A EMERGÊNCIA DAS PERSPECTIVAS FENOMENOLÓGICAS E ... · INTERACCIONISMO SIMBÓLICO: pressupostos e...
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A EMERGÊNCIA DAS PERSPECTIVAS FENOMENOLÓGICAS E
INTERACCIONISTAS (Tradição Microinteraccionista)
Edmund HUSSERLAlfred SHÜTZ
Howard BECKERErving GOFFMAN
Harold GARFINKLEAaron CICOUREL
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A FENOMENOLOGIA: pressupostos e origens
• Edmund HUSSERL (1849-1938)
– A fenomenologia como o estudo descritivo e rigoroso de todas as experiências que se oferecem à experiência do sujeito
– Método: mostrar o que é dado e esclarecer esse dado
– A consciência é sempre consciência de algo
– A importância do mundo vivencial dos sujeitos
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A FENOMENOLOGIA: pressupostos e origens
• Alfred SHÜTZ (1899-1959)– Concebe uma sociologia fenomenológica que teria
como material de base a experiência da vida quotidiana
– Objectivo: compreensão dos processos de interpretação que permitem dar sentido às nossas acções e às acções dos outros
– Enfoque no mundo social tal como é percebido de modo imediato e familiar graças a um conhecimento socialmente distribuído
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INTERACCIONISMO SIMBÓLICO: pressupostos e origem
• A ordem social é contingente
• O actor social não é um “idiota cultural” (cultural dope) - Garfinkle
• Importância das relações sociais como o quadro onde se constroem as identidades
Simmel Mead Blummer
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INTERACCIONISMO SIMBÓLICO: pressupostos e origem
• Fontes teóricas:– A sociologia de George Simmel (1858-1918) e George
Herbert Mead
– A Escola de Chicago (a partir da década de 1950)
– O anti-durkheimianismo de Herbert Blumer (1900-1987)• Os indivíduos não sofrem os factos sociais, mas produzem-
nos quotidianamente; interpretam as situações, concebem e constroem a sua acção.
• Metodologia privilegiada: observações in situ que permitem aceder à experiência imediata dos actores e captar o sentido que estes atribuem às situações e aos símbolos.
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O INTERACCIONISMO SIMBÓLICO -interacções e negociações
• As teses de Howard Becker (Outsideres, 1963) sobre a cultura profissional dos músicos de Jazz;
• Os estudos sobre os hospitais de Barney Glaser e Anselm Strauss (Awareness of dying, 1965; The discovery of grounded theory, 1967);
• O “mundo social” como um universo aberto de respostas recíprocas regularizadas.
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INTERACCIONISMO SIMBÓLICO: tipos de comportamentos desviantes (Becker)
Transgressor da norma
Plenamente desviante
Secretamente desviante
Obediente à norma
Acusado sem razão
ConformeNão percebido como desviante
Percebido como desviante
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INTERACCIONISMO SIMBÓLICO
• O desvio como processo (Lemert):
– Transgredir uma norma (desvio primário) é apenas uma primeira etapa que pode conduzir à aplicação de uma etiqueta social (desvio secundário).
– São os grupos sociais que criam as normas cuja transgressão evoca o desvio
(“empresários da moral”)
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ERVING GOFFMAN (1922-1982)
• O DESVIO E A ETIQUETAGEM
– Hospícios, 1961; Estigma, 1963
– Hospital psiquiátrico como “instituição totalitária”
– Dois tipos de identidades sociais
• Identidade social virtual (aquela que outrem pode atribuir com base em atributos manifestos)
• Identidade social real (atributos efectivamente possuídos)
– Certos atributos marcam, os sujeitos como se fosse um estigma, passando a ser olhados como não normais
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ERVING GOFFMAN (1922-1982)
• DRAMATURGIA QUOTIDIANA E A
ORDEM MICROSSOCIAL– Dinâmica teatral como modelo para estudar o
desempenho de papéis que estruturam as interacções quotidianas.
– Ordem social como uma “circulação de trânsito”: o enquadramento (frame) e a aceitação tácita (workingacceptance) de comportamentos indulgentes como garantias da perenidade e fluidez do mundo social.
– Carácter venerável e carácter vulnerável do mundo social
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HAROLD GARFINKLE (1917-2011)
• A ETNOMETODOLOGIA
• Os factos não são “coisas”, são “realizações práticas”
– Trabalhos centrados sobre as deliberações dos jurados nos tribunais assentes num repositório de práticas e saberes do senso comum
– Etnometodologia como a ciência dos etno-métodos (ou raciocínios práticos de tipo sociológico)
– Crítica da sociologia positivista (que faz da sociedade uma realidade objectiva e do actor um agente hiper-socializado)
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HAROLD GARFINKLE (1917-2011)
• A ETNOMETODOLOGIA
– O social é um processo (resultado da actividade permanente dos membros da sociedade que apresentam um senso comum e um conjunto de saberes práticos que mobilizam no quotidiano – performances práticas)
– Importância dos banais actos da vida diária; das abordagens etnográficas.
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AARON CICOUREL (1928 - )
• Sociologia Cognitiva:
– síntese entre a etnometodologia e teoria do status e do papel;
– no mundo social cada actor compõe o seu papel e procura interpretar o papel do outro
– “processos interpretativos” (de natureza profunda e tácita”: regem as interacções e permitem ao actor e ao observador ajuizar acerca da respectiva “normalidade” ou “conveniência”
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AARON CICOUREL (1928 - )
• Tipos de Processos Interpretativos:– Reciprocidade de perspectivas (mundo social comum, segundo A.
Shütz)
– Subrotina (capacidade do actor para compreender um termo do léxico ainda que ambíguo)
– Formas normais (existência de um conjunto comum pré-construído de conhecimentos)
– Sentido retrospectivo-prospectivo ( capacidade de esperar que uma ambiguidade se esclareça ulteriormente no decorrer do diálogo)
– Reflexividade do discurso (capacidade para compreender, mediante silêncios ou hesitações, um contexto não expresso na conversação)
– Vocabulários descritivos (uso de um repertório de subentendidos)
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