Psicologia+Institucional+de+Bleger10.doc
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7/26/2019 Psicologia+Institucional+de+Bleger10.doc
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Psicologia Institucional de Bleger
Jos Bleger, argentino, mdico e psicanalista e professor, desde a
dcada de 60 est presente entre ns com seus estudos sobre psicanlise,
Psicologia, Grupos e Instituies
!uas inter"enes s#o sempre numa perspecti"a pol$tica, pol$tico a%ui
se entenda como rela#o de poder %ue e&istem na "ida dos grupos e das
classes sociais ' instrumento de trabal(o do entre"istador ele prprio
Inter"en#o in"estigadora
)le nos aponta um carter pol$tico da inter"en#o e um carter cient$fico
' carter pol$tico como * dito seriam as relaes de poder %ue
transitam + nossa "olta, nos grupos nas comunidades enfim na nossa "ida )
o carter cient$fico-
. na medida em %ue o ob*eto de estudo da Psicologia o (omem, o
m&imo de ob*eti"idade %ue se consegue a%uela %ue supe o su*eito %ue
obser"a como um dos elementos do campo de obser"a#o. /Guirado, 123, p
045
ito isso, para ele o ob*eto de in"estiga#o n#o uma unidade com
%ualidades internas, mas %ue as %ualidades do ob*eto s#o sempre relacionais
ependem das condies e das relaes e do momento onde se ac(a o ob*eto
' con(ecimento psicolgico ser a%uele %ue na rela#o se fa7 dela
prpria. /Guirado, 123, p 45 8on(ecimento intersub*eti"o
Jos Bleger emprega o termo Psicologia Institucional., para designaruma determinada prtica da psicologia em instituies
Para compreendermos a sua proposta precisamos entender %ue o
psiclogo como profissional de"e passar da ati"idade psicoterpica para a da
psico9(igiene / popula#o sadia e promo#o de sa:de5
Precisamos entender a Psico9;igiene-
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populares ' %ue "iabili7a reali7ar uma mudana a fa"or da sobre"i"Ancia do
(omem %ue na sociedade atual "em sofrendo conflitos de"ido +s grandes
mudanas nos campos tecnolgicos, culturais e sociais Dambm nos con"ida a
analisar os fen@menos sociais %ue pro"ocam cada problema a ser resol"ido
Para o autor a psicologia institucional n#o apenas um campo de
aplica#o da psicologia um campo de in"estiga#o C#o de"emos aplicar a
psicologia, mas in"estigar os fen@menos psicolgicos In"estigar para descobrir
%uais tcnicas de"em ser empregadas e o carter do problema Etili7a#o do
mtodo cl$nico, guiado pelo en%uadramento da tcnica psicanal$tica, adaptado
para as necessidades desta rea ' psiclogo n#o um sal"ador feita uma
in"estiga#o cient$fica rigorosa 'bser"adorF'bser"ado In"estigadorFsu*eito s#o
"ari"eis de um campo de rela#o o psiclogo n#o se e&ige neutralidade
nem passi"idade
8onforme o autor- C#o se pode ser psiclogo se n#o se , ao mesmo
tempo, um in"estigador dos fen@menos %ue se %uerem modificar e n#o se pode
ser in"estigador se n#o se e&traem os problemas da prpria prtica e da
realidade social %ue se est "i"endo em um dado momento, ainda %ue
transitoriamente e por ra7es metodolgicas da in"estiga#o isolem9se
momentos do processo total.
o psiclogo de"e ocupar9se da rela#o interpessoal e do
desen"ol"imento da personalidade /5 Para tanto, lidar com os preconceitos,
os (bitos e as atitudes das pessoas e dos grupos em ocasies de mudana
ou em momentos cr$ticos /como doenas, acidentes, imigra#o, gra"ide7,
desmame, %uestes da puberdade5 alm de situaes comuns da rotina diria
e do crescimento (umano /(bitos de alimenta#o, escolaridade, fases ou
momentos caracter$sticos como inf=ncia, adolescAncia, "el(ice. /Guirado,123, p 05
Em dos importantes pontos destacados por Guirado a insuficiAncia da
teoria para se dar conta da tarefa de psiclogo institucional Para ele a
forma#o de psiclogos institucionais n#o comum
HCotamos %ue o psiclogo, en%uanto profissional numa institui#o, tem,
a princ$pio, dois camin(os a seguir Em o da utili7a#o dos recursos tericos
e prticos aprendidos durante o curso de Psicologia /5 outro o de buscaruma inter"en#o de nature7a institucional, cu*o embasamento terico e prtico
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n#o costuma fa7er parte dos cursos regulares de forma#o de psiclogosH
/Guirado, p305 )ssa inter"en#o institucional estaria embasada na leitura da
psicanlise !er %ue ela %uer di7er %ue a psicologia Institucional uma
ciAncia muito emp$rica
)m Psicologia Institucional, interessa9nos a institui#o como totalidade,
podemos nos ocupar de parte dela, mas sempre em fun#o da totalidade Para
isso, o psiclogo dedu7 sua tarefa de seu prprio estudo diagnstico
Cesta diferencia#o, Bleger /125 afirma %ue o trabal(o de Psicologia
Institucional n#o de"e ser desen"ol"ido por psiclogos em situa#o de
empregado da institui#o, mas sim, na de assessor ou consultor, para e"itar%ue a dependAncia econ@mica e profissional interfira no mane*o tcnico das
situaes
ssim como Bleger, Guirado tambm defende %ue o contrato de trabal(o
com os Hgestores da demandaH de"e e&plicitar a inten#o do psiclogo de
possuir certa autonomia profissional, sem a %ual imposs$"el o trabal(o de
anlise Para esta autonomia profissional, imprescind$"el %ue o psiclogo
funcione como um assessor, e n#o como um empregado, pelos mesmos
moti"os * citados anteriormente
'utro ponto de import=ncia /discorda de Bleger5 a %uest#o da
separa#o entre su*eito e ob*eto da psicologia
Para Guirado, esta separa#o n#o e&isteK somos o tempo todo su*eito e
ob*eto do con(ecimento sobre ns mesmos e sobre as relaes com outros
(omens e com o mundo /Guirado, p35 Partindo9se deste ponto de "ista da
Psicologia /n#o separa#o entre su*eito e ob*eto5, o papel do psiclogo seriaau&iliar no processo de tomada de con(ecimento /por parte do su*eito5 sobre si
nas relaes %ue "i"encia 'u se*a, desen"ol"er uma autopercep#o no
paciente, especialmente uma percep#o prpria %uando o su*eito est em
rela#o com outros, * %ue estas relaes s#o o ob*eto de estudo da Psicologia
' ob*eto de estudo de"e ser toda a imagina#o, todo o sentimento e
representa#o "i"idos pelo su*eito atra"s da rela#o rela#o como tal
interessa menos do %ue estas manifestaes inconscientes /e por "e7es atconscientes5 despertadas no su*eito %uando em rela#o > deri"ada dessa
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"is#o de Psicologia %ue aparece a no#o de ob*eto de estudo da psicologia
institucional ' importante seria trabal(ar com as relaes e suas
conse%LAncias para os indi"$duos pertencentes + institui#o
8onforme ?arlene Guirado-
HDrabal(ar com Psicologia Institucional n#o seria, portanto, trabal(ar no
espao f$sico de uma institui#o, se*a ele %ual forK reeditar a compreens#o e a
tcnica de trabal(o da rela#o psicoterapeutaFcliente, e&aminadorFe&aminado,
selecionadorFselecionado
!eria sim, trabal(ar com as relaes de determinada prtica
institucional.
' psiclogo institucional tem, para Guirado, a tarefa de Hdestituir o
institu$doH )&iste um grande n:mero de relaes de opress#o em cada
institui#o, por muitas "e7es e&tremamente pre*udiciais /em meu ponto de
"ista, toda e %ual%uer forma de opress#o e&tremamente pre*udicial, mas
imposs$"el a ine&istAncia do par opressorFoprimidoK de"e9se ent#o tentar
corrigir o sistema de opress#o at uma H%uaseH igualdade de condies entre
os su*eitos de uma institui#o5
' psiclogo de"e ent#o fa7er as pessoas dentro da institui#o %ue
muitos dos costumes /relaes entre professor autoritrio e aluno oprimido,
entre administra#o e funcionrios, etc5 %ue s#o percebidos como errados n#o
s#o Ha ordem natural das coisasH !#o coisas Hinstitu$das na institui#oHM
!#o produ7idas pela manuten#o de certos padres de comportamentos
por "e7es bastante antigos, %ue foram se instituindo por fora de (bito / e
conforto para os opressores 5, at estarem embutidos na mente de todos como
a ordem natural das coisas / "ai "er %ue assim mesmo, e "ai ser assim para
sempre5 Cada mais falso culpa da institui#o das relaes e%ui"ocadas tanto da parte %ue
sofre %uanto da parte %ue age baseada na desigualdade de foras 8abe a
todos os participantes da institui#o perceber o %ue est errado
Doda a ordem das coisas pode ser modificada C#o %ue de repente
sumir#o todas as formas de poder e %ue todos "aler#o a mesma coisa dentro
de uma institui#o, mas pode9se pelo menos tornar os administradores mais
sucess$"eis + press#o de grupos mobili7ados de funcionrios ouadministradores
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)sta ordem de coisas, passadas ao longo do tempo, e institu$das como o
modo natural de se relacionar com outros indi"$duos, comparada por Guirado
com a transferAncia psicanal$tica
' psiclogo institucional de"e ent#o analisar /interpretar5 o %ue est
impl$cito no e&pl$cito das relaes transferAncias dos su*eitos da institui#o
H transferAncia pode ser entendida como a repeti#o de modelos
primiti"os de rela#o %ue, en%uanto processo inconsciente, nega o tempo e o
espao como presentes, reprodu7indo em "$nculos atuais posies "i"idas em
"$nculos passados
A psicanlise operativa abre perspectivas sumamente importantes no
campo da higiene mental e no uso da psicoprofilaxia, no fato de possibilitar
uma utilizao da psicanlise numa escala de verdadeira transcendncia
social. A psicanlise operativa no uma psicanlise nova e distinta uma
estratgia para utilizar os conhecimentos psicanal!ticos."
Bleger, 12, p6
Co desen"ol"imento da inter"en#o, Bleger /125 destaca um con*untode princ$pios a serem obser"ados pelo analista no en%uadre do trabal(o-
titude 8linica N dissocia#o instrumental F distanciamento
timo. N sintonia sem en"ol"imentoK
)sclarecimento da fun#o profissional do psiclogo 9
tempo, (onorrio, dependAncia FindependAncia profissional, pra7os,
resultados, e&igAnciasK
)sclarecimento da nature7a e dos limites do seu trabal(o
em todos os n$"eis com os %uais "ai atuar N trabal(ar com colaboraes
espont=neas e obser"a#o da din=micaK
)sclarecimento sobre o processo de de"olu#o das
informaes e resultados e a %uem ser dirigidoK
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Dratar com o grupo tudo o %ue a ele di7 respeito, nada
passando para outros setores antes de, pre"iamente, submetido +
aprecia#o do grupoK
)"itar tomar partidos com rela#o a setores ou posies na
organi7a#oK
)"itar contatos e&tra9profissionais %ue possam
contaminar. o processo diagnsticoK
Oimitar9se ao assessoramento e + ati"idade profissional,
n#o assumindo nen(uma fun#o diretora, administrati"a ou e&ecuti"aK
)"itar dependAncia do seu trabal(o, incenti"ando solues
do prprio grupoK
)"itar posturas de onipotAncia. diante do grupoK
8onsiderar %ue a sa:de da organi7a#o n#o se de"e +
ausAncia de conflitos, mas + sua capacidade de e&plicit9los, na busca
de soluesK
8onsiderar n#o apenas a "eracidade ou gradua#o da
informa#o, mas a indu#o + compreens#o dos seus significados
/insig(ts5K
8onsiderar %ue a resistAncia, impl$cita ou e&pl$cita e parte
fundamental e pre"is$"el do trabal(o diagnstico, sabendo %ue a postura
do analista poder contribuir para "encA9la ou increment9la ainda maisK
8onsiderar %ue o mane*o da informa#o n#o , apenas, um
problema tico, mas um instrumento tcnico
Cesse sentido, podemos concluir di7endo %ue a Psicologia Institucional
de Bleger -
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Ema forma de inter"en#o psicolgica com significa#o
social /GEI', 123, p65 Isto significa di7er %ue, no processo de
inter"en#o institucional, o lugar do psiclogo institucional a%uele %ue
se re"este da capacidade de assinalar, pontuar e interpretar as defesas,
as fantasias, e as ideologias do grupo /embasamento psicanal$tico5, no
sentido de sua discrimina#o e de sua integra#o aos aspectos
institucionali7ados desses grupos
Em mo"imento re"elador, a partir da fun#o social do
psiclogo %ue "ai permitir o seu trabal(o em torno das tarefas dirias de
um grupo, promo"endo o bem9estar /psico9(igiene5 8aber a ele lidar
com as relaes interpessoais e com o desen"ol"imento do grupo, a
partir da clarifica#o dos preconceitos, (bitos, atitudes, em situaes
comuns e Fou cr$ticas, como momentos de crise ou mudanas
Ema prtica inter"encionista desen"ol"ida a partir de um
mtodo de trabal(o cl$nico, marcado pelo en%uadramento da tcnica
psicanal$tica, %ue n#o ser apenas um registro, mas uma indaga#o
operati"a- a obser"a#o dos acontecimentos na ordem em %ue eles se
d#o, a compreens#o dos seus significados e das relaes entre eles, a
interpreta#o, o assinalamento ou refleo no momento oportuno, com
base nessa compreens#o, e a considera#o dessa interpreta#o como
uma (iptese
Ema con"ic#o de %ue, no curso deste trabal(o, os
agentes e grupos da institui#o, meta9aprendendo., possam, tambm,
obser"ar, refletir e buscar os sentidos do "i"ido institucional.
/GEI', 123, p 05
' %ue de mais importante se "erifica a%ui n#o somente poder
esclarecer e corrigir problemas e situaes, mas sim %ue gradualmente tem
lugar uma meta9aprendi7agem %ual consiste em %ue os implicados na
tarefa aprendam a obser"ar e refletir sobre os acontecimentos e a encontrar
seu sentido, seus efeitos e integraes
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Para o prprio psiclogo n#o se trata de uma aplica#o. da
psicologia %ue condu7 rapidamente a esteretipos, mas sim a de uma
con*un#o de sua condi#o de profissional e in"estigador in"estiga#o
modifica o in"estigador e o ob*eto de estudo, o %ue, por sua "e7,
in"estigado na no"a condi#o modificada 8om isso, d9se uma pr&is na
%ual o in"estigar , ao mesmo tempo, operar e o agir se torna uma
e&periAncia enri%uecedora e enri%uecida com a refleo e a
compreeens#o. / Bleger, 12, p 3 5