Entender o que é e como funciona o sistema de drenagem urbana
UM DESAFIO PARA VOCÊ
O que lhe vem a cabeça quando você é questionado a cerca do sistema de drenagem urbana? Pode ser que você tenha pensado que o sistema de drenagem urbana é aquele em que a água da chuva que cai nas ruas, nas calçadas e nos telhados escorre para as sarjetas, que as levam até uma boca de lobo e, a partir desse ponto, a água segue por galerias até o canal ou rio mais próximo. Se você pensou assim não está errado esse tipo de sistema de drenagem urbana é comum, até por isso ele é chamado de sistema de drenagem urbana clássico. Mas este sistema é único ou mesmo a melhor solução para a situação? Procure saber como é o sistema de drenagem urbana de sua cidade
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
DRENAGEM URBANA
São sistemas que tem a finalidade de prevenir enchentes. Quando não são considerados desde o início da formação do planejamento urbano, existe grande probabilidade que esse sistema, ao ser projetado, se apresente de alto custo e deficiente. É de suma importância para a comunidade, que a área urbana seja planejada de forma integrada e compatível com os planos regionais, estaduais ou federais.
Sempre que houver um planejamento para expansão urbana deve-se concomitantemente ter um plano de drenagem urbana onde serão delimitadas as zonas mais baixas possíveis de inundações com a finalidade de verificar se é viável a ocupação dessas áreas na referida expansão.
Canalização do Ribeirão Caladinho no Unileste, Coronel Fabriciano MG.
https://bit.ly/2Gzwzlq
Obras de drenagem na Avenida Vasco da Gama, Salvador.
Fonte: Portal da Copa/ME
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Sistema de Drenagem Urbana Clássico
Um sistema de drenagem urbana clássico tem como prioridade afastar a água de toda cidade o mais rápido possível evitando assim uma série de doenças decorrentes da falta de saneamento e da água parada das enchentes. Essa ideia surgiu no século XIX, e foi considerada funcional pois diminuiu muito o número de doenças veiculadas pela água. Assim, os sistemas de drenagem urbana clássico foram adotados em quase todo o ocidente com poucas variações. (SOUZA; CRUZ; TUCCI, 2012)
O grande problema desse sistema surgiu com o crescimento desenfreado das cidades no século XX. Onde áreas que antes recebiam infiltração da água por meio de seus pastos e florestas passaram a ser
impermeáveis.
Em decorrência disso mais água escorria pelas ruas e consequentemente para dentro do sistema de drenagem que tinham de ser refeito para comportar esse acréscimo de água. E quanto maior o crescimento mais obras no sistema de drenagem precisavam ser refeitas, ficando cada vez mais caras e insustentáveis economicamente. Além dos impactos ambientais que essa rápida evacuação das águas podem acarretar aos corpos hídricos. (URBONAS; STAHRE, 1993).
O que torna de essencial importância estudar técnicas de drenagem urbana que minimizem o impacto ambiental e que sejam eficientes quanto ao controle de escoamento superficial.
Levando-se em consideração que os altos índices de impermeabilização são decorrentes do crescimento desenfreado da população urbana e da ocupação desordenada do solo que provocam inundações frequentes originadas das chuvas intensas agregadas as cidades densamente ocupadas e a sistemas de drenagens urbanas ineficientes ou até mesmo inexistentes.
Enchente Porto de Cariacica Autor: Felipe de Lima Neves Fonte:https://www.panoramio.com/ph oto/54426877
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Os sistemas de drenagem são classificados de acordo com suas dimensões, em sistemas de microdrenagem, também denominados de sistemas iniciais de drenagem, e de macrodrenagem.
Objetivos e tipos de estruturas hidráulicas
Com o desenvolvimento de uma cidade a vegetação de seu entorno é parcialmente suprimida.
Passamos também a ter necessidade de organizar esta cidade criando ruas, definindo lotes para edificações e, consequentemente tornando impermeáveis áreas que eram isentas de revestimentos, desta forma mudamos constantemente as características do terreno onde ela foi implantada.
A água da chuva que incide nesse local modificado, passa a escoar de maneira diferente, em geral com mais velocidade e maior volume, visto que não pode penetrar no solo tanto quanto em um terreno livre, torna-se necessário drenar parte dessa água, para que não cause transtornos como alagamentos, enxurradas e não cause prejuízos materiais e humanos.
CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM
MICRODRENAGEM
O sistema de microdrenagem possibilita condições razoáveis para que veículos e pedestres circulem em uma área urbana, quando da ocorrência de chuvas frequentes, considerando-se os possíveis danos que possam vir a causar nas propriedades e os riscos de perdas humanas por ocasião de temporais mais fortes.
No Brasil a infraestrutura de microdrenagem é de competência dos governos municipais. Sendo a Prefeitura responsável pelos serviços de infraestrutura urbana básica relativos à microdrenagem e serviços correlatos como: terraplenagens, guias, sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentações e obras de contenção de encostas, para minimização de risco à ocupação urbana.
Inclui a coleta e afastamento das águas superficiais ou subterrâneas através de pequenas e médias galerias, fazendo ainda parte do sistema todos os componentes do projeto para que tal ocorra.
A rede de microdrenagem é formada pela sarjeta, guia, bocas de lobo ou bocas coletoras e galerias.
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Bocas de lobo ou Bocas coletoras: são estruturas hidráulicas para captação das águas superficiais transportadas pelas sarjetas e sarjetões; em geral situam-se sob o passeio ou sob a sarjeta.
Condutos de ligação - também denominados de tubulações de ligação, são destinados ao transporte da água coletada nas bocas coletoras até às galerias pluviais.
Poço de Visita - São câmaras visitáveis situadas em pontos previamente determinados, destinadas a permitir a inspeção e limpeza dos condutos subterrâneos.
Guia: também conhecida como meio- fio, é a faixa longitudinal de separação do passeio com o leito viário, constituindo-se geralmente de peças de granito argamassadas. escoamento superficial até os pontos
de coleta.
a de coletar e conduzir as águas
Sarjeta: canal longitudinal, em geral triangular, situado entre a guia e a pista de rolamento, destinado
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A vegetação também tem um papel importante no manejo de águas pluviais, pois suas folhas retém partes da água das chuvas e os canteiros onde o solo esta exposto permitem absorção dessa água.
MACRODRENAGEM
Inclui, além da microdrenagem, as galerias de grande porte com diâmetros maiores que1,5m e os corpos receptores tais como canais e rios canalizados.
Para controlar águas de chuva existe a rede de macrodrenagem formadas pelos cursos d’água existentes no local tais como os rios e os canais
A infraestrutura de macrodrenagem é da competência dos governos estaduais, na medida em que essas relevâncias são fundamentais para o planejamento das bacias hidrográ- ficas.
Um sistema de drenagem de águas superficiais e subterrâneas bem projetado, proporcionará benefícios a população tais como o desenvolvimento do sistema viário; o escoamento rápido das águas superficiais, facilitado o tráfego por ocasião das precipitações; a redução de gastos com manutenção das vias públicas; a valorização das propriedades existentes na área beneficiada; a eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais; o rebaixamento do lençol freático; a recuperação de áreas alagadas ou alagáveis; a segurança e conforto para a população habitante ou transeunte pela área de projeto.
Galerias - são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas bocas coletoras até os pontos de lançamento; tecnicamente denominada de galerias tendo em vista serem construídas com diâmetro mínimo de 400mm.
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EXERCÍCIO
1. Definir Saneamento Básico. 2. Classifique os sistemas de drenagem. 3. Por que se diz que a guia é uma faixa longitudinal? 4. Comparar sarjetas e sarjetões. 5. Por que as bocas coletoras são ditas estruturas hidráulicas? 6. Comparar: a) galerias com condutos de ligação. b) b) poços de visita com caixas mortas. 7. Quanto maior a bacia de drenagem maior o tempo de concentração? 8. Definir chuvas intensas, frequente e torrencial em termos de tempo de recorrência. 9. Comparar em termos operacionais e de resultados, os instrumentos pluviômetro e pluviógrafo. 10. Qual o objetivo básico dos sistemas de drenagem pluvial urbano? 11. Explicar como os sistemas de drenagem proporcionam os seguintes benefícios: a) desenvolvimento do sistema viário; b) redução de gastos com manutenção das vias públicas; c) valorização das propriedades existentes na área beneficiada; d) escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das precipitações; e) eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais; f) rebaixamento do lençol freático; g) recuperação de áreas alagadas ou alagáveis; h) segurança e conforto para a população habitante ou transeunte pela área de projeto.
VOLTANDO AO DESAFIO
Embasado pela leitura do capítulo e após leitura de material disponibilizado pelo professor, resolva o desafio.
Resíduos Sólidos
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9d/LixaoCaminhao20080220MarcelloCasalJrAgenciaBrasil.jpg
“Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro.”
Provérbio Indígena
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Caracterizar resíduos sólidos, determinar sua importância e o local ideal para seu destino final
Após a leitura do texto procure saber se em sua cidade existe um aterro sanitário destacando a importância dessa atividade para o saneamento.
Geralmente são restos de cozinha, de banheiros, produtos de varrição, papéis, invólucros e outros;
residências. em
de normalmente se que resíduos
originam
Doméstico: todos os tipos
bares, lojas, supermercados, restaurantes,etc.;
Comercial: todo detrito sólido originado de edificações destinadas ao comércio em geral, como
OBJETIVO UM DESAFIO PARA VOCÊ
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
RESÍDUOS SÓLIDOS
Para efeitos da lei 11445 de 2007, considera-se limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 10.004 ABNT (2004): O lixo, são caracterizados como resíduos que se apresentam nos estados sólidos e semissólidos resultantes das atividades domésticas, industriais, hospitalares, comerciais, agrícolas, serviços e varrições.Também serão inclusos os lodos oriundos dos sistemas de tratamento de água e os líquidos inviáveis de serem lançados na rede pública de esgoto ou corpos de água.
Monteiro classifica resíduos sólidos como resíduos que provêm das atividades humanas, considerados como inúteis, indesejáveis ou descartáveis.
Os resíduos sólidos urbanos são de extrema heterogeneidade e, de acordo com Campos, Borges e Ferreira deve-se pensar em formas diferenciadas de se tratar suas diferentes parcelas.
Os resíduos foram caracterizados de acordo com sua origem em:
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Entulhos: resíduos resultantes de construções, demolições, e reformas na construção civil;
semissólidos resultantes dos processos industriais;
sólidos e Industrial: resíduos
Público: são considerados como lixo público, os resíduos produzidos nas vias públicas, praças, jardins, podas de plantas, resíduos de varrição, etc.;
Alguns autores como Alvim, Cunha, Santos (2002), Damásio (2007), Borges e SMURBE (2010) defendem que a principal atividade de limpeza de logradouros públicos é a varrição de vias, que consiste na remoção de resíduos sólidos acumulados,devido a causas naturais e ao descarte pela população. Esta atividade contribui com a saúde pública, evitando o acúmulo de resíduos e a proliferação de vetores impactando a qualidade sanitária do ambiente. O manuseio do lixo proveniente de atividades humanas segundo Waldman, não é uma questão apenas relacionada às sociedades modernas e muito menos restrito às sociedades contemporâneas é muito mais antiga, os homens das cavernas depositavam seus resíduos em frestas nas rochas. No velho mundo existem sítios arqueológicos gerados por resíduos dos povos do passado, resultado da deposição de con- chas, esqueletos de animais e restos de refeições feitas por índios Tupis-guaranis.
O manejo dos resíduos sólidos e a limpeza urbana no Brasil têm seus marcos legais definidos na Política Nacional de Saneamento Básico, Lei n. 11.445, de 2007, na qual o plano de resíduos sólidos deve integrar os planos municipais de Saneamento (PNSB) e na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n. 12.305, de 2010, regulamentada por meio do Decreto n. 7.404, de 2010.
Segundo Fürstenau, Fofonka (2012) e Chenna (1999), as atividades atribuídas aos municípios brasileiros relacionadas a limpeza urbana são as coletas e transporte de lixo domiciliar, hospitalar, público, seletivo, a varrição, a capina, a pintura de meios- fios, as roçadas, a lavagem de monumentos, logradouros e sanitários, limpeza após eventos de bocas-de-lobo, remoção de entulho e poda de árvores, além da limpeza das praias, parques e jardins.
provenientes de hospitais, farmácias, drogarias, clínicas, postos de saúde, laboratórios, clínicas médicas e odontológicas e similares;
resíduos Saúde: de Unidades Especial: resíduos produzidos de forma eventual: animais mortos, descargas clandestinas, resíduos de acidentes, materiais de grande porte abandonados em vias públicas, entre outros.
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Foi iniciado no Brasil oficialmente, o serviço de limpeza urbana, em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, então capital do Império. Segundo Pechman e Ramos neste dia, foi assinado pelo imperador D. Pedro II, o Decreto nº. 3024, que tratava da aprovação de um contrato de limpeza e irrigação para a cidade.
Com o apoio da Universidade Fluminense, de uma entidade do governo alemão e da iniciativa dos moradores de um bairro de Niterói, RJ, em 1985, surgiu a primeira experiência de coleta seletiva no Brasil, segundo Rocha, a prefeitura cedeu um terreno onde a comunidade executava o serviço de aproveitamento dos materiais e os lucros obtidos eram utilizados na própria comunidade. Curitiba foi a primeira capital brasileira, em 1989, a implantar um programa de coleta seletiva de lixo.
A gestão dos resíduos sólidos no Brasil apresenta formas diversas de solução, prevalecendo uma situação desalentadora, a solução vai depender do desenvolvimento tecnológico, dos recursos e dos legisladores, que deverão encontrar soluções plausíveis para a questão, essa gestão e disposição inadequada causam impactos socioambientais profundos, tais como a degradação do solo, o comprometimento dos corpos d’água e mananciais, a intensificação de enchentes, a contribuição para a poluição do ar e a proliferação de vetores de importância sanitária nos centros urbanos, além da catação em condições insalubres nas ruas e nas áreas de disposição final, segundo Monteiro e Besen.
Lixo. Domínio Público
https://pixnio.com/pt/diversos/lixo/plastico-giro-do-pacifico-poluicao-lixo- patch
Monteiro diz que os lixos só passaram a ser coletados nos domicílios ao invés de ser simplesmente atirado nas ruas ou em terrenos, quando se descobriu a relação entre o aparecimento de ratos, moscas, baratas e o lançamento de lixo nas ruas, que se deu em meados do século XIX, até então as ruas eram depósitos não só de pequenos detritos, mas também de restos de comida e excrementos animais e humanos.
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Devido à redução da vida útil dos produtos, seu consumo excessivo e supérfluo, o crescimento e o aumento da expectativa de vida da população coligado a intensa urbanização e as novas tecnologias aumentaram significativamente o volume de resíduos.
Jacobi e Besen afirmam que a adoção de padrões de produção e consumo sus-tentáveis juntamente com um gerenciamento adequado dos resíduos podem reduzir os impactos ao meio ambiente e à saúde.
Os países mais ricos que geram maiores quantidades de resíduos sólidos possuem uma capacidade maior para atenuar o problema por meio de fatores que incluem recursos econômicos, envolvimento ambiental da população e desenvolvimento tecnológico.
https://www.flickr.com/photos/agenciasenado/354
50939546
Já os países em desenvolvimento, apresentam déficits na capacidade financeira e administrativa da infraestrutura e dos serviços essenciais como água, saneamento, coleta e destinação adequada do lixo e moradia, e em assegurar segurança e controle da qualidade ambiental para a população.
Segundo Klunder e Adedipe quando nos referimos a redução da produção nas fontes geradoras, ao reaproveitamento, a coleta seletiva com inclusão de catadores de materiais recicláveis e a reciclagem, e ainda a recuperação de energia, estamos falando sobre a gestão integrada e sustentável dos resíduos sólidos.
Embora as normas federais estabeleçam a necessidade de tratamento de determinadas classes de resíduos de serviços de saúde, prévios à sua disposição final, muitos municípios ainda dispõem de aterros sanitários, aterros controlados e lixões sem realizar prévio tratamento, o que representa risco à saúde.
Segundo a OMS e a EPA, com o aumento na geração de resíduos sólidos ocorreram mudanças significativas na sua composição e características, aumentando sua periculosidade.
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Classe I – Perigosos: aqueles que, em razão de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas podem acarretar risco à saúde e/ou riscos ao meio ambiente quando for gerenciado de forma inadequada. Para ser apontado como resíduo de classe I, ele deve estar contido nos anexos A ou B da NBR 10004 ou apresentar uma ou mais das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
O destino inadequado dado aos resíduos sólidos podem provocar sérios danos ao meio ambiente, como a poluição do ar, a poluição da água e a poluição do solo, segundo Monteiro, também é importante manter as ruas limpas por razões de segurança prevenindo danos aos veículos, promovendo a segurança do tráfego e evitando o entupimento do sistema de drenagem urbana.
Segundo D’Almeida de modo geral, cabe ao município a responsabilidade pela gestão dos resíduos sólidos urbanos, definindo as condições e regras para executá-los. Essa tarefa não é fácil devido a uma série de fatores como a inexistência de uma política de limpeza pública, aos profissionais não capacitados, as limitações financeiras, a falta de fiscalização ambiental e a interrupção das políticas administrativas.
A média de geração de resíduos sólidos urbanos no país, segundo projeções do SNIS (2015), varia de 0,9 a 1,15 kg por hab./dia, com um indicador médio para o país de 1 kg por hab./dia. Da massa total coletada estimada em 62,5 milhões de toneladas, apurou-se que 60,9% são dispostos em aterro sanitários, 11,5% em aterros controlados, 10,1% em lixões e 2,3% encaminhados para unidades de triagem e de compostagem, restando uma parcela de 15,4% sem informação. Nesta hipótese pode-se dizer que 66,8% da massa total coletada no Brasil é disposta de forma adequada, sendo o restante distribuído por destinações em lixões e aterros controlados.
De acordo com CEMPRE a matéria orgânica gerada nas residências proveniente, em geral, do desperdício de alimentos, quando disposta em aterros sanitários, ao se decompor, emite gases de efeito estufa e contribui para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Segundo modelo estabelecido pela NBR 10.004 (ABNT, 2004) resíduos são classificados em duas classes distintas:
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A figura 12 nos mostra um fluxograma com a classificação dos resíduos.
Figura 12 – Classificação dos Resíduos
Fonte: https://autonambiental.files.wordpress.com/2012/11/grafico12.jpg
No início de 2011, foi constituído o Comitê Orientador Interministerial para a implantação dos sistemas de logística reversa. A finalidade é garantir que os resíduos sólidos sejam reutilizados, reciclados ou recolhidos pela indústria responsável. Para tanto, serão firmados acordos setoriais com as diversas cadeias produtivas. Assim, os fabricantes, distribuidores, comerciantes e consumidores deverão compartilhar a responsabilidade pelos resíduos.
Classe II – Não Perigosos: subdivididos em: (A) Inertes: resíduos que podem alterar a potabilidade da água; e (B) Não inertes: resíduos que não possuam constituintes solúveis em água, não alterando, então, a potabilidade da água.
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Os lixos dispostos inadequadamente em lixões a céu aberto, por exemplo, geram problemas sanitários e ambientais inevitáveis, pois estes locais atraem animais que se constituem em vetores de diversas doenças, especialmente para as populações que vivem da catação. Além do mais, são responsáveis pela poluição do ar, quando ocorre a queima dos resíduos, do solo e das águas superficiais e subterrâneas.
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado https://www.flickr.com/photos/agenciasenado/3535
9813261
Segundo a CONAMA 307-2002 cabe aos municípios a elaboração de planos integrados de gerenciamento. Esses projetos devem caracterizar os resíduos e indicar procedimentos para triagem, acondicionamento, transporte e destinação.
Embora na maioria dos países em desenvolvimento ainda se encontre disposição em lixão a céu aberto, esta é a pior forma de dispor os resíduos gerando impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública À medida que soluções técnicas e modernas tecnologias de tratamento forem adotadas, menores serão esses impactos.. A distribuição final dos resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários tem aumentado ao longo dos últimos anos no país de acordo com informações divulgadas pelo IBGE em 2010.
Os resíduos da construção civil também representam um grande problema ambiental, especialmente pela disposição inadequada em córregos, terrenos baldios e beira de estradas. Constituindo mais de 50% da massa dos resíduos urbanos. (SINDUSCON, 2005).
O aterro controlado também não representa uma solução adequada, pois neste tipo de aterro não são aplicadas todas as técnicas necessárias para assegurar a efetiva proteção ao ambiente e à saúde pública, onde o planejamento não é executado com a finalidade de evitar os impactos negativos (SILVA, 2007; ABRELPE, 2009).
Muito embora, nestes aterros, os problemas sanitários sejam minimizados em relação aos lixões, pois adotam a técnica do recobrimento dos resíduos com terra diariamente, os problemas ambientais ainda persistem, devido ao comprometimento das águas subterrâneas e superficiais, pois não adotam medidas com a finalidade de impermeabilizar a base do aterro, e não se trata o líquido percolado pela decomposição do lixo, causando poluição ambiental devido à falta de tratamento do biogás.
O aterro sanitário é a mais adequada modalidade de disposição final de resíduos sólidos urbanos, pois se trata de uma obra de engenharia que dispõe de sistemas de monitoramento ambiental, topográfi- co e geotécnico, impede a poluição do meio mediante a impermea- bilização do solo, a coleta e tratamento do chorume, a coleta, queima ou aproveitamento do biogás, (BIDONE e POVINELLI, 1999; TENÓRIO e ESPINOSA, 2004; BOSCOV, 2008).
Aterro Sanitário de Aguazinha. Foto: Passarinho/Pref.Olinda Publicado por: Secom, em: 03/08/11 às 18:42
https://www.olinda.pe.gov.br/aterro_aguazinha_foto-passarinho-1/
Encontrar locais adequados para a disposição dos resíduos sólidos é um problema progressivo nos municípios brasileiros, uma vez que estas áreas devem atender critérios de ordem social, econômica e ambiental (SAMIZAVA et al., 2008). Um dos fatores fundamentais na escolha de áreas para a implantação de um aterro sanitário são os limites de um município, embora seja possível a formação de um consórcio entre municípios para a solução deste problema (FUNASA/ASSEMAE, 2016).
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A escolha do local ideal para a implantação de um aterro sanitário não é fácil segundo Monteiro et al. (2001), devido à grande urbanização das cidades e a ocupação desenfreada do solo restringindo a disponibilidade de áreas adequadas próximas aos locais onde os resíduos sólidos são gerados e com dimensões adequadas.
As distâncias apontadas como adequadas segundo Gomes et al. (2001) estão entre 2 e 15 km a partir do centro gerador. Sobre essas distâncias os autores chamam a atenção para dois fatores, quanto mais longe da cidade é o aterro, mais caro é o transporte, e quanto mais próximo, menor é a aceitação da população urbana. Rocha et al. (2004) recomenda adotar uma distância mínima de 2000m, com a finalidade de analisar a influência da área urbana.
Aterro Sanitário de Goiânisa Autor:Ev. Alexandry Silva Https://www.panoramio.com/photo/56136749
Após a compactação das camadas em células, um aterro sanitário deve atingir uma altura variável de três a seis metros (HADDAD, 1999). Outro fator importante para instalação de aterros sanitários é a hidrografia, se fazendo necessário avaliar a influência do aterro na qualidade das águas superficiais e subterrâneas, para evitar possível contaminação.
VOLTANDO AO DESAFIO
Embasado pela leitura do capítulo e após leitura de material disponibilizado pelo professor, resolva o desafio.
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Esgotamento
Sanitário 12
https://i0.wp.com/www.tratamentodeagua.com.br/wp-content/uploads/2016/09/58.jpeg
“Água determina doença. Água determina saúde. Uma água apropriada, adequada restabelece a saúde. A água pode ser usada como remédio.”
Dr. Lair Ribeiro
“Que o seu alimento seja o seu medicamento.” Hipócrates, o pai da medicina
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Entender a importância do esgotamento
sanitário para a saúde pública
Após a leitura do texto Pesquise e juntamente com seu grupo e apresentes as diversas tecnologias e sistemas de tratamento de esgoto existentes. Com o auxilio do professor escolha uma delas e apresente um estudo completo incluindo o seu dimensionamento.
Esgoto Industrial
São líquidos resultante dos processos industriais.
Água e infiltração
Água, proveniente do subsolo que penetra nas canalizações.
OBJETIVO UM DESAFIO PARA VOCÊ
CONVERSANDO SOBRE O TEMA
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Segundo a Lei 11445 de 2007 o esgotamento sanitário é constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente.
O esgotamento sanitário se constitui no único meio seguro para evitar as doenças transmitidas pelas excretas humanas.
Sua implantação é tão importante quanto o abastecimento d'água.
Segundo a NBR 9 648
A experiência mostra que em algumas comunidades onde foi implantado o abastecimento d'água e não foram coletados os esgotos, as condições sanitárias do meio pioraram agravando-se os problemas com os dejetos correndo a céu aberto.
De acordo com SNIS 2016, 49% da população não possui coleta de esgoto, e destes somente 44% são tratados, esta estatística é no mínimo preocupante pois eleva o número de doenças oriundas da falta de saneamento bem como elevando os índices da mortalidade infantil.
Esgoto Doméstico
São líquidos resultantes do uso da água para higiene pessoal e das necessidades fisiológicas humanas.
Esgoto Sanitário
São constituídos por líquidos oriundos do esgoto doméstico e industrial, da água e infiltração e da contribuição das águas pluviais.
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A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é o parâmetro mais utilizado para definir os tipos de esgoto em sanitário ou industrial. Quanto maior a DBO maior a carga de poluição orgânica.
Nas grandes cidades é onde encontramos os maiores volumes de esgoto coletado e estes são despejado, em muitos casos, sem tratamento, nos rios e mares que servem como corpos receptores. O efeito produzido por essas atitudes é a poluição das águas que circundam as áreas urbanas, o que dificulta e encarece a captação e o tratamento da água destinada ao abastecimento da população.
Com a construção do sistema de esgotos sanitários em uma comunidade, procura-se atingir os seguintes objetivos: coletar os esgotos individual ou coletivo; afastá-los de modo rápido e seguro utilizando fossas ou sistemas de redes coletoras; tratá-los e dispor esses esgotos tratados de forma adequada.
Como benefícios, têm-se:
• Conservação dos recursos naturais tais como rios, lagos, lagoas, córregos, etc.; • Eliminação dos aspectos estéticos e visuais desagradáveis (odores agressivos); • Melhoria das condições sanitárias locais de vida; • Eliminação de focos de poluição e contaminação; • Melhoria do potencial produtivo do ser humano; • Redução das doenças ocasionadas pela água contaminada por dejetos; • Diminuição dos recursos aplicados no tratamento de doenças.
Os esgotos contêm aproximadamente 99,9 % de água e apenas 0,1 % de sólidos. É devido a essa fração de sólidos que ocorrem os problemas de poluição nas águas, trazendo a necessidade de se tratar os esgotos.
As características dos esgotos gerados por uma comunidade é função do uso a qual a água foi submetida.
Esses usos, e a forma com que são exercidos, variam com o clima, situação social e econômica, além dos hábitos da população.
No Brasil o recolhimento do esgoto sanitário se dá por meio de tubulações em regime de Separador Absoluto.
Devido a falta de recursos financeiros, de apóio tecnológico e por vezes científicos há um déficit na taxa de tratamento de esgoto principalmente quando nos referimos aos pequenos e médios municípios.
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CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS
CONAMA 357:
A resolução nº 357 de 17 de Março de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.
Classes e Condições para Lançamentos de Efluentes
A Resolução 357 foi parcialmente alterada pela Resolução 410 de 2009 e 430 de 2011, e estabelece critérios sobre a classificação dos corpos de água superficiais e determinam as diretrizes ambientais para seu enquadramento, bem como as condições e padrões de lançamento de efluentes.
Sua classificação obedece a qualidade, a capacidade e outras características do curso d’água. As ETEs devem encaminhar os efluentes tratados para um corpo d’água adequado respeitando os requisitos de cada classe.
O lançamento do esgoto em corpos hídricos sem nenhum tratamento acarreta grandes prejuízos à comunidade, entretanto continua acontecendo em grande
parte do Brasil.
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Destacaremos as classes dos cursos d’água doce, os quais tem impacto direto com as atividades urbanas e industriais que, segundo o CONAMA se agrupam nos seguintes níveis ou categorias:
CLASSE DESTINO
Classe Especial
Para consumo humano, com desinfecção;
Preservar o equilíbrio natural das comuni-
dades aquáticas; e
Preservar os ambientes aquáticos em
unidades de conservação de proteção
integral.
Casse I
Abastecimento para consumo humano, após
tratamento simplificado;
Proteção das comunidades aquáticas;
Recreação de contato primário, tais como
natação, esqui aquático e mergulho,
conforme Resolução CONAMA no 274, de
2000;
Irrigação de hortaliças que são consumidas
cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem
remoção de película; e
Proteção das comunidades aquáticas em
Terras Indígenas.
Casse II
Abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional;
Proteção das comunidades aquáticas;
Recreação de contato primário, tais como
natação, esqui aquático e mergulho;
Irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de
parques, jardins, campos de esporte e lazer,
com os quais o público possa vir a ter
contato direto;
Aquicultura e à atividade de pesca.
Classe III
Abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional ou avançado;
Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e
forrageiras;
Pesca amadora;
Recreação de contato secundário;
Dessedentação de animais.
Classe IV
Navegação;
Harmonia paisagística.
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receptores e nas diversas variáveis do esgoto a ser tratado, tais como a vazão, o pH, a temperatura, o DBO, etc.
condições corpos estabelecidas para os
A escolha do sistema de tratamento varia em função das
A composição do esgoto é bastante variável, pois, enquanto o esgoto sanitário causa poluição orgânica e bacteriológica, o industrial causa em geral a poluição química e impurezas orgânicas e inorgânicas decorrentes das diversas atividades dependentes do tipo de indústria .
Os corpos d’água se recuperam da poluição pela ação da própria Natureza, desde que o efluente lançado não ultrapasse cerca de 2,5% da sua vazão. Quando os corpos d’água recebem elevadas cargas de efluentes em relação a sua vazão não conseguem se restabelecer pela autodepuração então são utilizadas a depuração artificial.
IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO
Essa classificação é de grande importância, pois o tratamento dos efluentes vai variar de acordo com os parâmetros do corpo d’água; é por meio dessa classificação que eles são monitorados e controlados, para o caso de algum infrator lhe causar algum dano ele deverá reparar o dano causado sendo obrigado a modificar as atividades da ETE podendo até mesmo cessá-las. Quanto menor a classe na qual o corpo d’água se encontra, mais rígida será a fiscalização e a penalidade pelo descumprimento das leis. A maioria das contaminações ocorre pelo tratamento inadequado das estações de tratamento de esgoto. O descarte inadequado além de prejudicar o meio ambiente incidirá em multa pesadas impostas elos órgãos de fiscalização por não atentarem a legislação em vigor.
Logo, para a elaboração de um Projeto de Estação de tratamento de água deve- se levar em conta os parâmetros do curso d’água onde se pretende lançar os efluentes para assim se determinar os parâmetros da ETE que se pretende implantar.
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NÍVEIS DE TRATAMENTO
O processo de tratamento do esgoto pode adotar diferentes tecnologias mas, de modo geral segue um fluxo que compreende as seguintes etapas:
Tratamento Preliminar: São retirados do esgoto os sólidos grosseiros, como lixo e areia.
São utilizados Processos Físicos, como: gradeamento, peneiramento e sedimentação.
Tratamento Primário: Reduz parte da matéria orgânica presente nos esgotos removendo os sólidos em suspensão sedimentáveis e sólidos flutuantes. Nesta etapa o esgoto ainda contém sólidos em suspensão, não grosseiros, que são mais pesados que a parte líquida. Esses sólidos se sedimentam, indo para o fundo dos decantadores, formando o lodo primário bruto. Esse lodo é retirado do fundo do decantador, através de raspadores mecanizados, tubulações ou bombas.
São utilizados Processos Anaeróbios: Ocorre através da fermentação, na ausência de oxigênio.
Tratamento secundário: Remove a matéria orgânica e os sólidos em suspensão.
São utilizados Processos Biológicos, utilizando reações bioquímicas, através de microorganismos – bactérias aeróbias, facultativas, protozoários e fungos.
No processo aeróbio os microorganismos presentes nos esgotos se alimentam da matéria orgânica ali também presente, convertendo-a em gás carbônico, água e material celular. Esta decomposição biológica do material orgânico requer a presença de oxigênio e outras condições ambientais adequadas como temperatura, pH, tempo de contato
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Tratamento Terciário: Remove poluentes específicos (micro nutrientes e patogênicos), além de outros poluentes não retidos nos tratamentos primário e secundário. Este tratamento é utilizado quando se deseja obter um tratamento de qualidade superior para os esgotos. Neste tratamento removem-se compostos como nitrogênio e fósforo, além da remoção completa da matéria orgânica.
São utilizados processos por radiação ultravioleta, químicos e outros.
As tecnologias utilizadas no tratamento do esgoto é o aperfeiçoamento da depuração natural. Os sistemas existentes podem ser classificados, basicamente em:
Processo aeróbio Processo anaeróbio Sistema fossa séptica – filtro anaeróbio Reator anaeróbio de manta de lodo (UASB) Ralf – reator anaeróbio de leito fluidizado Lagoas de estabilização (ou lagoas de oxidação) e suas variantes Lodos ativados e suas variantes
O tratamento de efluentes domésticos é uma etapa fundamental na recuperação e preservação dos nossos recursos hídricos.
VOLTANDO AO DESAFIO
Pesquise e juntamente com seu grupo e apresentes as diversas tecnologias e sistemas de tratamento de esgoto existentes. Com o auxilio do professor escolha uma delas e apresente um estudo completo incluindo o seu dimensionamento.
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