XI Congreso Internacional de Costos. Comunicaciones...

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“La gestión de recursos: Sustentabilidad y ética” XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTIÓN XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESORES UNIVERSITARIOS DE COSTOS 15, 16, 17 y 18 de Septiembre del 2009 Trelew, Chubut – Patagonia Argentina

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  • La gestin de recursos: Sustentabilidad y tica

    XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTIN XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESORES UNIVERSITARIOS DE COSTOS

    15, 16, 17 y 18 de Septiembre del 2009 Trelew, Chubut Patagonia Argentina

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    Autoridades

    XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTION XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESORES

    UNIVERSITARIOS DE COSTOS Instituto Internacional de Costos

    PAIS - ORGANIZACION: DELEGADOS: Argentina IAPUCO -: Titular: D. Gregorio Coronel Suplente: D. Enrique Cartier Argentina CPCECABA -: Titular: D. Julio Marchione Brasil ABC - : Titular: D. Miguel Juan Basic Suplente: D. Luiz Carlos Gientorski Colombia EAFIT - : Titular: D. Jaime Len Mesas Suplente: D. Joaqun Cuervo Colombia UDEA -: Titular: D. Joaqun Cuervo Tafur Cuba SCC -: Titular: D. Marta Armenteros Daz Suplente: D. Bladimir Vega Falcn Espaa - ACODI-AED-: Titular: D. Daniel Carrasco Diaz Suplente: D.A.Jimenez Montaes Francia ISEOR - Titular: D. Henry Savall Suplente: D.Veronique Zardet Mxico AMC -: Titular: D. Lilia Gutierrez Suplente: D.Luis Calatayud Paraguay IECG -: Titular: D. Florencia Meza Suplente: D.Ana Karina Prieto Portugal ADCES -: Titular: D. Joao Carvalho Uruguay AURCO -: Titular: D. Alfredo Kaplan Suplente: D. Ricardo Laporta COMIT EJECUTIVO: Presidente: D. Daniel Carrasco Diaz Vicepresidente Ejecutivo: D. Gregorio Coronel troncoso Secretario General: D. Luiz Carlos Gientorski Vicepte relaciones institucionales: D. Alfredo Kaplan Vicepresidente Comunicaciones: D. Marcelo Podmoguilnye Vicepresidente Publicaciones D. Joao Carvalho Secretario Tcnico: D. Daniel S. Toledano

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    Autoridades

    XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTION XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESORES

    UNIVERSITARIOS DE COSTOS Instituto Argentino de Profesores Universitarios de Costos

    I A P U C O COMISION DIRECTIVA: Presidente: Prof. Esther L. Sanchez Secretario: Prof. Julio C. Marchione Tesorero: Prof. Rubn E. Galle 1 Vocal Titular: Prof. Gabriela M. Dufour 2 Vocal Titular: Prof. Daniel Farr 1 Vocal Suplente: Prof. Nora G. Metz 2 Vocal Suplente: Prof. Sergio A. Ghedin 3 Vocal Suplente: Prof. Domingo Macrini 4 Vocal Suplente: Prof. Marcos P. Follonier COMISION REVISORA DE CUENTAS: Titular 1: Prof. Marta Boschin Titular 2: Prof. Sandra del C. Canale Titular 3: Prof. Silvia B. Pereyra Suplente 1: Prof. Silvana del V. Batistella Suplente 2: Prof. Gustavo Metilli COMISION TECNICA: Integrantes: Prof. Amaro R. Yardn Prof. Norberto G. Demonte Prof. Victorio Di Stfano Prof. Enrique Rudi Prof. Laura Garcia Prof. Marcelo Podmoguilnye Prof. Antonio Jarazo Sanjurjo CONSEJO ASESOR HONORARIO: Integrado por ex presidentes: Prof. Amaro R. Yardn Prof. Enrique N. Cartier Prof. Gregorio R. Coronel Troncoso Prof. Ral Ercole Prof. Manuel O. Cagliolo

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    Autoridades

    XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTION XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESORES

    UNIVERSITARIOS DE COSTOS

    Designadas por la Facultad de Ciencias Econmicas de la Universidad Nacional de la Patagonia San Juan Bosco, mediante Resolucin N 656/08: COMIT HONORARIO Rector de la UNPSJB: Cr. Jorge Gil Decana de la FCE UNPSJB : Lic. Stella Miguel Presidente del IIC: Dr. Daniel Carrasco Daz Vicepresidente del IIC: Dr. Gregorio Coronel Troncoso Presidente del IAPUCo: Cra. Esther Snchez COMIT CIENTFICO Coordinador: Dr. Oscar Bottaro COMIT EJECUTIVO Presidente: Cr. Adolfo H. Bustos Vicepresidente 1: Cra. Gabriela Dufour Vicepresidente 2: Cra. Nora B. Lpez Secretario: Cr. Gabriel lvarez Tesorero: Cr. Pablo Scocca Prosecretaria: Karina Orellana Protesorero: Dalder H. Barrera Vocales: Daniel Alfonso Agero Claudio Carducci Ricardo Andrs Fras Alba Maureen Jones Silvia Irene Olivares Csar Fabin Tettamanti Marlene Virginia Van Vliet Pablo Martn Villalba

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    INDICE Captulo 2. COMUNICACIONES DE EXPERIENCIAS PROFESIONALES

    Gestin y/o modelos de medicin de la Responsabilidad Social

    -A evidenciao da responsabilidade ambiental: um estudo de caso de uma empresa siderrgica em Minas Gerais, Brasil. Autores: Pedro Luiz Crtes, Pablo Luiz Martins, Anisio Cndido Pereira, Dirceu da Silva, Caroline Miria Fontes Martins.

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    Gestin del conocimiento y la innovacin

    -Mapeamento de competncias essenciais ao exercicio da docncia para a disciplina de contabilidade de custos em universidades brasileiras. Autores: Jos Moreira da Silva Neto, Rosilene Locks, Duilo Souza Matos, Sidnei Aparecido Pereira.

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    Costos y Gestin sectoriales

    -La asignacin de costos fijos en servicios de transporte martimo. Autores: Norma pontet Ubal, Jimena Garcia Geymonat, Alejandra Ruiz Monseor.

    55

    -Planejamento Tributrio Aplicado na rea da Sade: Estudo de Caso em Medicina Diagnstica. Autores: Antonio Robles Junior, Silvio Jos Moura e Silva.

    69

    -Lean accounting na gesto da cadeia de valor. Autores: Masayuki Nakagawa, Tnia Regina Sordi Relvas.

    89

    -Controle Gerencial em Empresas Brasileiras Internacionalizadas: Empresas do Setor de Servios O CASO DA SPOLETO. Autores: Mauro Silva Florentino, Josir Simeone Gomes.

    103

    -Aplicao do mtodo baseado em anlise hierrquica para escolha de sistema de custeio para Instituies Hospitalares. Autores: Francisco de Assis Coelho, Marco Aurlio Reis dos Santos, Valrio Antonio Pamplona Salomon, Jorge Muniz Junior.

    122

    -Estrategias financieras para el control de costos en las empresas del sector metalmecanico en la region zuliana-venezuela. Autores: Armando Urdaneta Espinosa, Guillermo Rodrguez Medina.

    137

    -A contribuio das ferramentas de custeio logstico para tomada de deciso nas empresas: estudo de caso em indstria cermica. Autores: Clia Maria Braga Carneiro, Greyciane Passos dos Santos, Rosngela Venncio Nunes, Delane Novais Assuno, Joo Francisco Morozini.

    162

    -Integrao das metodologias lean e seis sigma para reduo de custos nos servios logsticos da dhl. Autores: Camila Papa Lopes, Getulio Kazue Akabane, Rafael Mateus Barreto, Washington Luis Pereira Soares.

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    -The modal shift operation on containerized cargo as strategy to reduce logistics costs. Autores: Camila Papa Lopes, Getulio Kazue Akabane, Rafael Mateus arreto, Washington Luis Pereira Soares.

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    -Modelagem da gesto de custos interorganizacionais na cadeia agronegocial lctea. Autor: Francisco Isidro Pereira

    219

    -Formao de preo nas empresas de construo civil da cidade de balnerio Cambori sc. Autores: Aline de Oliveira Czesnat, Tiza Tamiozzo Quintas, Jorge Eduardo Scarpin.

    238

    -Renncia fiscal: reduo de custos ou investimento? Autores: Alexsandro Broedel Lopes, Jorge de Souza Bispo, Jos Elias Feres de Almeida, Mnica Sionara Schpallir Calijuri.

    257

    -Mtodos de apurao de custos adotados pelos hospitais da regio de Ribeiro Preto um estudo de casos mltiplos. Autores: Roberto Vatan dos Santos, Tadeu Donizete de Oliveira Machado.

    274

    -Modelagem das atividades dos setores relacionados ao processo de internao Autores: Antnio Artur de Souza, Erick Nilson Coelho de Lacerda. Mrcia do Couto Gonalves Campos, Marina Barbosa Prados.

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    Gestin y/o modelos de medicin ambiental

    -Gestin de Mecanismos de Desarrollo Limpio en Industrias Citrcolas: Tratamiento de efluentes con captacin y valorizacin de Biogs. Autor: Andres Lpez

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    -Minimum capital requirements x profitability an empirical study. Autores: leo, luciano castro. g cristino, m. a. b

    327

    -Custos ambientais decorrentes do gerenciamento dos resduos slidos e efluentes industriais gerados no setor sucroalcooleiro: um estudo de caso comparativo do custeio por absoro e custeio abc. Autores: Jos Marcos Paula Theodoro.

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    Gestin de costos en las organizaciones privadas

    -Costo de las tarjetas de crdito para los comerciantes minoristas en Uruguay Autor: Alfredo Kaplan.

    363

    -A Teoria das Restries: Estudo de Caso em uma Indstria de Couros do Estado de Santa Catarina. Autores: Fernanda da Silva Fernandes, Luciana de Jesus Delfino Fernandes, Renata Gonalves Pereira, Samuel Cogan.

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    -Avaliando sistemas de contabilidade gerencial: um estudo de caso em empresa atacadista do ramo de material de construo na Cidade do Rio de Janeiro. Autores: Carlos Eduardo Pires Faria, Ericson de Oliveira Faria, Mauro Silva Florentino, Josir Simeone Gomes.

    393

    -Aplicao do mtodo de custeio abc associado ao estudo da cadeia de valor. Autores: Ccero Marciano da Silva Santos, Maria Silene Alexandre Leite.

    408

    -Modelo de previso de lucro de empresa de comrcio utilizando regresso linear: um estudo de caso na empresa CTIS tecnologia s.a. Autores: Frederico Mendes, Valdnia Dias Afonso.

    427

    -Mtodo de custeio unidade de esforo de produo uep: uma investigao na prtica empresarial. Autores: Andr Luiz Comunelo, Simone Bernardes Voese.

    445

    -Gestin de organizaciones de salud de alta complejidad tecnologica. Autores: Wendy Marina Beier y Hernn Pedro Vigier.

    466

    -Gesto de Custos Atravs do Time-Driven Activity Based Costing (TDABC) Autores: Paulo Schmidt, Jos Luiz dos Santos, Ricardo Leal, Nilson Perinazzo Machado.

    488

    -Apurando resultados financeiros por meio da contabilidade por responsabilidade em uma empresa prestadora de servios. Autores: Rita de Cssia Fonseca, Greyciane Passos dos Santos, Rosngela Venncio Nunes, Joo Francisco Morozini, Luciano Scandelari.

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    Gestin de costos en entes pblicos

    -O fator humano no processo de mudanas no Instituto Nacional do Seguro Social: aplicaao do Modelo de Hirschman. Autores: Heliton Ribeiro, Frederico Antonio Azevedo de Aarvalho, Claudia Felix.

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    -Administraao e gestao de custos em saneamento bsico: um estudo de empresa pblica municipal. Autores: Eolo Marques Pagnani, Roberto de Olivera Junior.

    525

    -O uso do prego como ferramenta de reduo dos gastos com contrataes da caixa econmica federal: 2005 a 2007. Autores: Victor Alves Boa Sorte, Francisco Lopes Canado Jnior.

    547

    -Custos no Setor Pblico: A percepo dos Controladores de Recursos Pblicos do Estado de Santa Catarina. Autores: Hlio de Lara Dias, Enalto de Oliveira Gondrige, Ademir Clemente, Mrcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo, Simone Bernardes Voese.

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    Auditora de Gestin

    -Percepo Sobre o Processo de Modernizao da Auditoria Interna no Instituto Nacional de Seguro Social: Estudo de Caso da Auditoria Regional do Rio de Janeiro. Autores: Heliton Ribeiro, Frederico Antonio Azevedo de Carvalho, Claudia Felix.

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    Otros temas de inters de la Contabilidad y la Gestin

    -Procedimiento para el Clculo de los Costos de Calidad en la Empresa de Investigaciones y Proyectos Hidrulicos de Villa Clara. Autores: Mayln Surez Gonzlez, Marili Martn Garca.

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    -A IAS 36 Imparidade de Activos: Impacto, Problemas e Valorizao. Autor: Maria da Conceio da Costa Marques.

    618

    -Balanced scorecard: uma aplicao na gesto estratgica de locadoras de automveis. Autores: Emerson Zngaro dos Santos, Roberto Fernandes dos Santos, Neusa Maria Bastos F. Santos.

    637

    -La valuacin al costo de los bienes de cambio y la realidad econmica. Autores: Norberto Demonte, Amaro Yardin.

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    Captulo 2

    COMUNICACIONES DE EXPERIENCIAS PROFESIONALES

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    Gestin y/o modelos de medicin de la Responsabilidad Social

    XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTION

    XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESSORES UNIVERSITRIOS DE COSTOS

    A EVIDENCIAO DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA SIDERRGICA EM

    MINAS GERAIS, BRASIL

    Tipificacin: Comunicacin de experiencias profesionales

    Autores

    Pedro Luiz Crtes - Professor da Escola de Comunicaes e Artes da USP e da Escola Superior de Engenharia e Gesto ESEG -

    Brasil

    Pablo Luiz Martins - Professor do Departamento de Cincias Administrativas e Contbeis da Universidade Federal de

    So Joo del Rei UFSJ - - Brasil

    Anisio Candido Pereira Professor Pesquisador do Mestrado em Cincias Contbeis da FECAP Brasil

    Dirceu da Silva Professor do Mestrado em Administrao de Empresas da Universidade Municipal de So Caetano do Sul e da

    Faculdade de Educao da Unicamp Brasil

    Caroline Miria Fontes Martins

    Trelew Patagonia Argentina, Septiembre de 2009

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    XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTION XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESSORES UNIVERSITRIOS DE COSTOS

    A EVIDENCIAO DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA SIDERRGICA EM MINAS GERAIS,

    BRASIL

    Tipificacin: Comunicacin de experiencias profesionales

    RESUMO A cada dia, as questes ambientais ganham relevncia, gerando novos desafios e demandando aes urgentes e inovadoras. Para isso, de fundamental importncia o acesso s informaes, facilitando a elaborao de estratgias que visem a remediao de problemas e o desenvolvimento de polticas preventivas. Alm disso, informaes prestadas sociedade permitem que ela exera um papel importante de fiscalizao e acompanhamento das aes empreendidas. Nesse sentido, acredita-se que a contabilidade possa cumprir uma funo importante, permitindo verificar, do ponto de vista financeiro, a eficcia das medidas adotadas e os resultados alcanados pelas empresas em projetos de proteo, preservao e recuperao do meio ambiente. O presente estudo foi desenvolvido em uma empresa siderrgica (recentemente privatizada), localizada no estado de Minas Gerais, e teve como objetivo verificar em que medida possvel avaliar, a partir de balanos contbeis, a evoluo dos investimentos direcionados a programas ambientais, demonstrando o interesse e a proatividade das empresas em mitigar os impactos gerados. Para isso, contou-se com o auxlio de indicadores especficos, utilizados em contabilidade ambiental. A anlise efetuada mostrou que, alm de ser possvel tal verificao, houve um decrscimo dos investimentos ambientais, em que pese o melhor desempenho financeiro auferido pela empresa nos ltimos anos.

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    1. INTRODUAO As questes ambientais vm ganhando maior relevncia nos ltimos anos,

    especialmente em funo de indicadores que apontam para uma acelerao do aquecimento global, exausto de recursos naturais no renovveis, degradao de solos agricultveis e contaminao de mananciais. A sociedade civil organizada tem ampliado a vigilncia sobre empresas que contribuem para que esse estado de degradao se verifique, cobrando uma participao proativa da iniciativa privada e do governo em busca de melhorias.

    Essa mudana de enfoque significativa haja vista que, no passado, empresas focadas no aumento da qualidade de seus produtos e na reduo de custos deram pouca ateno s questes ambientais. Quando essas demandas tornaram-se prementes, seja em como resultado de presses exercidas pela sociedade ou em razo de leis e regulamentos mais rgidos, essas empresas acreditavam que poderiam reduzir seu impacto ambiental e os custos ao mesmo tempo. Mas essa perspectiva no se desenvolveu conforme o previsto, pois na medida em que elas passaram a reduzir as descargas de resduos, verificaram um aumento dos custos, o que poderia reduzir sua competitividade (MATTHEWS & LAVE, 2003). Isso fez com que muitas empresas passassem a considerar a questo ambiental exclusivamente como mais um custo, levando-as a cumprirem apenas o que determina a legislao (WEE & QUAZI, 2005). Essa forma de agir faz com que os impactos sociais decorrentes de suas atividades sejam igualmente desconsiderados, relativizados ou minimizados.

    Alm dos aspectos ticos envolvidos com a preservao do meio ambiente, a poluio em suas diversas formas consome recursos econmicos de um pas, os quais poderiam ser utilizados em projetos sociais. Esse impacto avaliado por trabalhos como Seroa da Motta (2002), que analisa os custos de sade associados poluio da gua e do ar no Brasil. Huber et alii (1996), por sua vez, mostram os custos para a sade decorrentes da poluio urbana em pases da Amrica Latina e Caribe. A degradao de recursos hdricos e suas conseqncias ao bem-estar das populaes so analisadas por Moraes e Jordo (2002), que alertam que o dficit de gua leva a uma queda na produo de alimentos, gerando tenses sociais e polticas.

    Mesmo considerando as dificuldades das empresas em desenvolverem ou utilizarem processos e matrias-primas ambientalmente corretos, fica demonstrado que a poluio gera custos sociais e econmicos que, em ltima anlise, prejudicam diversos setores da sociedade. importante lembrar que ...as empresas consomem recursos da sociedade, renovveis ou no, mas que so patrimnio gratuito e coletivo da humanidade....Em razo disso, elas devem ter o compromisso de ...restituir sociedade o que dela absorvido, por meio de investimentos na rea social e no meio ambiente (REIS, 2007 p. 282). Dentro desse contexto, Veraszto et alii (2007) alertam para a necessidade de que a produo tecnolgica leve em considerao aspectos morais e avalie as reais demandas da sociedade, considerando que a gerao de novas tecnologias limpas torna-se um desafio.

    Enquanto algumas empresas apreciam a questo ambiental como um custo que acaba por onerar seus preos ou reduzir seu desempenho financeiro, h aquelas que avaliam isso como uma oportunidade para melhorar seus processos, diminuindo o desperdcio e ampliando sua competitividade. Rao & Rolt (2005) consideram que as organizaes que minimizam os impactos ambientais de seus produtos e processos, reciclam resduos ps-consumo e estabelecem sistemas de gesto ambiental esto melhor preparadas para expandirem seus mercados, afastando concorrentes com baixa performance ambiental. Rattner (1999. p. 238) pondera que O uso racional de recursos escassos vai exigir produtos e processos que estejam baseados na inovao, conservao e inveno de todos os tipos de produtos reciclveis e biodegradveis.

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    Algumas empresas esto usando as preocupaes ambientais para fortalecer sua posio atual, ao mesmo tempo em que buscam novos mercados (WEE & QUAZI, 2005). Ao estudar equipes de projetos, Hanna, Newman e Johnson (2000) comentam sobre uma relao positiva entre o desempenho ambiental e operacional para as empresas com foco na reduo de custos. Para eles, essas redues so geralmente obtidas com a utilizao de estratgias de preveno da poluio e de outros esforos que incidem sobre a eliminao de resduos.

    Mas esse tipo de pensamento ou atitude ainda est longe de ser uma unanimidade. Em razo disso, governos mais comprometidos com questes ambientais tm procurado, por meio de legislao restritiva e fiscalizao eficiente, reduzir o impacto ambiental de atividades industriais e agrcolas. Essa mudana na legislao tem levado indstrias a adotarem uma postura mais consciente ou encerrarem suas atividades, como relata Monteiro (2005).

    A questo ambiental tem sido um tema cada vez mais relevante para as empresas, seja como uma forma de aumentar seu desempenho (com a menor gerao de resduos, seja em razo de maior vigilncia da sociedade civil ou por fora da legislao.

    Por esses motivos indstrias passaram a utilizar modelos de gerenciamento ambiental, buscando controlar as conseqncias de suas atividades produtivas sobre o meio ambiente e minimizando os impactos ambientais e sociais causados pelas suas atividades. Acredita-se que a mensurao dessas aes possa ser exposta por meio da contabilidade ambiental, buscando demonstrar se as aes adotadas refletem exatamente a contrapartida das conseqncias ambientais ocorridas, gerando uma oportunidade para o desenvolvimento da presente pesquisa.

    Assim, este trabalho teve como objetivo verificar em que medida possvel avaliar, a partir de balanos contbeis, a evoluo dos investimentos direcionados a programas ambientais e sociais, demonstrando o nvel de interesse e a proatividade de uma empresa em mitigar os impactos gerados.

    Este estudo analisou uma empresa siderrgica (denominada Siderrgica Minas Gerais), no perodo de 1999 a 2005, ps-privatizao, avaliando - com o auxlio de indicadores utilizados em contabilidade ambiental - a evoluo de seus investimentos ambientais e sociais e procurando demonstrar o grau de comprometimento com a reduo dos impactos decorrentes de sua atividade.

    2. REVISO DA LITERATURA Procurando estabelecer uma melhor compreenso da Responsabilidade Social Empresarial (RSE), seu relacionamento com as questes ambientais e a divulgao dos resultados sociedade, a reviso da literatura foi desenvolvida em trs frentes, diretamente relacionadas ao tema de pesquisa.

    Em um primeiro momento, procurou-se examinar alguns conceitos que fundamentam a RSE, inclusive com a identificao de alguns aspectos histricos. Em seguida, foram analisados alguns trabalhos e pesquisas que mostram o inter-relacionamento da RSE com as questes ambientais e com o desenvolvimento sustentvel. Finalmente, foram verificadas formas de mensurao do desempenho social.

    o responsabilidade social empresarial Embora um uso mais intenso do termo Responsabilidade Social tenha se verificado nos ltimos anos, necessrio considerar que esse conceito j era preconizado no incio do sculo passado. Oliver Sheldon, um dos primeiros tericos da administrao moderna, considerava que em uma indstria as polticas, condies e mtodos deveriam conduzir ao bem-estar da comunidade, e a gesto deveria tomar a iniciativa

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    em busca de uma elevao dos padres ticos e de justia social (WREN, 2005). A indstria, segundo Oliver Sheldon, existiria para fornecer, ao menor preo possvel, dentro de padres adequados de qualidade e em quantidades suficientes, produtos e servios necessrios para a satisfao da comunidade (SHELDON, 1923).

    Desde ento, o conceito de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) foi de tal maneira ampliado que pode levar a eventuais distores na sua aplicao, pois ocorrem diferenas importantes em contextos diversificados. Sobre a RSE, Faria e Sauerbronn (2008, p. 18) consideram que devido proliferao de abordagens, teorias e terminologias, no h uma definio nica ou precisa. Como resultado, verifica-se que, enquanto algumas empresas consideram atividades assistencialistas como um exemplo de RSE, outras procuram adotar uma abordagem mais ampla influenciada pelo conceito dos stakeholders.

    Para Simmons (2008) o conceito de organizaes responsveis pode ser utilizado como uma forma de avaliao da maturidade organizacional nas relaes com seus empregados, tendo como dimenso a justia organizacional. Bhattacharyya et alii (2008) consideram que o verdadeiro desafio para os administradores conceber uma estratgia voltada RSE que permita organizao melhor equacionar questes sociais e, ao mesmo tempo, fornea algumas vantagens empresariais.

    Buscando estabelecer uma melhor compreenso do tema, Faria e Sauerbronn (op. cit.) analisam trs abordagens para a responsabilidade social: i) normativa; ii) contratual e iii) estratgica. A abordagem normativa parte do pressuposto de que as atividades desenvolvidas por uma empresa esto sujeitas ao julgamento moral. Na abordagem contratual h o que os autores chamam de enfoque sociopoltico, privilegiando os interesses dos diferentes grupos com os quais a empresa interage e os conflitos decorrentes. A abordagem estratgica tem como nfase o aproveitamento de oportunidades e a reduo de riscos, identificando demandas de cunho tico ou social que podem repercutir nas atividades da empresa.

    Sobre a abordagem normativa Kreitlon (2004) lembra que a idia de uma organizao e suas atividades estarem sujeitas ao julgamento tico, embora parea correto na atualidade, nem sempre foi aceita. Carr (1989) comenta que a base da moralidade o respeito pela verdade e que, em conseqncia disso, quanto mais um homem de negcios se aproxima da verdade, maior o respeito que deve merecer. Por outro lado, ele considera que a maioria dos blefes em um negcio poderia ser vista simplesmente como estratgia de jogo, em uma situao parecida com uma aposta em uma mesa de poker, no refletindo a moralidade do jogador (CARR, op. cit.).

    Kreitlon (op. cit. p. 7) considera que a perspectiva normativa pressupe que somente foras externas , entendidas como legislao, fiscalizao ou competio, teriam o poder coercitivo e moralizador das aes de uma empresa, uma vez que ela apenas buscaria maximizar seus prprios interesses. Sobre isso afirma que:

    De qualquer maneira, parece de fato importante definir se, ao falarmos de RSE, estamos nos referindo responsabilidade que cabe empresa como agente moral (possuidora de intencionalidade e capacidade de escolha), ou simplesmente responsabilidade da empresa como agente fsico (aquele que mero veculo da ao), pois neste ltimo caso a verdadeira responsabilidade recairia sobre os indivduos (KREITLON, 2004, p. 7).

    interessante notar que, embora a legislao ambiental brasileira preveja a responsabilidade da direo de uma empresa envolvida em crimes ambientais, isso no isenta uma organizao de encargos, pois ela tambm pode ser acionada. Situao semelhante ocorre com o Sistema Financeiro Nacional, em que a lei (n 7.492/86) prev tanto a punio da empresa quanto de seus gestores. Esses dois casos mostram que, pela legislao brasileira, a empresa entendida como possuidora de intencionalidade e capacidade de escolha, assim como seus gestores

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    (uma vez que a empresa funcionaria como veculo da vontade destes). Essa responsabilidade pode ser estendida aos rgos oficiais, caso se verifique que eles no tenham agido com o necessrio rigor. Crtes e Pereira (2006) citam o caso em que o Ministrio Pblico acionou tanto uma indstria detentora do passivo ambiental quanto o rgo responsvel pela fiscalizao.

    Enquanto a abordagem normativa influenciada pela filosofia, a abordagem contratual caracterizada por um aspecto mais sociopoltico, uma vez que a sociedade mantm perspectivas relacionadas a comportamento, resultados e responsabilidades das empresas. Em conseqncia disso, a perspectiva contratual enfatiza as relaes de interdependncia entre a empresa e a sociedade, sendo influenciada pela teoria dos stakeholders. Essa viso tem levado empresas a desenvolverem aes com os grupos afetados por suas atividades, inclusive considerando sua cadeia de suprimentos.

    Melo Neto e Froes (1999) consideram que a responsabilidade social tem como objetivo indicar o que correto e tico para uma sociedade e adequado para a empresa. Ela promove a qualidade de vida da sociedade na qual est inserida e de seus funcionrios. Adicionalmente, sob esse ponto de vista, a RSE pode promover uma melhora nas relaes da empresa com seus fornecedores, fazendo com que estes se tornem tambm socialmente responsveis. Rao e Bolt (2005) lembram que muitas empresas perceberam que os consumidores e outros stakeholders nem sempre distinguem entre uma companhia e seus fornecedores. Desta forma, se uma determinada empresa tem passivos ambientais, isso pode prejudicar a imagem perante os stakeholders das demais empresas que atuem na mesma cadeia de suprimentos.

    A abordagem estratgica a mais utilitria das trs, partindo do pressuposto de que o que bom para a sociedade bom para a empresa. Por isso, ela se preocupa com temas sociais que levem a melhor desempenho estratgico da organizao (FARIA e SAUERBRONN, 2008; KREITLON 2004). Os estudos desenvolvidos sob a abordagem estratgica convergem para a anlise e obteno do desempenho social corporativo, pois acredita-se que ela amplie o valor de mercado de uma empresa ao obter a satisfao dos consumidores (RUNDLE-THIELE, BALL & GILLESPIE, 2008). Sendo assim, uma empresa pode adotar embalagens ecologicamente corretas ou facilitar o descarte de baterias (pois isso tem impacto maior em relao aos consumidores), mas talvez ela no se preocupe com o impacto que suas atividades podem ocasionar na comunidade localizada no entorno de sua fbrica (o que nem sempre percebido pelos seus consumidores).

    Scott (2007) amplia a discusso ao analisar cinco temas decorrentes das definies de RSE: i) responsabilidade com a comunidade, ii) promoo da democracia e da cidadania, iii) reduo da pobreza e das desigualdades entre ricos e pobres, iv) condies de trabalho e direitos dos trabalhadores, v) comportamento tico. Para ele, as evidncias mostram que, independente do desejo e da boa vontade dos CEOs, a busca de maior rentabilidade das organizaes funciona como um autntico freio sobre a responsabilidade social empresarial (SCOTT, op. cit.).

    Verifica-se que a RSE busca integrar, de maneira voluntria, preocupaes sociais e ambientais das empresas em suas operaes. A partir de uma interao saudvel com os stakeholders, a prtica da responsabilidade social pode servir de base ao sucesso empresarial, o que inclui o respeito aos consumidores e formas ecolgicas de produo. Enquanto nas grandes organizaes a RSE se apresenta de uma forma institucionalizada, nas pequenas e mdias empresas ela ocorre de maneira mais informal, mas de grande importncia para diversas comunidades (COMMISSION OF THE EUROPEAN COMMUNITIES, 2003).

    o a responsabilidade social E A QUESTO AMBIENTAL Segundo Kreitlon (2004, p. 6), a dcada de 1980 caracteriza-se, por um lado,

    pela diversificao das correntes tericas dedicadas ao questionamento tico e social das

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    empresas; por outro lado, por uma crescente institucionalizao do fenmeno. Na viso de Faria e Sauerbronn (2008), esse processo pode ser explicado em parte pelo aumento do poder global das organizaes multinacionais e pelo crescimento do volume de investimentos realizados diretamente por essas corporaes em diversos pases. Para eles, Muitos desses investimentos eram impulsionados pelo histrico interesse de deslocar atividades tidas como socialmente indesejveis nos EUA e na Europa para pases menos desenvolvidos (FARIA e SAUERBRONN, op. cit., p. 16).

    A diversificao das correntes tericas, o aumento do poder e dos investimentos realizados por empresas multinacionais, o maior fluxo de capitais entre os diversos pases e o deslocamento de atividades industriais poluidoras para pases menos desenvolvidos acabaram por chamar a ateno de ativistas, da sociedade civil organizada e de organizaes no governamentais. Em decorrncia disso, conforme relata Kreitlon (op. cit, p. 6), a questo ambiental passou a ser tema de diversas conferncias internacionais: em 1987 o Relatrio Brundtland lana o conceito de desenvolvimento sustentvel, que pretende conciliar desenvolvimento econmico e proteo ambiental. Rattner (1999 p. 233) amplia essa discusso ao considerar que A sustentabilidade no pode ser derivada apenas de um melhor equilbrio e harmonia com o meio ambiente natural. Suas razes esto localizadas em um relacionamento interno sociedade, de natureza econmica e politicamente equilibrada e eqitativa.

    Welzel, Luna e Bonin (2008) lembram que a concepo do termo responsabilidade social empresarial abrange duas correntes. A primeira delas, denominada princpio da legitimidade, pressupe que a existncia de uma empresa consentida e legitimada pela sociedade. A segunda considera que a responsabilidade social empresarial est interligada ao conceito de desenvolvimento sustentvel, embasada nas dimenses econmicas, ecolgicas e sociais. Para Rattner (op. cit. p. 233), O conceito de sustentabilidade transcende o exerccio analtico de explicar a realidade e exige o teste de coerncia lgica em aplicaes prticas, onde o discurso transformado em realidade objetiva.

    Embora essa temtica tenha ganhado fora na dcada de 1980, Reis (2007) pondera que ainda muito recente o processo de desenvolvimento da responsabilidade social nas empresas brasileiras. Em funo disso, e tambm em decorrncia de ela ser exercida no por obrigatoriedade, mas por adeso, acabam ocorrendo ambigidades na ao das organizaes.

    Considerando essa associao entre meio ambiente e questes sociais, Jacobi (1999, p. 40) ressalta que ... enquanto se agravavam os problemas sociais e se aprofundava a distncia entre os pases pobres e os industrializados, emergiram, com mais impacto, diversas manifestaes da crise ambiental.... Reis (2007, p. 282) lembra que, para o setor privado, o desafio da responsabilidade social envolve ambigidades e controvrsias que ... somadas s discusses sobre a situao de boa parte da populao, cujas necessidades bsicas ainda no esto sequer sendo supridas, tornam a RS (responsabilidade social) das empresas brasileiras um desafio ainda maior. Para Tachizawa, Oliveira e Pozo (2008), a responsabilidade social empresarial ganha importncia na gesto corporativa, evitando riscos de desastres ecolgicos e econmicos.

    A responsabilidade social trata da conscincia de que a empresa est inserida em um determinado ambiente e com ele interage positiva ou negativamente. Ela deve contribuir com o desenvolvimento da comunidade, adotando um comportamento tico e praticando a cidadania. Em conseqncia disso, a viso de responsabilidade social, limitada aos ganhos econmicos da clula social, vem sendo cada vez menos aceita na sociedade. O papel da empresa supera os limites meramente privados, passando a interagir fortemente com os stakeholders, o que inclui uma especial ateno ao meio ambiente, especialmente por parte de indstrias que desenvolvem atividades com elevado impacto ambiental.

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    Com iniciativas de ordem social e ambiental, diversas empresas passaram a atuar de maneira mais responsvel, preocupando-se com a continuidade de recursos fsicos e naturais para geraes futuras. Com isso, obtiveram tambm maior simpatia por parte dos consumidores e do pblico em geral. Trevisan (2002) ressalta a importncia da prtica da responsabilidade social da divulgao dessas atividades por meio do balano social, como uma forma de diferenciao das empresas. Segundo o autor, para que o balano social possa repercutir positivamente no marketing social da empresa, necessrio definir uma causa especfica (TREVISAN op. cit., p.2)

    Diferentemente de uma poltica de doaes ou de assistencialismo aleatrio, que pode gerar dificuldades para o consumidor associar a imagem da empresa a um projeto social especfico, o marketing social visa definir a correta aplicao dos recursos em uma causa determinada, de modo a tornar essa atuao social mais eficiente e criar uma identidade perante o pblico.

    Ainda em relao ao marketing social, Andreasen (2002) considera que o desenvolvimento mais significativo de sua aplicao ocorreu quando da migrao de um conceito associado a produtos envolvidos na mudana social para uma concepo mais ampla de seu potencial. O autor reconhece que o objetivo fundamental de marketing social no promover idias, mas influenciar condutas. Apesar de os produtos estarem, no raro, envolvidos em processos de mudana de comportamento, o marketing social tambm pode implicar em desafios puramente comportamentais, como facilitar o acesso educao. Desta forma, o balano social de uma empresa pode auxiliar em suas atividades de marketing, mostrando-a como uma organizao socialmente responsvel.

    Reis (2007), entretanto, alerta que a RSE no deve ser reduzida a uma ferramenta de marketing, a um discurso empresarial ou a aes de filantropia. Ela deve ser incorporada s organizaes no planejamento dos negcios como um modelo de comportamento responsvel do ponto de vista social. Tecendo consideraes sobre a RSE, ele afirma que:

    Ela deve resultar em um novo modelo de cultura de gesto de negcios, que pressuponha a tomada de decises de maneira tica e correta, tornando a empresa co-responsvel pelo processo de desenvolvimento de uma sociedade menos desigual, mais justa e com maiores condies de acesso da populao a produtos e servios, resultando em sustentabilidade da sociedade do ponto de vista social e econmico e tambm sustentabilidade econmica do prprio negcio. (REIS, op. cit. p. 302)

    Esta pode no ser exatamente a viso dos empregados ou colaboradores de uma empresa, que podem acreditar que a responsabilidade social de uma empresa manifesta-se apenas sob a forma de aes da patrocnio ou filantropia. Ribeiro (2008, p. 11), estudando a eficcia dos projetos sociais adotados pela Petrobras na unidade de Paulnia, pondera que ...a comunidade externa, na viso do empregado, entende projetos sociais como patrocnio ou Marketing para Causas Sociais.... Prosseguindo, o autor explica que Esta constatao se d pelo fato que os empregados entendem que os projetos sociais trazem grande influncia para a melhoria das relaes da Petrobras com a comunidade

    Ferreira e Mayer (2008, p. 12) verificaram que a discusso sobre se as empresas deveriam ou no promover suas prticas de RSC (Responsabilidade Social Corporativa) tem defensores fiis em ambos os lados. Os resultados de pesquisa desenvolvida pelas autoras indicam que a promoo da responsabilidade social corporativa deve ser feita por meio de esforos de relaes pblicas e no com o uso de campanhas publicitrias. Mesmo considerando-se essa alternativa, nem sempre as organizaes evidenciam comportamentos ou atitudes consideradas inadequadas, tornando os balaos sociais uma pea de divulgao institucional.

    Sobre isso, Xavier, Andrade e Gosling (2008) avaliam que h uma incoerncia entre a concepo do Balano Social e o que fazem algumas empresas. Segundo eles

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    ...as informaes negativas - como a emisso de poluentes, consumo de gua ou combustveis, ou a quantidade de processos trabalhistas - no so sequer apresentadas ou so mostradas discretamente... (XAVIER, ANDRADE e GOSLING, op. cit. p. 11). O trabalho sugere que para o Balano Social seja utilizada a mesma concepo de um balano financeiro, em que as empresas so obrigadas a apresentar tanto os resultados positivos quanto os negativos.

    Para indstrias que desenvolvem suas atividades com riscos potenciais ao meio ambiente, certamente o conceito de responsabilidade social requer uma gesto ambiental integrada. Conforme ressalta Ferreira (2007), gesto ambiental a tentativa de reduzir as transformaes ou impactos causados ao meio ambiente, de modo a potencializar a recuperao dos recursos naturais, assegurando que haja produtividade prolongada.

    O objetivo maior da gesto ambiental deve ser o de propiciar benefcios empresa que superem, anulem ou diminuam os custos das degradaes, causados pelas suas atividades. Isso remete noo de desenvolvimento sustentvel que, de acordo com Valle (2002, p.28), significa atender s necessidades da gerao atual sem comprometer o direito de as futuras geraes atenderem a suas prprias necessidades. Em seu sentido mais amplo esse conceito demonstra a busca de uma estratgia para alcanar a harmonia entre os seres humanos e a natureza.

    A siderurgia uma atividade com elevado impacto ambiental, seja pelos rejeitos que origina, seja pelos insumos no renovveis que utiliza. Diante desse cenrio, algumas aes tm sido desenvolvidas por empresas que atuam nesse setor, conforme ressaltam Menezes e Cunha (2007). Os autores chamam a ateno para o fato de que, diante das presses da sociedade em prol da preservao ambiental, empresas tm adotado florestas plantadas como fonte de biomassa na produo de carvo. No entanto, Menezes e Cunha (op. cit.) advertem que, devido ao tempo necessrio ao desenvolvimento de uma rea reflorestada e ao custo elevado, essa soluo tem apresentado ndices economicamente ruins.

    O uso do gs natural como redutor e fonte de energia em substituio ao carvo vegetal foi estudado por Menezes e Cunha (op. cit.) no Estado de Mato Grosso do Sul. Esta alternativa mostrou-se no apenas vivel do ponto de vista econmico (mesmo considerando eventuais altas do preo de importao do gs natural), mas tambm melhor, qualitativa e quantitativamente, do que a soluo via altoforno utilizando carvo vegetal (MENEZES e CUNHA, op. cit. p. 550). importante considerar que, embora o gs natural seja um recurso no renovvel, ele apresenta uma queima mais limpa do que o carvo, sem comprometer florestas.

    Solues ambientais para siderrgicas devem contemplar no apenas alternativas aos recursos no renovveis, conforme mencionado, mas solues eficientes para a deposio de rejeitos industriais. Prado, Correa e Cintra (2003) discorrem sobre o uso da escria de siderurgia como fonte alternativa de Ca e Mg que, alm de atuar como corretivo de acidez do solo, pode contribuir para o sucesso na implantao de pomares. A adeso aos comportamentos ambientais sustentveis, conforme lembram Welzel, Luna e Bonin (2008, p. 3), requer o investimento no desenvolvimento de tecnologias limpas, o que pode influenciar direta e negativamente na competitividade das empresas no curto prazo. Mas h que se considerar que ... existem posicionamentos claros de que o desenvolvimento de tais tecnologias permita a obteno, num futuro prximo, de vantagens competitivas duradouras (WELZEL, LUNA e BONIN, op. cit. p. 3).

    Por outro lado, h quem pondere no que no h garantias de que um comportamento socialmente responsvel repercuta necessariamente em melhor desempenho financeiro. Macedo et alii (2007) desenvolveram um estudo comparativo entre 29 empresas no financeiras (includas no ndice de Sustentabilidade Empresarial da BOVESPA), com destaque para empresas dos setores de Papel e Celulose e Siderurgia e Metalurgia, outras listadas entre as Melhores e Maiores da Revista Exame

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    (2006), pertencentes aos mesmos setores. A pesquisa teve como objetivo verificar se as empresas que adotaram boas prticas scio-ambientais apresentam um desempenho estatisticamente superior em termos de liquidez, endividamento e lucratividade. Segundo os autores, no foram verificadas evidncias de vantagens das empresas socialmente responsveis sobre as demais, no que se refere a esses ndices (MACEDO et alii,2007).

    o Mensuradores do Desempenho social A publicao de balanos sociais, embora seja uma iniciativa louvvel por parte

    das organizaes, no garante a necessria transparncia, uma vez que nem sempre as aes negativas so claramente evidenciadas, conforme j mencionado. Oliveira (2005) comenta a publicao de balanos sociais por empresas com problemas scio-ambientais, alertando para o fato de que muitos desses balanos assemelham-se a material de divulgao ou propaganda da empresa, geralmente buscando agradar aos stakeholders.

    Pelo menos parte desse problema pode ser resolvida com a correta anlise dos balanos contbeis, tendo como escopo a contabilidade ambiental. Ela pode indicar, em seus demonstrativos, a evoluo dos investimentos ambientais realizados, aplicao de recursos no ativo permanente ambiental, custos ambientais em relao receita lquida, percentual de lucro lquido para a cobertura de despesas ambientais, dentre outros indicadores. O foco contbil de questes ambientais justifica-se, pois segundo Ferreira, (2000, p.75) o meio ambiente, hoje, para ser gerido, tem suas variveis no s no aspecto poluio/despoluio, mas tambm o custo disso. Alm disso, a contabilidade ambiental, ao demonstrar a situao financeira de uma empresa, assim como seu desempenho peridico, colabora para melhor divulgao e evidenciao da postura ambiental das organizaes. Isso contribui para a reduo de atividades ilcitas, promovendo a adoo de prticas, mtodos e processos ambientalmente corretos (RIBEIRO & LISBOA, 1999).

    interessante verificar que outros autores no apenas reforam essa perspectiva, mas tambm procuram ampli-la. Kraemer (2004), por exemplo, referencia os indicadores de desempenho ambiental para sintetizar as informaes quantitativas e qualitativas determinando ento sua eficincia e efetividade em utilizar os recursos disponveis. Dentro dessa abordagem, Starke Junior, Freitag e Crozatti (2006) lembram que a contabilidade, ao avaliar, mensurar e evidenciar resultados, percorre caminhos que permeiam a estrutura do capital, regula custos e infere caixas futuros. Mas os autores consideram que ela precisa ir alm desses limites, ocupando-se de assuntos tais como anlise do passivo ambiental, entre outros.

    Outros trabalhos que exploram essa possibilidade merecem ser citados, mostrando a utilizao de indicadores de desempenho ambiental ou analisando a evidenciao de atividades ambientais. Rover, Alves e Borba (2005) compararam a prtica de empresas nacionais quanto evidenciao ambiental nas demonstraes contbeis publicadas no Brasil e nos Estados Unidos. De maneira similar, Tinoco e Robles (2006) analisam a contabilidade da gesto ambiental a partir do estudo de caso de quatro empresas brasileiras com atuao global, identificando aspectos relacionados com a sustentabilidade econmica e o desenvolvimento social.

    Ainda dentro dessa linha de evidenciao de atividades socioambientais, Dalmcio e Paulo (2004) citam as demonstraes contbeis da Companhia Siderrgica de Tubaro cujo balano social ressalta itens como sade, educao, participao nos resultados; investimento em cidadania, aes sociais e projetos em meio ambiente. Os autores indicam outros itens que foram evidenciados, tais como programas que buscam ampliar a qualidade de vida dos funcionrios e dependentes, programa de apoio escolarizao com escola dentro da empresa, reaproveitamento de resduos industriais, tratamento de gua, uso dos gases gerados pela atividade industrial para produo de energia eltrica, dentre outros (DALMCIO e PAULO, op. cit.). Bieker et

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    alii (2002) analisam o modo como o conceito de Balanced Scorecard (BSC) pode ser ampliado, levando ao desenvolvimento de um Sustainability Balanced Scorecard (SBSC).

    Um dos principais fatores que contribuem para a eficincia da contabilidade ambiental so os controles e a identificao dos custos ambientais, bem como a classificao exata das contas. Na busca dos indicadores a serem utilizados nesta pesquisa selecionaram-se os narrados por Kraemer (2004) e Carvalho et alii (2000), sintetizados a seguir nos quadros I a VIII:

    Indica quanto a empresa aplicou de seus recursos no Ativo Permanente Ambiental para cada cem reais de Patrimnio Lquido

    Quadro I - IAPL - Imobilizao Ambiental do Patrimnio Lquido

    Compilado de Kraemer(2004) e Carvalho et alii (2000)

    Indica o percentual de exigibilidade ambiental em relao ao Passivo Total

    Quadro II - CEA - Composio do Endividamento Ambiental

    Compilado de Kraemer(2004) e Carvalho et alii (2000)

    Indica quanto a empresa possui de bens e direitos em curto e longo prazos em relao s suas obrigaes ambientais

    Quadro III - LA - Liquidez Ambiental

    Compilado de Kraemer(2004) e Carvalho et alii (2000)

    Mede o percentual de Custos Ambientais em relao Receita Lquida

    Quadro IV - PCARL - Participao dos Custos Ambientais na Receita Lquida

    Compilado de Kraemer (2004) e Carvalho et alii (2000)

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    Demonstra o percentual de Lucro Lquido para cobertura das Despesas Ambientais

    Quadro V - DARLL - Despesas Ambientais em relao ao Lucro Lquido

    Compilado de Kraemer (2004) e Carvalho et alii (2000)

    Mede a relao entre os custos ambientais e o custo total de produo

    Quadro VI - CAP Custo Ambiental de Produo

    Compilado de Kraemer (2004) e Carvalho et alii (2000)

    Mede a relao entre o custo ambiental de produo e a quantidade de produtos fabricados em um determinado perodo

    Quadro VII - UCA Unidade de Custo Ambiental

    Compilado de Kraemer (2004) e Carvalho et alii (2000)

    Tem como objetivo a relao entre o consumo de recursos naturais renovveis e no renovveis em relao quantidade de produtos fabricados em um determinado perodo

    Quadro VIII - ENC Energia Natural Consumida

    Compilado de Kraemer (2004) e Carvalho et alii (2000)

    3. METODOLOGIA DA PESQUISA Esta pesquisa descritiva, registra e analisa o fenmeno estudado, identifica suas

    causas e interpreta os resultados obtidos. Como fonte bsica de informaes utilizaram-se, a partir de uma anlise documental, informaes contbeis disponveis em balanos divulgados pela empresa. Para a apreciao dos dados foram utilizadas anlise estatstica e verificao dos indicadores ambientais mencionados no referencial terico. Com a anlise estatstica objetivou-se construir distribuies de freqncias das mdias

  • 22

    anuais e estimadas das principais medidas estatsticas em relao ao balano social da empresa estudada. Por fim, a utilizao dos indicadores ambientais permitiu interpretar as informaes coletadas dentro do escopo da pesquisa, comparando o resultado financeiro e o desempenho social e ambiental da empresa estudada.

    4. APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS A Tabela 1 mostra o resumo numrico das variveis, receita lquida (RL), total de

    investimentos internos (TII), total de investimentos externos (TIE) e total de investimentos ambientais (TIA). O valor mnimo da receita lquida ocorreu no ano de 1999 quando houve a publicao do primeiro balano social e mximo em 2005, o que significa um acrscimo de investimento de 3,6 vezes no perodo analisado (sete anos).

    Tabela 1: Resumo numrico da varivel receita lquida (RL), total de investimentos internos (TII), total de investimentos externos (TIE) e total de investimentos ambientais (TIA).

    Para verificar se os investimentos sociais foram proporcionais ao crescimento da

    receita lquida, foi proposto um modelo de regresso cuja varivel dependente a receita lquida (RL) e as variveis independentes so o total de investimentos internos (TII), o total de investimentos externos (TIE) e o total de investimentos ambientais (TIA), isto :

    Em que is so os coeficientes dos parmetros do modelo e i o resduo.

    A Tabela 2 apresenta a matriz de correlao entre as variveis RL, TII, TIA e TIE. Pode-se observar que o coeficiente de correlao entre as variveis RL (receita lquida) e TII (total de investimentos internos) 0,987, indicando uma forte correlao linear. O mesmo no ocorre entre RL e as variveis TIE (total de investimentos externos) e TIA (total de investimentos ambientais), cujos coeficientes de correlao so 0,241 e 0,098 respectivamente. Tabela 2: Matriz de correlao

    As estimativas do ajuste do modelo proposto em (1) so mostradas na Tabela 3.

    Verifica-se que somente a estimativa de TII (total de investimentos internos) foi significativa ao nvel de 5% de probabilidade (p=.0,0005). As estimativas de TIA (total de investimentos ambientais) e TIE (total de investimentos externos) so no significativas, fato j esperado, devido no- correlao entre essas variveis e a receita lquida. Tabela 3: Ajuste do modelo de regresso com as variveis TIE, TIA, TII

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    As variveis TIE (total de investimentos externos) e TIA (total de investimentos

    ambientais) foram retiradas do modelo, sendo ajustado um modelo de regresso linear simples da receita lquida em funo do total de investimentos internos. Na Tabela 4, pode-se observar que a anlise de varincia da regresso foi significativa ao nvel de 1% de probabilidade (p-valor do teste F

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    (S), segurana e medicina do trabalho (SMT), educao (ED), cultura (CU), capacitao e desenvolvimento profissional (CDP), creches/auxlio creche (CR) e participao nos lucros (PL). Com a finalidade de verificar se cada um desses indicadores teve individualmente um crescimento proporcional receita lquida, foram ajustados modelos de regresso linear da receita lquida em funo de cada um dos indicadores internos. A Tabela 5 apresenta a correlao entre esses indicadores e a receita lquida e a Tabela 6, as estimativas, erros- padro e valor-p dos indicadores sociais internos dos modelos de regresso linear simples.

    Tabela 5: Correlao dos indicadores sociais internos e receita lquida

    Tabela 6: Estimativas dos modelos de regresso simples entre receita lquida e indicadores sociais.

    Analisando as Tabelas 5 e 6, pode-se dizer que os indicadores creche e cultura

    no possuem correlao linear forte, cujas estimativas no so significativas ao nvel de 5% de probabilidade, isto , no teve aumento proporcional receita lquida. Por sua vez, o indicador educao (ED) tem correlao negativa quanto receita lquida, sendo a estimativa negativa, mas significativa ao nvel de 5% de probabilidade. Isso indica que os investimentos em educao so inversamente proporcionais ao aumento da receita lquida. Os demais indicadores (alimentao (AL), encargos sociais compulsrios (ESC), previdncia privada (PP), sade (S), segurana e medicina do trabalho (SMT), capacitao e desenvolvimento profissional (CDP) e participao nos lucros (PL)) so fortemente correlacionados e proporcionais receita lquida.

    4.1. ANLISE DOS INDICADORES AMBIENTAIS 4.1.1. IAPL - IMOBILIZAO AMBIENTAL DO PATRIMNIO LQUIDO

    IAPL = APA x 100

    PL

    APA = Ativo Permanente Ambiental

    PL = Patrimnio Lquido

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    Tabela 7 Evoluo da Imobilizao Ambiental do Patrimnio Lquido de 1999 a 2005

    ANO IAPL - Imobilizao Ambiental do Patrimnio Lquido PL 1999 0,172 873.919

    2000 0,196 1.287.652

    2001 0,465 1.312.368

    2002 0,217 1.697.737

    2003 0,151 2.280.721

    2004 0,115 3.162.787

    2005 0,098 3.109.126

    Verifica-se que, entre os anos de 1999 a 2001, a empresa aumentou a aplicao de seus recursos no Ativo Permanente Ambiental, com um acrscimo de 270%. A partir de 2002 houve uma reduo significativa de investimentos que caram de 0,465 para 0,098 em cada cem reais de Patrimnio Lquido, mesmo com o aumento do PL apresentado no mesmo perodo. Com relao aos ndices ambientais de Imobilizao do Patrimnio Lquido, pde-se notar que so ndices que procuram medir quanto dos recursos da siderrgica est sendo aplicado no Ativo Permanente Ambiental. possvel fazer a relao desses ndices com o ciclo de vida, da mesma forma como se fez com o de Participao de Capital de Terceiros. Desta forma, quanto menores forem os valores melhor ser para a siderrgica do ponto de vista econmico (j que mais recursos podero ser direcionados ao Capital de Giro) e pior para a rea ambiental que receber valores menores.

    Assim, nota-se que a fase inicial analisada requereu uma expanso da estrutura, apresentando alta nos ndices. Na fase posterior, de manuteno, ocorreu a baixa dos ndices ambientais. Torna-se ainda importante ressaltar que o crescimento do valor para o Patrimnio Lquido no perodo analisado demonstra que a empresa j se encontra na fase da maturidade. Essa fase caracterizada pelo aumento das vendas, refletindo no aumento de produo e, conseqentemente, no aumento da utilizao dos recursos ambientais necessrios ao acrscimo produtivo.

    4.1.2. CEA - COMPOSIO DO ENDIVIDAMENTO AMBIENTAL Esse ndice indica o percentual de exigibilidade ambiental (PA) em relao ao

    Passivo Total (PT). A interpretao do ndice de composio do endividamento ambiental feita com a premissa de que quanto menor o seu valor, pior para o meio ambiente (desde que sejam mantidos constantes os demais fatores). A CEA (Composio do Endividamento Ambiental) pode ser considerada um indicador sadio, por ser uma dvida ambiental, denotando preocupaes em investimentos ambientais e, conseqentemente, aumento do ndice de composio do endividamento em face dos recursos ambientais utilizados pela siderrgica. Sua evoluo para o perodo de 1999 a 2005 est indicada na Tabela 8:

    CEA = PA

    PT

    PA = Passivo Ambiental

    PT = Passivo Total

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    Tabela 8 Evoluo da Composio do Endividamento Ambiental de 1999 a 2005

    ANO CEA - Composio do Endividamento Ambiental 1999 0,083

    2000 0,095

    2001 0,087

    2002 0,089

    2003 0,089

    2004 0,087

    2005 0,091

    Verifica-se que o percentual de exigibilidade ambiental em relao ao Passivo Total manteve-se estvel, variando de 0,83 em 1999 a 0,91 em 2005. A ampliao, expanso e modernizao da siderrgica no refletiram no endividamento proporcional ambiental, o que seria uma conseqncia esperada em funo do aumento das atividades produtivas. A siderrgica mencionou em seus relatrios de administrao e na mdia os investimentos na expanso e modernizao para que a satisfao da demanda de produtos fosse atingida. A dvida ambiental pode ser considerada onerosa ao capital, sendo composta por exigveis ambientais que geram encargos financeiros, o que aumentaria ento as despesas financeiras com reflexos nos resultados da siderrgica.

    4.1.3. LA - LIQUIDEZ AMBIENTAL Esse ndice indica quanto a empresa possui de bens e direitos em curto e longo

    prazos em relao s suas obrigaes ambientais. Ele calculado pela relao do Ativo Circulante (AC) somado ao Ativo Realizvel em Longo Prazo (ARLP) sobre o Passivo Ambiental (PA), demonstrando a posio financeira da empresa para cobrir os passivos ambientais contrados. Indica o que a empresa possui de bens e direitos em curto e longo prazos em relao s suas obrigaes ambientais e que o ndice do passivo ambiental vem caindo no decorrer dos anos analisados. Sua evoluo para o perodo de 1999 a 2005 est indicada na Tabela 9.

    LA = AC +ARLP

    PA

    Tabela 9 Evoluo da Liquidez Ambiental de 1999 a 2005 ANO LA - Liquidez Ambiental1999 0,0023

    2000 0,0021

    2001 0,0019

    2002 0,0016

    2003 0,0013

    2004 0,0009

    2005 0,0007

  • 27

    Como os recursos ambientais tm uma caracterstica de permanncia nas atividades produtivas da siderrgica, este ndice procura demonstrar uma liquidez ambiental (que, no caso da siderrgica estudada, vem caindo significativamente). O que se pode inferir um comportamento irregular na relao entre o ndice de liquidez ambiental e os ndices de desempenho financeiro da siderrgica, enquanto o primeiro decresce o segundo aumenta em uma proporo relevante. Isso ocorre devido diminuio dos investimentos ambientais no perodo analisado.

    Como conseqncia deste estudo, pode-se dizer que existem evidncias que apontam para duas possibilidades: uma baixa demanda de investimentos ambientais (devido a aes empreendidas anteriormente) ou a simples falta de preocupao da siderrgica. Nota-se, assim, que no possvel avaliar de forma confivel os resultados demonstrados em face do real investimento necessrio para resguardar os impactos ambientais ocasionados pelas atividades da empresa siderrgica.

    4.1.4. PCARL - PARTICIPAO DOS CUSTOS AMBIENTAIS NA RECEITA LQUIDA

    Esse ndice mede o percentual de Custos Ambientais (CA) em relao Receita Lquida (RL), conforme a frmula apresentada a seguir. Sua evoluo para o perodo de 1999 a 2005 est indicada na Tabela 10.

    PCARL = CA

    RL

    Tabela 10 Evoluo da Participao dos Custos Ambientais na Receita Lquida de 1999 a 2005

    ANO PCARL- Participao Custos Ambientais Receita Lquida 1999 0,0012

    2000 0,0017

    2001 0,0045

    2002 0,0020

    2003 0,0013

    2004 0,0009

    2005 0,0004

    A anlise do custo ambiental mede o percentual de Custos Ambientais em relao Receita Lquida. Na anlise esse ndice apresentou um decrscimo significativo nos ltimos anos, de 0,0045 em 2001 para 0,0004 em 2005. Para o setor de siderurgia, o percentual de Custos Ambientais em relao Receita Lquida tem relevncia por tratar-se de uma atividade inserida em um mercado extremamente competitivo, no qual o preo no pode ser administrado individualmente por nenhum agente. Por isso, como o preo no passvel de ser formado por agentes individuais e sim por influncias mercadolgicas, resta gesto do custo de produo a busca de melhor rentabilidade da atividade. A queda no percentual dos Custos Ambientais em relao Receita Lquida conseqncia da diminuio dos valores investidos em prol dos recursos ambientais utilizados e do interesse da siderrgica em obter melhor rentabilidade de suas atividades.

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    4.1.5. DARLL - DESPESAS AMBIENTAIS EM RELAO AO LUCRO LQUIDO

    Esse indicador demonstra o percentual de Lucro Lquido para cobertura das Despesas Ambientais. Ele calculado pela relao entre as Despesas Ambientais (DAM) e o Lucro Lquido (LL):

    DARLL = DAM

    LL

    Tabela 11 Evoluo das Despesas Ambientais em Relao ao Lucro Lquido de 1999 a 2005

    ANO DARLL - Despesas Ambientais em Relao ao Lucro Lquido 1999 0,0017

    2000 0,0019

    2001 0,0046

    2002 0,0021

    2003 0,0013

    2004 0,0011

    2005 0,0009

    Estes dados demonstram o percentual de Lucro Lquido para cobertura das Despesas Ambientais. Verifica-se um decrscimo significativo aps 2001, com uma reduo do percentual de comprometimento de 0,0046 em 2001 para 0,0009 em 2005. A relao entre o Lucro Lquido e as Despesas Ambientais tem como pressuposto que um deve contribuir da melhor forma possvel com o outro, pois a dependncia destes advm dos insumos que sero utilizados na produo futura.

    O funcionamento da siderrgica, dentro de um contexto ambiental, cria uma relao de interdependncia, ou seja, cada elemento envolvido depende do outro de alguma forma. Nesse ndice possvel observar o grau de importncia dada ao ambiente em funo do lucro lquido gerado. A diminuio dos percentuais das Despesas Ambientais em relao ao Lucro Lquido demonstra um desequilbrio sistmico que pode ocasionar, no futuro, um impacto negativo na empresa estudada, em funo de um possvel aumento das demandas da sociedade e restries ambientais impostas pelos rgos de fiscalizao.

    4.1.6. CAP CUSTO AMBIENTAL DE PRODUO Esse indicador revela o percentual de recursos investidos na preservao e

    reparao de danos causados ao meio ambiente. Ele obtido por meio da relao entre o Custo Ambiental (CA) e o Custo Total de Produo (CTP:

    CAP = CA

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    CTP

    Tabela 12 Evoluo do Custo Ambiental de Produo de 1999 a 2005 ANO CAP Custo Ambiental de 1999 0,002

    2000 0,013

    2001 0,026

    2002 0,013

    2003 0,001

    2004 0,004

    2005 0,004

    Verifica-se que a relao entre os custos ambientais e o custo total de produo sofreu uma grande variao nos anos de 1999 a 2003, estabilizando nos anos de 2004 e 2005 em 0,004. Observa-se que na distribuio dos custos derivados das atividades da siderrgica, ou seja, os insumos que determinaram o custo da atividade na distribuio dos produtos produzidos (considerando o consumo), foram menosprezados os danos causados ao meio ambiente. O dano ao meio ambiente est diretamente relacionado com o volume de produo e este tem como fator determinante o grau de utilizao de recursos ambientais na produo dos produtos siderrgicos. Na viso da siderrgica, a reparao aos danos ambientais vista como aumento de despesas e, conseqentemente, acrscimo dos custos dos processos produtivos. Evidencia-se que a empresa apenas discursa sobre proteo ambiental, mostrando que no existem comprometimento e conscientizao com essa causa.

    4.1.7. UCA UNIDADE DE CUSTO AMBIENTAL A apurao do custo ambiental por tonelada produzida mede a relao entre o

    custo ambiental de produo e a quantidade de produtos fabricados nos anos analisados, conforme indicado na frmula apresentada a seguir:

    UCA =CAB

    UPP

    CAB= Custo Ambiental de Produo

    UPP= Unidades Produzidas no Perodo

    Tabela 13 Evoluo da Unidade de Custo Ambiental de 1999 a 2005

    ANO UCA Unidade de Custo 1999 3,88

    2000 4,44

    2001 5,26

  • 30

    2002 5,74

    2003 4,96

    2004 2,69

    2005 2,76

    Verifica-se que houve um aumento no custo ambiental no perodo de 1999 a 2002, e um decrscimo no ano de 2002, estabilizando-se na faixa dos 2,70 em 2004 e 2005. Pode-se verificar que a reduo do custo ambiental por tonelada produzida foi transformada em vantagem competitiva, desconsiderando-se os impactos ambientais decorrentes dessa prtica. Isso significa que a siderrgica conseguiu uma reduo de custo, mas no necessariamente menor custo em relao mdia do setor siderrgico. Custos baixos significam custos abaixo da mdia de mercado em produtos equivalentes, seguindo padres de qualidade reconhecidos, inclusive em relao ao ambiente.

    4.1.8. ENC ENERGIA NATURAL CONSUMIDA Esse indicador tem como objetivo verificar a relao entre o consumo de recursos

    naturais renovveis e no renovveis, tendo em vista a quantidade de produtos fabricados em um determinado perodo. Ele calculado da seguinte maneira:

    ENC =RNR + RNNR

    UPP

    RNR = Recursos Naturais Renovveis

    RNNR = Recursos Naturais No Renovveis

    UPP = Unidades Produzidas no Perodo

    Tabela 14 Evoluo da Energia Natural Consumida de 1999 a 2005 ANO ENC Energia Natural Consumida 1999 92,51

    2000 95,34

    2001 113,16

    2002 207,37

    2003 206,70

    2004 137,93

    2005 117,90

    No perodo analisado nota-se que houve uma variao significativa nos anos de 2002 e 2003 provavelmente pela crise de energia brasileira que ocorreu. O aumento do ndice para o perodo indicado (2002 e 2003) ocorreu pela utilizao de recursos no renovveis (a energia hidroeltrica que renovvel estava com pouca oferta).No perodo restante se manteve na mdia. Menosprezar os riscos de abastecimento gera impactos diretos na produo a curto prazo, como aconteceu diante da crise energtica vivenciada no Brasil. A Siderrgica Minas Gerais j conseguiu visualizar este fato e, considerando que evitar totalmente o consumo de recursos no renovveis no

  • 31

    possvel, se esfora para reduzir sua utilizao, pois como se sabe, existe um limite para o uso desses recursos.

    5. CONSIDERAES FINAIS Conforme pde ser observado na pesquisa, as aes de uma empresa em

    relao responsabilidade social podem ser determinantes para a sua sobrevivncia. A sociedade exige das empresas um comportamento consciente sob pena de retaliaes que podem levar perda de competitividade, aumento de custos e at mesmo uma antipatia com relao aos produtos produzidos. As empresas devem ento assumir, proativamente, sua responsabilidade pelos impactos causados ao meio ambiente, priorizando as questes ambientais em suas polticas de gesto.

    Com a anlise dos dados da Siderrgica Minas Gerais percebe-se que, em relao aos recursos do Ativo Permanente Ambiental, a empresa estudada teve um acrscimo de 270% no perodo de 1999 a 2001, e a partir de 2002 houve uma reduo significativa de investimentos que caram de 0,465 para 0,098 (para cada cem reais de Patrimnio Lquido), mesmo com o aumento do PL apresentado no mesmo perodo.

    Relacionando com os passivos ambientais contrados, ou seja, o percentual de Custos Ambientais em relao Receita Lquida, possvel verificar que o ndice do passivo ambiental vem caindo no decorrer dos anos analisados, de 0,0045 em 2001 para 0,0004 em 2005, demonstrando que, mesmo com o aumento do PL, a reduo dos investimentos ambientais levou a uma reduo do passivo ambiental.

    Vale ainda ressaltar que a relao entre os custos ambientais e o custo total de produo sofreu uma grande variao nos anos de 1999 a 2003, estabilizando nos anos de 2004 e 2005. Por sua vez, o custo ambiental sofreu um aumento no perodo de 1999 a 2002, e um decrscimo no ano de 2002.

    Pode-se ainda reforar que a empresa no apresentou em nenhum dos balanos analisados detalhamento contbil das contas analisadas, nem mensurao que levasse a respaldar o balano social apresentado. Em sua essncia no se encontra ainda nenhuma linha sinttica ou mesmo analtica referente ao demonstrativo da gesto ambiental, o que se deve falta de regulamentao e padronizao do balano social no Brasil.

    factvel considerar que o balano social apresentado, em que pese o desenvolvimento de algumas aes, no encontra respaldo nos indicadores financeiros e contbeis da empresa, configurando-se mais como uma ao de marketing.

    Nota-se ainda a falta de indicadores que norteiem a anlise dos dados da empresa. Os investimentos em meio ambiente divulgados esto disponveis, mas no possvel afirmar com clareza que as normas contbeis foram seguidas, dificultando a interpretao em relao aos investimentos na gesto ambiental e adequao do investimento efetuado. A anlise feita entre os volumes financeiros investidos na gesto ambiental e os valores pertinentes aos resultados contbeis demonstra uma relao decrescente em detrimento da gesto ambiental.

    A falta de referenciais relacionados aos impactos ambientais da siderrgica gera dificuldades em evidenciar se o investimento na gesto ambiental condiz realmente com o cenrio apresentado pela empresa e vai ao encontro do narrado por Mariano (2000) que diz que a transparncia da empresa em sua atuao social leva ao fortalecimento de sua imagem e garante sua continuidade, colocando em dvida a continuidade da empresa avaliada em funo do tempo e aceitao pela sociedade.

    A falta de referncia dos indicadores de desempenho ambiental utilizados nos balanos sociais coloca em evidncia a importncia da referncia conforme narrado por Kraemer (2004) os indicadores de desempenho ambiental tm como funo sintetizar as

  • 32

    informaes quantitativas e qualitativas para determinao da eficincia e efetividade da empresa, de um ponto de vista ambiental, em utilizar os recursos disponveis.

    Deve-se considerar ainda que o aumento da produo e o aumento do PL no influenciaram o aumento de investimentos ambientais na mesma proporo. Ao contrrio, ocorreu a reduo dos valores investidos, o que leva a crer que a Siderrgica Minas Gerais em relao ao consumo de recursos naturais renovveis e no renovveis no tem interesse em demonstrar claramente que sua responsabilidade social cumprida.

    Conforme ressaltado anteriormente, verifica-se que, para a empresa estudada, a contabilidade ambiental vem sendo utilizada na prtica como instrumento de marketing para os acionistas que tambm encontram dificuldades de mensurar e evidenciar os valores e transaes ambientais de forma precisa, descaracterizando o conceito de balano social formulado por Cardoso (1997) o balano social apresenta caractersticas definidas e deve agregar indicadores que possam refletir a eficcia da gesto empresarial de contabilidade ambiental.

    Considerando que o papel fundamental da contabilidade ambiental incentivar as empresas a implantarem sistemas de gerenciamento ambiental, com a finalidade de preservao do meio ambiente, constata-se que est sendo utilizada de maneira errnea ,contradizendo a recomendao efetuada por Valle (2002) a gesto ambiental requer como premissa, um comprometimento com a alta direo da empresa e de seus acionistas com o estabelecimento de uma poltica ambiental clara e definida.

    A falta de notas explicativas nos balanos sociais destoa dos dizeres do IBRACON (1996) importante o uso de notas explicativas, que complementam os demonstrativos contbeis, e tm o poder de evitar que se tornem enganosos, apresentando todos os esclarecimentos necessrios.

    .

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    Gestin del conocimiento y la innovacin

    XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTION

    XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESORES UNIVERSITARIOS DE COSTOS

    MAPEAMENTO DE COMPETNCIAS ESSENCIAIS AO EXERCCIO DA DOCNCIA PARA A DISCIPLINA DE CONTABILIDADE DE

    CUSTOS

    Tipificacin: Comunicacin de experiencias profesionales

    Autores

    Jos Moreira da Silva Neto, Dr. Professor da Universidade Federal de Rondnia Porto Velho-RO- Brasil, Membro da Associao

    Brasileira de Custos

    Sidnei Aparecido Pereira, Dr. Professor da Universidade Federal de Rondnia Porto Velho-RO Brasil.

    Duilo Souza Matos Mestrando da Universidade Federal de Rondnia

    Porto Velho-RO- Brasil.

    Rosilene Locks Mestranda da Universidade Federal de Rondnia Porto Velho-RO- Brasil.

    Trelew Patagonia Argentina, Septiembre de 2009

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    XI CONGRESO INTERNACIONAL DE COSTOS Y GESTION XXXII CONGRESO ARGENTINO DE PROFESORES

    UNIVERSITARIOS DE COSTOS

    MAPEAMENTO DE COMPETNCIAS ESSENCIAIS AO EXERCCIO DA DOCNCIA PARA A DISCIPLINA DE CONTABILIDADE DE CUSTOS

    Tipificacin: Comunicacin de experiencias profesionales

    RESUMO

    O objetivo deste estudo conhecer, segundo a percepo dos discentes, o grau de competncias essenciais demonstrado no exerccio da docncia da disciplina de contabilidade custos no curso de Cincias Contbeis de uma Instituio pblica federal de Ensino Superior no Brasil, utilizando esse conhecimento como instrumento de gesto que potencializa os resultados de organizaes dessa natureza. O tema competncias essenciais envolve um conjunto de conhecimentos, habilidade e valores que o integrante da organizao deve possuir para manter um alinhamento com uma determinada funo estratgica. O procedimento metodolgico para abordagem da pesquisa tem caracterstica quantitativa, utilizando-se como instrumento de coleta de dados a entrevista com questes fechadas, que pretenderam extrair as opinies dos respondentes a cerca do grau de competncias essenciais demonstrado pelo docente em contabilidade de custos. Os resultados demonstram que a pesquisa contribui para subsidiar decises a respeito da poltica de pessoas, auxiliando na relao ensino-aprendizagem, propiciando assim a melhoria no seu gerenciamento.

    PALAVRAS-CHAVES: Competncias Essenciais. Docncia. Contabilidade de Custos

  • 39

    1 INTRODUO

    O contexto social atual tem dado as Instituies de Ensino Superior uma grande responsabilidade: a de promover a adequao das conscincias individuais e coletivas a um novo ambiente social globalizado, ambiente este caracterizado principalmente pela velocidade com que as mudanas ocorrem. Cabe aos profissionais do ensino a realizao dessa transio cultural, e para tanto as competncias desses profissionais devem estar alinhadas com as demandas da sociedade moderna. Conhecer essas necessidades e competncias imprescindvel para a melhoria do processo de ensino aprendizagem e conseqentemente a melhoria do produto final desse processo.

    1.1 Insero terica pesquisa

    A graduao acadmica o lcus formador de profissionais e pesquisadores que atuam nos diversos tipos de organizaes. Entende-se que o discente deva ser orientado por professores que detenham as competncias necessrias para o exerccio da docncia e alinhados com a misso e viso do projeto pedaggico ao qual esto ligados.

    A cincia social em foco neste estudo a Cincia Contbil, que de maneira crescente vem subsidiando decises organizacionais com a utilizao de suas tcnicas e metodologias, configurando-se em uma cincia das mais importantes para a continuidade de uma organizao moderna. Em seu enfoque custos essa cincia disponibiliza ferramentas de avaliao e controle de suma importncia nos processos decisrios de qualquer organizao, sendo que o conhecimento a respeito dessas, j referenciadas, ferramentas obtido de forma consistente e sistemtica nos bancos acadmicos dos cursos de Cincias Contbeis, demandando dos docentes dessa disciplina em particular certas competncias que, se no encontradas nesses profissionais com certeza impactariam de forma negativa no resultado final do processo de ensino-aprendizado desenvolvido nas universidades, qual seja: um profissional de alto nvel tcnico e com as capacidades e competncias que o mercado organizacional moderno demanda.

    Os programas de graduao devem ter claramente definidos, sua misso, viso, objetivos e metas institucionais. Alm disso, devem utilizar tecnologias modernas de apoio a gesto, inclusive para estudos e pesquisas no transcurso dos cursos.

    Nesse contexto o tema Competncias Essenciais desponta como uma nova tecnologia de gesto de pessoas com potencial de melhorar esse aspecto organizacional de vital importncia na gesto moderna. Uma de suas utilizaes no contexto organizacional de um curso de graduao conhecer, o grau de competncias essenciais demonstrado no exerccio da docncia e com isso institucionalizar o conhecimento atravs de uma base de dados que possa subsidiar decises estratgicas e polticas de pessoal.

    1.2 Objetivo

    A pesquisa tem por objetivo conhecer, segundo a percepo dos discentes, o grau de competncias essenciais demonstrado no exerccio da docncia da disciplina de custos no curso de Cincias Contbeis de uma Instituio pblica federal de Ensino Superior no Brasil.

    1.3 Justificativa

    Na sociedade atual, cada vez mais se reconhece a importncia do acesso a informao e escolarizao em todos os nveis. Portanto, a universidade tornou-se um plo de desenvolvimento de competncias demandadas por essa realidade social. Notadamente no Brasil esse contexto motivou um aumento sui generis no nmero de instituies de ensino

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    superior, sendo que a oferta de cursos tanto em nvel de graduao quanto no nvel de ps-graduao tambm cresceram influenciados por esse contexto social. A regio Norte do Brasil insere-se nessa realidade, sendo um e