A poética da resistencia Igor Lugris - PoesiaGalega: … · umha parcela com o dinheiro que lhe...

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A poética da resistencia Igor Lugris Formas de citación recomendadas 1 | Por referencia a esta publicación electrónica* Lugris, igor (2012 [2008]). “A poética da resistencia”. Galicia Hoxe. “re- vista das Letras”: 735 (4 de setembro), 1-8. reedición en poesiagalega.org. Arquivo de poéticas contemporáneas na cultura. <http://www.poesiagalega.org/arquivo/ficha/f/2304>. 2 | Por referencia á publicación orixinal Lugris, igor (2008). “A poética da resistencia”. Galicia Hoxe. “revista das Letras”: 735 (4 de setembro), 1-8. © O copyright dos documentos publicados en poesiagalega.org pertence aos seus autores e/ou editores orixinais. * Edición dispoñíbel desde o 2 de agosto de 2012 a partir dalgunha das tres vías seguintes: 1) arquivo facilitado polo autor/a ou editor/a, 2) documento existente en repositorios ins- titucionais de acceso público, 3) copia dixitalizada polo equipo de poesiagalega.org coas auto- rizacións pertinentes cando así o demanda a lexislación sobre dereitos de autor. En relación coa primeira alternativa, podería haber diferenzas, xurdidas xa durante o proceso de edición orixinal, entre este texto en pdf e o realmente publicado no seu día. O GAAP e o equipo do proxecto agra- decen a colaboración de autores e editores.

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A poética da resistencia

Igor Lugris

Formas de citación recomendadas

1 | Por referencia a esta publicación electrónica*Lugris, igor (2012 [2008]). “A poética da resistencia”. Galicia Hoxe. “re-

vista das Letras”: 735 (4 de setembro), 1-8. reedición enpoesiagalega.org. Arquivo de poéticas contemporáneas na cultura.<http://www.poesiagalega.org/arquivo/ficha/f/2304>.

2 | Por referencia á publicación orixinal

Lugris, igor (2008). “A poética da resistencia”. Galicia Hoxe. “revistadas Letras”: 735 (4 de setembro), 1-8.

© O copyright dos documentos publicados en poesiagalega.org pertence aos seus autores e/ou

editores orixinais.

* Edición dispoñíbel desde o 2 de agosto de 2012 a partir dalgunha das tres vías seguintes:

1) arquivo facilitado polo autor/a ou editor/a, 2) documento existente en repositorios ins-

titucionais de acceso público, 3) copia dixitalizada polo equipo de poesiagalega.org coas auto-

rizacións pertinentes cando así o demanda a lexislación sobre dereitos de autor. En relación coa

primeira alternativa, podería haber diferenzas, xurdidas xa durante o proceso de edición orixinal,

entre este texto en pdf e o realmente publicado no seu día. O GAAP e o equipo do proxecto agra-

decen a colaboración de autores e editores.

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Igor LugrísIgor Lugrís

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Igor Lugrís

A poética da resistenciaIdentidade. Memoria. Arela de liberdade. Denuncia da uniformización cultural e lingüística, esmagadora da disidencia. Da explotación laboral e da inxustiza mundial. Chamado á resistencia. A camiñar para adiante. Sen medo. A crer en nós. No país. Son os alicerces da poética de Igor Lugrís (Melide, 1971). Unha obra indisociable do activismo cultural. Do compromiso social e nacional. E dunha teima por rachar as barreiras que seguen a afastar os poetas do lector. Con proxectos como o Cadáver esquisito –creación colectiva a través de internet– e Poesía para ver. Poesía para ler, –poemas integrados en carteis, como os que recolle este número da Revista das Letras–. Cun verso directo, próximo, apegado á realidade. Que intensifica a súa forza en Mongólia (2001) e Livro das confusons (2007). Sempre á procura da verdade, máis que da beleza, malia atento ao sentido estético. Á busca dun xeito de comprensión do mundo, base da toda transformación posible. Desde o concreto. O graíño de area. A iniciativa. Sen agardar pola industria cultural.

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O autor da fotografía desta páxina é Benja G. Lainez. A cartel da portada está elabo-rado a partir dun orixinal do brasileiro Rico Lins. Debaixo deste cartel colocouse o nome do poeta ao que se lle adica este número da Revista das Letras.

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A Adelinoquando lhe perguntavamdizia que trabalhava no polígono industrialE nom era mentira A sua família sempre tivera umha leiraem aquele terreono fi nal da costa de vacasFora de seu paiE da sua avóE da mae destaEle nunca teria vendidomas foi expropriaçom forçosaÉ polo bem de todosdiziam-lhe no bar à hora dos cafés e as partidas Comproujusto onde tivera as patacasumha parcela com o dinheiro que lhe dérome a pensom dos anos em ZuriqueSó havia três navesum burguer com karaokee a sua horta Quando lhe perguntavamdizia que trabalhava no polígono industrialE nom era mentira

Podermos transformar o céue nom andar por aí com eleperdendo-o entre as interpretaçons e os mundosentre os caminhos e as horas Podermos assaltá-lorompê-loem mil anacos cada nuvemcomo nos rompe a nóspara nom ter que reagir atréucada vez que chega o futuro Podermos entendê-lopara entender os nossos silênciosas nossas ignoránciaspara que todo seja mais que um delíriovoluntárioA solidade dum verso alheioque sempre escapa Nom existirem estas palavras

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Olho para as leitugasenquanto boto água nas fendas da memóriae co sacho golpeio docementecada umha das palavras que rodeiam esta casa“Parabéns”berram os gatos todos os gatos do mundoenquanto sigo a cair polo precipícioe oito galinhas cantama coroa melodia das casas habitadas Um cam dorme diante da portaaberta Lentamenteesqueço as horasos minutos os segundosaté chegar a esta pequena sensaçom de calorTalvez todo seja arrastar palavrasdum lado para outrosem cessaraté que alguém escuitee entom fi car em silêncioPara sempre

Todo é terrivelmente complicadoMas nom há que se preocuparcom issoTambém o certo éque tudo é terrivelmente simples

Igual que distinguir o abalo e o devaloIgual que ver choverIgual que pensarmosque existir élembrar distánciase falar silêncios

Nom existe mais queo caminhoO que vives é a viagemEstou confusoe nom escuito mais que o silêncio iluminandoesta noitecheia de palavras molhadas

Essas luzes queme rodeam é o lumeda terra

Arderé a palavraque procuras

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6 65 (Compostela vermelha e etérea)

Compostela vermelha e etérea os sonhos de licor-café a terra de pedra que arde e o mundo que roda sempre do revês

Os livros da madrugada cafés dentro do café a lua fala da memória e dumha história que nom vai morrer

A pátria constroese nas ruas as ferramentas som todas as maos as cores das velhas bandeiras desenham os ritmos das novas cançons Compostela vermelha e etérea os sonhos de licor-café etc...

Conheces todas as palavras dos dicionáriosem vários idiomasmas sigues sem sabero nome próprio da liberdadeo signifi cado da fraternidadeos sinónimos da igualdadee por isso escrevesenquanto pensas na tua fotoa coresnos dominicais dos periódicos sérios

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o citroen saxo tuneado de aitorsoa melhor que o último CD de Eminema todo volumeque agora se escuita em toda a aldeiade zero a cempolo pentagrama nocturno turbo injection de luzes de néon azuisapurando as sensaçons na avenida da liberdadeaté exactamenteo monumento aos doadores de sangueque se interpom na pista de baile com linha contínuae decide justo depois do cedacom um sigiloso estrondopremir no botom do stop

Também estivo aquela outra vezQuando decidimos assaltar o ceuda madrugadaao ritmo dum licorcafémentre sonavaao longedentro das nossas cabeçasumha dessas cançonsàs que lhe inventavamos a letraEra quando aprendiamos idiomasou palavras

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7109 (A miña lingua remix. Ocenic version)

A minha língua quero na tua bocae falar com o silêncio dos peixestam líquido e húmedoo falar dos sargospetaranhas e maragotaso falar dos xurelosas sardinhas e as xoubasEntendermo-nos entre bránquiasMirarmo-nos entre escamasMovermono-nos na âguaentre fl uidos e sabores salgadoscomo quem durme numha cama na tua cama

Ardem as pedrase sei que nom fuche tuporque te vim por última vezcorrendoescapandocara à praçá de Vigomentres o caixeiro jáestava ardendoe internet falava de saltostambémna CorunhaVigoe FerrolArdem as pedrase amanháos jornaisfalarám das cinzasdum mundo impossívelCorre!

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Coordinación: A.R. López e M. Dopico. Deseño: Signum.