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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA - IETEC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DA INOVAÇÃO EM EMPRESAS WELLINGTON EUSTÁQUIO COELHO MODELO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO COM FOCO EM PROCESSOS BELO HORIZONTE, 30 DE MARÇO 2011

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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA - IETEC

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM

GESTÃO DA INOVAÇÃO EM EMPRESAS

WELLINGTON EUSTÁQUIO COELHO

MODELO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO COM FOCO EM

PROCESSOS

BELO HORIZONTE, 30 DE MARÇO 2011

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WELLINGTON EUSTÁQUIO COELHO

MODELO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO COM FOCO EM

PROCESSOS

Monografia apresentada à Coordenação do Instituto de Educação tecnológica - IETEC, para a obtenção do título de especialista em Gestão da Inovação em Empresas. Professore-orientadores: Profª Terezinha Araújo (MSc) Prof. Sérgio Viegas (Engº) Prof. Ivo MIchalick (Dr) Prof. George Leal Jamil (Dr) Prof. José Henrique Diniz (Engº)

BELO HORIZONTE, 30 DE MARÇO DE 2011

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Dedico a minha esposa e filhos pelo apoio,

compreensão, carinho e por estarem

sempre presentes em minha vida.

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AGRADECIMENTO

À direção da Teksid do Brasil Ltda;

Aos professores e funcionários do Ietec;

Aos colegas de classe.

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“Muitas vezes o impossível é apenas o que

não se tentou.”

Autor Desconhecido

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RESUMO

Este estudo descreve a forma de como abordar a gestão da inovação com foco nos

processos internos nas empresas instaladas no Brasil utilizando o modelo de Lewis

associado à utilização de todos os conceitos de gestão de ideias, recursos,

marketing, estratégia, gestão de processos e de projetos. Toda empresa, sem

exceção, busca melhorar seus índices de rentabilidade de duas formas; vendendo

mais e gastando menos. Para ter êxito nestes desafios, é preciso extrair mais do

negócio. A inovação como forma de transformação dos processos de negócio faz

com que os resultados aumentem, e os custos operacionais diminuam, e ainda

proporcionem um ganho de qualidade interna que é refletida na qualidade dos

produtos/serviços ofertados ao mercado. Mas esta transformação depende

exclusivamente do entendimento do negócio, de forma a tornar explícito todos os

itens relevantes para a tomada de decisões, pertinentes às melhorias identificadas.

Um dos problemas para a economia brasileira apontado em alguns estudos é

exatamente a perda de competitividade das empresas instaladas no Brasil devido a

modesta capacidade de alavancar projetos focados em inovação. A inovação e a

criatividade são duas vertentes cada vez mais trabalhadas nas empresas em busca

da competitividade, contribuindo de forma decisiva na perenidade destas

organizações. Elas caminham juntas: a criatividade é o combustível para inovar, é o

pensar fora da caixa. A inovação é a criatividade colocada em prática com

resultados impactantes para as pessoas e para os negócios. A gestão da inovação

com foco nos processos depende primeiramente do entendimento dos processos

internos da organização que podem levar a descoberta, a criação e a implantação

de novas ideias, produtos e serviços. O mapeamento detalhado dos processos

através das técnicas de BPM – Business Process Management, propicia gerir os

processos de negócio, visando aumentos significativos de desempenho como:

fortalecimento da excelência operacional, aumento da visibilidade para tomada de

decisão e a promoção da inovação. A questão chave numa iniciativa de gestão

organizacional orientada por processos de negócio, não é saber se existem

processos a serem mapeados, mas sim, se existem oportunidades para redução de

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custos, melhoria da interface entre áreas, otimização da tomada de decisão,

aumento dos resultados do negócio, etc., que só serão descobertas se o processo

for conhecido. Mirando este conceito a gestão da inovação com foco em processos

se apresenta como mais uma opção para a promoção da competitividade das

empresas ao longo do tempo.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Logo do programa PSIU Teksid .............................................................................. 19 Figura 2 - Modelo de formulário de cadastro de usuário Psiu ................................................. 20

Figura 3 - Modelo de tela para extração de relatórios Psiu ...................................................... 21 Figura 4 – Modelo de tela para perfil de acesso Psiu ............................................................... 22 Figura 5 - Exemplo “captcha” .................................................................................................. 23 Figura 6 - Modelo tela resgate pontos Psiu .............................................................................. 25 Figura 7 – Modelo tela loja virtual Psiu ................................................................................... 25

Figura 8 – Modelo tabela de premiação Psiu ........................................................................... 26

Figura 9 – 4P’s da Inovação ..................................................................................................... 29

Figura 10 – Modelo Matriz da Inovação .................................................................................. 30 Figura 11 – Analise setorial Teksid segundo Porter ................................................................. 31 Figura 12 – Analise de barreiras de entrada e saída ................................................................. 33 Figura 13 – Analise das estratégias genéricas .......................................................................... 34

Figura 14 – Analise da Cadeia de Valor ................................................................................... 35 Figura 15 – Quadro Visão ........................................................................................................ 36 Figura 16 – Estratégia Competitiva ......................................................................................... 36

Figura 17 – Competências essenciais ...................................................................................... 38 Figura 18 – Matriz BCG .......................................................................................................... 40

Figura 19 – Matriz GE ............................................................................................................. 40 Figura 20 – Curva S .................................................................................................................. 41 Figura 21 – Matriz Estratégica ................................................................................................. 42

Figura 22 – Amadurecimento do produto................................................................................. 43

Figura 23 - Interrelações do SGRI ........................................................................................... 46 Figura 24 – Esquema básico do SGRI ..................................................................................... 47 Figura 25 – Dimensões do SGRI .............................................................................................. 49

Figura 26 – Fontes de Recursos financeiros empresariais ........................................................ 50 Figura 27 – Fontes de Capital ................................................................................................... 53

Figura 28 – Recursos não financeiros para a inovação ............................................................ 54 Figura 29 – O Escopo Teksid ................................................................................................... 55 Figura 30 – A aplicação da Lei do Bem na Teksid .................................................................. 56 Figura 31 – A aplicação da Lei do Bem na Teksid .................................................................. 58

Figura 32 – Visão sistema SGRI ............................................................................................. 61 Figura 33 – Gestão Integrada SGRI ........................................................................................ 62

Figura 34 – Áreas de Conhecimento de Gerenciamento de Projetos ....................................... 67 Figura 35 – Grupo de Processos de Gerenciamento de Projetos .............................................. 69 Figura 36 – Ciclo de Vida de um projeto Six Sigma ................................................................ 70 Figura 37 – Gestão de Portfólio de Projetos na Teksid ............................................................ 71 Figura 38 – Planilha de Avaliação e Seleção de Projetos Teksid ............................................. 72

Figura 39 – Gráfico de Avaliação e Seleção de Projetos ......................................................... 73 Figura 40 – Controle do Portfólio de Projetos .......................................................................... 74 Figura 41 – Diretório de envolvidos e interessados no projeto ................................................ 76 Figura 42 – Lista de Atividades ................................................................................................ 81 Figura 43 – Organograma do Projeto ....................................................................................... 83 Figura 44 – Descritivo de função ............................................................................................. 84 Figura 45 – Plano Geral da Qualidade...................................................................................... 86 Figura 46 – Plano Geral de Comunicações ............................................................................. 87

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Figura 47 – Estrutura Analítica de Riscos ................................................................................ 89 Figura 48– Impacto de Riscos .................................................................................................. 90 Figura 49 – Matriz de Probabilidade ........................................................................................ 90 Figura 50 – Planejamento de respostas aos riscos do projeto................................................... 91

Figura 51 – Plano Geral de Aquisições .................................................................................... 92 Figura 52 – Quadro Comparativo Inovação Produtos X Processos ....................................... 107 Figura 53 – Um método para inovação em processos (Lewis et al., 2007). ........................... 108

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Modelo de analise Matriz GE ...............................................................38

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

IETEC – Instituto de Educação Tecnológica

BPM – Business Process Management

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 14

2 O CENÁRIO ........................................................................................................................ 15

2.1 Estudo de caso Teksid ............................................................................................................................ 15 2.1.1 A Empresa ............................................................................................................................................ 15

3 CRIATIVIDADE E LIDERANÇA – GESTÃO DE IDEIAS ......................................... 17

3.1 O Case Teksid do Brasil ......................................................................................................................... 18 3.2 O Programa de Gestão de Ideias da Teksid ........................................................................................ 18 3.3 O Processo de Captação de Ideias ....................................................................................................... 19 3.4 O software utilizado. ................................................................................................................................ 20

3.4.1 Usuários do Sistema ............................................................................................................................ 20 3.4.2. Perfis de Usuários do Sistema ............................................................................................................. 21 3.4.3. Permissões de Acesso .......................................................................................................................... 21 3.4.4. Integração RH. ..................................................................................................................................... 22 3.4.5. Participantes (ou proponentes) ............................................................................................................ 22 3.4.6. Propostas ............................................................................................................................................. 23 3.4.7. Extrato e Histórico de Pontos .............................................................................................................. 23 3.4.8. Resgate de Pontos ................................................................................................................................ 24

3.5 A premiação das ideias. .......................................................................................................................... 25 3.6 Critério de avaliação das ideias. ............................................................................................................ 26 3.7 Fatores críticos de sucesso na Teksid. ................................................................................................ 26 3.8 Proposta de melhorias. ........................................................................................................................... 26

4 INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE ............................................................................. 28

4.1 Análise Setorial segundo as 5 forças de Porter .................................................................................. 30 4.2 Barreiras de entrada e saída .................................................................................................................. 32 4.3 As estratégias genéricas ......................................................................................................................... 33 4.4 A Cadeia de Valor. ................................................................................................................................... 34 4.5 A Estratégia Competitiva. ....................................................................................................................... 35 4.6 O futuro, onde estaremos? ..................................................................................................................... 37 4.7 A Vantagem Competitiva. ....................................................................................................................... 37 4.8 Forças e Fraquezas/Ameaças e Oportunidades segundo a matriz SWOT. ................................... 38 4.9 Matriz BCG e GE. .................................................................................................................................... 39 4.10 Curva S.................................................................................................................................................... 41 4.11 Matriz Estratégica. ................................................................................................................................. 42 4.12 Recomendação final. ............................................................................................................................. 43

5 GESTÃO DE RECURSOS PARA A INOVAÇÃO .......................................................... 44

5.1 Apresentação ............................................................................................................................................ 44 5.1.1 Definições ............................................................................................................................................. 44 5.1.2 Abordagem ........................................................................................................................................... 46 5.1.3 Dimensões do SGRI ............................................................................................................................. 48

5.2 Fontes de Recursos ................................................................................................................................. 49 5.2.1 Recursos Financeiros ............................................................................................................................ 49 5.2.2 Recursos não Financeiros .................................................................................................................... 53

5.3 Gestão de Recursos Financeiros - Case Teksid ................................................................................ 54 5.3.1 Incentivos Fiscais - Lei do Bem ........................................................................................................... 55 5.3.1.1 Análise dos potenciais. ...................................................................................................................... 57

5.4 Gestão de Recursos não Financeiros. .................................................................................................. 58 5.5 Gestão de Pessoas. ................................................................................................................................ 59 5.6 Estratégias e Processos ......................................................................................................................... 61

6 GESTÃO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO .................................................................... 63

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6.1 Objetivo ...................................................................................................................................................... 63 6.2 Conceituação geral da Gestão de Projetos ......................................................................................... 64

6.2.1 Projeto, Gestão de Projeto e Gestão de Portfólio .................................................................................. 64 6.2.2 Benefícios da Gestão de Projetos ......................................................................................................... 65 6.2.3 Sucesso e falhas na Gestão de Projetos ................................................................................................ 66

6.3 Áreas de Conhecimento e os Processos de Gestão de Projetos ..................................................... 67 6.4 Plano de Gerenciamento de Projeto na Teksid .................................................................................. 69 6.5 Ciclo de Vida dos Projetos na Teksid do Brasil ................................................................................... 70 6.6 Gestão de Portfólio de Projetos na Teksid ........................................................................................... 70

6.6.1 Iniciação de um Projeto [Integração] .................................................................................................... 70 6.6.2 Avaliação e Seleção de Projetos ........................................................................................................... 72 6.6.3 Controle do Portfólio de Projetos ......................................................................................................... 73

6.7 Seleção do Líder do Projeto ................................................................................................................... 74 6.8 Termo de Abertura do Projeto ................................................................................................................ 75 6.9 Gestão de Projetos – Estruturação do Projeto (escopo).................................................................... 76

6.9.1 Montagem da Equipe Inicial ................................................................................................................. 76 6.9.2 Identificação dos Envolvidos e Partes Interessadas no Projeto ............................................................ 76 6.9.3 Declaração do Escopo do Projeto ......................................................................................................... 76 6.9.4 EAP - Estrutura Analítica do Projeto .................................................................................................... 77 6.9.5 Montagem do Cronograma (tempo) ..................................................................................................... 78

6.10 Responsabilidades e Atribuições [Recursos Humanos] ................................................................. 83 6.10.1 Organograma do Projeto ..................................................................................................................... 83 6.10.2 Matriz de Responsabilidades .............................................................................................................. 84 6.10.3 Descrição de Funções e Responsabilidades ........................................................................................ 84 6.10.4 Informações complementares ............................................................................................................. 85

6.11 Definindo a Qualidade - Plano de Qualidade ................................................................................... 85 6.12 Planejamento das Comunicações ....................................................................................................... 86 6.13 Análise de Riscos .................................................................................................................................. 87

6.13.1 Identificação dos Riscos ..................................................................................................................... 88 6.13.2 Análise de Probabilidade e Impacto ................................................................................................... 89 6.13.3 Plano de Respostas aos Riscos do Projeto .......................................................................................... 90

6.14 Planejamento das Aquisições . ........................................................................................................... 91 6.14.1 Plano Geral de Aquisições .................................................................................................................. 91

6.15 Montagem do Plano do Projeto [Integração] ..................................................................................... 92 6.16. Execução do Plano do Projeto [Integração] ..................................................................................... 93 6.17. Monitoramento e Controle do Projeto [Integração] .......................................................................... 94 6.18 Análise de Progresso ............................................................................................................................ 96 6.19 Relatórios de Progresso ....................................................................................................................... 97 6.20. Encerramento do Projeto [Integração] ............................................................................................... 97

6.20.1 Encerramento dos Contratos ............................................................................................................... 97 6.20.2 Encerramento do Projeto .................................................................................................................... 97 6.20.4 Lições Aprendidas .............................................................................................................................. 98 6.20.5 Relatório final do projeto .................................................................................................................... 98 6.20.6 Arquivamento do Projeto.................................................................................................................... 98

6.21 Recomendações Finais ........................................................................................................................ 99 6.21.1 Fatores Críticos de Sucesso ................................................................................................................ 99 6.21.2 Delivery – Entrega do produto final ................................................................................................. 100

7 GESTÃO DA INOVAÇÃO .............................................................................................. 101

7.1 Inovações em processos ..................................................................................................................... 104 7.2 Avaliação do potencial de ganhos (financeiros e não financeiros) com a inovação na empresa. ......................................................................................................................................................................... 109 7.3 Análise e capacitação das equipes de trabalho para atuarem em processos de inovação ....... 114 7.4 A Gestão da Inovação na Teksid ......................................................................................................... 117

7.4.1 A Estrutura organizacional ................................................................................................................. 117 7.4.2 O foco nos processos .......................................................................................................................... 118

8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................................... 119

8.1 Proposta de melhorias no programa gestão de ideias da Teksid. ................................................. 119 8.2 Outras recomendações. ........................................................................................................................ 120

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 121

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INTRODUÇÃO

O objetivo do trabalho é apresentar as técnicas para a abordagem nas

organizações que buscam desenvolver projetos de inovação com foco em processos

como diferencial competitivo. Dentro deste conceito são apresentados os principais

modelos para desenvolvimento de projetos em inovação com foco em processos

utilizando o mapeamento dos macro processos das organizações como forma de

identificar oportunidades de:

Reduzir prazos em tarefas constantes dos processos;

Gestão de insumos que levem a eliminação de perdas;

Redução de custos operacionais;

Melhor alocação de pessoas e recursos;

Gestão aprimorada de infraestrutura de processo.

A inovação com foco em processos é trabalhada com base nas

disciplinas aplicadas a gestão da inovação, em conjunto com as técnicas de BPM,

buscando o detalhamento dos principais processos da organização, no sentido de

um melhor entendimento do ambiente e dos processos de negócio, identificando e

classificando os produtos e os mercados da organização.

Este entendimento é o guia para a identificação dos processos críticos ao

sucesso do negócio, que são considerados como prioridade para a iniciativa de

inovação e a transformação do negócio. Desta forma é possível definir e

documentar a Cadeia de Valor da organização bem como efetuar o mapeamento

dos processos desta cadeia, na visão atual (ASIS) e na proposta (TOBE). Com o

apoio de profissionais especialistas em técnicas de modelagem de processos e

melhores práticas de mercado pode ser criada a base de conhecimento de

processos da Empresa, base esta que será o alicerce para todas as iniciativas de

melhoria de processos e de ações propositivas a inovação.

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2 O CENÁRIO

Todas as áreas de conhecimento abordadas neste estudo, são aplicadas

e demonstradas na empresa Teksid do Brasil, onde os seus processos internos são

de grande complexidade e residem grandes oportunidades de desenvolvimento de

propostas de melhorias inovadoras. Na primeira fase do estudo é apresentado o

Case Teksid referente ao Programa de Gestão de Ideias, com sugestões de

melhorias no final do módulo. Na segunda etapa é apresentada uma análise do

posicionamento da Teksid na questão produto – mercado. Na terceira etapa é

apresentado um estudo sobre o processo de gestão de recursos para inovação na

Teksid, onde é evidenciada a abordagem de utilização de incentivos fiscais e

possibilidades de inovação no binômio produto/processo. Na quarta etapa é

apresentado o status do desenvolvimento de gestão de projetos na organização, e o

link com os futuros projetos de inovação nos processos. Na quinta e ultima etapa é

apresentada a questão da gestão da inovação como estratégia e as suas conexões

com as questões de estrutura organizacional.

2.1 Estudo de caso Teksid

2.1.1 A Empresa

A Teksid do Brasil, fundada no ano de 1976, chegou ao Brasil

acompanhando o desenvolvimento do polo automotivo mineiro, inaugurado com a

Fiat Automóveis. Sua fábrica, localizada em Betim (MG), possui 387.287m2 de área

total, sobre a qual a área construída alcança 113.098m2 de extensão. Tem

capacidade instalada de 300 mil toneladas de ferro gusa/ano e gera mais de 3.000

empregos diretos. É a única fundição que adquire gusa em estado líquido de

fornecedor externo, oferecendo vantagens ao cliente com a melhoria do produto e

obtendo redução no consumo de energia.

Comprometida com o desenvolvimento sustentável, a Teksid do Brasil

investe continuamente em projetos e ações de responsabilidade socioambiental que

objetivem o desenvolvimento das comunidades em que está inserida e a

preservação do planeta, com base no princípio de que investir na vida é investir no

futuro. A Teksid do Brasil é parte integrante da Teksid SpA, divisão metalúrgica do

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Grupo Fiat e o maior grupo de fundição de autopeças do mundo, com capacidade

produtiva de 720 mil toneladas/ano e presente em países como Itália, França,

Portugal, Alemanha, Polônia, China, Estados Unidos e México.

Com mais de três décadas de atuação no país, a Teksid do Brasil é hoje

líder na produção de blocos de motores para automóveis e comerciais leves,

detendo cerca de 75% de participação nesse mercado.

Destaca-se também por fornecer mais de 200 itens em fundidos de ferro,

como blocos e cabeçotes para motores diesel, coletores, girabrequins, discos e

tambores de freio, pontas de eixo, entre outras peças de médias e grandes

dimensões.

Em sua carteira de clientes, figuram as maiores montadoras de

automóveis e veículos industriais do mercado mundial.

Para garantir a qualidade dos produtos, a Teksid do Brasil investe

constantemente nos processos de desenvolvimento, fabricação e distribuição. A

empresa se preocupa também em avaliar as condições das peças após a entrega

na fábrica do cliente, em diferentes cidades, estados e países. O elevado padrão de

qualidade fez da Teksid do Brasil uma empresa premiada e reconhecida como

fornecedora de classe mundial.

A Teksid do Brasil dispõe de quatro linhas de moldagem para fabricação

de peças fundidas de ferro cinzento e nodular, com elevada flexibilização de

composição química para atender à indústria automotiva e aos fabricantes de

motores em suas diversas aplicações. (fonte site Teksid www.teksid.com.br)

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3 CRIATIVIDADE E LIDERANÇA – GESTÃO DE IDEIAS

O sistema de gestão de ideias é um processo estruturado, que consiste

na gestão completa do banco de ideias de uma organização.

Contando com uma metodologia própria, o sistema garante uma

avaliação eficaz das ideias geradas pelos colaboradores e das chances de sucesso

da implementação das mesmas.

O processo consiste na coleta e registro das ideias propostas por todos

os colaboradores de uma organização, na sua avaliação e, para as ideias retidas, na

sua recompensa, assim como na sua implementação, seguimento e avaliação dos

resultados.

Todas as ideias/sugestões são bem vindas, podendo dizer respeito a

qualquer área da Empresa.

Sempre que julgado conveniente, são tomadas ações no sentido de

incentivar o nascimento de ideias.

Os programas de sugestões não são uma ideia nova, mas poucas vezes

são pensados como um mecanismo a ser integrado a processos de inovação. Se

nos questionarmos do por quê dessa ausência de integração, encontraremos alguns

pontos interessantes: há uma diferenciação entre projetos de inovação e projetos de

melhoria, reforçada pela crença de que pensar em melhorias significa deixar de ver

oportunidades de inovações mais amplas e vice-versa.

Outro fator para esse afastamento seria a ideia de que as melhorias

dificilmente apontam questões suficientemente globais ou profundas para afetarem

um processo de inovação.

Podemos estar perdendo, nesse caso, contribuições particularmente

interessantes, já que o questionamento do óbvio e a observação inocente são

alavancas poderosas do processo criativo.

Como então formatar um programa de gestão de ideias amplo, que

provoque esse tipo de contribuição? Aqui temos um paradoxo: o volume de ideias

pode tornar inviável não só o programa como o próprio dia-a-dia da empresa, pois

avalizar e adequar ideias requer tempo e dedicação.

Além disso, um alto índice de rejeição ou negligência às ideias

apresentadas pode gerar uma frustração tão grande entre os colaboradores que

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inviabilizará o programa. Neste estudo será apresentado o programa de gestão de

ideias implantado com grande sucesso na Teksid do Brasil que serve como

referência para outras empresas que desejem implantar um programa de captação

de ideias rumo a inovação. Será apresentada também sugestões de melhorias no

processo atual de gestão de ideias da Teksid como forma de atualização e

oxigenação do programa.

3.1 O Case Teksid do Brasil

Programa de Sugestões e Ideias Úteis (PSIU)

3.2 O Programa de Gestão de Ideias da Teksid

O Programa de Sugestões e Ideias Úteis denominado (PSIU), foi

implantado pela Teksid do Brasil em 1994, e tem por objetivo estimular os

colaboradores a sugerirem ideias que visem:

A melhoria contínua da empresa;

O aprimoramento dos processos objetivando a redução de

custos;

O fortalecimento da cultura na busca da inovação entre os

colaboradores.

Todas as sugestões são avaliadas pelos gestores das áreas de

implantação das ideias, que serão responsáveis pela aprovação das mesmas.

As ideias aprovadas seguem para avaliação das melhores dos trimestres

e estas concorrem às melhores do ano.

A Gestão deste processo está sob a responsabilidade da Diretoria

Industrial, sendo o setor de Six Sigma responsável por toda logística (captação,

classificação, encaminhamento, feedback, premiação, manutenção etc.) trabalhando

em conjunto com a área de Comunicação.

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Figura 1 - Logo do programa PSIU Teksid

3.3 O Processo de Captação de Ideias

As propostas apresentadas devem conter todos os detalhes necessários

para uma análise detalhada além de informações adicionais como: desenhos,

aplicações ou fotos, situação anterior e situação proposta.

O formulário eletrônico a ser preenchido pelo colaborador para

apresentação da ideia está disponível no site (software) desenvolvido para facilitar e

gerenciar de forma automática todo o processo de triagem, análise e histórico das

ideias apresentadas.

O cadastramento das ideias é feito de forma simples através do site

http://psiu.teksid.com.br/ disponível na intranet da empresa que tem o seguinte

fluxo:

O preenchimento e envio do formulário eletrônico pelo colaborador;

Depois de preencher o formulário, a proposta é enviada via

workflow à área responsável onde a sugestão poderá ser aplicada,

para avaliação e viabilidade de aderência.

As ideias aprovadas, seguem para avaliação do Comitê (composto

pelos Responsáveis por Unidades Operativas e pelo Diretor

Industrial) que selecionará as melhores do trimestre, que por sua

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vez concorrerão às melhores do ano.

3.4 O software utilizado.

Para um melhor gerenciamento do processo, o sistema de gestão dos

fluxos e processos do Programa PSIU provê as seguintes funcionalidades:

3.4.1 Usuários do Sistema

O módulo de usuários do sistema permite o cadastro e a gestão dos

usuários que terão acesso administrativo ao aplicativo. As ações de criação,

alteração, remoção e consulta de usuários estarão presentes.

Abaixo segue um modelo do formulário de cadastro de usuário como

exemplo do tipo de dados que pode ser cadastrado.

Figura 2 - Modelo de formulário de cadastro de usuário Psiu

Obs.: no momento do cadastro o usuário já pode ter um perfil de usuário pré-

cadastrado associado. Todas as ações dos usuários do sistema são armazenadas para

posteriores consultas. Na trilha de auditoria ficão armazenadas as seguintes

informações: código do usuário, código da ação, código da seção, código do item

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associado, data completa (AAAAMMDDhhmmss – ex.: 200811091539) e IP.

Para extrair os relatórios o usuário com tal permissão acessa uma tela

semelhante à apresentada a seguir como exemplo:

Figura 3 - Modelo de tela para extração de relatórios Psiu

As senhas dos usuários do sistema seguem as regras do programa de

segurança “Senha Forte” e bem como as funcionalidades básicas de logon, incluindo

“lembrar senha” e limitação de tentativas seguidas de logon.

3.4.2. Perfis de Usuários do Sistema

O módulo de perfis de usuários do sistema permite o cadastro e a gestão

dos perfis que são associados aos usuários do aplicativo. As ações de criação,

alteração, remoção e consulta de perfis estão presentes. Conforme informado no

tópico anterior, o usuário tem a sua associação ao perfil desejado no próprio

momento de inclusão ou alteração dos dados. Um mesmo usuário pode estar

associado a “N” perfis de usuários.

3.4.3. Permissões de Acesso

O módulo de permissões de acesso permite a associação dos perfis de

usuários às permissões e ações existentes no aplicativo. Esta associação se da

através de uma tela administrativa onde o usuário pode definir quais ações de quais

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objetos (seções) cada perfil terá.

A seguir temos uma tela exemplo deste módulo:

Figura 4 – Modelo de tela para perfil de acesso Psiu

Note que o usuário seleciona primeiramente o objeto de permissão

desejado (geralmente é uma seção ou módulo) e em seguida (2) escolhe qual ação

relacionada ao objeto será liberada ao grupo (perfil) ou diretamente ao usuário em

questão.

3.4.4. Integração RH.

O módulo de integração RH permite a execução e o acompanhamento

dos processos de importação de dados incrementais de funcionários gerados pelo

RH.

O processo de carga pode ser efetuado via carga completa manual ou via

processo automático agendado de carga de arquivo incremental via FTP.

O processo é parametrizado e pode ser alterado de acordo com a própria

Teksid. A parametrização se dá por intervalo de dias (1 a "n") e por horário de

execução.

3.4.5. Participantes (ou proponentes)

O módulo “Participantes” é o responsável pela disponibilização das

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interfaces e processos de autenticação e acompanhamento dos participantes do

programa PSIU.

O módulo tem uma interface que permite a ativação do participante

através do primeiro login. Esta interface tem o mecanismo “captcha” ([1]CAPTCHA é um

acrônimo da expressão "Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart" (teste de Turing público

completamente automatizado para diferenciação entre computadores e humanos): um teste de desafio cognitivo, utilizado como

ferramenta anti-spam, desenvolvido pioneiramente na universidade de Carnegie-Mellon. Como o teste é administrado por um

computador, em contraste ao teste de Turing padrão que é administrado por um ser humano, este teste é na realidade corretamente

descrito como um teste de Turing reverso.Um CAPTCHA usual envolve um computador (um servidor) que pede que um usuário termine um

teste. Como os computadores são incapazes de resolver o CAPTCHA, todo usuário que incorpora uma solução correta é presumidamente

humano. O termo foi inventado em 2000 por Luis von Ahn, por Manuel Blum, Nicholas J. Hopper (todos da universidade do Carnegie-

Mellon), e por John Langford (da IBM).Um tipo comum de CAPTCHA requer que o usuário identifique as letras de uma imagem distorcida,

às vezes com a adição de uma seqüência obscurecida das letras ou dos dígitos que apareça na tela. – Wikipédia ) de segurança

que solicita a confirmação de informações existentes no cadastro de funcionários

importado. O participante somente terá acesso ao sistema e à criação de uma senha

de acesso caso todas as informações solicitadas estejam corretas.

Figura 5 - Exemplo “captcha”

A interface de login solicita a informação da matrícula e senha

previamente informada no primeiro acesso e tem também a opção “lembrar senha”

que possui um fluxo de confirmação via e-mail para a disponibilização da informação

da senha correta.

3.4.6. Propostas

As Propostas são criadas através deste módulo. O módulo permite na

criação das propostas, seguindo o modelo de formulário existente atualmente na

Teksid.

O novo formulário tem elementos dinâmicos interativos que possibilitam

uma experiência de uso melhorada em relação ao formulário anterior. Recursos

AJAX e JQuery provem esta melhora.

3.4.7. Extrato e Histórico de Pontos

O módulo de extrato e histórico de pontos permite o acompanhamento

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dos pontos obtidos através das propostas encaminhadas.

A pontuação obtida segue a tabela de “savings” de acordo com o

documento “Regulamento PSIU.doc” disponível na empresa.

3.4.8. Resgate de Pontos

O módulo de resgate de pontos permite duas formas distintas de

utilização dos pontos obtidos pelo participante: via compra de produtos da loja

Submarino ou através de geração de Carta Bônus para compra de veículos na

modalidade “Vendas a Funcionários” (caso esta funcionalidade seja mantida no

PSIU).

A integração com a loja virtual se dará via WebService e para reduzir o

esforço necessário, estamos prevendo que a mesma regra de negócio atualmente

utilizada pelo BIS será mantida.

3.4.8.1. Loja Virtual

Para permitir o resgate de pontos do programa através da compra de

produtos da loja virtual, o sistema possuirá uma interface de integração via

WebService. A interface deverá permitir o envio de pontos do participante, de acordo

com as especificações de integração do parceiro, bem como o recebimento de

devolução dos créditos.

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Figura 6 - Modelo tela resgate pontos Psiu

Figura 7 – Modelo tela loja virtual Psiu

3.4.8.2. Carta Bônus

Além da compra de produtos via site parceiro, o sistema também permitirá

a criação de Carta Bônus para a utilização na compra de veículos na modalidade

“vendas a funcionários”.

A Carta Bônus possuirá um número único que poderá ser verificado pelos

profissionais da equipe de vendas a funcionários através de uma interface de

consulta simples e segura que será disponibilizada pelo sistema.

Obs.: a Carta Bônus será desabilitada a pedido da Teksid, mas poderá ser ativada manualmente posteriormente caso seja necessário.

3.5 A premiação das ideias.

As ideias aprovadas valem pontos que podem ser trocados por produtos

diversos no site de comércio eletrônico Submarino.com. Cada ponto equivale a

R$1,00 em compras. Os pontos são cumulativos e com uma única ideia o

colaborador pode acumular até 1.300 pontos ou R$1.300,00 em compras.

Para resgatar os produtos os colaboradores devem procurar o Facilitador

do PSIU em sua área de trabalho ou efetuar a troca diretamente pelo site, através

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do menu Resgate.

IMPORTANTE: Além dos prêmios acima, os vencedores das melhores ideias dos

trimestres e do ano são contemplados com troféus personalizados entregues pela

Diretoria em cerimônia especifica.

3.6 Critério de avaliação das ideias.

Ideia Aprovada: 200 pontos ou R$200,00 em compras .

Melhores do Trimestre/Ano: 200 pontos conquistados na fase anterior

mais os pontos abaixo, que variam de acordo com o saving a ser gerado pela ideia

quando a mesma for implantada.

SAVING GERADO PONTOS OU R$ EM COMPRAS

DO TRIMESTRE - DO ANO

Baixo: até R$20.000,00 por ano 300 Pontos 400 Pontos

Médio: de R$20.000,01 a R$50.000,00 por ano 400 Pontos 500 Pontos

Alto: acima de R$50.000,00 por ano 500 Pontos 600 Pontos

Figura 8 – Modelo tabela de premiação Psiu

3.7 Fatores críticos de sucesso na Teksid.

Comprometimento e incentivo ao programa por parte da direção e dos gestores;

Processo de captação simples e com suporte dos gestores; Reconhecimento dos colaboradores e celebração dos resultados; O programa é constantemente revisto e imediatamente aprimorado; A avaliação das ideias é rápida, e o feedback é feito de forma direta e ágil;

3.8 Proposta de melhorias.

Sugestões que busquem revitalizar e fortalecer a cultura da inovação dentro do programa Psiu:

Realizar campanhas pontuais para estimular os colaboradores a participarem com ideias com:

1. Foco na redução de custos; 2. Foco na Engenharia dos Processos; 3. Foco no setor Administrativo; 4. Foco na segurança do trabalho, meio ambiente, saúde e sustentabilidade; 5. Foco na Inovação.

O autor da ideia aprovada se possível que ele participe da implantação da

mesma;

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O RH utilizar o sistema de gestão de ideias para identificação de talentos visando alocação em outras áreas da organização. Ex.: um colaborador que participa com muitas ideias provavelmente poderia ser aproveitado em outra área. Seria mais um indicador para o R.H.

Renovar semestralmente a comissão de avaliadores; O avaliador não deveria conhecer o dono da ideia até o fechamento final pela

Comissão. Ele deve ter acesso somente a ideia para evitar qualquer tipo de envolvimento que possa interferir na avaliação.

Avaliar a possibilidade de abrir o programa para os principais fornecedores (estratégicos, que afetam a qualidade etc.) com um tipo de premiação especifica.

Criar um banco de ideias para consulta de todos os colaboradores visando identificar no futuro, ideias que possam ser aproveitadas por outro setor.

Estimular a criação de blogs ou fóruns de discussão para determinado tema que esteja em evidência, motivando a apresentação de sugestões ou novas ideias para o processo.

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4 INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE

As empresas precisam conhecer e estruturar um processo de gestão da

inovação adequado ao seu negócio, de forma que se antecipem frente às

oportunidades e ameaças de mercado e que consigam efetivamente transformar

invenções em instrumentos de geração de valor para si e para a comunidade.

A inovação é um processo, não um evento isolado, e precisa ser gerenciada como tal. [E] as

influências sobre esse processo podem ser manipuladas para afetar o resultado – ou seja , a

inovação pode ser gerenciada. (TIDD;BESSANT ; PAVITT, 2008, p.107).

Sabendo que a inovação pode ser gerenciada, é conveniente fornecer às

organizações a possibilidade de conhecer as melhores práticas existentes desta

gestão, visando o compartilhamento de pontos comuns neste processo.

A inovação pressupõe incerteza, uma vez que os resultados do esforço

inovador dificilmente podem ser conhecidos antecipadamente, sendo de extrema

importância o entendimento da inovação como processo.

Na visão de Davila, Epstein e Shelton (2007), a inovação pode ocorrer no

modelo de negócio ou por meio de uma tecnologia empregada. Os elementos que

garantem a ocorrência de inovações no modelo de negócios são:

Proposição de valor da empresa que compreende o que se vende

e o que se lança no mercado.

Cadeia de Suprimentos que estão relacionadas com as mudanças

que os clientes normalmente não enxergam. Está muito

relacionado com os processos internos da organização.

Clientes-alvo que são as mudanças que ocorrem quando a

organização identifica um segmento de clientes e decide atuar

nele.

Existem ocasiões em que novas tecnologias representam a parte mais

importante de uma inovação que normalmente ocorrem com lançamento de novos

produtos ou serviços. Outro ponto importante e objeto deste estudo são as

inovações em processos tecnológicos que são inovações invisíveis para os clientes,

porém, vitais para a posição competitiva de um produto. Os objetivos destas

inovações estão diretamente relacionados com a redução de custos e aumento da

qualidade na execução das tarefas de suporte aos outros processos que impactam

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no processo final do produto.

São quatro tipo de inovação:

Inovação de produto;

Inovação de processo;

Inovação de Negócios/marketing;

Inovação de gestão/Modelo organizacional.

Na visão estratégica de marketing, pode ser lida como os 4P’s.(Apostila Ietec

3.1 Inovação e Competitividade p.3)

Figura 9 – 4P’s da Inovação

Davila, Epstein e Shelton (2007) comentam que nem todas as inovações

são criadas da mesma forma. Logo, definem três tipos de inovação:

Inovação incremental;

Semi-radical;

Radical.

Na matriz abaixo os autores avaliam, em função de introdução de

tecnologia e das mudanças nos modelos de negócio, qual a classificação de uma

inovação proposta, planejada ou apresentada a um determinado mercado.

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MATRIZ DA INOVAÇÃO

Nova

SEMI-RADICAL

RADICAL

Semelhante

A atual

INCREMENTAL

SEMI-RADICAL

Semelhante Nova

A atual

Modelo de Negócio

Figura 10 – Modelo Matriz da Inovação

Mirando o que foi apresentado acima, o objetivo deste estudo é

apresentar o cenário em que a Teksid do Brasil está posicionada e as proposições

de deslocamento dentro do mercado, levando em conta:

Analise setorial segundo as cinco forças de Porter;

Barreiras de entrada e saída;

As estratégias genéricas;

A cadeia de Valor;

A estratégia competitiva;

O futuro – onde estaremos?;

Vantagem competitiva;

Matriz SWOT - Forças e Fraquezas/ Oportunidades e Ameaças;

Matriz BCG e GE;

Curva S;

Matriz Estratégica;

Recomendação final.

São considerados nesta análise produtos fictícios de fundição de peças

para automóveis que chamamos de Prod.A, Prod.B e Prod.C.

4.1 Análise Setorial segundo as 5 forças de Porter

Dentro da estratégia Michael Porter colabora com seus conceitos de

forma significativa nos estudos de estratégia empresarial, questionando pontos

importantes como:

Tecnologia

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Por que um setor é mais lucrativo que outro?

Dado um setor, por que alguns grupos de empresas são mais

lucrativas que outros?

Dado um setor e um grupo de empresas, por que uma empresa é

mais lucrativa que outra?

Trabalhando com estes três níveis é possível escolher desde o setor de

atuação até o modelo estratégico e tático da organização.

Analisando as cinco forças de Porter pode-se avaliar o mercado onde a

Teksid se situa, tendo uma visão clara e interessante da concorrência, produtos

substitutos, novos entrantes, poder de barganha dos fornecedores e dos clientes.

Figura 11 – Analise setorial Teksid segundo Porter

No caso da Teksid, e também de empresas que atuam no segmento

fundição de peças para o mercado automobilístico temos a seguinte situação e

pontos de atenção:

1. Novos entrantes é alta principalmente com a entrada das fundições

asiáticas;

2. Rivalidade entre concorrentes alta. Existem várias fundições

instaladas no mundo inteiro atuando no mercado automobilístico.

3. Poder dos Clientes é alto, pois são um grupo muito reduzido

(grandes montadoras);

4. Poder dos fornecedores é baixo tendo em vista que os preços dos

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insumos são ditados pelo mercado;

5. Produtos substitutos é baixo em função de ainda não existirem, ou

não serem comercializados produtos (motores) diferentes dos

atuais movidos a combustão.

4.2 Barreiras de entrada e saída

No processo de análise de lucratividade do setor estudado, um

diagnóstico bem feito do processo de barreiras de entrada e saída do setor deve-se

levar em conta o investimento inicial para entrada no negócio. A mesma análise é

feito quando se busca o caminho para a desmobilização para uma eventual saída

do mercado.

No caso da Teksid as principais barreiras de entrada são:

Diferenciação do produto;

Tecnologia patenteada;

Curva de experiência;

Necessidade de capital.

Para as barreiras de saída, as principais identificadas são:

Custos fixos de saída;

Ativos especializados.

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Figura 12 – Analise de barreiras de entrada e saída

4.3 As estratégias genéricas

O processo de escolha da estratégia é fator fundamental para a definição

do posicionamento no mercado. De acordo com Porter, a morte de uma empresa

pode se dar se ela não escolher uma estratégia que não esteja relacionada com:

Liderança em custo – Ter o menor custo da indústria;

Liderança em diferenciação – Ter o melhor preço/serviço –

qualidade observada.

Foco – Focar em um segmento.

a) Em custos;

b) Em diferenciação.

Os fatores como recursos, conhecimento, ambiente, tecnologia etc.,

influenciarão de forma importante na escolha da estratégia.

No caso da Teksid o foco é em custo. Liderança em custo para ser

competitivo no mercado nacional e internacional.

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Figura 13 – Analise das estratégias genéricas

4.4 A Cadeia de Valor.

Concluída a definição da estratégia genérica o próximo passo é partir

para o processo de implantação e operação. A cadeia de valor da organização se

torna então o diferencial entre uma empresa que apresenta bons resultados e outras

que apresentam resultados menores. Quanto mais robusta e ajustada esta cadeia

for, a margem no final do processo será maior ou menor conforme os custos

envolvidos nas atividades primárias e de apoio.

No caso da Teksid o mapeamento abaixo sugere um controle rígido dos

custos, e uma maturidade muito grande no processo de Governança Corporativa.

A empresa dispõe de ferramentas tecnologias que permitem monitorar

indicadores de rentabilidade dos produtos e eficiência de materiais.

As áreas de apoio apresentam um alto nível de integração e a

Controladoria exerce papel forte na análise e disponibilização de informações

gerenciais para tomada de decisão.

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Figura 14 – Analise da Cadeia de Valor

4.5 A Estratégia Competitiva.

A vantagem competitiva pode ser desenvolvida em duas dimensões:

Interna – através do aumento de produtividade;

Externa – através de inovações a partir de novas necessidades,

novos segmentos, novas atividades e novas tecnologias.

A empresa inovadora segundo Porter deve escolher entre duas

estratégias de mercado;

a. Ser líder;

b. Ser acompanhante da inovação.

No caso da Teksid a escolha foi ser líder no seu segmento, buscando a

expansão do mercado, se defendendo das demais concorrentes e protegendo a sua

participação no mercado através também de uma possível expansão. Esta

orientação está contida na “Visão” da organização conforme demonstrado na figura

abaixo.

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Figura 15 – Quadro Visão

O caminho adotado para atingir os objetivos da busca da liderança no

mercado incluem as ações descritas na figura abaixo.

Figura 16 – Estratégia Competitiva

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4.6 O futuro, onde estaremos?

A vantagem competitiva da Teksid reside em trabalhar fortemente nas

ações que possam fundamentar as respostas aos questionamentos abaixo.

Quais serão os clientes que estaremos servindo no futuro?

Montadoras de veículos automotores (motores elétricos e a

hidrogênio), mercado ferroviário, mercado naval, mercado aéreo.

Por meio de quais canais atingiremos os clientes no futuro?

Através de uma abordagem direta no mercado, atuando fortemente

junto ao cliente no processo de prototipação do produto, e

posteriormente disponibilizando produtos com alta tecnologia,

qualidade e alto valor agregado.

Quais serão nossos concorrentes no futuro?

As fundições asiáticas, transporte público em massa.

Qual será a nossa base de vantagem competitiva no futuro?

Fornecer soluções completas de metalurgia que sejam

competitivas, ágeis, inovadoras e surpreendentes e que assegurem

a sustentabilidade 360º.

De onde virão nossos lucros no futuro?

De produtos e serviços sustentáveis.

Que habilidades ou capacidades farão de nossa empresa uma empresa

única no futuro?

Ser uma empresa metalúrgica sem fronteiras, formada por pessoas

criativas e comprometidas, dispostas a superar desafios e atentas

às oportunidades.

4.7 A Vantagem Competitiva.

Dentro da abordagem dos recursos tangíveis e intangíveis que a

organização disponibiliza como base para a sua estratégia a

Teksid se diferencia por possuir um bom processo de gestão

organizacional e maturidade de governança corporativa. Destaco

alguns deles:

Recursos Financeiros - Bom fluxo de caixa e alta capacidade

investimento;

Recursos organizacionais – Forte estrutura organizacional, Sistema

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de Gestão, Controle Interno e Compliance;

Recursos Físicos – Planta moderna, automatizada e localizada no

cinturão industrial de Minas Gerais;

Recursos Tecnológicos – Patente da liga HDI e Gusa líquido;

Recursos Humanos capacitados – Gestão de competências;

Programa de captação de ideias e ações de inovação;

Excelente reputação junto aos stakeholders.

A Teksid apresenta competências essenciais alinhadas com a estratégia

da organização. As principais estão demonstradas na figura abaixo.

Figura 17 – Competências essenciais

4.8 Forças e Fraquezas/Ameaças e Oportunidades segundo a matriz SWOT.

Em relação ao mercado as principais forças e fraquezas identificadas são:

Forças

Participação de mercado;

Controle dos custos (enxutos);

Conceito da organização.

Fraquezas

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Limite da planta quanto a capacidade de produção (saturação do

parque industrial) ;

Perda de profissionais estratégicos devido ao aquecimento do

mercado. A política de R.H é definida na Itália sendo bastante

centralizadora.

Ameaças

Crises financeiras mundiais;

As fundições asiáticas;

Variação do preço do ferro (minério e outros insumos);

Fim dos combustíveis fósseis.

Oportunidades

Entrada no mercado ferroviário, aéreo e naval;

Desenvolvimento de blocos de motores ecológicos (hidrogênio e

elétrico);

Novos serviços (usinagem e pintura das peças)

A orientação de marketing é que os projetos dos clientes (montadoras)

sejam o guia para o desenvolvimento dos novos produtos. Na fase de projeto de

desenvolvimento dos produtos é dada toda atenção às áreas de pesquisa,

planejamento, prototipação e integração das atividades da empresa reforçando

ainda mais a intimidade com o cliente.

A orientação da empresa é no produto com foco no processo de

produção, visando que o produto seja de alta qualidade e alto valor agregado.

A excelência operacional é praticada combinando qualidade e preço. O

canal de venda é feito diretamente ao cliente, e a eficiência nos custos é significativa

garantindo preços competitivos.

O posicionamento no modelo empresarial é de antecipar as necessidades

do mercado, desenvolvendo novos componentes para as ligas dos blocos de

motores.

4.9 Matriz BCG e GE.

O posicionamento dos produtos está identificado na matriz abaixo. A

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sugestão e de desenvolver ações no sentido de promover a movimentação dos

produtos que apresentam uma boa rentabilidade, porém com uma baixa

participação no mercado. Outra orientação no caso do produto C é a de deixar de

produzir este produto buscando novos produtos com maior possibilidade de

crescimento e participação no mercado.

Figura 18 – Matriz BCG

Utilizando a matriz GE temos a seguinte situação conforme análise das

variáveis contidas na tabela 1.

Figura 19 – Matriz GE

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Tabela 1 - Modelo análise matriz GE

4.10 Curva S.

Utilizando a Curva S para uma análise do ciclo de vida dos produtos o

posicionamento se encontra na situação identificada na figura abaixo:

Figura 20 – Curva S

PROD A

PROD B

PROD C

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4.11 Matriz Estratégica.

A matriz estratégica busca identificar oportunidades de saída de posições

de alta concorrência com baixa produtividade, o chamado inferno competitivo para o

oposto. No caso da Teksid a estratégia é o esforço contínuo para melhorar a

diferenciação e reforçar as vantagens de custo através de:

a. Adicionar serviços (ex.: usinagem nas peças)

b. Sinergia entre os produtos (molde/linha de produção)

c. Prototipação na engenharia do produto reduzindo custos na

fase de desenvolvimento do ferramental.

Figura 21 – Matriz Estratégica

Dando sequência a analise visando identificar o amadurecimento das

tecnologias e dos mercados para então, utilizar as ferramentas de marketing temos

na figura abaixo a matriz que cruza a inovação de tecnologia pela inovação de

mercado, gerando os quatro quadrantes em que a Teksid se encontra inserida.

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Figura 22 – Amadurecimento do produto

Conclusão: A tecnologia e mercado são maduros: Inovações mais

incrementais nas tecnologias para atender às necessidades dos clientes atuais.

Foco em diferenciar liga, e serviços agregados ao produto etc.

4.12 Recomendação final.

O foco deve ser dado na inovação dos processos internos que contribui

de forma significativa para a melhora da qualidade e principalmente da redução de

custos. Em um mercado tão competitivo o fator custo é essencial para que a

organização possa brigar pela manutenção dos seus produtos no mercado. A

inovação nos processos pode ajudar também na qualidade garantindo assim a

reputação, e consequentemente o binômio custo/qualidade bem alinhados

contribuem para o aumento de participação no mercado.

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5 GESTÃO DE RECURSOS PARA A INOVAÇÃO

Para uma efetiva gestão da inovação no ambiente empresarial é

necessário que se estabeleçam critérios e métodos para que os recursos

necessários sejam disponibilizados de forma adequada, potencializando o processo

e os resultados. Outro aspecto importante são as interconexões internas e externas,

pois são fatores de sucesso: visão sistêmica, a correta interrelação entre áreas,

processos e sistemas (existentes ou que venham a ser criados), a identificação e o

acesso a mecanismos de incentivo e fontes de recursos, o conhecimento da

legislação, o monitoramento do processo e a aferição de sua efetividade, dentre

outros.

5.1 Apresentação

O presente módulo estabelece as bases para a implementação de um

Sistema de Gestão de Recursos para Inovação – SGRI com foco no monitoramento

de recursos financeiros e não financeiros.

5.1.1 Definições

Para efeito do presente trabalho, aplicam-se as siglas e abreviaturas

apresentadas anteriormente e as seguintes definições principais:

ANÁLISE DE RISCO - Avaliação contínua e sistemática dos riscos do

negócio, que podem advir do desenvolvimento de novos projetos, da entrada de

empresas nos novos mercados, da relação com clientes específicos.

ANGEL INVESTOR - Os angel investors (investidores anjo) são

investidores não institucionais que em geral financiam os empreendedores que

estão entre o estágio de concepção do negócio e a sua implementação, com aportes

de até US$ 1 milhão. Em troca do seu capital e dedicação ao empreendimento, os

angel investors requerem uma participação societária na empresa em que estão

investindo, e podem vir a assumir uma posição no conselho de administração, mas,

na maioria das vezes, seu envolvimento, apesar de ativo, é mais informal. O retorno

sobre o investimento dos angels investors é resultado da valorização da empresa à

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medida em que esta se desenvolve.

ATIVOS TECNOLÓGICOS - Patentes, licenças, máquinas, equipamentos

e instrumentos.

CORE BUSINESS - Identificação do negócio central de uma empresa.

De acordo com grande parte dos gestores e economistas, uma empresa deve

centrar todos os seus esforços na sua atividade principal, delegando a outras

empresas tudo o que seja secundário ("outsourcing").

ESTUDO DE VIABILIDADE - Estimativa dos investimentos necessários à

implantação de projetos e de custos operacionais. Faz-se através de análises

técnico-econômico-financeiras, da definição de localização da empresa e do

estabelecimento do esquema de captação de recursos humanos.

EQUITY - Lucro obtido por investidores em virtude de propriedade de

ações ordinárias e preferenciais de uma empresa.

LOVE MONEY - Capital inicial, geralmente originário de poupança

pessoal ou familiar, que um empreendedor utiliza para iniciar seu negócio sem

contrair encargos financeiros.

PRIVATE EQUITY (PE) - É o termo relacionado ao tipo de capital

empregado nos fundos de PE, que em sua maioria são constituídos em acordos

contratuais privados entre investidores e gestores, não sendo oferecidos

abertamente no mercado e sim através de colocação privada; além disso, empresas

tipicamente receptoras desse tipo de investimento ainda não estão no estágio de

acesso ao mercado público de capitais, ou seja, não são de capital aberto, tendo

composição acionária normalmente em estrutura fechada.

SEED MONEY – Capital semente é aplicado na alavancagem de

empresas, geralmente na fase de grande risco tecnológico, é utilizado para

realização de provas de conceito e desenvolvimento do negócio.

VENTURE CAPITAL – É capital de risco aportado em estágios iniciais de

desenvolvimento de novos empreendimentos, serviços ou produtos. Participação

direta no capital social da empresa por aquisição de ações ou debêntures

conversíveis em ações visando rentabilidade acima das alternativas disponíveis no

mercado financeiro.

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5.1.2 Abordagem

Tradicionalmente, quando se aborda o tema Gestão de Recursos para

Inovação, tem-se em mente somente o processo de recuperação fiscal e sua

prestação de contas. No atual contexto, o Sistema de Gestão de Recursos para

Inovação – SGRI é tratado como resultado de uma estratégia maior – a estratégia

empresarial – e como parte integrante de um sistema de gestão da inovação amplo

e abrangente, fruto da estratégia de inovação. Pretende-se que o SGRI, trate não

apenas das questões afetas a incentivos fiscais, ainda que esse aspecto seja

fundamental e traga resultados tangíveis em curto prazo, principalmente para

empresas lucrativas com regime tributário pelo Lucro Real. A abordagem para

operacionalização do SGRI é baseada no diagrama apresentado na Figura 23, no

qual observa-se a importância do perfeito entrosamento bidirecional dos processos

empresariais com a estratégia do negócio, estabelecida pelo seu planejamento

estratégico e desdobramentos. Fica, então, evidente que o SGRI é parte integrante

da estratégia de inovação, sintetizada pelo sistema de gestão da inovação e

composta pelos demais sistemas aqui abordados.

Figura 23 - Interrelações do SGRI

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O SGRI, propriamente dito, por sua vez pode ser representado através da

Figura 24, de onde se observa a importância do monitoramento e do

acompanhamento dos fatores que influenciam a efetividade dos resultados do

processo de inovação, com relação aos recursos necessários para sua

implementação.

Figura 24 – Esquema básico do SGRI

Nesse contexto, de forma simplificada, o SGRI deve cuidar para que as

necessidades do processo de inovação sejam conhecidas e avaliadas, de forma a

se identificarem os recursos adequados para sua operacionalização, considerando-

se as melhores práticas para obtenção dos resultados esperados e a otimização dos

insumos, buscando, adicionalmente, se apropriar dos incentivos proporcionados pela

legislação vigente. Enfatiza-se a necessidade de uma perfeita coordenação do

SGRI, com todas as áreas e demais processos empresariais, sem o que os

resultados obtidos se situarão aquém daqueles que podem ser alcançados,

mascarando o processo, gerando dúvidas sobre a efetividade do SGRI e do próprio

processo de gestão da inovação e resultando em perdas.

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5.1.3 Dimensões do SGRI

A amplitude, ou seja, a dimensão do SGRI depende do porte da empresa,

de suas disponibilidades de recursos, aí incluídos recursos financeiros e humanos,

regime tributário, grau de maturidade do processo de inovação, estratégia

empresarial, core business, assim como outros aspectos relevantes associados com

as questões intrínsecas da empresa. Ainda que incentivos fiscais [8, 9, 10, 11] sejam

um dos principais focos do SGRI é perfeitamente possível e desejável sua

implementação, ainda que para determinada empresa esses não sejam o principal

ganho ou não se apliquem em sua totalidade. O simples monitoramento e

acompanhamento da legislação e das oportunidades que são oferecidas

permanentemente por órgãos de fomento e de financiamento, além da própria

gestão do conhecimento e da inovação que o SGRI propicia, já são motivadores

suficientes para sua implementação, ainda que de uma forma mais simplificada.

No presente trabalho, o SGRI trata das dimensões principais (Figura 25),

dadas as características específicas da Teksid aqui focalizada, considerando a

interdependência dos relacionamentos, visão sistêmica e as diretrizes,

desdobramentos e demandas dos processos de:

a) estratégia empresarial;

b) gestão de ideias, detalhado no Capítulo 3;

c) gestão de marketing, conforme Capítulo 4, aí incluídas as áreas de

vendas e de relacionamento com clientes

d) gestão de projetos de inovação, descrito no Capítulo 5, aí incluídos

projetos de P&D, internos ou externos;

e) gestão da Inovação, detalhado no Capítulo 6, aí incluída a gestão de

da inovação e de ativos tecnológicos;

f) produção, suporte e logística, aí incluídos os suportes administrativo e

jurídico;

g) gestão de pessoas e do conhecimento;

h) gestão de recursos financeiros para inovação;

Adicionalmente, considera-se todo o espectro do processo de

monitoramento da legislação e dos mecanismos e fontes de fomento, incentivo e

financiamento, assim como elaboração dos processos de mapeamento de

oportunidades, recuperação fiscal, prestação de contas e acompanhamento e

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divulgação de resultados e indicadores.

Figura 25 – Dimensões do SGRI

5.2 Fontes de Recursos

Para a correta operacionalização do processo de gestão de recursos para

inovação é necessário que se identifiquem as fontes de recursos disponíveis. De

maneira genérica, as fontes de recursos se dividem em:

a) recursos financeiros, próprios ou de terceiros;

b) recursos não financeiros, internos e/ou externos.

5.2.1 Recursos Financeiros

Os recursos empresariais podem ser classificados conforme a figura 26 e

27:

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Figura 26 – Fontes de Recursos financeiros empresariais

Caixa - Entradas e saídas , num período;

Capital de giro – Capital para operações de curto prazo;

Acionistas ou donos – Capital “Anjo” ou aportes;

Outros – Parcerias com outras empresas, Fundos Setoriais, Portal

Inovação, SIBRATEC, SEBRAE, SENAI etc. ;

Subvenção econômica - Lei da Inovação e Lei do Bem, Editais da

FINEP (Programa Inova Brasil, Juro Zero etc.);

Financiamentos – BNDES(Capital Inovador, Cartão BNDES,

PROSOFT, PROFARMA, outros);

Capital de risco – O investimento em capital de risco pode ser

realizado tanto por companhias de participações, gestores, através

de fundos de investimentos estruturados para esta finalidade ou,

ainda, por investidores individuais que disponham de capital para

investir nesta atividade. Os investidores geralmente reúnem-se em

fundos, e são chamados de cotistas. Eles compram cotas quando o

fundo começa a funcionar; essas cotas serão resgatadas quando o

investimento feito em um determinado negócio for retirado.

Incentivos fiscais através de ações do governo - O Governo, a fim

de fomentar o desenvolvimento tecnológico do país, tem criado

instrumentos de apoio visando o aumento dos investimentos em

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pesquisa e desenvolvimento (P&D) pelas empresas .Uma das

formas de apoio governamental à inovação tecnológica é a

concessão de incentivos fiscais às empresas que realizam

atividades de P&D de inovação tecnológica. Esta modalidade de

apoio compreende uma série de medidas legais para reduzir o

pagamento de tributos, tais como, IRPJ, CSLL, IPI e IRRF de

empresas que investem em P&D. Conforme descrito no Guia de

Incentivos Fiscais à Inovação Tecnológica elaborado pela Inventa,

os incentivos federais à inovação tecnológica são:

1. Dedução dos dispêndios com Pesquisa tecnológica e

Desenvolvimento de Inovação Tecnológica, classificáveis como

despesas operacionais para efeito de apuração do IRPJ e da

CSLL;

2. Exclusões Adicionais dos Dispêndios:

Exclusão de 60%, para efeito de apuração do IRPJ e da CSLL, da

soma dos dispêndios realizados com Pesquisa tecnológica e

Desenvolvimento de Inovação Tecnológica.

Esta exclusão poderá ser acrescida dos seguintes percentuais:

Em 10% dos dispêndios em razão do acréscimo em até 5%

no número de pesquisadores contratados;

Em 20% dos dispêndios no caso de acréscimo superior a

5% no número de pesquisadores contratados.

Em mais 20% dos dispêndios ou pagamentos vinculados à

pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação

tecnológica objeto de patente concedida ou cultivar

registrado;

3. Redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI)

incidente sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e

instrumentos (nacionais ou importados) destinados à Pesquisa

tecnológica e Desenvolvimento de Inovação Tecnológica;

4. Crédito de 10% do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte

(IRRF), no período de 2009 a 2013, incidente sobre os

pagamentos de royalties, de assistência técnica ou científica e

de serviços especializados previstos em contratos de

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transferência de tecnologia averbados ou registrados junto ao

INPI;

5. Redução à zero da alíquota do IRRF incidente sobre despesas

com registro e manutenção de marcas, patentes e cultivares no

exterior;

6. Depreciação:

Depreciação integral, sem prejuízo da depreciação normal,

dos equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos no

próprio período da aquisição, destinados à Pesquisa

Tecnológica e Desenvolvimento de Inovação Tecnológica

para fins de IRPJ e CSLL;

Exclusão, para fins de apuração do IRPJ, do saldo não

depreciado dos dispêndios relativos à aquisição de

equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos

destinados à Pesquisa tecnológica e Desenvolvimento de

Inovação Tecnológica, no ano em que for concluída a sua

utilização;

7. Amortização:

Dedução, para efeito de apuração do IRPJ, dos dispêndios

relativos à aquisição de bens intangíveis destinados à

Pesquisa Tecnológica e Desenvolvimento de Inovação

Tecnológica, classificáveis no ativo intangível;

Exclusão, para fins de apuração do IRPJ, do saldo não

amortizado dos dispêndios relativos à aquisição de bens

intangíveis destinados à Pesquisa tecnológica e

Desenvolvimento de Inovação Tecnológica, no período em

que for concluída a sua utilização;

Os incentivos de depreciação e amortização tratam-se, na

verdade, apenas de um diferimento (postergação) dos tributos a

pagar, uma vez que a Lei obriga, após a utilização do incentivo,

a adição dos valores do benefício à base do IRPJ e da CSLL

(esta última, quando aplicável).

8. Exclusão, para efeito de apuração do IRPJ e da CSLL, de no mínimo a

metade e no máximo duas vezes e meia o valor dos dispêndios efetuados em

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projetos de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica a ser

executado por Instituição Científica e Tecnológica. Note-se que para utilização deste

incentivo, é necessária uma prévia aprovação de um Comitê para realização do

projeto (incentivo criado pela Lei 11.487/07, através da inserção do artigo 19-A na

Lei 11.196/2005).

Figura 27 – Fontes de Capital

5.2.2 Recursos não Financeiros

Os recursos não financeiros para inovação, à disposição da empresa, são

apresentados na Figura 28:

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Figura 28 – Recursos não financeiros para a inovação

Estes recursos são de grande importância no processo de inovação e os

principais são:

Intelectuais (colaboradores e lideranças) - recursos humanos

próprios da empresa (pessoal) diretamente envolvidos no

desenvolvimento do projeto, e cuja participação seja devidamente

comprovada através de declarações, termos de uso, cessão,

transferência, etc.

Infraestrutura; Recursos materiais (equipamentos, instalações);

Tecnologia (ferramentas, máquinas, processos e habilidades;

Informações (normas, manuais) oriundos também de certificações

ISO;

Clientes e fornecedores( Cadeia de suprimentos);

Internet, bancos de patentes;

Livros, revistas e periódicos;

Intelectuais (colaboradores externos);

Concorrentes;

5.3 Gestão de Recursos Financeiros - Case Teksid

Utilizando de todos os conceitos expostos anteriormente é apresentada

uma análise do cenário de inovação em que a Teksid do Brasil está situada,

visando o melhor entendimento do seu nível de maturidade quanto:

A utilização dos benefícios fiscais;

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Disponibilidade de recursos;

Vocação cientifica;

Nível de disseminação da cultura para a inovação.

No caso da Teksid o foco dado será em produto e processo conforme

figura abaixo:

Figura 29 – O Escopo Teksid

As iniciativas para geração de inovações serão concentradas em novos

produtos ou produtos aprimorados. O outro foco será dado em novos processos ou

processos aprimorados conforme abordagem proposta pela Incentivar Consultoria.

O objetivo é o entendimento dos conceitos e da utilização dos benefícios fiscais na

bem como a importância da interface técnico-fiscal.

5.3.1 Incentivos Fiscais - Lei do Bem

A Lei do Bem será trabalhada na Teksid conforme demonstrado na figura 30, após análise feita pela Incentivar Consultoria.

Decreto nº 5.798 de 07.06.2006 “A concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou

produtividade, resultando maior competitividade no mercado”.

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Figura 30 – A aplicação da Lei do Bem na Teksid

Este processo será feito seguindo as etapas abaixo:

a) A pesquisa básica - Identificando e compreendendo com vistas ao

desenvolvimento de novos produtos, processos ou sistemas, através

de estudos do comportamento de vários tipos de materiais como

plásticos, ações área etc. Será feito também estudos das

propriedades de compostos, ligas, soluções e outros elementos físico-

químicos que podem ter alguma aplicação futura. A pesquisa básica

impacta indiretamente o desenvolvimento de inovação tecnológica,

visando a compreensão de novos fenômenos.

b) A pesquisa aplicada - São trabalhos executados com o objetivo de

adquirir novos conhecimentos, com vistas ao desenvolvimento ou

aprimoramento de produtos, processos e sistemas. Serão feitas

pesquisas sobre a resistência da areia que compõem o macho e

sobre a dureza e tração dos materiais que compõem a liga metálica,

com o objetivo principal de gerar inovação tecnológica.

c) O desenvolvimento experimental - São trabalhos sistemáticos

delineados a partir de conhecimentos pré-existentes, visando a

demonstração da viabilidade técnica ou funcional de novos produtos,

processos, sistemas ou, ainda, um evidente aperfeiçoamento dos já

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produzidos ou estabelecidos tais como:

Projeto do novo ferramental;

Testes dos novos ferramentais;

Projeto e desenvolvimento da linha de processo.

d) Tecnologia Industrial Básica – As atividades de tecnologia industrial

básica envolvem procedimentos acessórios ao processo de inovação

tecnológica. É trabalhada através da aferição e calibração de

máquinas e equipamentos, o projeto e a confecção de instrumentos

de medida específicos, a certificação de conformidade, inclusive os

ensaios correspondentes, a normalização ou a documentação técnica

gerada e o patenteamento do produto ou processo desenvolvido.

Exemplos:

Desenvolvimento de um equipamento para utilização na Eng. de

Teste;

Patente do novo sistema de ignição da máquina;

Documentação realizada pela Garantia da Qualidade referente a

inovação tecnológica.

e) Serviço de apoio técnico – São as atividades de apoio técnico

envolvem procedimentos de manutenção dos “elementos” envolvidos

na inovação tecnológica e a qualificação da mão de obra. Aqueles

que sejam indispensáveis à implantação e à manutenção das

instalações ou dos equipamentos destinados, exclusivamente, à

execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento, bem como à

capacitação dos recursos humanos a eles dedicados. Exemplos:

Treinamentos e serviços exclusivos para a equipe de P&D

(Ex. Curso de CAD, Manutenção, etc.);

Compra de equipamentos exclusivos para o P&D

(Ex. Computadores, instrumentos de teste, AC, etc.

5.3.1.1 Análise dos potenciais.

Desenvolvimento de novos ferramentais para a fábrica e melhorias

dos mesmos, inclusive os testes de validação.

Desenvolvimento de novas ligas metálicas para o produto e

melhorias das mesmas, inclusive os testes de validação.

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58

Estudos de viabilidade técnica e projetos que visam o

melhoramento do processo do sistema produtivo, porém com baixo

teor de inovação tecnológica.

O fluxo do processo apresentado para utilização dos incentivos fiscais está

representado na figura 31.

Figura 31 – A aplicação da Lei do Bem na Teksid

5.4 Gestão de Recursos não Financeiros.

Estes recursos são de grande importância no processo de inovação na

Teksid e são trabalhados através de programas específicos internos como:

Programa Psiu – Captação e Gestão de Ideias;

Programa Inove-se – Workshop sobre o processo de inovação na

empresa, visando a disseminação da cultura das ações e projetos

direcionados para a inovação;

Programa premiação fornecedores estratégicos.

Programa Formare específico para desenvolvimento de jovens

talentos;

Programa Crescer específico para gestão e desenvolvimento de

pessoas;

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Programa Six Sigma;

Programa PCI – Programa de Competividade Integrado que

alavanca projetos com foco em inovação, redução de custos e

melhoria de condições de trabalho e meio ambiente;

Programa Qualidade Total com suas normas procedimentos;

Programa SGP – Sistema de Gestão de Projetos que visa a

utilização de técnicas de gerenciamento de portfólio e de projetos,

adaptadas à cultura da Teksid do Brasil, permitirão melhor

planejamento dos projetos, buscando retorno do investimento,

entrega no prazo, dentro do orçamento e performance pré–

definidas.

Parcerias com os clientes no processo de prototipação e co-design.

5.5 Gestão de Pessoas.

A Teksid aborda o processo de Gestão de Pessoas ligado ao processo de

inovação através da abordagem que “Inovar é preciso!”. Dentro deste conceito são

desenvolvidos projetos, workshop etc., visando a proposição ações inovadoras com

o intuito de desenvolvimento de ideias para ações e projetos dentro dos quatro

seguintes pilares:

1) Comunicação e Clima - Este pilar envolve as atividades que interferem

diretamente no dia-a-dia do colaborador. Consiste na transmissão de

informações, na valorização e integração entre empresa – família –

empregado. Clima organizacional é a maneira, positiva ou negativa,

como os colaboradores, influenciados por fatores internos ou externos

à organização, percebem e reagem, num determinado momento, ao

conjunto de variáveis e fatores como as políticas, os procedimentos,

usos e costumes existentes e praticados pela organização. A

comunicação, assim como condição de trabalho, liderança, aspectos

pessoais, motivação e mudança, é uma das variáveis que afetam o

clima. Todas essas variáveis interferem diretamente no dia-a-dia do

colaborador e a comunicação é fundamental na transmissão das

informações e na elaboração de estratégias que valorizam o

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empregado e sua família.

2) Organização e Processos - Este segundo pilar diz respeito às

diretrizes e premissas que norteiam as atividades na empresa. É a

estrutura que dá base para as ações fluírem de forma planejada, com

velocidade e segurança. Neste pilar devem estar os projetos que

sustentam a responsabilidade, de RH, em organizar a empresa e criar

processos que garantam que ela funcione alinhada com a legislação,

com as premissas estratégicas, com os valores e a visão definida. Em

termos práticos estamos falando de normas e procedimentos diversos,

de politicas, e da estrutura organizacional das diversas áreas. Além

disso, nesta área estão também as atividades referentes à

remuneração dos colaboradores, sendo considerada como

remuneração as estratégias para recompensas tanto as diretas

quanto as indiretas. Isso quer dizer que estamos falando de salários

sim, mas principalmente de valores indiretos, como benefícios e

valores intangíveis.

3) Desenvolvimento de Pessoas- O terceiro pilar aborda o compromisso

de oferecer aos colaboradores acesso a conhecimento, possibilitando

o desenvolvimento – seja ele profissional ou pessoal, provocando

mudanças de pensamento e atitudes. Desenvolve as pessoas para

que estas sustentem a estratégia da organização, pensando no hoje e

construindo o futuro, promovendo a sustentabilidade do negócio. A

partir daí é possível explorar o potencial e a capacidade produtiva das

pessoas, possibilitando que elas desenvolvam suas habilidades e

talentos, dentro e fora da organização. Investir no desenvolvimento

das pessoas que fazem parte de uma empresa é, também, investir na

própria qualidade dos produtos oferecidos pela corporação.

4) Papel da equipe de RH - O último pilar não menos importante ressalta

a importância do RH enquanto agente de mudanças, como uma influência positiva,

um exemplo. A área de Recursos Humanos tem como papel fundamental

representar os propósitos da empresa. Daqui espera-se que saiam projetos / ações

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para que a própria área de RH tenha condições de cumprir esse papel. Mas afinal,

que papel é este? Primeiramente devemos pensar na importância do profissional

desta área enquanto agente de mudanças, referencial, um modelo a ser seguido.

Esta área é responsável por representar os propósitos da empresa. Por sua posição

estratégica na organização, o RH deve trabalhar sempre focado na melhoria

contínua da empresa, levando em consideração os demais pilares sobre os quais já

falamos anteriormente. Ele deve ter foco no “amanhã” e propor ações e projetos que

permitam que a empresa alcance os resultados esperados.

5.6 Estratégias e Processos

As estratégias e os processos estão conectados e gerenciados por um

processo de gestão e governança da inovação conforme demonstrado na figura 32 e

33.

Figura 32 – Visão sistema SGRI

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Figura 33 – Gestão Integrada SGRI

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6 GESTÃO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO

Esse item deverá conter a parte relacionada com o Módulo V – Gestão

de Projetos de Inovação, estabelecendo-se as bases de um processo de Gestão

de Projetos para Inovação, ou outro relacionado com a temática abordada nesse

Módulo.

Alternativamente, pode-se apresentar estudo de caso da própria empresa

ou outra escolhida pelo aluno, sendo, nesse caso, obrigatória a realização de

sugestões para otimização do processo existente.

6.1 Objetivo

Este estudo tem como objetivos utilizando os conhecimentos,

documentos, templates, estrutura e a metodologia já implantada na empresa pela

equipe industrial de gerenciamento de projetos da organização, desenvolver

iniciativas de projetos de inovação com foco em processos na Teksid do Brasil. Esta

equipe desenvolveu um guia corporativo no sentido de apoiar as equipes de

projetos das diversas áreas e Unidades Operativas da organização, nos processos

de avaliação, seleção e priorização de projetos e facilitar a implantação dos projetos,

durante as fases de iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e

encerramento. Este modelo se baseia nas melhores práticas recomendadas pelo

Project Management Institute – PMI, em seu Guia do Conhecimento em

Gerenciamento de Projetos, Guia PMBOK®, referência mundial em gestão de

projetos. Utiliza técnicas simples de gerenciamento de portfólio de projetos e de

gerenciamento de projetos, adaptadas à cultura da empresa, que irão garantir a

implementação eficaz das ações estratégicas da Teksid do Brasil.

Todos os aspectos do gerenciamento de projetos estão aqui

contemplados: Integração, Escopo, Tempo, Custo, Qualidade, Recursos Humanos,

Comunicações, Riscos e Aquisições.

Vale lembrar a flexibilidade do modelo, que permite a aplicação das

técnicas e procedimentos na profundidade do projeto a ser implementado,

permitindo o gerenciamento de projetos de maior ou menor complexidade.

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6.2 Conceituação geral da Gestão de Projetos

6.2.1 Projeto, Gestão de Projeto e Gestão de Portfólio

Um projeto é um conjunto de atividades e tarefas que precisam ser

concluídas para se alcançar um determinado objetivo, possui datas de início e de

término pré-definidas, possuem recursos limitados (especialmente humanos e

financeiros) e precisam destes recursos para sua realização. A quarta edição do

Guia PMBOK®, define projeto como “um esforço temporário empreendido para criar

um produto, serviço ou resultado exclusivo”. Temporário significando que tem um

início e um fim, ou seja, com duração pré-fixada, delimitada. Produto, serviço, ou

resultados exclusivos significando que, mesmo tendo elementos repetitivos ou

mesmo similares a projetos anteriores, não muda sua condição exclusiva por

qualquer razão. Importante entender que a elaboração do projeto é feita

progressivamente, por etapas, numa firme continuidade por incrementos e

principalmente elaborada por trabalhadores cuidadosos e detalhistas e

completamente desenvolvidos.

Projeto é um meio de se alcançar as metas e objetivos globais definidos

no plano estratégico da organização e que não seriam alcançados se tivessem uma

abordagem tradicional, dentro dos limites das operações rotineiras da organização.

Gerenciar um projeto é a aplicação de técnicas especiais de

gerenciamento, com o objetivo de obter melhor controle e uso dos recursos

existentes, buscando entregar o projeto dentro das condições desejadas do escopo,

tempo, custo e qualidade, atendendo às necessidades e expectativas de cada

interessado e às especificações do Projeto.

Gestão de Projetos é aplicação de técnicas de gerenciamento de projetos

às operações rotineiras de uma organização, numa abordagem organizacional

focada na realização de atividades específicas, que tenham prazos e outras

restrições comuns ao que denominamos de projetos. Para ser eficiente, é

necessário implementar uma cultura de trabalho que considere todas aquelas

atividades que não sejam continuadas e que sejam encaradas e gerenciadas como

um projeto.

Portfólio de projetos é uma coleção de componentes (ex.: projetos,

programas, e outros trabalhos relacionados) que são agrupados para facilitar o

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efetivo gerenciamento daquelas ações, de forma a alcançar os objetivos estratégicos

do negócio. O Portfólio de Projetos normalmente é caracterizado por um número de

projetos superior à real capacidade de realização das organizações, considerando-

se as restrições dos recursos envolvidos.

A gestão de portfólio é um gerenciamento centralizado de um ou mais

portfólios, que inclui a identificação dos projetos, avaliação, seleção, priorização,

autorização e controle de projetos, programas e outros trabalhos relacionados,

visando alcançar os objetivos estratégicos da organização. A gestão de portfólio irá

garantir a distribuição de recursos somente para aqueles componentes que estão

alinhados com a estratégia organizacional.

6.2.2 Benefícios da Gestão de Projetos

A Gestão de Projetos garante a implementação das ações estratégicas da

organização, trazendo além deste benefício: Redução do prazo de início de

operação de novo sistema ou empreendimento (o custo do sistema sem produzir

normalmente é muito maior que o custo de gerência de projetos);

Eficiência na execução das tarefas de gerência de projetos devido

à especialização na aplicação das melhores técnicas de gestão;

Conclusão do projeto dentro do orçamento autorizado, com

redução do retrabalho e da renegociação posterior em serviços

contratados;

Possibilidade de menor interferência com a rotina operacional da

organização;

Antecipa a identificação de problemas, portanto antecipa a ação

preventiva ou corretiva necessária;

Habilidade para conduzir e integrar atividades multidisciplinares e

multifuncionais;

Resultados do negócio: retorno do investimento, entrega no prazo,

dentro do orçamento e desempenho pré-definidos;

Menor stress dos envolvidos e interessados no resultado do

projeto, devido principalmente à redução das incertezas que

envolvem um projeto.

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66

6.2.3 Sucesso e falhas na Gestão de Projetos

Para caracterizar um projeto de sucesso, podemos dizer que ele:

Foi concluído dentro do tempo previsto;

Foi concluído dentro do orçamento previsto;

Apresentou eficiência na utilização dos recursos disponibilizados

(materiais, equipamentos e pessoas);

Atingiu a qualidade e o desempenho desejados;

Concluído com um mínimo de alterações em seu escopo;

Houve mínima interferência com o processo produtivo da

organização;

Não se chocou com a cultura da empresa.

Resumindo, um projeto é de sucesso quando ele é realizado conforme o

planejado!

Porém, como declara a Lei de Murphy: se alguma coisa pode dar errado,

certamente dará. Em projetos não é diferente. Porém, se passamos a ter o hábito de

planejar, utilizando-se das melhores técnicas que foram aplicadas aos projetos ao

longo dos anos e que hoje têm aceitação geral, reduzimos em muito as

possibilidades de falhas nos projetos. Podemos citar algumas causas de falhas que

normalmente ocorrem quando não se aplicam técnicas de gestão de projetos:

Baixo comprometimento das pessoas envolvidas no projeto;

Metas e objetivos mal estabelecidos, fora de conformidade com as

necessidades e desejos do cliente;

Erros em estimativas de tempo e de custo;

Falta de clareza nos requisitos de qualidade;

Baixa integração entre as áreas envolvidas;

Sistema de controle inadequado;

Vários responsáveis por uma mesma tarefa ou pacote de trabalho;

Comunicação falha;

Riscos não previstos.

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67

6.3 Áreas de Conhecimento e os Processos de Gestão de Projetos

O gerenciamento de projetos, conforme declara o Guia PMBOK®, aborda

nove áreas de conhecimento, que com seus processos de gerenciamento de

projetos irão descrever, organizar e completar todo o trabalho do projeto. São elas:

Figura 34 – Áreas de Conhecimento de Gerenciamento de Projetos

Gerenciamento da Integração do Projeto: inclui os processos e as

atividades necessárias para identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os

diversos processos e atividades de gerenciamento de projetos dentro dos grupos de

processos de gerenciamento de projetos.

Gerenciamento do Escopo do Projeto: inclui os processos necessários

para garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e somente ele, para

terminar o projeto com sucesso.

Gerenciamento do Tempo do Projeto: inclui os processos necessários

para realizar o término do projeto no prazo.

Gerenciamento de Custos do Projeto: inclui os processos envolvidos em

planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que seja

possível terminar o projeto dentro do orçamento aprovado.

Gerenciamento da Qualidade do Projeto: inclui os processos e as

atividades da organização executora que determinam as responsabilidades, os

objetivos e as políticas de qualidade, de modo que o projeto atenda às necessidades

que motivaram sua realização.

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68

Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto: inclui os processos

que organizam e gerenciam a equipe do projeto.

Gerenciamento das Comunicações do Projeto: inclui os processos

necessários para garantir a geração, coleta, distribuição, armazenamento,

recuperação e destinação final das informações sobre o projeto, de forma oportuna e

adequada.

Gerenciamento de Riscos do Projeto: inclui os processos que tratam da

realização de identificação, análise, respostas, monitoramento e controle, e

planejamento do gerenciamento de riscos em um projeto.

Gerenciamento de Aquisições do Projeto: inclui os processos para

comprar ou adquirir os produtos, serviços ou resultados necessários de fora da

equipe do projeto para realizar o trabalho.

Os processos de gerenciamento de projetos definem o trabalho a ser

realizado, em que prazo e custo deverá ser realizado, com qual qualidade, quem

realizará as atividades do projeto, como se dará a comunicação, quais os riscos

inerentes ao projeto, o que será contratado externamente e como, o gerenciamento

integrado de todos os elementos do projeto.

Os processos de gerenciamento de projetos podem ser agrupados em 5

grupos, cada um deles contendo um ou mais processos. O grupo de processos de

iniciação define e autoriza o projeto ou uma fase do projeto; o grupo de processos

de planejamento define e refina os objetivos e planeja a ação necessária para

alcançar os objetivos e o escopo para os quais o projeto foi realizado; o grupo de

processos de execução integra pessoas e outros recursos para realizar o plano de

gerenciamento do projeto para o projeto; o grupo de processos de monitoramento e

controle mede e monitora regularmente o progresso para identificar variações em

relação ao plano de gerenciamento do projeto, de forma que possam ser tomadas

ações corretivas quando necessário para atender aos objetivos do projeto; o grupo

de processos de encerramento formaliza a aceitação do produto, serviço ou

resultado e conduz o projeto ou uma fase do projeto a um final ordenado.

A Figura 35 a seguir ilustra os 5 grupos de processos.

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69

Figura 35 – Grupo de Processos de Gerenciamento de Projetos

6.4 Plano de Gerenciamento de Projeto na Teksid

O plano de gerenciamento do projeto será o guia de orientação à equipe

do projeto durante a execução do projeto. Inclui todas as ações necessárias para

definir, coordenar e integrar todos os planos auxiliares em um documento único.

Farão parte deste plano os seguintes documentos:

Termo de Abertura do Projeto

Diretório de Envolvidos e Interessados

Declaração do Escopo do Projeto

Estrutura Analítica do Projeto

Organograma do Projeto

Matriz de Responsabilidades

Lista de Atividades e Cronograma do Projeto

Custo planejado

Plano Geral da Qualidade

Plano Geral de Comunicações

Plano de Resposta aos Riscos

Plano Geral de Aquisições

Planilhas de controle do prazo e do custo

Procedimento de Controle de Mudanças

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70

6.5 Ciclo de Vida dos Projetos na Teksid do Brasil

Os projetos da Teksid do Brasil, numa visão geral possuem ciclos de vida

bem definidos. Como exemplo, temos os projetos Seis Sigma, que seguem o ciclo

de vida preconizado pela metodologia Seis Sigma, ou seja, o ciclo DMAIC,

apresentado na Figura 36 - Ciclo de vida de um projeto Seis Sigma.

Outros projetos oriundos da parte de Engenharia de Ferramentais,

Implantações ou mesmo de mapeamento de processos terão ciclos adequados a

sua realidade.

Figura 36 – Ciclo de Vida de um projeto Six Sigma

6.6 Gestão de Portfólio de Projetos na Teksid

6.6.1 Iniciação de um Projeto [Integração]

A Teksid do Brasil possui, já implementada, uma metodologia de

planejamento estratégico. O plano estratégico da Teksid do Brasil possui identidade

organizacional bem definida e declarada: Propósito, Visão e Valores. Numa análise

do ambiente externo, com suas oportunidades e ameaças, bem como a análise do

ambiente interno, com seus pontos fortes e fracos, define os objetivos e estratégias,

determinando as prioridades para cada área de atuação. A partir dessas prioridades,

são dimensionadas as ações das áreas, ficando seus responsáveis pelos

desdobramentos dos planos de ação.

Os projetos estratégicos juntamente com as diversas demandas

operacionais irão compor o portfólio de projetos da Teksid do Brasil conforme

demonstrado na Figura 37.

DEFINI

R

M

EDIR

ANALIS

MELHO

RAR

CONTR

OLAR

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71

Figura 37 – Gestão de Portfólio de Projetos na Teksid

Conforme declara o The Standard for Portfólio Management:

1. O planejamento estratégico com suas prioridades estratégicas provê a

direção para determinar os recursos financeiros e humanos que deverão ser

alocados para implementação do portfólio.

2. O planejamento estratégico é traduzido em um conjunto de

componentes (projetos), incluindo suas necessidades de recursos.

3. Cada projeto terá definido sua contribuição para o planejamento

estratégico, e serão gerenciados de acordo com as melhores práticas do Guia

PMBOK® e outros princípios se apropriado. As estratégias definidas no Plano

Estratégico, juntamente com a demanda por realizações de melhorias operacionais,

demandadas pelas áreas, Unidades Operativas e Produção, irão compor o chamado

“Portfólio de Projetos”.

Para uma gestão de portfólio de sucesso, a equipe de gerenciamento

deve:

Entender o planejamento estratégico da organização.

Estabelecer os fatores determinantes para o gerenciamento

de portfólio baseado no plano estratégico.

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72

Considerar todos os projetos da organização.

Considerar a influência das partes interessadas.

Seguir os processos de gestão de portfólio identificados e acordados

entre as partes.

6.6.2 Avaliação e Seleção de Projetos

O processo de avaliação, seleção e priorização dos projetos da Teksid do

Brasil é uma atribuição da Diretoria Industrial em conjunto com os Responsáveis

pelas áreas e Unidades Operativas, que tem por finalidade elaborar estratégias,

políticas, diretrizes, definir processos de trabalho e seus indicadores e alocar

recursos, visando à sustentação da gestão estratégica da Teksid do Brasil.

Um membro de cada área é designado para a função de compilar todos

os projetos daquela área, apresentando à Diretoria Industrial a avaliação, seleção e

priorização, numa periodicidade de 6 meses. Nesta ocasião, a Diretoria Industrial

deverá, antes da análise dos novos projetos, avaliar a implementação dos projetos

aprovados na reunião anterior conforme demonstrado nas Figuras 38 e 39.

Figura 38 – Planilha de Avaliação e Seleção de Projetos Teksid

No

me d

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roje

to

Pro

jeto

1

Pro

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2

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3

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4

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12

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13

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14

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15

Pro

jeto

16

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

1.0 Critérios relacionados diretamente ao Propósito, Visão e Valores:

1.1 O projeto aumenta a atuação externa da Teksid do Brasil

1.2 O projeto aumenta a criatividade e comprometimento dos funcionários

1.3 O projeto agiliza os processos de atendimento aos clientes

1.4 O projeto aumenta o padrão tecnológico dos produtos

1.5 O projeto amplia a linha de produtos metalúrgicos

1.6 O projeto é inovador

1.7 O projeto aumenta a sustentabilidade do negócio

1.8 O projeto aumenta a participação da Teksid no mercado brasileiro

1.9 O projeto aumenta o valor agregado dos produtos

1.10 O projeto melhora a imagem da Teksid do Brasil perante os clientes

1.11 O projeto otimiza a eficiência operacional

1.12 O projeto melhora a qualidade no atendimento ao cliente

2.0 Critérios gerais

2.1 O projeto valoriza e profissionaliza os funcionários

2.2 O projeto melhora o processo de gestão da informação

2.3 O projeto melhora a aplicação dos recursos administrativos

2.4 O projeto melhora a aplicação dos recursos financeiros

2.5 O projeto melhora a aplicação dos recursos tecnológicos

2.6 O projeto fortalece o processo de elaboração e execução do Plano Quinquenal

2.7 O projeto define e implanta práticas de segurança

2.8 O projeto melhora o relacionamento com os clientes

2.9 O projeto melhora a satisfação dos clientes

2.10 O projeto soluciona reclamações

2.11 O projeto tem boa aceitabilidade na sociedade

2.12 O projeto melhora as condições de trabalho

2.13 O projeto melhora a satisfação pessoal dos funcionários da Teksid

2.14 O projeto depende de poucas Unidades Operativas

2.15 O projeto necessita de poucos recursos

2.16 Os recursos necessários estão disponíveis para o projeto

2.17 Os recursos disponíveis possuem a competência para as necessidades do projeto

2.18 O projeto é de baixo custo

2.19 O projeto é de fácil implementação

2.20 O projeto é realizado em curto espaço de tempo

2.21 Os riscos do projeto são de baixa probabilidade e baixo impacto

2.22 O projeto tem grande probabilidade de sucesso

2.23 O projeto não depende de tecnologia da informação

2.24 Se não for realizado, terá um impacto extremamente negativo na Teksid do Brasil

Total geral 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROJETOS PesoBaixo = 0; Médio = 5; Alto = 10

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73

Figura 39 – Gráfico de Avaliação e Seleção de Projetos

6.6.3 Controle do Portfólio de Projetos

O controle do portfólio de projetos é de responsabilidade dos

responsáveis pelas Áreas da Teksid do Brasil. Deverá ser designado um membro da

equipe de cada área que utilizará o sistema de gestão de projetos, para a função de

compilar todos os projetos da Área/Unidade Operativa, em planilha de controle

específica (Figura 40 – Controle de Portfólio de Projetos) . Nesta planilha são

controlados itens como:

Portfólio de projetos concorrentes;

Relação de projetos concluídos;

Controle de pendências;

Controle do portfólio de projetos;

Matriz de participações da equipe nos projetos;

Equipe de desenvolvimento de projetos;

Cronograma de férias da equipe de projetos;

Calendário ano das reuniões do Comitê de Gestão do Portfólio.

No

me

do

Pro

jeto

Proj

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1

Proj

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12

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13

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14

Proj

eto

15

Proj

eto

16

Nota 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DOS PROJETOS

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

Projeto1

Projeto2

Projeto3

Projeto4

Projeto5

Projeto6

Projeto7

Projeto8

Projeto9

Projeto10

Projeto11

Projeto12

Projeto13

Projeto14

Projeto15

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74

Figura 40 – Controle do Portfólio de Projetos

6.7 Seleção do Líder do Projeto

Com os projetos selecionados para implementação, os Responsáveis

pelas Áreas deverão indicar um líder para cada projeto. O Líder do Projeto deve ter

o conhecimento e habilidades necessárias ao gerenciamento de projetos e aplicar as

técnicas de planejamento e gestão pertinentes ao projeto que estará conduzindo,

contempladas neste manual.

O Líder do Projeto é o responsável pela coordenação e integração das

atividades do projeto, através das diversas áreas que estarão envolvidas no projeto.

Portanto a seleção deve considerar também habilidades de comunicação e

interpessoais dos candidatos a Líder de Projeto.

É importante destacar que, ao assumir a liderança (1 Liderança envolve a concentração dos

esforços de um grupo de pessoas em direção a um objetivo comum, habilitando-as a trabalhar como uma equipe; é a capacidade de executar através dos outros. ) de

um projeto, o indicado está assumindo uma nova função: a de Líder de Projeto. Esta

nova função, de caráter temporário, exige seu comprometimento para com o projeto,

exercendo a liderança necessária para alcançar os objetivos do projeto.

Outras características complementam o perfil de um líder de projetos:

Formação e desenvolvimento de equipes;

Motivação;

Comunicação eficaz;

Atualizado

em:

Início Término Início Término Orçado Realizado Comprom.

l l

l l

l l

l l

l l

l l

l l

l l

l l

l l

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l l

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l l

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l l

l l

l l

l l

04/03/11

IDCusto (em mil R$)

ProjetoPlanejado p/ a Fase

FaseRealizado p/ a Fase

CONTROLE DO PORTFÓLIO DE PROJETOS

StatusPr. Responsável

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75

Entendimento de conflitos e as formas de lidar com eles;

Solução de problemas;

Negociação e influência;

Organização pessoal e do trabalho;

Gerenciamento do tempo individual;

Competência na elaboração de orçamentos;

Visão de tarefas na linha do tempo e montagem de

cronogramas.

6.8 Termo de Abertura do Projeto

Após a aprovação dos projetos e sua designação, o líder do projeto,

desenvolve o Termo de Abertura do Projeto” (Anexo 1 deste manual), que contem as

informações abaixo relacionadas:

• Assunto

Numa visão executiva, descrever sucintamente o projeto. Falar

sobre os motivos e a importância do projeto para a Teksid do Brasil.

• Objetivos do projeto

Descrever o que o projeto espera alcançar, o produto final do

projeto e como ele atenderá as necessidades do cliente ou usuário final.

Informar a data final do projeto.

• Liderança do projeto e nível de autoridade atribuída

Descrever quem será o líder do projeto, a quem se reportará, qual

a autoridade atribuída.

• Organizações funcionais e sua participação

Relacionar os participantes chaves, suas funções e

responsabilidades e as principais interfaces com outros envolvidos ou

interessados no projeto. Identificar claramente as dependências com outras

Áreas da Teksid do Brasil. Após a aprovação pela Responsável pela Área, o

Termo de Abertura do Projeto é encaminhado ao Diretor Industrial, para

autorizar a implementação do projeto, quando aplicável.

A partir deste momento, o Líder do Projeto assume completa

responsabilidade por todas as atividades relacionadas ao projeto.

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76

6.9 Gestão de Projetos – Estruturação do Projeto (escopo)

6.9.1 Montagem da Equipe Inicial

Após a aprovação do projeto pela Diretoria Industrial e a distribuição do

Termo de Abertura do Projeto, o Líder do Projeto convoca uma equipe inicial, que o

apoiará nas atividades de gerenciamento do projeto, como planejamento, controle e

encerramento. A formação deste time de gerenciamento acrescenta especialização

ao processo de planejamento e fortalece o comprometimento para com o projeto.

Para facilitar o contato com a equipe, estruturar um diretório com o nome,

função no projeto e dados de contato, como telefone, celular e e-mail, de cada

membro da equipe do projeto, utilizando formulário próprio.

6.9.2 Identificação dos Envolvidos e Partes Interessadas no

Projeto

Após a formação da equipe, o Líder do Projeto conduz uma reunião de

abertura do projeto (reunião de kick off), apresenta o Termo de Abertura com os

objetivos do projeto, justificando a importância para a organização, além das outras

informações iniciais sobre o projeto.

Nesta primeira reunião, deve ser reservado um tempo para a identificação

dos envolvidos e interessados no projeto (stakeholders), utilizando o formulário

Diretório de Envolvidos e Interessados no Projeto - Figura 41.

Figura 41 – Diretório de envolvidos e interessados no projeto

6.9.3 Declaração do Escopo do Projeto

O Líder do Projeto agendará uma reunião de apresentação do projeto aos

Versão Nº:

Elaborado em / /

Página __ de __

Projeto: Aprovação em: / /

Código: Responsável pela Área

Nome Função no projeto Área E-mail Fone Celular Obs.

DIRETÓRIO DE ENVOLVIDOS E INTERESSADOS NO PROJETO

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77

principais envolvidos e interessados no projeto, pondo em discussão todos os

detalhes importantes, numa oportunidade para que exponham suas necessidades e

expectativas em relação ao projeto, buscando um entendimento comum sobre os

objetivos do projeto e suas alternativas.

Ao final da reunião com as Partes Interessadas, é emitido um documento

de registro deste entendimento, denominado Declaração do Escopo do Projeto, que

descreve em detalhes as entregas do projeto e o trabalho necessário para criar

essas entregas.

É um documento elaborado e discutido intensamente, de forma a

consolidar o entendimento sobre o projeto, reduzindo assim, as possibilidades de

mudanças por falta de envolvimento dos principais interessados. É onde as

necessidades e expectativas das partes interessadas são convertidas em requisitos

do projeto. Toda e qualquer informação sobre o projeto, que seja de importância e

trata do entendimento dele, deverá ser registrado:

Assunto

Objetivos do projeto

Descrição do escopo do produto do projeto

Limites do projeto

Principais etapas do projeto e suas entregas

Fatores críticos de qualidade e critérios de aceitação do

produto do projeto

Organizações funcionais e sua participação

Data dos eventos principais

Estimativa inicial de custo

Principais premissas

Principais restrições impostas

Principais riscos identificados

Especificações complementares

Assinaturas.

6.9.4 EAP - Estrutura Analítica do Projeto

As entregas identificadas na declaração do escopo do projeto são

decompostas em pacotes de trabalho e estes então são organizados em uma

estrutura hierárquica, facilitando a visualização e o entendimento do escopo total do

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projeto. A Estrutura Analítica do Projeto – EAP é uma decomposição do escopo do

projeto. Ela provê uma oportunidade para que todas as funções chaves do projeto

sejam vistas do mesmo modo e numa linguagem comum para todos os envolvidos e

interessados.

A EAP deverá ser desenvolvida com o software WBS Chart Pro, caso

esteja disponível.

Um adequado detalhamento da EAP é um aspecto crítico para o sucesso

do projeto, pois a partir dela será desenvolvido o cronograma, estimado o custo,

elaborado o plano de qualidade, identificadas as funções e responsabilidades e

necessidades de comunicação, analisados os riscos e elaborado o plano de

aquisições.

O trabalho que não estiver relacionado na EAP, não fará parte do escopo

do projeto e deverá ser declarado de forma a não criar expectativas nos envolvidos e

interessados no projeto e que não serão atendidas.

6.9.5 Montagem do Cronograma (tempo)

6.9.5.1 Identificação das Atividades

Envolve identificar e documentar as atividades específicas que devem ser

realizadas com a finalidade de produzir os diversos pacotes de trabalho identificados

na EAP. A técnica a ser utilizada é a de decomposição, que significa subdividir os

pacotes de trabalho da EAP em atividades necessárias a suas realizações. Inclui

todas as atividades que serão realizadas no projeto.

Devem ser consultados especialistas que tenham formação,

conhecimentos, habilidades, que irão opinar, de acordo com a área de aplicação,

disciplina ou conhecimento da atividade que estará sendo realizada.

A lista de atividades é organizada como uma extensão da EAP, para

assegurar que esta está completa e que não inclui qualquer atividade que não seja

requerida como parte do escopo do projeto.

6.9.5.2 Sequenciamento das Atividades

Consiste na identificação e documentação dos relacionamentos lógicos

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79

entre as atividades do cronograma. As atividades podem ser sequenciadas

logicamente usando as relações de precedência adequadas, além de antecipações

e atrasos, para dar suporte ao desenvolvimento posterior de um cronograma do

projeto realista e alcançável.

Os tipos de dependências entre as atividades são:

• Dependências mandatórias: são inerentes ao trabalho que está sendo

feito;

• Dependências arbitradas: são definidas pela equipe de gerência do

projeto, baseadas nas melhores práticas ou em algum aspecto particular do projeto,

onde uma sequência específica é desejada;

• Dependências externas: são aquelas que envolvem relacionamento

entre atividades do projeto e atividades fora do projeto.

A utilização de um software de gerenciamento de projetos facilita em

muito este trabalho, porém em projetos com poucas atividades definidas, podem-se

usar técnicas manuais para elaboração do sequenciamento.

6.9.5.3 Estimativa de Recursos Necessários

Processo de identificação dos recursos necessários para a realização das

atividades do projeto, a descrição dos tipos e as quantidades. Todos os detalhes

envolvidos na estimativa realizada, como fonte de dados, premissas de

disponibilidade, calendário, etc., devem ser documentadas para consulta posterior.

Significa determinar quais recursos físicos (pessoas, equipamentos e

materiais) são necessários, que quantidades de cada um e quando serão

necessários no projeto. Deve ser conduzido de forma bem coordenada com a

estimativa dos custos.

Deverão ser consultados especialistas, qualquer pessoa ou grupo com

conhecimento familiarizado com a atividade, para a definição dos recursos

necessários.

6.9.5.4 Estimativa de Duração das Atividades

A estimativa de duração consiste no número provável de períodos de

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80

trabalho que serão necessários para terminar uma atividade do cronograma. As

estimativas se originam tipicamente de pessoa ou grupo, para quem a natureza da

atividade específica é mais familiar. O ideal é que quem realizará a tarefa indique a

duração estimada. Com isto conseguimos uma estimativa mais precisa e também o

mais importante, o comprometimento da pessoa que executará a tarefa.

Para estimar as durações são levados em consideração:

• Escopo de trabalho da atividade;

• Tipos de recursos necessários;

• Estimativas das quantidades de recursos;

• Recursos disponíveis;

• Produtividade dos recursos;

• Calendários de recursos com as disponibilidades.

Quanto mais precisas e detalhadas forem as informações sobre as

atividades do projeto, a estimativa de tempo será mais realista. A opinião de

especialistas, associada às informações históricas, se torna uma ferramenta

indispensável para uma estimativa de tempo realista.

Existem algumas técnicas para estimativa de duração que poderão ser

aplicadas, conforme o projeto, tempo dedicado às estimativas e precisão desejada:

Estimativa por analogia: uso da duração real de uma atividade semelhante, realizada

anteriormente. É extremamente confiável, quando as atividades anteriores são

verdadeiramente semelhantes e os recursos disponibilizados são também

semelhantes em suas características, especialmente em produtividade.

Estimativa paramétrica: determinada quantitativamente multiplicando a

quantidade de trabalho a ser realizado pelo valor da produtividade.

Estimativas de três pontos: se baseiam na determinação de três tipos de

estimativas e no cálculo da média destas estimativas, como mais provável, maior

probabilidade de ocorrência (recursos disponibilizados, produtividade, dependências

com outros executores, interrupções), otimista, melhor situação possível (maior

produtividade, maior número de recursos) e pessimista, pior situação possível (pior

produtividade, menor número de recursos).

Alguns planejadores têm adicionado uma reserva de tempo (tempo

adicional à estimativa inicial), como reserva para contingências, que pode ser um

percentual da estimativa de duração, um número fixo de períodos de trabalho ou

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81

outra forma de cálculo. À medida que o projeto é executado e as informações se

tornam mais precisas, esta reserva de tempo pode ser reduzida ou mesmo

eliminada. Devem ser documentadas e integradas ao controle geral do projeto. Mas,

necessita de um trabalho criterioso, pois adicionar reservas de tempo de forma

indiscriminada poderá inviabilizar o projeto.

Para estimar a duração das atividades do projeto, utilizar o modelo Lista

de Atividades Figura 42. Neste momento a atenção deverá ser em estimar

corretamente as durações de todas as atividades.

Figura 42 – Lista de Atividades

6.9.5.5 Montagem do Cronograma

A montagem do cronograma do projeto consiste em determinar as datas

do calendário de início e término, para cada atividade, considerando o

sequenciamento definido, a disponibilidade dos recursos e as durações estimadas.

Pode ser preliminar ou definitivo, dependendo da completa aplicação de técnicas e

ferramentas de planejamento de escopo, tempo, custo, qualidade, recursos

humanos, comunicações, risco, aquisições e de gestão integrada.

Para definição dessas datas, é necessário identificar os períodos em que

o trabalho é permitido e levar em consideração os calendários trabalhista, climático,

Versão Nº:

Elaborado em / /

Página __ de __

Projeto: Aprovação em: / /

Código:

ID EDT Tarefa Predecessoras Recursos Duração

0 0.0 NOME DO PROJETO

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

LISTA DE ATIVIDADES

Responsável pela Área

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organizacional, turnos de trabalho e férias de pessoal.

A 1ª emissão de um cronograma utiliza uma duração ideal e a lógica de

precedências. Raramente atende às datas impostas pelo cliente ou financiador do

projeto ou mesmo por restrições de outros objetivos do projeto. Faz-se necessário

então, utilizarmos técnicas que buscarão reduzir o prazo total do projeto, sem

alteração no seu escopo:

• Análise das alternativas de redução do prazo, comparadas com seus

respectivos custos, determinando qual alternativa apresenta o melhor custo-

benefício para o projeto;

• Atividades que normalmente seriam executadas em sequência, passam

a ser executadas em paralelo. Implica num aumento do risco de retrabalho, com

consequente aumento do custo do projeto.

Após a montagem do cronograma, o líder de projeto deverá fazer uma

análise criteriosa da rede do cronograma, analisando as datas de início e término de

cada atividade, as folgas, as possibilidades de término mais cedo e mais tarde e se

existe superalocação dos recursos (sobrecarga irreal de trabalho).

A análise do caminho crítico é o método que calcula de forma

determinística, uma data única mais cedo e mais tarde, de início e de término para

cada atividade, baseado na sequência lógica especificada da rede e em uma

duração estimada única, com o foco no cálculo da flutuação com a finalidade de

determinar quais as atividades que têm a menor flexibilidade no cronograma. O

caminho crítico refere-se ao caminho crítico como aquele que merece especial

atenção do gerente e equipe do projeto, por ser o fator determinante da duração do

projeto como um todo. Analisando estes caminhos e atividades críticos, poderá ser

necessário alguns ajustes para produzir um caminho mais tranquilo para o projeto.

São então ajustadas as durações das atividades, os relacionamentos lógicos,

antecipações e atrasos.

Para montagem do cronograma do projeto, utilizar o software MSProject.

Neste momento a atenção deverá ser em determinar as datas de início e de término

de cada atividade, respeitando-se o sequenciamento lógico, a disponibilidade dos

recursos e a duração estimada para cada atividade.

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83

6.9.5.6 Planejamento de Custo [Custos]

Os custos dos projetos devem ser planejados a partir da EAP; para cada

um dos pacotes de trabalho deve ser criada uma planilha Excel, para análise e

decomposição detalhada do custo do pacote (contratações externas, passagens

aéreas, diárias, locação de equipamentos, etc.). Uma planilha resumo registrará o

custo de cada pacote, cujas somatórias comporão o custo total do projeto.

Este custo deve ser lançado no planejamento em MSProject, inserindo a

coluna “Custo”.

6.10 Responsabilidades e Atribuições [Recursos Humanos]

O planejamento dos recursos humanos busca assegurar o melhor

desempenho das pessoas envolvidas. Com base na EAP, a equipe de

gerenciamento identifica e documenta as funções, responsabilidades e relações

hierárquicas do projeto, através dos documentos a seguir descritos.

6.10.1 Organograma do Projeto

Organograma tradicional, mostrando as posições e relacionamentos

hierárquicos, em um formato gráfico de cima para baixo conforme Figura 43.

Figura 43 – Organograma do Projeto

Versão Nº:

Elaborado em / /

Página __ de __

Projeto: Aprovação em: / /

____________

Código: Responsável pela Área

ORGANOGRAMA DO PROJETO

Este Organograma documenta as posições e relacionamentos em um formato gráfico, de cima para baixo. Organizado de acordo com as Áreas da Teksid do Brasil.

Xxxxx

UOXX

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84

6.10.2 Matriz de Responsabilidades

Matriz de Responsabilidade: relaciona a estrutura organizacional do

projeto (organograma) à sua estrutura analítica (EAP), ajudando a assegurar que

cada elemento do escopo de trabalho será alocado a um indivíduo responsável.

Além de definir um responsável para coordenar cada pacote de trabalho,

a MR também permite designar responsabilidades de aprovação, como também

identificar a participação ou mesmo a necessidade de informação, de outros

envolvidos no projeto.

6.10.3 Descrição de Funções e Responsabilidades

Normalmente se fará necessário apenas em projetos mais complexos.

São descrições detalhadas das responsabilidades dos membros da equipe,

especificadas em um formato tradicional orientado a texto, geralmente em formato

de resumo. Estes documentos fornecem informações como responsabilidades,

autoridade, competências e qualificações. Como exemplo Figura 44.

Figura 44 – Descritivo de função

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85

6.10.4 Informações complementares

Quando aplicável, deverão ser complementadas as informações sobre os

recursos humanos do projeto, dentre as quais devemos estar atentos:

• Recrutamento e seleção: origem dos recursos humanos, de dentro ou de

fora da organização;

• Como e quando os membros da equipe serão contratados ou

mobilizados para o projeto;

• Local de trabalho e tabela de horários;

• Necessidades de treinamentos dos membros da equipe e os custos

associados à estes treinamentos;

• Regras básicas: estabelecem expectativas claras relativas ao

comportamento aceitável dos membros da equipe do projeto; diminui mal entendidos

entre os membros, estabelece limites e reduz conflitos;

• Segurança: políticas e procedimentos para proteção dos membros da

equipe;

• Critérios para liberação da equipe do projeto;

• Planos de reconhecimento e premiação.

6.11 Definindo a Qualidade - Plano de Qualidade

O planejamento da qualidade busca assegurar que o projeto satisfará as

necessidades para o qual será empreendido. Com base na EAP, a equipe de

gerenciamento irá identificar os padrões de qualidade relevantes para o projeto e

determinará as ações necessárias para satisfazê-los.

Um elemento essencial do gerenciamento da qualidade no contexto do

projeto é transformar as necessidades, desejos e expectativas das partes

interessadas em requisitos através da análise das partes interessadas, realizada na

fase de iniciação do projeto. O líder e a equipe de gerenciamento do projeto são

responsáveis por determinar e fornecer os níveis exigidos de qualidade.

A Figura 45 apresenta os tópicos que deverão ser considerados:

Fatores críticos de qualidade (ou pacote de trabalho da

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EAP)

Qualidade planejada (item de controle e especificação)

Método de controle (quem, quando e como)

Disposição da não conformidade (ação e quem)

As principais ferramentas a serem utilizadas no planejamento da

qualidade: brainstorming, análise de custo/benefício, benchmarking, diagrama de

causa e efeito e elaboração de fluxogramas.

Figura 45 – Plano Geral da Qualidade

6.12 Planejamento das Comunicações

O planejamento das comunicações buscará assegurar, no tempo certo, a

obtenção e interação das informações com os envolvidos. Inclui a determinação das

necessidades de informações e a forma de colocar estas informações à disposição

das partes interessadas no projeto, no momento adequado.

Com base na EAP e no diretório de partes interessadas, a equipe de

gerenciamento irá identificar as necessidades de comunicação, elaborando o plano

de comunicações. A figura 46 - Plano Geral de Comunicações do Projeto apresenta

os tópicos que deverão ser considerados:

Informação necessária (necessidade de informação da parte

interessada; ex.: relatório de progresso)

Versão Nº:

Elaborado em / /

Página __ de __

Projeto: Aprovação em: / /

______

Código: Responsável pela Área

Fatores Críticos de Qualidade

(ou item da EAP) Item Controle Especificação Quem Quando Como Quando Como

PLANO GERAL DA QUALIDADE

Qualidade Planejada Método de Controle Disposição da Não Conformidade

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Periodicidade (diária, semanal, mensal)

Responsável (quem compilará e enviará as informações)

Receptores (quem receberá as informações)

Mídia ou formato (formato do documento e meio de

transmissão)

Figura 46 – Plano Geral de Comunicações

6.13 Análise de Riscos

No Guia PMBOK® 4ª Edição temos como definição de risco em projetos

como sendo “um evento ou condição incerta que, se ocorrer, terá um efeito positivo

ou negativo nos objetivos de um projeto”.

Os riscos se originam da incerteza presente em todos os projetos. Os

riscos conhecidos são aqueles que foram identificados e analisados, criando um

plano de resposta caso venham a ocorrer. Os riscos desconhecidos não podem ser

gerenciados. Para eles será criada uma contingência geral. O planejamento dos

riscos busca desenvolver opções e ações para aumentar as oportunidades e reduzir

as ameaças aos objetivos do projeto, através da identificação e análise de

probabilidade e impacto dos riscos inerentes ao projeto.

Contempla uma análise nos riscos técnicos, organizacionais, externos e

de gerenciamento de projetos, de forma a obter um plano de respostas aos eventos

de riscos que porventura venham a ocorrer. Os tópicos que deverão ser

considerados:

Versão Nº:

Elaborado em / /

Página __ de __

Projeto: Aprovação em: / /

Código: Responsável pela Área

Informação Periodicidade Responsável Receptores Mídia ou formato

PLANO DE GERAL DE COMUNICAÇÕES

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Riscos identificados;

Causas de cada risco;

Consequência dos riscos nos objetivos do projeto;

Probabilidade de ocorrência;

Impacto no projeto;

Combinação probabilidade x impacto e classificação do risco

(prioridade alta, moderada ou baixa);

Ação requerida e tipo;

Responsável para tratar das ações/respostas;

Data limite para efetivação das ações/respostas planejadas;

Data de finalização das ações/respostas planejadas; e

Sinalizador da situação das ações/respostas planejadas

(concluída, atenção e atrasada).

6.13.1 Identificação dos Riscos

A identificação dos riscos inerentes ao projeto é realizada em reuniões

com o foco específico no planejamento e gerenciamento de riscos, onde participam

o líder do projeto, membros da equipe, partes interessadas, especialistas no projeto

e em análise de riscos. É um processo iterativo que deve ser realizado em todo o

ciclo de vida do projeto, porque novos riscos podem ser conhecidos á medida que o

projeto se desenvolve. Por isto é recomendável, em toda reunião de

acompanhamento do projeto, inserir na pauta a discussão sobre os riscos do projeto.

A utilização de uma estrutura de riscos comuns, agrupados por categoria,

facilita o processo de identificação dos riscos. A própria Teksid do Brasil poderá criar

uma categorização previamente preparada dos riscos típicos.

A Figura 47 a seguir, apresenta algumas categorias de riscos em projetos.

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89

Figura 47 – Estrutura Analítica de Riscos

Uma análise das premissas registradas no Termo de Abertura e na

Declaração do Escopo do Projeto poderá auxiliar na identificação dos riscos do

projeto. Entrevistas com especialistas também auxiliam nesse processo.

6.13.2 Análise de Probabilidade e Impacto

Processo de investigação da probabilidade de cada risco específico

ocorrer e qual seria o impacto nos objetivos do projeto. Envolve também a

priorização dos riscos para análise ou ação adicional subsequente através de

avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e seu impacto.

Os riscos com baixa probabilidade e baixo impacto poderão ser

desconsiderados, porém é importante registrá-los.

A figura 48 apresenta a escala de impacto de riscos em objetivos

específicos do projeto e a figura 49 a matriz de probabilidade e impacto para

classificação dos riscos.

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90

Figura 48– Impacto de Riscos

Figura 49 – Matriz de Probabilidade

6.13.3 Plano de Respostas aos Riscos do Projeto

Após a identificação dos riscos inerentes ao projeto, análise do impacto

nos objetivos do projeto e probabilidade de ocorrência, é elaborado um plano geral

com as ações requeridas para resposta aos riscos identificados, responsabilidades

por estas ações e quando serão realizadas. Para eventos de riscos que não tenham

ações possíveis, poderá ser criada uma reserva de contingência (de tempo ou de

custo), para o caso deste evento vir a ocorrer.

A avaliação da urgência do risco define quais riscos exigem respostas a

curto prazo. A figura 50 - Planejamento de Respostas aos Riscos do Projeto

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91

apresenta a planilha para o desenvolvimento das respostas aos riscos do projeto.

Figura 50 – Planejamento de respostas aos riscos do projeto

6.14 Planejamento das Aquisições .

Analisando os pacotes de trabalho da EAP e mais detalhadamente as

atividades do cronograma, são identificadas as necessidades de contratação de

serviços e bens, externos à Teksid do Brasil. Deverá ser respeitado o procedimento

de licitação da Teksid do Brasil.

6.14.1 Plano Geral de Aquisições

O gerenciamento das aquisições inclui os processos para comprar bens

ou serviços fora da organização, visando sua disponibilidade para o projeto no

momento certo, na quantidade exata, na qualidade programada e no custo previsto.

É a definição do que será comprado, quando e de que forma (necessidades que

deverão ser atendidas através da contratação de serviços e produtos).

Para a montagem do plano, o modelo de formulário está demonstrado na

figura 52 - Plano Geral de Aquisições. Nesta planilha deve ser registrada as

informações sobre:

• O que comprar;

• Número da especificação;

• Responsável pela compra;

• Data de envio da especificação para o Departamento de Compras;

• Data limite para entrega do produto ou serviço adquirido;

Versão Nº:

Elaborado em

Projeto: Aprovação

Código:

Limite Real.

1 Atraso licenciamento

ambiental

- Erro nas informações;

- Greve.

Atraso na implantação do

projeto.

0,50 0,80 0,40 Alto 1 - Listar requisitos SUPRAM Prevenir Engº Meio

Ambiente

05/03/11 l

0,00 l

0,00 l

0,00 l

0,00 l

AçãoData

Ok?ID Risco Causa Consequência Prob. Imp. P x I Classif. Tipo Responsável

Responsável pela Área

PLANO DE RESPOSTA AOS RISCOS DO PROJETO / /

Página __ de __

em: / /

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92

• Estimativa de custo do item;

• Tipo de contrato.

Figura 51 – Plano Geral de Aquisições

Após a elaboração do Plano Geral de Aquisições, deverão ser preparados

os documentos de licitação, iniciando-se com a Declaração do Trabalho do Contrato,

define o escopo do projeto que deverá ser adquirido ou contratado. Deverá ser

redigido em detalhes suficientes para permitir aos fornecedores avaliarem sua

capacidade de fornecimento. Deverá conter:

• Especificações;

• Quantidades;

• Níveis de qualidade;

• Critérios de desempenho;

• Documentação a ser apresentada;

• Serviços de apoio necessários;

• Suporte operacional pós-venda;

• Local de trabalho;

• Outros requisitos.

6.15 Montagem do Plano do Projeto [Integração]

O plano do projeto é o documento criado de forma consistente e coerente

durante a etapa de planejamento, podendo ser aprovado formalmente. Ele será

utilizado para guiar tanto a execução quanto o controle do projeto.

O plano do projeto é usado também para:

• Documentar as premissas do plano do projeto;

Versão Nº:

Elaborado em / /

Página __ de __

Projeto: Aprovação em: / /

Código: Responsável pela Área

O que comprar Especificação ResponsávelData especificação

para Compras

Data limite no

projetoEstimativa Tipo de contrato

PLANO GERAL DE AQUISIÇÕES

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• Documentar as decisões de planejamento do projeto de acordo com as

alternativas escolhidas;

• Definir as revisões chaves de gerenciamento com relação ao conteúdo,

âmbito e prazos;

• Prover uma “linha de base” para medida de progresso e controle do

projeto.

Compõem o plano do projeto, todos os documentos citados nos itens

anteriores:

• Termo de Abertura do Projeto;

• Diretório de Envolvidos e Interessados no Projeto;

• Declaração do Escopo do Projeto;

• Estrutura Analítica do Projeto (EAP);

• Cronograma com as atividades, dependências, recursos, estimativa de

duração e datas programadas;

• Estimativas de custos;

• Plano da Qualidade;

• Organograma;

• Matriz de responsabilidade para cada pacote da EAP;

• Plano de Comunicações;

• Plano de gerência do risco, incluindo: principais riscos e as respostas

planejadas para cada um deles, quando apropriado;

• Plano de Aquisições;

• Detalhes de suporte, como documentações técnicas, especificações e

desenhos conceituais;

• Procedimentos de controle.

6.16. Execução do Plano do Projeto [Integração]

O gerente e a equipe do projeto realizarão as ações conforme

documentado no plano do projeto, buscando garantir os resultados esperados. A

execução do projeto consiste na realização das tarefas planejadas, na duração e

datas programadas, dentro do custo e qualidade planejados, com eficiência,

coletando e distribuindo as informações sobre o projeto e respondendo aos riscos

que vierem a ocorrer.

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94

Conforme declara o Guia PMBOK® 4ª Edição, algumas das ações são:

• Executar as atividades para realizar os objetivos do projeto;

• Criar as entregas do projeto;

• Formar, treinar e gerenciar os membros da equipe designados para o

projeto;

• Obter, gerenciar e usar recursos, inclusive materiais, ferramentas,

equipamentos e instalações;

• Implementar os padrões e os métodos planejados;

• Estabelecer e gerenciar os canais de comunicação do projeto, tanto

externos como internos à equipe do projeto;

• Gerar dados do projeto, tais como custo, cronograma, progresso técnico

e da qualidade e informações sobre o andamento do projeto para facilitar previsões;

• Emitir solicitações de mudança e adaptar mudanças aprovadas no

escopo do projeto, planos e ambiente;

• Gerenciar riscos e implementar atividade de resposta a riscos;

• Gerenciar vendedores e fornecedores; e

• Coletar e documentar lições aprendidas e implementar as atividades de

melhorias nos processos aprovados.

6.17. Monitoramento e Controle do Projeto [Integração]

Para o sucesso do projeto, é importante monitorar todas as ações durante

todo o ciclo de vida do projeto. No caso de desvio do planejado, deverão ser

tomadas ações preventivas ou corretivas de forma a garantir a estabilidade geral do

desempenho do projeto. O monitoramento contínuo do projeto permite à equipe de

gerenciamento identificar aquelas áreas que necessitam de atenção especial, de

forma a garantir os resultados esperados.

Conforme declara o Guia PMBOK® 4ª Edição, o monitoramento e

controle do projeto está relacionado à:

• Influenciar os fatores que tentam evitar o controle integrado de

mudanças para que somente as mudanças aprovadas sejam implementadas;

• Revisar, analisar e aprovar as solicitações de mudança imediatamente,

que é essencial já que uma decisão lenta pode afetar negativamente o tempo, custo

ou viabilidade de uma mudança;

• Gerenciar as mudanças aprovadas;

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95

• Manter a integridade das linhas de base liberando somente as

mudanças aprovadas para serem incorporadas ao plano de gerenciamento do

projeto e aos documentos do projeto;

• Revisar, aprovar ou rejeitar todas as ações corretivas e preventivas

recomendadas;

• Coordenar as mudanças através de todo o projeto (por exemplo, uma

mudança proposta no cronograma frequentemente afetará o custo, o risco, a

qualidade e a equipe); e

• Documentar o impacto completo das solicitações de mudança.

O controle integrado de mudanças refere-se à análise das variações

verificadas durante a realização das tarefas comparadas com o que foi planejado,

verificando o impacto nos objetivos do projeto. Todas as mudanças solicitadas ou

mesmo implementadas, devem ser criteriosamente analisadas, de forma a garantir

que realmente são necessárias e benéficas ao projeto. Para este controle deverá ser

criado um formulário próprio, de forma a orientar a análise geral dos pedidos de

mudança.

Para a qualidade do projeto, criar check lists específicos, de acordo com o

tipo de projeto que está sendo implementado.

Para o controle integrado da mudança, o solicitante da mudança deve

preencher o formulário próprio - Procedimento de Controle de Mudanças, que

conterá as informações abaixo relacionadas:

• Solicitante

• Unidade

• Escopo original

• Descrição da mudança

• Justificativa para a mudança

• A mudança solicitada terá impacto na(s) área(s) de conhecimento:

• Impactos da mudança

• Aprovação / Rejeição

• Assinaturas

O líder do projeto fará uma análise na justificativa e sendo pertinente,

buscará a aprovação das partes envolvidas.

Após a aprovação da mudança, o líder do projeto desenvolve o plano de

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implantação, com as informações sobre:

• Responsável pela implantação da mudança;

• Ações a serem tomadas;

• Prazo para conclusão.

O líder do projeto deve monitorar a implantação até a sua conclusão.

6.18 Análise de Progresso

O desempenho do projeto deve ser medido regularmente para identificar

as variações do plano. Os desvios deverão ser cuidadosamente analisados, dentro

dos processos de monitoramento e controle, nas diversas áreas de conhecimento.

Na medida em que são identificados desvios significativos (aqueles que colocam em

risco os objetivos do projeto), realizam-se ajustes ao plano através da repetição dos

processos de planejamento que sejam adequados a cada caso.

Regularmente, com base nas informações sobre o andamento do projeto,

principalmente referentes ao controle do prazo e do custo, deverão ser realizadas as

medições de desempenho, comparando o realizado com a linha de base do projeto.

Reuniões de acompanhamento: são eventos regularmente agendados

para trocar informações sobre o projeto; serão realizadas com frequências diferentes

e em níveis diversos, definidos pela equipe do projeto. São analisadas as

informações sobre o andamento das atividades do projeto que incluem, mas não se

limitam a:

• Progresso do cronograma mostrando informações sobre o andamento;

• Entregas terminadas e não terminadas;

• Atividades do cronograma que foram iniciadas e as que foram

terminadas;

• Até que ponto os padrões de qualidade estão sendo atendidos;

• Custos autorizados e incorridos;

• Estimativas para terminar as atividades do cronograma;

• Percentual fisicamente terminado das atividades do cronograma;

• Lições aprendidas documentadas;

• Detalhes da utilização de recursos.

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97

6.19 Relatórios de Progresso

Como resultado das reuniões de acompanhamento, o relatório de

progresso do projeto apresenta as informações periódicas sobre o escopo já

executado, o prazo e o custo, sempre comparando o previsto com o realizado. Provê

informações sobre a qualidade alcançada, a utilização dos recursos, os riscos, as

aquisições e a previsão de término.

O nível de detalhe do relatório dependerá da necessidade de informações

das diversas partes envolvidas, conforme documentado no plano de comunicações.

O processo envolve a coleta e análise de dados do realizado, comparado com o que

foi previsto e o registro destas informações em forma de relatório, para distribuição

às partes interessadas por meio impresso ou eletrônico.

O formulário Relatório de Progresso do Projeto e a planilha 18RGP -

Resultados Gerais do Projeto, são utilizados como modelo de relatório de progresso,

devendo ser adequado às necessidades das partes interessadas no projeto

específico.

6.20. Encerramento do Projeto [Integração]

6.20.1 Encerramento dos Contratos

O encerramento dos contratos consiste em verificar se todo o trabalho

contratado foi realizado, dentro dos padrões de qualidade determinados. Envolve

também o registro das informações sobre o desempenho do contratado, para análise

em futuras contratações. Deverá ser realizado conforme o procedimento interno de

controle de contratações da Teksid do Brasil.

6.20.2 Encerramento do Projeto

O encerramento administrativo do projeto consiste na finalização de todas

as tarefas planejadas e aceitação por parte do financiador, cliente e usuário final, no

registro de todas as informações importantes, análise dos pontos de sucesso e

insucesso, lições aprendidas e arquivamento das informações sobre o projeto.

Os documentos de encerramento do projeto consistem na documentação

formal do término do projeto e a transferência das entregas terminadas para as

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Áreas específicas, passando a fazer parte das operações de rotina da Teksid do

Brasil.

6.20.4 Lições Aprendidas

É importante a realização de uma reunião de encerramento do projeto,

com a presença da equipe de gerenciamento e dos envolvidos e interessados que

participaram ativamente, buscando analisar os pontos de sucesso e de insucesso,

incluindo recomendações para o futuro. Aborda os aspectos técnicos e gerenciais do

projeto.

6.20.5 Relatório final do projeto

Dentro do processo de encerramento, é emitido um “Relatório Final de

Projeto”, contemplando:

• Assunto;

• Análise de resultados (produtos, efeitos e impactos);

• Análise da implementação;

• Análise de sustentabilidade;

• Fatores críticos de sucesso e insucesso;

• Lições aprendidas.

O formulário Relatório de Encerramento do Projeto e a planilha

Resultados Gerais do Projeto, são utilizados como modelo de relatório de

encerramento, devendo ser adequado às necessidades das partes interessadas no

projeto específico.

6.20.6 Arquivamento do Projeto

Toda documentação resultante das atividades de gerenciamento do

projeto, em todas as suas etapas (iniciação, planejamento, execução,

monitoramento e controle e encerramento), deverá ser arquivada de forma

organizada, facilitando a localização e consulta das informações quando necessário.

Por exemplo: plano de gerenciamento do projeto, documentos de controle do prazo

e do custo, registro dos riscos e os termos de aceitação final do projeto.

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Este arquivo constituirá o banco de dados históricos de projetos da Teksid

do Brasil, que poderá ser utilizado como base de conhecimento para futuros

projetos.

6.21 Recomendações Finais

Desenvolver um projeto no sentido de realizar o redesenho dos principais

processos da fábrica, visando identificar oportunidades de:

1) Redução de prazo em tarefas constantes dos processos;

2) Gestão de insumos que levem a eliminação de perdas;

3) Redução de custos operacionais;

4) Melhor alocação de pessoas em tarefas;

5) Gestão aprimorada de infraestrutura de processo.

Os seguintes processos serão mapeados: PRODUÇÃO, MANUTENÇÃO,

FINANCEIRO,CUSTOS,MATERIAIS,VENDAS, RH, COMPRAS, GERENCIAMENTO

DE ATIVOS, SISTEMA DE PROJETOS, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO E

SISTEMA FISCAL.

6.21.1 Fatores Críticos de Sucesso

Para se atingir os objetivos estabelecidos, é necessário:

Comprometimento da Organização;

Patrocínio dos executivos;

Alocação dos recursos, atendendo o cronograma de projeto, com:

Conhecimentos profundos sobre os processos e requisitos de

negócio;

Conhecimentos profundos sobre o ambiente e requisitos de

tecnologia;

Conhecimentos profundos sobre os sistemas atuais;

Ter poderes para priorizar e tomar decisões;

Equilíbrio ente rapidez e profundidade de análise;

Integração com outras iniciativas distintas da organização;

Metodologia sólida para execução do projeto;

Realização de reuniões de acompanhamento de projeto

semanalmente;

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100

Time do projeto capacitado e motivado.

6.21.2 Delivery – Entrega do produto final

No final do mapeamento será entregue a direção da empresa:

Relatório executivo com as recomendações de mudanças nos

processos apontando:

1. Processos a serem alterados;

2. Ganhos tangíveis e intangíveis com as mudanças propostas;

3. Investimentos necessários;

4. Identificação de recursos de RH necessários;

5. Tempo previsto para implantação das mudanças.

Relatório detalhado de todo o projeto a ser desenvolvido.

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101

7 GESTÃO DA INOVAÇÃO

Segundo Peter Drucker “inovação é o esforço para criar mudanças

objetivamente focadas no potencial econômico ou social de um empreendimento”.

Segundo Reis (2004), inovação tecnológica é a introdução no mercado,

com êxito, de novos produtos ou tecnologias no processo de produção ou nas

próprias organizações. Para Carneiro (1995), inovação científica e tecnológica é a

transformação de uma ideia em um produto vendável novo ou melhorado ou em um

processo operacional na indústria ou no comércio, ou em um novo método de

serviço social.

Segundo Staub (2001), a empresa é o agente de introdução da inovação,

lançando novos produtos no mercado e utilizando-se de novos processos de

produção ou organização. Porém a inovação e o desenvolvimento tecnológico não

estão restritos à ação isolada das empresas. Ambos são produtos da coletividade.

O objetivo deste estudo é o de trabalhar os conceitos da inovação em

processos visando criar as condições para a formação de um sistema de gestão

empresarial, propondo em caráter genérico, baseado na literatura de gestão

estratégica, de estrutura organizacional e de princípios de inovação, formas de gerir

as inovações empresariais.

Retomando a afirmação feita pelo “pensador mor” da gestão empresarial,

Peter Drucker, deduzimos que, num primeiro trabalho com esta conceituação:

A organização possui condições de se orientar, ter foco definido,

entre seus objetivos.

Há objetivos econômicos e sociais possíveis de serem atingidos

com a inovação. Estes não são excludentes, principalmente nos

dias atuais, síncronos com o pensamento da sustentabilidade,

tanto no aspecto ecossistêmico quanto no social.

Há ordenação entre o “esforço”, a “criação de mudanças” e a

realização do potencial “econômico ou social”, ou seja, a

organização possui planos e os realiza. A inovação, portanto, não

surge de ímpetos, fatores extemporâneos ou mesmo de incidentes,

embora muitas vezes tais fatos estejam relacionados ao

aparecimento ou viabilidade de um produto ou serviço inovador,

mas de planos e condições propícias à sua ocorrência.

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102

As inovações apresentadas ao mercado podem ser:

Inovação de produto – tecnologicamente inéditos, ou aprimorados

parcialmente (OCDE, 2004) com:

i. O lançamento de novos produtos, inéditos.

ii. A melhoria de produtos previamente existentes.

Inovação de processo através de:

i. Modificações de formas de fazer e elaborar tarefas

intermediárias.

ii. Reduções de prazo em tarefas constantes dos processos.

iii. Melhor alocação de pessoas em tarefas.

iv. Gestão de insumos, de processos de coleta ou aquisição que

levem a redução ou eliminação de perdas.

v. Gestão aprimorada de infra-estrutura de processo, como

máquinas, fontes de energia, subsídios para administração de

riscos, entre outras.

vi. Melhoria nas condições finais de fornecimento do bem ou

serviço a ser ofertado.

Inovação de oferta (negócios / marketing) (KOTLER, 2008):

i. Modificar os estudos prévios de mercado, pois há possibilidade

de termos falhado na definição dos perfis de clientes ou nas

especificações dos produtos desejados.

ii. Alterar processos de fabricação, com novas especificações de

produtos que envolvam desenho, volumes negociados,

embalagem, cheiro, aspecto visual, sabor, etc.

iii. Alterar oferta final, com a introdução, por exemplo, de comércio

eletrônico em canal de vendas direto.

iv. Modificar o pós-venda, incentivando os clientes a aderirem a

uma rede social da empresa, ou a fazerem contatos com o

contact Center, para interações variadas como retorno e

apreciação dos produtos adquiridos, intercambio de receitas,

informações sobre alimentação e saúde, programas de dieta e

treinamento, entre outras.

v. Difusão maior de marca e valores organizacionais, formatando

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embalagens, campanhas, interações com clientes atuais e em

potencial, etc.

Inovação de gestão através da:

i. Modificação de estruturas organizacionais. Reduções nos

tempos de processamentos de contatos com o ambiente

externo, como negociações de compra e venda, distribuição,

tomadas de decisão com relação a atendimentos especiais, etc.

ii. Mudança na imagem da empresa, acompanhadas de inovação

de processo e de produtos.

iii. Alteração na estrutura direta de prestação de serviços, como por

exemplo, atuação via terceiros, via parceiros ou pela estrutura

direta da empresa.

iv. Redesenho de atribuições de estrutura, como reorganização

departamental ou geográfica, com a criação ou eliminação de

dependências e relacionamentos físicos ou de controle com

subsidiárias e unidades de negócio.

v. Mudanças na comunicação interna ou inter-empresarial, com a

introdução de boletins eletrônicos, transações via Internet, entre

outras.

Revisando os tipos de inovações, recorremos primeiramente ao que

apresentam em Davila, Epstein e Shelton (2006, p.34) (Figura 10) em sua “matriz

da inovação”:

Nesta análise, os autores avaliam, em função de introdução de tecnologia

e das mudanças nos modelos de negócio, qual a classificação de uma inovação

proposta, planejada ou apresentada a um determinado mercado.

O objetivo principal é focar em inovações em processos que é:

Processo

Processos diferenciados, baseados em recursos humanos

qualificados e estruturas que permitem a inovação / mudanças

nos processos. Também poderá rumar para a padronização em

determinados setores. Menos evidente aos olhos de

consumidores finais.

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7.1 Inovações em processos

As inovações em processos são as adoções de métodos de produção

novos ou significativamente melhorados. (MANUAL DE OSLO, OCDE- 2004). Esses

métodos permitem melhorias na produtividade, redução de custos, aumento da vida

produtiva de equipamentos e processos, entre outros.

Inovações em processos não são geralmente percebidas pelos usuários

na mesma frequência ou expressão que as inovações de produtos, mas

seguramente são tão ou mais rentáveis e de resultados significativos que estas

últimas. Modificações de processos podem ocorrer internamente às organizações,

resultando em economia, agilidade de tempo e flexibilidade, porém com resultados

similares aos clientes, no fornecimento do mesmo produto que já era provido.

Na gestão das inovações em processos, o sucesso depende, entre outras

coisas, da habilidade do desenvolvimento e implementação do processo da contínua

inovação incremental (BESSANT et al., 1994). Pode haver nesse processo,

ocasionais avanços significativos tais como a instalação de uma nova geração de

equipamentos, automação e informatização de um processo. Porém, o sucesso

depende da evolução contínua das mudanças.

As ferramentas de gestão mais adequadas para as inovações em

processos são (TE-MAGUIDE,COTEC-1998, I):

a) Gestão de mudanças (Change management) - todo o processo

envolvido na gestão das mudanças na organização, que compreendam melhorias

incrementais, seja para a promoção de produtos e/ou processos, para a redução de

custos, para o aumento de produtividade, etc.

b) Melhoria contínua - através do processo da melhoria contínua e um

conjunto de ferramentas, tais como descritas por Bessant, Caffyn e Gallagher (2001)

e por Shiba, Graham e Wal-den (1997), entre outros;

c) “Pensamento enxuto” (Lean Thinking) - análises das atividades ligadas

aos processos internos ou externos à empresa, identificando e eliminando

desperdícios e atividades que não agreguem valor.

Ainda segundo o Temaguide (COTEC-1998, I), as questões culturais nas

mudanças e a sobreposição de resistências às inovações também necessitam ser

gerenciadas, bem como o planejamento e o desenvolvimento contínuo das

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inovações em processos. A inovação em processos tem um papel estratégico nas

organizações como fonte poderosa de vantagens competitivas, seja pela capacidade

de desenvolver algo que os concorrentes não conseguem ou de fazê-lo de forma

excelente (TIDD; BESSANT; PAVITT,2001).

Cabe avaliar se os processos empresariais propiciam condições ideais

para que uma inovação seja produzida e promova os resultados esperados. A

primeira questão e trabalhar-se com um conceito estável de processo, o qual

defende-se aqui como afirmado por Oliveira (2006, p.271): “É um conjunto

estruturado de atividades seqüenciais que apresentam relação lógica entre si, com a

finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e as

expectativas dos clientes externos e internos da empresa”.

Os processos empresariais devem, para efeitos de sua ampla

coordenação, exibir as seguintes características:

1. Especificações precisas de seus objetivos

2. Definições das fases.

3. Inter-relacionamento das fases internas.

4. Identificação dos términos das fases.

5. Parâmetros de mensuração e indicadores

6. Fatores de sucesso

7. Fatores de risco e mitigação.

Assim sendo, tais processos podem ser geridos de forma eficiente,

permitindo seu relacionamento, delegações de pessoas, formação de equipes e

monitoração de parâmetros como desempenho, retornos financeiros, etc.

Apreciando tais processos do ponto de vista da gestão da inovação,

teríamos adicionalmente que envolver aspectos como os enunciados no item

anterior, destinados a avaliar como eles favorecem e permitem construir as

inovações no ambiente empresarial.

Buscando, portanto, diagnosticar se os processos empresariais estão em

sintonia com a gestão da inovação, estabelecem-se os seguintes pontos de

avaliação:

Existência de definições claras iniciais para cada processo que

possivelmente desenharia / projetaria / proporia uma inovação. O

processo deve, portanto, ser especificado de forma coerente,

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compreensível (mesmo que de ruptura) para aqueles da

organização que seriam por ele impactados.

O processo deverá compor algumas condições que permitam, por

exemplo, a gestão do conhecimento para acertos e erros, pois,

afinal, busca-se algo inovador, algo que pode ser até mesmo

inédito, de ruptura. Então, o processo poderá, por exemplo, em

termos de suas gestões de risco, permitir a avaliação dos acertos e

erros ocorridos.

Mensuração interna e total para com os resultados esperados

pelas inovações.

Definição de pessoas, equipes e suas intervenções ao longo das

fases.

Avaliação de obstáculos como: falhas de comunicação, problemas

culturais, delimitações de tarefas (estruturas organizacionais) e

outras, que trarão impactos nas perspectivas de sucesso para a

inovação.

Importante notar que se para inovar produtos necessitamos de ter

conhecimentos fundamentais e avançados de tecnologia, bases para compreender

as dinâmicas de mercado, fontes de capital que financiem testes de laboratório e

pessoas muito bem treinadas e capacitadas para gerir e produzir inovações, no

campo da inovação de processos a situação é ainda mais delicada. Aqui

necessitamos de todos estes atributos aliado a um profundo conhecimento dos

detalhes de processos internos à empresa, bem como daqueles processos que se

relacionam com sua cadeia produtiva, com parceiros para a gestão estratégica,

comercial e de recursos humanos e financeiros. Os riscos inerentes às modificações

de processos também são apreciáveis, comparáveis aos de insucessos no

lançamento de produtos inovadores.

As inovações em processos lidarão com dois temas extremamente

delicados no ambiente corporativo: mudanças e cultura. A gestão de mudanças

deverá tratar frontalmente das questões referentes à modificações na forma de

trabalhar, estruturas organizacionais, métodos de trabalho e delegações de poder e

controle. Com relação a aspectos culturais, uma nova forma de atuar, interna ou

externamente, poderá repercutir em significativas mudanças de comportamento,

além de introduzir novas formas de posicionar produtos e serviços, provavelmente

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dada a ruptura potencial de algumas inovações diferente dos competidores. Não

raro, problemas legais e de imagem podem aparecer, como os casos recentes de

introdução massificada de atendimentos finais a consumidores por parte de setores

empresariais distintos como transporte de passageiros, telecomunicações, seguros,

saúde e financeiros.

Como já ilustrado, há potencial distanciamento entre a inovação de

produto e de processos. A partir de Utterback (1995), podemos discutir a seguinte

relação entre inovações em produtos e processos:

Inovações em produtos Inovações em processos Mais dependentes de domínio de tecnologia. Mais dependentes de concepções e visões de métodos de

trabalho.

Produtos menos padronizados induzem a inovações de

produtos.

Produtos mais padronizados induzem a inovações de

processos.

Ciclos de vida mais rápidos para produtos, maior

motivação para inovar em produtos.

Ciclos de vida mais lentos para produtos, maior

motivação para inovar em processos.

Potencialmente são muito mais percebidos pelos

clientes.

Potencialmente são muito mais percebidos internamente

à empresa.

Resultados financeiros predominantemente advindos do

ambiente externo (vendas aos clientes)

Resultados financeiros predominantemente advindos do

ambiente interno (redução de custos, resultados

operacionais)

Aparece geralmente em economias mais desenvolvidas Aparece geralmente em economias menos desenvolvidas

Figura 52 – Quadro Comparativo Inovação Produtos X Processos

Gossi (2004), diferencia as inovações em produtos e em processos com

base no conceito de “T” (maiúsculo) e “t” (minúsculo). No conceito do “t”, a empresa

está mais centrada na inovação impulsionada pela tecnologia e conhecimento

operacionalizado. Já no “T”, a ino-ação provém de várias áreas de funcionamento da

organização e o foco é maior nos processos do que nos produtos. Alguns aspectos

destacados por Gossi (2004) são:

Quanto mais padrão e indiferenciado (commodity) for o

produto, mais serão as inovações em processos.

Quanto menos padronizado o produto, mais a inovação será

em produtos.

Quanto mais lento o ciclo de vida tecnológico do produto,

maior a taxa de inovações em processos.

As inovações em produtos são impulsionadas pela

tecnologia.

As inovações em processos são impulsionadas por ideias.

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Quanto mais desenvolvida a economia, mais inovações em

produtos.

Quanto menos desenvolvida a economia, mais inovações

em processos.

Uma vez que um produto esteja estabelecido ou maduro, no mercado ou

em uma atividade industrial, a natureza das mudanças e das inovações mudam do

foco no produto para foco no processo, havendo um esforço contínuo para a

redução de custos, melhoria de desempenho, produtividade e qualidade

(UTTERBACK, 1996).

Lewis et al. (2007) propõem o seguinte para os estudos continuados de

inovações em processos:

Figura 53 – Um método para inovação em processos (Lewis et al., 2007).

Um último comentário relevante na comparação entre estas duas notáveis

formas de inovar é a concentração de campos de conhecimento de cada uma delas,

ou seja, de onde virão as principais contribuições para que ambas apresentem seus

resultados. Enquanto a inovação de produto envolverá marketing, design,

engenharia e comunicação, a inovação de processos terá forte componente

quantitativo, predominando as engenharias envolvidas na produção propriamente

dita e a gestão contábil-financeira. Esta é uma razão que possivelmente levará a

maior perspectiva de controle por parte da organização quando na inovação de

processos, implicando na implantação, por exemplo, de tecnologia associada –

como sistemas de informação computadorizados – para estas finalidades.

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7.2 Avaliação do potencial de ganhos (financeiros e não

financeiros) com a inovação na empresa.

A discussão sobre o uso de indicadores para aferir sucessos empresariais

é vasta e controversa. Dos pontos de vista de autores e do mercado, o debate

incessante tem, como pontos de destaque, pontos de vista como os seguintes:

a) Foco financeiro

Será que devemos concentrar nossa atenção inovadora em

retornos financeiros? São disponíveis para mensuração? Irão prejudicar

outras avaliações? Traduzem sustentabilidade estratégica e social?

b) Foco em outros indicadores

A inovação se sustenta? Tem retornos comprovados a que

período? Vale a pena investir? Atrai capital investidor, de risco?

De forma evidente, vários incidentes de mercado, como a “bolha das

ponto-com” em 1999-2001, lançamentos de inovações que falharam, casos de

sucesso repentino e a crise financeira originada em 2008 tornam este quadro ainda

mais delicado.

Autores, pesquisadores e outras fontes consultadas ressaltam dois

aspectos a serem considerados como base para a discussão de indicadores de

inovação:

Tangíveis x Intangíveis

Como se tratam de produtos e processos de ruptura, nem sempre todos

os fatores ou repercussões de um lançamento ou introdução de produtos e serviços

podem ser facilmente percebidos através de uma relação matemática ou de

variáveis simples, medidas em unidades produzidas, por exemplo. Alguns

indicadores como “satisfação” ou “percepção de valor” podem estar associados, por

exemplo, a fatores subjetivos, momentâneos, que merecem estudos subjacentes

que definam melhor as questões de avaliação e os resultados propriamente obtidos.

Não por se tratarem de eventos inéditos, as introduções de inovações em

mercados devem deixar de ser acompanhadas e monitoradas. Assim sendo, compor

um conjunto de medidas, estratégicas, táticas e operacionais, embora difíceis de

serem aplicadas, é essencial, como em qualquer processo executivo em empresas.

Através das fontes principais: Droms e Procianoy (2002), Investopedia

(2010) e Grönlund, Sjödin e Frishamar (2010), é possível abordar alguns dos

principais indicadores e as formas possíveis de sua mensuração prática. No decorrer

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da análise a seguir, alguns outros autores de áreas específicas são também

incluídos no desenvolvimento. Dividiremos nossa análise em duas seções em

termos de serem medidas de cunho predominantemente financeiras e as demais, de

fundamentos diversos.

I - FINANCEIRAS

Geralmente os analistas financeiros acompanham investimentos

empresariais utilizando indicadores clássicos como: Valor presente líquido (VPL),

Taxa mínima de atratividade (TMA) e Taxa interna de retorno (TIR), acompanhadas

de demonstrativos e estudos de orçamentos, planejamento e fluxos de caixa que

permitam a aplicação destes indicadores. Tal discussão, de fundamento da análise

financeira, extrapola os objetivos fundamentais deste material. Caso o leitor deseje

um estudo mais aprofundado sobre estes temas, indicamos as fontes aqui utilizadas

– Droms e Procianoy (2002) e Investopedia (2010) – para uma avaliação preliminar

e indicação de novas referências.

Concentraremos no texto numa visão geral dos seguintes indicadores (a

abordagem prática para a gestão da inovação será feita em sala, na aula expositiva):

1) Ebit

Ganhos / lucros antes de juros e impostos, indica o que também é

chamado de lucro operacional, informando basicamente o ganho imediato de um

investimento, de uma venda ou negociação. Sua diferença com relação à próxima

medida é que não contempla dois fatores essenciais, porém muito difíceis de serem

calculados devidamente: a depreciação dos ativos que gerarão receita e lucros, bem

como a amortização dos juros de sua aquisição e operação (custos de capital para

manter estes bens em uso).

2) Ebitda

Acrônimo que advém da expressão em inglês: “Earnings before interest,

taxes, depretiation and amortization” (em português há uma sigla traduzida: lucros

antes de juros, impostos, depreciação e amortização – Lajida – não muito usada).

Indica o potencial de ganho de ativos operacionais de uma empresa, uma variável

que pode ser utilizada em conjunto com outras análises para traduzir a possibilidade

de um ativo gerar rentabilidade num prazo definido. O lucro percebido é descontado

de impostos e taxas (resultando no ganho operacional), na depreciação (que indica

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quanto o valor do ativo cai no período, perdendo a capacidade de gerar novas

receitas quando de sua descontinuidade) e amortizações (quanto custa manter o

ativo).

3) EPS – Earnings per share

Ganhos por ação. Média simples ou ponderada de receita obtida pela

valorização das ações de uma empresa, considerando o número de ações em

negociação. Pode ser usado inclusive para estudo comparativo, num “antes e

depois” da comercialização da inovação.

4) Produtividade (também com aspecto não financeiro).

Principalmente ligado a inovação de processos, demonstra como uma

determinada tarefa tem aumentos de desempenho geral. Podem ter implicações em

termos de resultados financeiros, de desempenho em número de unidades

produzidas por unidade de tempo, de satisfação dos clientes na melhoria de

atendimento a um determinando processo, entre outros. Por isso, identificamos

como uma potencial mensuração financeira ou não.

Retornos financeiros, contábeis e econômicos:

Várias medidas buscam relacionar o retorno (geralmente percebido em

valores financeiros) a montantes empenhados ou investidos. Alguns dos mais

citados são:

a) ROI – Return on investment

Chamado de eficiência de um investimento, é calculado dividindo-se o

ganho líquido de um investimento pelo montante investido. Pode ser usado para

comparações entre investimentos feitos.

b) ROCE – Return on capital employed

Medido pela relação do Ebit pelo valor de ativos menos débitos

operacionais. Ressalta a eficiência dos investimentos feitos pela empresa ao longo

de um período.

c) ROE – Return on equity

Mede a relação entre ganhos líquidos percebidos pelos acionistas com

relação aos seus direitos de propriedade, expressos pela posse de ações e pelos

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ganhos ou perdas num período.

ROA – Return on assets

Busca retratar o retorno obtido pelo emprego de ativos da empresa.

Divisão do retorno (lucro líquido) pelo valor dos ativos.

II - NÃO FINANCEIRAS

As metas ou mensurações não financeiras, muitas vezes, não são de

obtenção ou acompanhamento trivial. As metodologias pesquisadas e de

fundamentos científicos das áreas especificas, como Marketing, Comunicação,

Publicidade e Relacionamento Social, entre outras, prevêem, por vezes, a aplicação

de complexos modelos de mensuração. Habitualmente, também, pesquisas como

estudos qualitativos com clientes, grupos de clientes ou compradores profissionais

resultam em avaliações que, apesar de não quantitativas, aplicáveis para estudos de

sucesso e comparações e decisões em geral.

a) Participação de mercado – setor, mercado amplo, clientes, parceiros

Os indicadores de participação percentual de setores e mercados, de

taxas de penetração de mercados e outros, de medição quantitativa elementar

tomada pela taxa de vendas num determinado período, embora muito atrativos, não

devem ser considerados isoladamente, pois podem expressar um sucesso não

sustentável. Por exemplo: um produto que tem uma alta taxa bimestral de

penetração, pode se tornar mal sucedido em longo prazo. Se tomada apenas no

período, a taxa poderá ser interpretada como ressaltando extremo sucesso, que na

verdade não repercute em percentual efetivo de negócios com relação ao produto.

b) Melhoria de processos

Deve ser determinada com base numa evolução de indicadores de

processo. Aqui, áreas como a modelagem e definição de processos e qualidade total

nos oferecem modos de mensuração, sendo a mais trivial a de avaliação de

produtividade básica. Também outras que associam riscos, erros, etc. servem de

avaliação de retornos, rejeições, sucesso e alcance de metas em melhorias de

processos.

c) Imagem / Marca

Medida muito tratada na gestão de comunicação e mercadológica, busca

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associar a retenção de marca de produto ou fornecedor a um mercado, a um

segmento ou perfil de clientes. Geralmente inovações são celebrizadas com relação

a difusão de marcas – ver o caso de grandes fabricantes como Coca-Cola, Apple,

IBM, entre outras, ou empresas de serviços, como Google, Microsoft, Fox, Globo,

etc.

d) Satisfação de consumidores – valor agregado

Mensurações tanto obtidas de forma simples, em graus e “notas”

informadas por clientes quanto através de complexos métodos de cálculo e

avaliação, usando pesquisas qualitativas em grupos isolados ou monitorados.

Buscam verificar como o consumidor se sente satisfeito com um determinado bem

ou serviço e de que forma reteve a apreciação do evento da compra, para uso

decisivo numa próxima escolha ou negociação.

Outras medidas

Como afirmado na abertura deste tópico, a definição de um conjunto de

medidas e seus sistemas associados, embora complexa, deve ser buscada pelos

empreendedores e inovadores associados. Desta forma, apresentamos contextos

adicionais aos que abordamos acima, onde podemos ter mensurações e indicadores

a serem aplicados na gestão da inovação:

a) Mensurações estratégicas – uso de métodos como análises Swot,

modelo de forças competitivas, fatores de sucesso e de portfólio.

b) Redes de indicadores – métodos como “Balanced Scorecard”

c) Associação de fatores de sucesso – como retornos financeiros obtidos

em função de idade dos produtos (devem ser aplicados usando ponderações para

os prazos habituais de um determinado perfil e um determinado setor).

d)Freqüência de inovação – associar marca ou imagem do empreendedor

ao fato de “ser inovador”.

e) Medições setoriais, de políticas públicas e investimentos – como os

que são utilizados pelos processos de financiamento a pesquisas e lançamento de

produtos e serviços inovadores por agências de fomento e investimento. Algumas

vezes baseados em métodos acadêmicos, isolados ou em associação, buscam

ressaltar a sociedade o retorno do investimento público feito em empresas e

pesquisas (ver editais dos programas Finep, por exemplo).

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7.3 Análise e capacitação das equipes de trabalho para

atuarem em processos de inovação

A formação de talentos, sua captação e retenção é outro tema repleto de

mitos quando o assunto é gestão da inovação. Diante da extrema relevância que é

dada à este fundamento, de termos pessoas e equipes motivadas, preparadas,

qualificadas e organizadas para estudar e gerir as inovações, temos abaixo

algumas das principais ideias e dificuldades encontradas na estruturação de times

que propiciem a inovação empresarial, como discutimos anteriormente.

Alguns dos fatores que emergem desta e de outras fontes consultadas,

quando pensamos na formação de equipes e empreendimentos inovadores são:

a) Conhecimento

Equipes inovadoras possuem conhecimento e são abertas a novos

conhecimentos. As funções do tema “gestão do conhecimento”, abaixo,

complementam esta afirmação.

b) Gestão do conhecimento

Em Jamil (2005) vemos uma proposta de processo de gestão do

conhecimento, composto de atividades de geração ou obtenção, registro ou

retenção, valorização, monitoramento de uso estratégico, compartilhamento e

aplicação tecnológica para gerir o conhecimento em estruturas organizacionais. Os

profissionais envolvidos e as estruturas organizacionais em que atuam devem

permitir e promover as atividades preconizadas para a gestão do conhecimento.

c) Liderança

Deve ser notado que o “espírito” da liderança envolve tanto aspectos

visionários e motivadores, mas também de coordenação do grande esforço

empreendido pelos membros da equipe. A visão do líder carismático, das “capas de

revista” e fotos posadas não é frequente nem sequer mandatória. Atividades como

comunicação, visão geral de mercado, equilíbrio na gestão de conflitos e mudanças

e receptividade à contribuições produtivas são essenciais, na realidade, para a

construção de uma liderança de times.

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d) Valorização e premiações

Os envolvidos nas desgastantes e arriscadas proposições de inovações

têm de ser constantemente avaliados e premiados, reconhecidos. Tarefa delicada

que pode ser exemplificada pelo tratamento de erros e insucessos parciais quando

da proposta da inovação.

e) Motivação

As equipes inovadoras devem manter elevada a motivação para construir

novos produtos e serviços, romper produtivamente barreiras, rever conceitos,

pesquisar sistematicamente o mercado e comunicar-se intensivamente, tanto formal

quanto informalmente.

f) Visão estratégica

Os envolvidos devem perceber (e não se restringir, necessariamente) a

estratégia da empresa e do setor onde competem. As considerações estratégicas

são fundamentais para que se considerem o posicionamento dos produtos e

serviços inovadores e as possibilidades eventuais de ruptura.

g) Auto-coordenação, iniciativa

Os membros de um time inovador devem ter mentalidades de trabalho em

grupo, com coordenação geral e própria, envolvimento com os objetivos da empresa

e contemplando suas ações perante o mercado onde atuam. A iniciativa se refere à

ação para abordar uma situação objetiva de mercado ou de potencial inovador,

diante de uma tecnologia emergente, por exemplo.

h) Multidisciplinaridade

As inovações, geralmente, são propostas e ocorrem em ambientes de

união de conceitos formas de pensar e agir. São contextos onde temas da gestão,

de áreas técnicas, de comunicação e de empreendedorismo agem simultaneamente,

demandando dos membros da equipe equilibrar o foco no projeto de soluções

inovadoras e diversidade na avaliação de complexos cenários onde as inovações

são propostas e construídas.

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i) Características gerais

Comunicação, lógica, trabalho em equipe, hábito de seleção e coleta de

informação pertinente ao ambiente inovador, conhecimento estratégico, discussão e

relacionamento científica e prática, percepção de retornos financeiros e sua

mensuração, entre outros, são características gerais de membros de times

inovadores.

j) Requisitos organizacionais

As empresas onde atuarão estes times têm, adicionalmente, de atender a

alguns pré-requisitos para que tais equipes realizem seus trabalhos. Citam-se, entre

outros:

1) Estruturas e delegação para inovar - Haver

um reconhecimento organizacional que profissionais da

empresa estão alocados para atuar em projetos

inovadores, mesmo que se comunicando externamente e

mesmo que tais funções sejam abertas, não restritas a

um determinado departamento ou setor organizacional

isolado.

2) Fontes de informação- As fontes de consulta

para pesquisas, tanto tecnológicas quanto de mercado,

são essenciais. Podem se citar os exemplos de uso de

bibliotecas físicas ou digitais, acessos (embora

monitorados, geralmente por motivo de segurança) a

serviços disponíveis na Internet, como redes sociais,

portais de comunicação, etc. A participação em eventos

de mercado é outra fonte relevante de conhecimento para

as pesquisas e avaliações constantes de mercado.

3) Formatos de estruturas organizacionais -

Fatores como: rigidez estrutural, estruturas que não

condizem com a prática e com objetivos empresariais,

formação de grupos com sobreposição de tarefas, falhas

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de delegação, entre outras, podem comprometer o

desempenho do time inovador ou mesmo dificultar a

divulgação dos resultados de seus trabalhos, tanto

interna quanto externamente (mercado).

4) Sistema de métricas - Como medir os

resultados de um trabalho? Lembrando que o trabalho de

equipes gestoras de inovação é complexo, as formas de

mensuração, como as que discutimos em tópico anterior

neste material, ainda são mais de aplicação mais críticas

que em outros trabalhos empresariais rotineiros. A

proposição de um sistema transparente, negociado, de

métricas, gerará oportunidades para a prática de uma

boa gestão de inovações, com os devidos

reconhecimentos, gestão de riscos, conflitos e de

resultados.

7.4 A Gestão da Inovação na Teksid

7.4.1 A Estrutura organizacional

A estrutura organizacional da Teksid apresenta as seguintes

características:

Hierarquizada

Comunicação Centralizada

Comando

Controle rigoroso.

Este tipo de estrutura organizacional apresenta alguns fatores que

impactam a questão da inovação. A dificuldade para uma mudança de cultura é

muito grande.

A opção seria trabalhar de forma gradativa a mudança de cultura

migrando para uma estrutura com as seguintes características:

Hierarquizada com foco em projetos;

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Estrutura orientada a projetos;

Alocação de recursos;

Compartilhamento de conhecimento (lições aprendidas);

Aberta aos clientes, fornecedores e internos.

7.4.2 O foco nos processos

O foco dado será dado em projetos de inovação nos processos através

de:

Utilização das técnicas de BPM através da contratação de de um

profissional BPM qualificado;

Atuação forte no processo de desenvolvimento das lideranças

buscando motivar, orientar e criar o clima adequado para a

disseminação da cultura e competências para inovar;

Gerenciamento de risco;

Gerenciamento de recursos;

Um bom programa de ideias e recompensas;

Gestão de Conflitos e Gerenciamento de Mudanças;

Utilização de indicadores para aferição do posicionamento da

inovação no contexto das ações empresariais.

O modelo de processo atual tem as seguintes caraterísticas:

Sequencial de estágios;

Visão operacional

Gestão limitada e inflexível;

O modelo proposto trabalharia contemplando as seguintes características:

Modelo Hibrido

Serial contemplando as influências internas e externas;

Intervenções com retornos e acessos diretos;

Definição clara de funções e atividades;

Forte trabalho de análise;

Prototipagem.

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8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

8.1 Proposta de melhorias no programa gestão de ideias da Teksid.

Sugestões que busquem revitalizar e fortalecer a cultura da inovação dentro

do programa Psiu: Realizar campanhas pontuais para estimular os colaboradores a

participarem com ideias com:

I. Foco na redução de custos;

II. Foco na Engenharia dos Processos;

III. Foco no setor Administrativo;

IV. Foco na segurança do trabalho, meio ambiente, saúde e

sustentabilidade;

V. Foco na Inovação.

O autor da ideia aprovada se possível que ele participe da implantação

da mesma;

O RH utilizar o sistema de gestão de ideias para identificação de talentos

visando alocação em outras áreas da organização. Ex.: um colaborador que

participa com muitas ideias provavelmente poderia ser aproveitado em outra área.

Seria mais um indicador para o R.H.

Renovar semestralmente a comissão de avaliadores;

O avaliador não deveria conhecer o dono da ideia até o fechamento final

pela Comissão. Ele deve ter acesso somente a ideia para evitar qualquer tipo de

envolvimento que possa interferir na avaliação.

Avaliar a possibilidade de abrir o programa para os principais

fornecedores (estratégicos, que afetam a qualidade etc.) com um tipo de premiação

especifica.

Criar um banco de ideias para consulta de todos os colaboradores

visando identificar no futuro, ideias que possam ser aproveitadas por outro setor.

Estimular a criação de blogs ou fóruns de discussão para determinado

tema que esteja em evidência, motivando a apresentação de sugestões ou novas

ideias para o processo.

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8.2 Outras recomendações.

O foco na Teksid deve ser dado na inovação dos processos internos que

contribui de forma significativa para a melhora da qualidade e principalmente da

redução de custos. Em um mercado tão competitivo o fator custo é essencial para

que a organização possa brigar pela manutenção dos seus produtos no mercado. A

inovação nos processos pode ajudar também na qualidade garantindo assim a

reputação, e consequentemente o binômio custo/qualidade bem alinhados

contribuem para o aumento de participação no mercado.

Quanto a análise dos potenciais para melhor aproveitamento dos

incentivos fiscais temos:

Desenvolvimento de novos ferramentais para a fábrica e melhorias

dos mesmos, inclusive os testes de validação.

Desenvolvimento de novas ligas metálicas para o produto e

melhorias das mesmas, inclusive os testes de validação.

Estudos de viabilidade técnica e projetos que visam o

melhoramento do processo do sistema produtivo, porém com baixo

teor de inovação tecnológica.

Desenvolver um projeto no sentido de realizar o redesenho dos principais

processos da fábrica, visando identificar oportunidades de:

1) Redução de prazo em tarefas constantes dos processos;

2) Gestão de insumos que levem a eliminação de perdas;

3) Redução de custos operacionais;

4) Melhor alocação de pessoas em tarefas;

5) Gestão aprimorada de infraestrutura de processo.

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