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EL

CARAMBOLO

50 AÑOS DE UN TESORO

M.ª Luisa de La Bandera roMero

eduardo Ferrer aLBeLda(Coordinadores)

Sevilla 2010

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Serie: Historia y GeografíaNúm.: 165

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© De los textos, LOS AUTORES 2010

Impreso en España-Printed in Spain

Impreso en papel ecológico

I.S.B.N.: 978-84-472-1218-7

Depósito Legal: SE-5.872-2010

Diseño, Maquetación e Impresión: Pinelo Talleres Gráficos, S.L. Camas-Sevilla

Comité Editorial:Antonio Caballos Rufino(Director del Secretariado de Publicaciones)

Carmen Barroso CastroJaime Domínguez AbascalJosé Luis Escacena CarrascoEnrique Figueroa ClementeM.ª Pilar Malet MaennerInés M.ª Martín LacaveAntonio Merchán ÁlvarezCarmen de Mora ValcárcelM.ª del Carmen Osuna FernándezJuan José Sendra Salas

Esta publicación ha sido financiada por el Departamento de Prehistoria y Arqueología de la Universidad de Sevilla; por el Proyecto de Investigación “La construcción y evolución de las entidades étnicas en Andalucía en la Antigüedad (siglos VII a.C - II d.C.)” (HUM-2006-03154/HIST); Proyecto de Investigación Sociedad y Paisaje. Economía rural y consumo urbano en el sur de la Península Ibérica (siglos VIII a.C. - III d.C.) (HAR 2008-05635/HIST) y Proyecto de Investigación Historiografía y Patrimonio Andaluz (HUM-402).

Diseño de la cubierta: Plural Asociados

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ÍNDICE

PRÓLOGO.......................................................................................................... 9

VISIONES HISTORIOGRÁFICAS SOBREEL CARAMBOLO (1958-2002)

Tarteso-Turdetania o la deconstrucción de un mito identitario................. 17Gonzalo.Cruz.andreotti

Carriazo y su interpretación de los hallazgos de El Carambolo en el contexto de los estudios sobre Tartesos........................................................... 53Manuel.Álvarez.Martí-aGuilar

El Carambolo y la construcción de la arqueología tartésica....................... 99José.luis.esCaCena.CarrasCo

LAS NUEVAS INVESTIGACIONES (2002-2008)

El Carambolo: Entre la cornisa del Aljarafe y la vega del Guadalquivir.... 151FranCisCo.BorJa.Barrera,.César.BorJa.Barrera

El Carambolo. Aproximación geoarqueológica............................................. 177FranCisCo.BorJa.Barrera

El Carambolo, secuencia cronocultural del yacimiento. Síntesis de las intervenciones 2002-2005.................................................................................... 203Álvaro.FernÁndez.Flores.y.araCeli.rodríGuez.azoGue

Estudio arqueométrico del registro de carácter metálico y metalúrgico de las campañas 2002-2005 en el yacimiento de “El Carambolo” (Camas, Sevilla) ................................................................................................... 271Mark.a..Hunt.ortiz,.iGnaCio.Montero.ruiz,.salvador.rovira.llorens,..Álvaro.FernÁndez.Flores.y.araCeli.rodríGuez.azoGue

El Tesoro de El Carambolo: Técnica, simbología y poder ........................ 297M.ª.l..de.la.Bandera.roMero,.B..GóMez.tuBío,.M..Á..ontalBa.salaManCa,.M..Á..respaldiza.y.i..orteGa.Feliu

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Los elementos de oro prehistóricos y protohistóricos de las últimas campañas de excavación (2002-2005) en el yacimiento de El Carambolo (Camas, Sevilla)..................................................................................................... 335Mark.a..Hunt.ortiz,.M..ÁnGeles.ontalBa,.inés.orteGa.Feliu,..BlanCa.GóMez.tuBío,.MiGuel.ÁnGel.respaldiza,.Álvaro.FernÁndez.Flores,.araCeli.rodríGuez.azoGue

Del mar al basurero: Una historia de costumbres..................................... . 345eloísa.BernÁldez.sÁnCHez,.esteBan.GarCía-viñas,.estHer.ontiveros.orteGa,.auxiliadora.GóMez.Morón.y.aurora.oCaña.GarCía.de.veas

En torno a la conservación de El Carambolo. Realidades, ficciones, intereses y reflexiones.......................................................................................... 387Fernando.aMores.Carredano

EL CARAMBOLO EN EL CONTEXTO DEL MEDITERRÁNEO

El proceso de la precolonización del Mediterráneo oriental en Iberia..... 425Manuel.pelliCer.CatalÁn

Fenícios no território actualmente português: e nada ficou como antes.. 439ana.MarGarida.arruda

Astarté en Mediterranée. Reflexions sur une identité divine une et plurielle.................................................................................................................... 453Corinne.Bonnet

Astarte a Malta: il santuario di Tas Sil........................................................... 465María.Giulia.aMadasi.Guzzo

Imagen y culto de Astarté en la Península Ibérica. I: Las fuentes griegas y latinas.................................................................................................................... 491M.ª.Cruz.Marín.CeBallos

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INTRODUçãO

A chegada de populações orientais ao território actualmente português, em meados do século VIII a.n.e., provocou alterações, sem precedentes, ao nível social, económico e cultural. O registo arqueológico evidencia que as comunidades humanas ocidentais sofreram, em cerca de um século, trans-figurações de tal forma significativas que se torna praticamente impossível, na maior parte do Sudoeste peninsular, detectar, a partir dos finais do século VII/inícios do VI a.n.e., quaisquer elementos que remetam para as realida-des anteriores.

Os trabalhos arqueológicos que têm decorrido no Sul de Portugal quer em sítios do Bronze Final, quer da Idade do Ferro, sobretudo dos datados a partir do século VI, mostram, de facto, diferenças assinaláveis, no que diz respeito, por exemplo, à arquitectura, à cultura material, à própria fauna consumida. Outros estudos revelam também que a área cultivada aumen-tou, o que pode traduzir um aumento demográfico considerável. Em termos tecnológicos, é igualmente visível, a partir da mesma data, a utilização siste-mática do torno, do moinho giratório, da pasta vítrea e da redução do ferro, por vezes em larga escala.

Naturalmente, que é possível rastrear, em alguns casos, uma fase inter-média, em que as novas tecnologias não estão ainda completamente assi-miladas em todas as áreas, como por exemplo fica claro nas altas percenta-gens de cerâmica manual existente nos níveis sidéricos de alta cronologia, concretamente entre a segunda metade do século VIII e o final do século VII a.n.e. Também parece certo que alguns elementos da cultura material permanecem no registo, quer em termos estritos quer como inspiração. É por exemplo o caso da decoração brunida presente nas paredes externas ou internas de recipientes fabricados ao torno, ou do uso do «cepillo» no tra-tamento das superfícies externas dos vasos manuais já sidéricos. Mas tudo

FENÍCIOS NO TERRITÓRIO ACTUALMENTE PORTUGUêS: E NADA FICOU COMO ANTES

ana margarida arruda

Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ)

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indica, de facto, que as mudanças são demasiado grandes, e que os agentes dessas mudanças são, em primeira análise, as comunidades que, vindas do Mediterrâneo, se instalam no ocidente, mesmo que saibamos que para o processo contribuíram também, de forma decisiva, os grupos autóctones.

COMUNIDADES EM CONTACTO

A presença fenícia é, no território actualmente português, inegável a partir de meados do século VIII a.n.e., em cronologia tradicional, estando consubstanciada em povoados indígenas fortemente orientalizados, como é o caso de Conímbriga (Correia 1916; Alarcão 1975; Alarcão et al. 1976; Cor-reia 1993, 1997; Arruda 1999-2000), Santarém (Arruda 1993, 1999-2000), Alcácer do Sal (Silva et al. 1980-81), Lisboa (Arruda 1999-2000), Almaraz (Barros et al. 1993; Arruda 1999-2000; Barros e Soares 2004), Tavira (Maia 2000, 2003; Maia e Silva 2004), por exemplo, ou em fundações coloniais fundadas de raiz, como Abul (Mayet e Silva 1992, 1993, 1997, 2000) e San-ta Olaia (Rocha 1971; Pereira 1997; Arruda 1999-2000). A cultura material e as arquitecturas que testemunham esta forte presença são abundantes, tendo sido já por diversas vezes publicadas (ibídem), parecendo ainda, no entanto, importante lembrar que incidiu, num momento inicial, no litoral, mais concretamente no estuário dos grandes rios que desaguam no litoral ocidental e também no Algarve oriental.

Contudo, sabemos que estes territórios estavam ocupados por popula-ções que estão relativamente bem caracterizadas do ponto de vista da cul-tura material e dos padrões de assentamento, bem como das arquitecturas dos espaços domésticos. Trata-se de grupos humanos com um modelo pa-leo-económico assente na agricultura e no pastoreio, ainda que os recursos metalíferos fossem já exploradas e transformados, mas ainda a uma escala doméstica, talvez de âmbito familiar.

No plano artefactual, estes grupos caracterizavam-se pela utilização de cerâmica manual, muitas vezes com decoração brunida, e pelo uso de ar-tefactos de bronze e cobre, mas também ainda de sílex, tendo o ouro sido utilizado em objectos de adorno.

Ao nível da arquitectura, os espaços domésticos possuem construções de planta oval, ou circular, mas estão muitas vezes rodeados por muralhas de dimensão considerável, evidenciando um investimento que pode tradu-zir mais do que simples preocupações defensivas. Vários são os exemplos das situações anteriormente descritas, quer no centro (Vilaça 1995, 1998, 2000) quer no sul do território actualmente português (Schubart 1975;

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Fenícios no território actualmente português: e nada ficou como antes

Arnaud 1979; Parreira e Soares 1980; Calado, Barradas e Mataloto 1999; Silva e Berrocal Rangel 2005; Soares 2003, 2005)

A internacionalização do Bronze Final português não deve ser esque-cida neste contexto. Efectivamente, no Extremo Ocidental da Península Ibérica existe um já numeroso conjunto de artefactos com conexões óbvias com o Mediterrâneo Central e Oriental e também com o Atlântico (Arruda 2008; Vilaça 2008). A importância de uma das rotas em detrimento da outra é, aqui e agora, completamente irrelevante, estando naturalmente de acordo com a perspectiva com que encaramos o mundo.

A origem concreta das populações que transportaram para Portugal os artefactos de âmbito mediterrâneo durante os chamados séculos obscuros continua a ser discutida, mas a Sardenha, pode ter representado um im-portante papel nesse transporte a avaliar pelos espólios que têm vindo a ser identificados (Lo Schiavo 2008).

De qualquer modo, não podemos perder de vista que estes objectos são sempre vestigiais nos conjuntos, correspondendo, maioritariamente, a ob-jectos de adorno, como as contas de vidro, as pinças e, sobretudo, as fíbulas. As excepções são os carrinhos e as fúrculas de Baiões e as asas do Pé do Castelo, de S. Martinho e de Pragança, a que pode atribuir-se funções de ordem ritual (Arruda 2008; Vilaça 2008). Se algumas dessas peças foram talvez importadas, há dados que permitem admitir a produção local de ob-jectos estilisticamente afins das de origem sardo-cipriota (ibídem).

Os objectos de ferro que têm vindo a ser identificados em contextos do Bronze Final português devem ser interpretados no quadro destas rotas em que o Extremo Ocidente participou (ibídem, com bibliografia específica).

A avaliar pela dimensão e características destes conjuntos, escassos ma-teriais e, no caso dos bronzes, artefactos de culto e de adorno, não parece de admitir que os contactos estabelecidos durante o Bronze Final entre as comunidades atlânticas e mediterrâneas, contactos que tocaram Portugal, tenham alterado substancialmente a realidade social das comunidades que utilizaram esses materiais. Tudo indica, pelo menos no caso português, que as relações foram mais ou menos esporádicas e não ultrapassaram a dimen-são comercial. E a presença de navegadores/comerciantes, sardos ou outros, terá sido sempre breve e passageira. Com efeito, a possibilidade de o Mo-numento da Roça do Casal do Meio ter correspondido, como pretenderam alguns, a colonos sardos, foi desmentida há pouco tempo pelos estudos an-tropológicos, que provaram a existência nos inumados da síndrome do ca-valeiro, o que é manifestamente incompatível com a teoria de que se tratava de navegadores mediterrâneos (Vilaça e Cunha 2005).

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Assim, e mesmo sendo evidente alguma hierarquização, onde a exis-tência de elites tem naturalmente lugar, que pode ser lida por exemplo em algumas estelas de tipo estremenho, tudo indica que estamos perante uma sociedade pouco complexa do ponto de vista da organização social, e por-tanto, muito distinta da dos colonizadores fenícios.

Tendo em atenção o que se conhece sobre a estrutura política e social do Próximo Oriente nesta mesma época, concretamente na área de onde parti-ram os colonos que se fixaram no Ocidente, não tenho dúvidas em afirmar que as duas sociedades que se enfrentaram no actual território português não eram comparáveis. Para além do evidente desajuste em termos tecnoló-gicos, a estrutura social dos fenícios era, essa sim, acentuadamente hierar-quizada e estratificada, sendo óbvio que as relações que se estabeleceram entre os membros dessa sociedade eram de tipo eminentemente político.

O Templo e o Palácio, as instituições responsáveis e reguladoras da ex-pansão colonial para o Mediterrâneo, não têm paralelo no território que se analisou, nem mesmo, creio, em toda a restante Península Ibérica.

Esse fosso social e político, aliado a um outro, de âmbito tecnológico, viria a ditar, na minha perspectiva, as regras das relações que se estabelecem entre estes dois grupos tão distintos tecnologica e socialmente.

No entanto, é hoje impossível admitir que nos sistemas coloniais as so-ciedades indígenas sejam meros observadores passivos dos processos que ditam a sua própria história, até porque os colonialismos não são protago-nizados unicamente por um dos dois grupos em confronto, mas decorrem de uma relação dialéctica em que intervêm, de forma activa, colonos e indígenas.

Em Portugal, os colonizadores fenícios instalaram-se, como vimos, no litoral ocidental, muito particularmente nas regiões estuarinas. Essa instala-ção é concretizada, maioritariamente, sobre povoados indígenas. De facto, os dados disponíveis indiciam que em Conímbriga, no Mondego, e em San-tarém, Lisboa e Almaraz, no Tejo, em Alcácer do Sal e Setúbal no Sado, e em Castro Marim e Tavira no Algarve, existem ocupações prévias à chegada dos primeiros colonizadores, havendo níveis do Bronze Final. Mas esses locais não foram meros consumidores de produtos orientais. Foram também sítios onde certamente se construíram bairros fenícios, sendo os colonos os respon-sáveis pela abundância de materiais de morfologia e inspiração oriental.

As elites que ocupavam os grandes povoados dos estuários viram na chegada dos colonos e comerciantes fenícios uma forma de garantir e au-mentar consideravelmente o seu poder, uma vez que os objectos que pude-ram adquirir contribuíram decisivamente para a reprodução e majorização das relações sociais já existentes.

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Fenícios no território actualmente português: e nada ficou como antes

Conímbriga, Almaraz, Santarém, Alcácer do Sal, Castro Marim, Tavira assumem um papel fundamental em todo o processo colonial, uma vez que as elites que aí habitavam, e que ostentatoriamente exibiam o seu poder nos ce-nários da morte (a necrópole do Senhor dos Mártires em Alcácer do Sal, ou a do Gaio), acabaram por se integrar num sistema que as beneficiou e que, certamente, contribuiu para desestruturar todo o sistema social anterior.

A colonização fenícia está também consubstanciada na fundação de sí-tios ex nihilo, como é, por exemplo, o caso de Abul e de Santa Olaia, funda-ções que são, contudo, posteriores à chegada dos «pioneiros».

A instalação nos estuários só tardiamente teve real influência nas áreas interiores. De facto, parece que as regiões centrais do território se manti-veram relativamente à margem das profundas modificações, sociais e tec-nológicas, que estavam a ocorrer no litoral. Datarão já da segunda metade do século VII a.C., as chegadas de elementos exógenos ao Alentejo, mas no início do século VI todo o sul de Portugal está profundamente orientalizado (Arruda 2005).

Assim, pode dizer-se que no século VII estão documentadas, no Sul do actual território português, um conjunto de situações arqueograficamente muito diferenciadas e que não se podem explicar, unicamente, enquanto registos produzidos por um mesmo sistema cultural:

1. sítios fenícios, como Abul no litoral

2. sítios indígenas fortemente orientalizados, ainda no litoral

3. sítios do interior, ainda sem quaisquer sinais de orientalização

E este panorama triplo reflecte a complexidade dos processos de orien-talização que, a partir de meados do século VIII, decorreram neste espaço, geograficamente localizado no Sul da Europa atlântica, mas que se inscreve numa órbita mediterrânea, e no quadro das dinâmicas históricas que afec-taram a bacia do Mediterrâneo ocidental, onde a pluralidade de registos resiste a sistematizações e explicações lineares.

É certo que a diversidade atrás registada pode, pelo menos em parte, possuir uma natureza cronológica que nos escapa ou não é ainda detectada pelos métodos de datação existentes, e que a especialização funcional dos sítios poderá ter contribuído para acentuar um cenário de diferenciação que não era unicamente de ordem cultural. Mas a diferenciação existente é real e merece ser discutida, sobretudo porque desaparece a partir dos finais desse mesmo século VII, desenhando-se então alguma uniformidade, cuja implan-tação deve ser valorizada na análise.

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Assim, parece que a uma etapa inicial de diversidade, se segue alguma homogeneização cultural, num processo em que os colonos mediterrâneos podem ter assumido papel determinante. Até porque essa homogeneidade parece ter sido construída a partir das fachadas litorais, onde os colonos fenícios se instalam no momento inicial, progredindo para o interior.

E, face a esta relativa homogeneidade, torna-se, na minha perspectiva, di-fícil distinguir, a partir de finais do século VII, com base em morfologias cerâ-micas e mesmo em arquitecturas funerárias, o que é fenício e o que é indígena e/ou tartéssico. Certamente que a homogeneidade é, como se disse já antes, re-lativa, e não se pretende ver aqui amplos territórios politicamente unificados. Mas numa vasta área existem comunidades que partilham culturas materiais, tecnologias e modelos arquitectónicos numa mesma latitude cronológica.

Do meu ponto de vista, torna-se de facto muito difícil pretender distin-guir, a partir de um determinado momento, que localizo no final do século VII a.n.e., que sítios correspondem ainda a comunidades indígenas e em quais predominam os elementos humanos exógenos. As diferenças que exis-tem em determinadas morfologias cerâmicas, nomeadamente as de engobe vermelho, e que têm vindo a ser valorizadas por alguns investigadores na adscrição genética de povoados e necrópoles, serão mais compreensíveis numa óptica que privilegie o quadro cronológico ou mesmo o geográfico. Em relação a este último aspecto, julgo importante referir que há ainda mui-to trabalho a realizar, de forma a compreender como os diferentes territórios tocados pela colonização oriental reagem ao fenómeno e incorporam as ino-vações. Se tomarmos mais atenção aos distintos contextos locais em que as relações coloniais tiveram lugar, talvez seja possível verificar que existe uma variedade de situações históricas específicas e diversas de interacção colo-nial (Dietler 1998: 299), uma multiplicidade de histórias que, partilhando algumas similitudes, apresentam diferenças e mesmo divergências.

Por outro lado, o tempo não pode e não deve comprimir-se, e, em três, ou mesmo quatro, séculos, é previsível que os modelos cerâmicos sofram modificações. Os dados de Santarém, Almaraz, Lisboa, Abul permitiram verificar que as diferenças morfológicas observadas ao nível da cerâmica de engobe vermelho (pratos e taças) são devidas a factores eminentemente cronológicos. Com efeito, ao longo da diacronia, os pratos tornam-se mais pequenos e mais fundos, diminuindo os diâmetros e aumentando a largura do bordo. E as taças adquirem um perfil curvilíneo e sinuoso, às vezes quase barroco (Arruda, no prelo).

Assim, parece-me demasiado apressado associar determinadas formas ou tipos de formas a matrizes culturais concretas, sobretudo quando essas matri-zes são, como neste caso, adstritas a grupos humanos específicos (ibídem).

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Fenícios no território actualmente português: e nada ficou como antes

Julgo que é possível defender que, no caso português, houve uma evo-lução morfológica de determinados tipos cerâmicos e que estes não depen-dem directamente do património genético de quem os produziu (ibídem).

Neste contexto, parece imprescindível recordar que o momento da che-gada não pode ser confundido com um longo e complexo processo.

Uma outra situação, relativamente recente, pode ser chamada à colação para discutir a problemática da diferenciação entre indígenas e fenícios a partir do século VII. Trata-se da necrópole de urnas de tipo Cuz del Ne-gro encontrada em Tavira, sítio cuja ocupação por populações fenícias não pode ser negada. Com efeito os trabalhos que os investigadores do Campo Arqueológico de Tavira têm realizado na área urbana puseram a descoberto um vasto conjunto de arquitecturas e espólios de características orientais (Maia 2000, 2003; Maia e Silva 2004), dos quais faz sentido destacar o frag-mento cerâmico com caracteres fenícios, recentemente publicado (Guzzo e Zamora Lopez 2008). Trata-se de um ostracon, cuja análise paleográfica aponta para o século VI (ibídem, 237). É um documento com carácter eco-nómico, que evidencia que no século VI a.n.e. existiam em Tavira pessoas que escreviam textos com o alfabeto e língua fenícios, e outras que os leriam e compreenderiam (ibídem).

No sopé da elevação que constitui o núcleo antigo, e infelizmente em contexto de emergência, foi possível identificar uma necrópole de incine-ração em urna de tipo Cruz del Negro, estando as urnas depositadas em simples depressões escavadas no sedimento ou em fossas de contorno cir-cular que perfuram a rocha (Arruda, Covaneiro e Cavaco 2008; ídem, no prelo). Num único caso os restos da cremação foram colocados sem urna. O espólio que acompanhava as cremações era muito reduzido, resumindo-se praticamente a cerâmicas cinzentas finas polidas (ibídem).

A descoberta desta necrópole em Tavira trouxe importantes dados para a discussão em torno da associação directa deste tipo de espaço funerário ao mundo indígena tartéssico.

Com efeito, e como é sabido, as necrópoles de incineração em urna de tipo Cruz del Negro foram sistematicamente associadas ao universo genéti-co indígena, mesmo que Carlos Wagner e Jaime Alvar tenham, por diversas vezes, considerado a possibilidade de as necrópoles do vale do Guadalquivir corresponderem a colonos fenícios (Wagner e Alvar 1988, 1989, 2003).

Como sabemos a tese da colonização agrícola foi desmontada por mui-tos investigadores, que, embora reconheçam que as urnas de tipo Cruz del Negro foram efectivamente uma criação fenícia, entendem que o seu apare-cimento não indica necessariamente a presença de fenícios enterrados nas mesmas, até porque estes fenícios não tinham mostrado, na Península, uma

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especial predilecção por esta forma. Nessa perspectiva, os enterramentos em urnas de tipo Cruz del Negro seriam de fenícios se estivessem acom-panhados por jarros de boca trilobada, de boca de seta, lucernas e queima perfumes de dupla taça e pratos de engobe vermelho...Mas pertenceriam a tartéssicos se estivessem associados a cerâmicas cinzentas, fíbulas de dupla mola, e fechos de cinturão….(Torres Ortiz 2002).

A verdade é que aos dados conhecidos de Cádiz, de Cortijo de Mon-tañez, da necrópole associada ao Cerro del Villar, e, sobretudo de Ibiza, juntam-se, agora, os de Tavira.

E, também, no sítio algarvio existiu população oriental. Os materiais provenientes do Palácio da Galeria e do dos Cortes Reais, bem como a ar-quitectura registada em Netos e nos outros locais, apresentam caracterís-ticas que tornam este dado inquestionável (Maia 2003). Mas também não restam dúvidas sobre o facto de as sepulturas escavadas no Convento da Graça constituírem uma necrópole correspondente ao núcleo urbano. Con-tudo, esta necrópole seria facilmente classificada de tartéssica se acaso ti-vesse sido encontrada em data anterior às descobertas atrás mencionadas, não só pelo tipo de sepultura registado, como também pelo próprio espólio associado, nomeadamente a cerâmica cinzenta.

Parece evidente que estes dados de Tavira, Cádis, Ibiza não invalidam a hipótese de muitos enterramentos em urna em outros sítios poderem corres-ponder a uma população indígena mais ou menos aculturada. Mas parece indiscutível que há efectivamente urnas Cruz del Negro que contêm os restos das cremações de fenícios, mesmo que o restante espólio não contenha lucer-nas, jarros de boca de seta e trilobada e queima perfumes de dupla taça.

Neste, como em outros casos, parece imprescindível não perder de vista o facto de os fenícios, assim como, aliás, os indígenas, não serem realidades uniformes, até porque os distintos indivíduos que compõem essa comunida-de integraram certamente grupos sociais distintos (Arruda, Covaneiro e Ca-vaco 2008; ídem, no prelo). Os colonizadores não foram somente os aristo-cratas e os administradores que se sepultaram em Trayamar ou Almuñécar, por exemplo, mas foram também certamente os pequenos funcionários, os comerciantes, os artífices, os escribas, cujos ossos cremados podem ter sido depositados em urnas de tipo Cruz del Negro. A necrópole do Convento da Graça corresponde efectivamente a uma necrópole fenícia, mesmo que os fenícios que nela se sepultaram não integrassem o grupo dirigente que cons-truiu e/ou se sepultou nos monumentos do Palácio da Galeria (ibídem).

O estudo das comunidades coloniais não pode e não deve assumir ape-nas o discurso das suas elites, excluindo, à partida e à chegada, os grupos subordinados.

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Indígena à primeira vista poderá parecer o recém descoberto sítio de Santa Sofia em Vila Franca de xira, onde estruturas circulares estão acom-panhadas de numerosos fragmentos de cerâmica manual e escassas cerâmi-cas a torno de inspiração oriental. Para esta ocupação foram já obtidas da-tações de carbono 14 que, calibradas a 2 sigmas, fornecem um intervalo de tempo localizado entre os inícios do século VIII e os meados do VI (Pimenta e Mendes, no prelo). Poderá parecer demasiado tardia a cronologia do sítio, sobretudo porque para Santarém, um pouco mais a montante na mesma margem do Tejo, a cronologia absoluta forneceu, como se sabe, valores bem mais recuados (Arruda 1999-2000). Trata-se, neste caso, de um sítio indí-gena que permaneceu um pouco à margem de um movimento colonizador do estuário do Tejo, onde uns indígenas resistem ainda ao «invasor»? Ou trata-se da materialização da dicotomia cidade/campo, representando Santa Sofia um pequeno aglomerado populacional, dependente de Lisboa ou de Santarém, os núcleos urbanos por excelência, que controlam o território envolvente e a exploração dos recursos?

NADA FICOU COMO ANTES

Parece indesmentível que os grupos fenícios que atingiram o espaço hoje português no início do 1º milénio a.n.e. foram responsáveis pela introdução de um amplo conjunto de tecnologias, arquitecturas, espécies vegetais e ani-mais, hábitos sociais, práticas e rituais funerários. Mas a verdade é que tudo indica que, num espaço de um século e meio, esses componentes foram ma-nipulados por grupos autóctones, com um relativo à vontade.

Neste contexto, parece importante lembrar que, ao contrário do que o paradigma de matriz processual transmitiu, as sociedades humanas nunca estão isoladas e separadas entre si, não sendo estruturas rígidas, estáticas, imóveis e fechadas sobre si próprias, mesmo que isto não signifique o abra-çar incondicional de perspectivas que valorizam a «agência» individual em processos que, de facto, envolvem, de uma forma ou de outra, as distintas comunidades no seu conjunto. Mesmo que não possa negar-se a existência de indivíduos concretos e de acções individuais no contacto intercultural que ocorreu no Extremo Ocidente com a chegada de populações orientais, e que seja verdade que as comunidades em contacto não são uniformes do ponto de vista social, havendo, no seio dessas comunidades grupos que não partilham as mesmas expectativas frente ao contacto, o certo é que a inte-racção entre culturas está definida pelas relações de poder existentes dentro das duas comunidades.

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Para o processo de mutação cultural ocorrido contribuíram colonos e indígenas, mesmo que o fosso tecnológico que separava ambos os grupos fosse considerável. Parece efectivamente indesmentível que os colonialis-mos, mesmo os protagonizados pela mesma metrópole, têm obrigatoriamen-te que contar também com as realidades indígenas que vão encontrar, e que, de uma forma ou de outra, podem moldar a definição dos próprios sistemas que vão ser impostos. Contudo, e ainda que os grupos indígenas tenham sido certamente mais do que meros espectadores passivos num processo que directamente os envolveu, a verdade é que o papel dos colonos fenícios foi determinante na construção dos novos modelos sociais que as fórmulas de interacção criaram, até porque foram esses mesmos fenícios os portadores dos elementos que permitiram as alterações nos sistemas sociais, políticos, económicos e culturais, sem que esta leitura implique, naturalmente, a de-fesa de qualquer espécie de “sistema colonial”, ou assente na presunção de uma qualquer menoridade intelectual dos grupos indígenas.

De qualquer modo, parece claro que, sobre um cenário previamente ocupado, entraram em cena novos protagonistas, dando origem a distintas acções, e reacções, por parte dos diferentes intervenientes, mas não deve perder-se de vista que os que chegavam pretendiam reproduzir os sistemas culturais do ponto de partida, mesmo que a globalidade dessa pretensão pudesse ter sido, em parte, travada, ou modificada na forma, pelos já resi-dentes. Lembre-se, e ainda e sempre de acordo com a minha própria pers-pectiva, que nos processos coloniais a relação que se estabelece entre os dois grupos é sempre assimétrica e a dominação exercida pelo forâneo sobre o autóctone é real.

A ausência de evidentes sinais de violência não deve ser sobrevalori-zada, até porque as estruturas amuralhadas e/ou de fossos de La Fonteta, Toscanos, Castillo de Doña Blanca, Tavira, Almaraz, por exemplo, deixam antever uma situação de alguma conflitualidade, pelo menos latente, no momento inicial. E também convém não esquecer que a dominação nem sempre é exercida através da força, havendo outras formas de coerção igual-mente eficazes, nomeadamente a dependência económica e tecnológica. E, muitas vezes, é o controle ideológico que permite, ou pelo menos favorece, essa dominação

Julgo que a realidade que se pode intuir dos dados arqueológicos per-mite defender que o contacto de culturas que decorreu em consequência da chegada de populações próximo orientais ao ocidente europeu resultou na quase dissolução dos sistemas culturais das comunidades menos sofisticadas do ponto de vista tecnológico, neste caso as indígenas, ainda que pareça cer-to que destas últimas sobreviveu, pelo menos, um efectivo legado genético.

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Naturalmente, que esta dissolução não foi imediata, nem sequer genera-lizada em termos geográficos e cronológicos. Mas a verdade é que se torna quase impossível, a partir do final do século VII a.n.e., desenhar fronteiras entre comunidades cultural e geneticamente diferenciáveis nas áreas orien-talizadas do actual território português. E os dados mostram que os elemen-tos exógenos prevaleceram sobre os das comunidades autóctones. O que permite comcluir que, depois da chegada dos colonos fenícios, nada ficou como antes.

Por outro lado, a perturbação social que é introduzida num sistema pela simples existência, nas suas proximidades, de outros modelos de cultura é suficiente para introduzir desequilíbrios em cadeia que conduzem ao desa-parecimento das suas fórmulas originais.

O resultado último da situação que descrevemos parece ser assim uma relativa uniformização cultural numa vasta área, com o consequente desa-parecimento da diversidade.

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